Megaporto de Chancay, na costa do Peru, a poucos quilômetros de Lima.
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Juan Antonio
Montes
Fonte Revista Catolicismo, Nº 889, Janeiro/2025
Atendendo a um pedido da revista Catolicismo paraque no âmbito deste número dedicado ao retrospecto de 2024 desenvolvesse o tema do embate entre a Revolução e a Contra-Revolução na América Hispânica neste período, farei algumas considerações que sirvam para esclarecer o leitor sobre os acontecimentos que marcaram o percurso do “Continente da Esperança” e as perspectivas que deles se podem esperar.
1. Emergência de uma nova forma de “guerra fria”?
Xi Jinping, ditador chinês.
Quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
se dissolveu em 1991, muitas pessoas incautas previram um “fim da história”,
com base no fato de que nada mais era do que o confronto de duas ideologias
opostas. Eles pensavam que, uma vez terminada uma das partes em conflito (a
URSS), a história obviamente terminaria.1
O que o autor da tese do “fim da história” não sabia
prever naquele momento era o fato de que o colapso da URSS não seria o fim do
mundo comunista, mas sim a mudança de “porta-estandarte” desta ideologia
macabra.
Em 1991, quando os braços emagrecidos dos que apoiavam
a ideologia comunista já não conseguiam continuar a esconder o panorama de fome
e escravidão que imperava naquelas nações, surgiram em cena dois novos e fortes
braços que, graças às técnicas que o mesmo Ocidente lhes tinha fornecido,
souberam aproveitar seus enormes recursos econômicos e populacionais para
assumir o papel deixado pela sua antecessora: a China comunista de Mao
Tse-tung.
O slogan do mundo “multipolar”, que a China reivindica
hoje, nada mais é do que uma nova versão da “guerra fria” sob outro nome e
outras técnicas, mas com o mesmo objetivo: acabar com a primazia do Ocidente e
impor hegemonia.
Contudo, há uma grande diferença entre a guerra de
conquista promovida pela URSS e aquela promovida hoje pela China de Xi Jinping.
A primeira consistiu na divulgação da ideologia de
Marx e na promoção de guerras subversivas para derrubar governos
pró-ocidentais. Pelo contrário, a atual técnica de expansão da China comunista
não promove guerras internas ou “tomadas de poder”, mas sim acordos comerciais
e favorecimento das estruturas dos países latino-americanos, entre outros
centros geográficos.
Contudo, não é difícil ver que na troca de bens e
serviços entre as nações pobres da América Latina e uma China que parece ser
dotada de recursos inesgotáveis, a “parte do leão” vai para a China.
E qual é essa “parte do leão” chinês? Precisamente o
aumento de sua influência no Continente, que até agora era conhecido como o “quintal”
dos Estados Unidos.2
Observa o especialista latino-americano Christian
Hauser, da Universidade de Ciências Aplicadas de Graubünden, na Suíça: “Ultimamente,
os desafios e riscos associados à ascensão da China como ator dominante em
muitas áreas econômicas e tecnológicas têm se tornado cada vez mais claros na
América Latina. Países latino-americanos estão cada vez mais envolvidos na
rivalidade geopolítica entre os Estados Unidos e a China. Neste contexto, é
provável que as atuais tensões entre alguns países da América Central, como a
Guatemala, a Costa Rica e a China, sejam apenas o início de relacionamentos
mais conflituosos no futuro.”3
2. De Xangai a Chancay, uma nova forma de “protetorado”.
Talvez o exemplo mais característico deste novo tipo
de influência sobre o conjunto de nações latino-americanas seja a recente
inauguração, em novembro passado, do megaporto de Chancay, na costa do Peru.
Por ocasião da última APEC, realizada na cidade de
Lima em novembro passado, o ditador chinês Xi Jinping inaugurou o porto de
Chancay, a menos de 100 km de distância da capital. O megaporto foi construído
por uma empresa estatal chinesa e conta com recursos de última geração.4
No seu discurso inaugural, Xi Jinping comemorou o fato
de esse porto facilitar uma rota direta de Chancay a Xangai e impulsionar ainda
mais o comércio entre os dois países. O governo peruano destacou o fato de que
esse megaporto atrairá investimentos anuais de mais de 4 bilhões de dólares.5
Poucas semanas após a sua posse, o futuro porta-voz do
novo governo Trump, Mauricio Claver-Carone, antigo diretor principal para o
Hemisfério Ocidental, anunciou que “qualquer
produto que passe por Chancay deveria ter uma tarifa de 60%”.6
Segundo o mesmo responsável norte-americano, a medida visa travar o transbordo de produtos chineses em todo o continente e reduzir a influência econômica de Pequim na América Latina.
