Quando examinamos atentamente o pequeno miosótis, percebemos a excelência de suas pétalas, que apresentam o encanto das coisas pequeninas. Imita em ponto pequeno a boa faiança ou a porcelana da melhor categoria. Aquela florzinha tão pequena, tão bem desenhadinha, tão excelente, desperta uma forma de ternura e de encanto que é um modo de louvar a Deus.
De que modo pode Deus ser assim louvado? Não seria pelo reconhecimento tantas vezes repetido: ‘Oh Deus, como sois grande!’. Devemos reconhecer a beleza do que é pequeno: ‘Como é belo caber tanto esplendor, com tal intensidade, em algo tão pequeno!’ A ordem do ser é tão rica, tão variada, que comporta inclusive essa flor minúscula.
Na ordem do ser, o excelente harmoniza seu esplendor pousando nessa florzinha. Diante dela uma pessoa pode sentir compaixão e ser movida à proteção, como quem adverte: ‘Não pise, não estrague, não colha o miosótis, pois ele representa algo muito grande na ordem do ser, apesar de pequenino’. Nessa consideração entra a ternura, porque a pessoa quase se sente intermediária entre Deus e o miosótis, sente-se procuradora de Deus junto àquela flor.
Vendo Deus simbolizado num tão frágil miosótis, podemos imaginar as meditações de Nossa Senhora diante do Menino Jesus. Ela tinha em suas mãos um ‘miosótis’ celeste. Não era obrigada a adivinhar que o Menino-Deus tinha sede, por exemplo, mas podemos imaginar os seus encantos diante dos inúmeros desejos do Menino Jesus, que Ela se apressava em discernir para atendê-Lo.
Isso envolvia por inteiro a Mãe Santíssima, de modo tão sublime como nenhuma outra criatura humana seria capaz. Ela fez coisas minúsculas dentro dessa ordem de coisas, mas admiravelmente grandes.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 18 de setembro de 1981. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.
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