O prédio do Ipiranga, dentro de certas limitações, em determinados momentos me toca muito, pois representa uma certa grandeza verdadeira, não subjetiva.
Objetivamente falando, o edifício tem certa forma de grandeza que eu definiria assim: uma grandeza de poder, por uma espécie de autoafirmação de si mesmo.
Tendo-se passado no Ipiranga o fato da proclamação da Independência — que pode ser apreciado diversamente —, ali nasceu uma nação. Isso é historicamente incontestável.
No Ipiranga há uma como que emanação de grandeza que provém de todas as coisas. O prédio é grande não apenas fisicamente, mas tem certa grandeza. O parque não é apenas grande, mas tem certa grandeza.
Isto que se deduz meio por imponderáveis, não por uma análise de ambientes e costumes do Ipiranga, mas há algo mais alto que traz consigo uma ressonância: uma grandeza e um futuro que correspondem a um anseio de caráter sobrenatural que há na alma, de uma esperança de algo enorme nas vias de Deus que se realizará.
De um plano natural consideramos um plano histórico e discernimos um plano profético que vai muito além do natural e histórico.
Olhando para os alentours do Ipiranga se tem a impressão de que o horizonte é grande, o ar é puro e que coisas enormes — dir-se-iam coortes de anjos — aguardam o olhar por toda a parte.
Minha impressão é de que isso todo o mundo, ainda que não seja brasileiro, acaba percebendo algo e diz o seguinte: “Você é filho dessa Pátria, mas essa Pátria é mais do que ela mesma. Ela é uma grandeza como que baixada do Céu e em face da qual você tem uma participação e um dever. Viva para isso”.
Essa participação e esse dever são de caráter fundamentalmente religioso, e na linha de Cruzada, de expansão da Fé pelo mundo, do domínio exercido pelo menos sobre uma grande área da Terra para favorecer e estimular todo o bem, e perseguir e reprimir toda forma de mal.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 20 de agosto de 1993. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.
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