A questão óbvia é se esse anúncio reduzirá a
influência da China no continente, ou apenas a aumentará, uma vez que os
Estados Unidos não acompanham estas ameaças com qualquer oferta de investimento
compensatória. Desta forma, um novo “protetorado” chinês está sendo
estabelecido em todos os países do continente, começando pelas nações com
infraestruturas mais precárias.7
Contudo, este novo “protetorado” não é livre. Tem as
suas condições e elas são draconianas. A primeira é que as nações que os
assinam devem romper imediatamente as suas relações diplomáticas com Taiwan.8
Outro país interessado em tornar-se membro deste
Protetorado Chinês é a Bolívia. Por ocasião da última reunião do G20, realizada
no Brasil, logo após a APEC em Lima, Xi Jinping reservou alguns minutos para
atender o presidente Arce. Ao final do encontro, o presidente boliviano postou
em sua rede social: “Hoje no Brasil, no
âmbito da Cúpula de Líderes do G20, realizamos um encontro agradável e
frutífero com o irmão presidente Xi Jinping”. Arce não indicou em que
consistiu o encontro com o “irmão Xi Jinping”, mas provavelmente tratou de
novas promessas da China e de novas hipotecas para a pequena economia
boliviana.9
Tais promessas são muito questionáveis quando se sabe
que a China está extraindo ouro daquele país, utilizando supostas “cooperativas
bolivianas” que funcionam como fachada para empresas estatais chinesas. Ao
exposto, cabe acrescentar que a China não tem nenhum cuidado com a preservação
do meio ambiente, nem a devida atenção aos operários que ali trabalham.10
Resta saber quais são os propósitos que levam a China
a ser tão “generosa” com os países sul-americanos. Será apenas altruísmo a
favor das nações pobres? Ou será exclusivamente para garantir a utilização de
matérias-primas, como o lítio, para as suas empresas?
É claro que a China tem interesse nas matérias-primas
que a América Latina possui. Porém, a esta razão deve-se acrescentar outra:
seus estrategistas devem levar em conta que numa hipótese, nada improvável, de
um confronto que não seja americano, a China já conta com o apoio de cada vez
mais países do Continente como, para usar a expressão do Presidente da Bolívia,
“irmãos.”11
Estas intenções foram expressas claramente por Xi: “O ‘Sonho Chinês’ e o ‘Sonho
Latino-Americano’ estão intimamente ligados. Ambas as partes devem ser
encorajadas a prosseguir estes sonhos e a torná-los realidade em conjunto.”12
Seria oportuno perguntar aos habitantes de Hong Kong
ou de Taiwan se acreditam que este “sonho” não seja antes um pesadelo terrível.
Cúpula dos Brics realizada na cidade de Kazan entre 22 e 24 de outubro de 2024
Rota da seda, nova operação de “baldeação ideológica inadvertida”
Na década de 1960, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
denunciou um estratagema do comunismo internacional que consistia em aproximar
gradativamente os países não comunistas dos seus postulados. O ilustre pensador
católico alertou contra o uso de “palavras talismânicas” como “diálogo”,
“terceira via” etc. O que caracterizou estas palavras foi o seu significado
impreciso, através do qual se manipulou uma gradual “baldeação” de natureza
ideológica para o comunismo.
Se estas foram as manobras psicológicas praticadas
pela operação de “baldeação ideológica”, o leitor pode imaginar quão mais
eficazes serão se não se limitarem a meras palavras, mas antes oferecerem uma
cooperação econômica “graciosa” e suculenta.
Ao exposto devemos acrescentar o fato de que, durante a
“Guerra Fria”, os Estados Unidos implementaram muitos programas — nem todos bem
orientados — em favor do desenvolvimento latino-americano, com o objetivo de
evitar o deslizamento destas nações em direção à Cuba dos irmãos Castro.
Hoje, pelo contrário, a nova Administração Trump
anuncia a todos os ventos que o seu objetivo será primeiro “tornar os Estados
Unidos grandes novamente”, o que significará, sem dúvida, cortar subsídios e
apoio econômico, precisamente às nações que os recebem a mancheias da China.
Não é difícil prever para onde serão direcionadas as
simpatias dos países sul-americanos. Cada vez mais, o “quintal” dos Estados
Unidos está se tornando o quintal da China.
4 — BRICS, uma reformulação das “nações não alinhadas”?
Quem acompanhou os acontecimentos da “guerra fria”
recordará a formação do Pacto das “Nações Não Alinhadas”, um grupo de países
com governos de esquerda que parecia fazer parte de uma “terceira posição”
entre a Rússia Soviética e os Estados Unidos.
Com o desaparecimento da importância geopolítica do
bloco russo, e devido a divergências e até guerras entre os seus membros, hoje
o acordo dos “Não-alinhados” é quase inexistente e foi substituído pelo pacto
de nações de economias emergentes, conhecido como Brics.13
Em teoria, esses países estão organizados para se
ajudarem mutuamente em favor do desenvolvimento das suas economias, mas, na
realidade, constituem cada vez mais uma frente de nações contra o Ocidente
rico, com uma visão clara de luta de classes.
Durante a cúpula dos Brics realizada na cidade de
Kazan entre 22 e 24 de outubro de 2024, o governo da Bolívia comemorou a
admissão do país como “parceiro” daquele fórum político e econômico. Na mesma
ocasião, Cuba foi incluída, apesar de a sua economia ser tudo menos
“emergente”...
Por sua vez, o ditador Maduro viajou pessoalmente a
Kazan para pedir a Putin que incorporasse a Venezuela na lista de países
membros. Sua intenção foi frustrada graças ao veto do Brasil. O mesmo aconteceu
com a Nicarágua, que enviou uma delegação à reunião com o mesmo objetivo.14
No caso da Nicarágua, o veto do Brasil se deveu ao
fato de aquela nação ter expulsado pouco antes o embaixador brasileiro por este
não ter comparecido à celebração de um aniversário da revolução sandinista.
O que precede não impediu a Nicarágua de celebrar
pouco depois um importante acordo com a China de Xi, mediante o qual entregou
um megaprojeto de infraestruturas àquela nação. O jornal argentino Infobae
noticiou que “a ditadura de Daniel Ortega
na Nicarágua selou esta segunda-feira vários acordos com empresas chinesas para
desenvolver infraestruturas essenciais no país, consolidando a sua perigosa
aliança com um regime autoritário como o de Xi Jinping, relação que tem sido
sujeita às críticas internacionais pelo aumento do controle e da opressão em
ambas as nações.”15
Por sua vez, a Venezuela orgulha-se do apoio que a sua
ditadura encontra nos governos da China, da Rússia e do Irã e não há dúvida de
que se não fosse o veto brasileiro à ditadura que causou o maior êxodo da
história do Continente, já faria parte desse conglomerado, também conhecido
como “clube da ditadura”16
Estas alianças entre países latino-americanos, cada
vez mais críticos dos Estados Unidos, estão formando um bloco regional que
desafia os valores ocidentais e representa sérias ameaças à ordem mundial e aos
restos da civilização cristã nas nossas nações.
5 — Argentina e outras nações do Continente dão esperança
Em contraste com esta capitulação de vários países
sul-americanos às políticas hegemônicas da China e da Rússia, destaca-se a
atitude da Argentina que, cansada de várias décadas perdidas causadas por
governos socialistas, decidiu optar por um Presidente de linha totalmente
oposta.
É claro que, dado o lugar de destaque que a Argentina
ocupa no conjunto das nações latino-americanas, a sua influência no sentido
oposto ao que delineamos, assume particular importância. Esta importância é
sublinhada pela rapidez com que este governo consegue escapar à espiral
inflacionária em que o mergulharam sucessivos governos peronistas de Kirchner.
Os governos do Uruguai e do Paraguai tiveram uma
influência positiva semelhante ao longo deste ano de 2024. Por sua vez, a
eleição que deu a presidência a Daniel Noboa no Equador e fechou o caminho ao
candidato do ex-presidente Rafael Correa, constituiu um passo na direção certa.
Resta saber qual será a mudança de rumo político no
Uruguai após a ascensão de um novo presidente da esquerda naquela nação.
Curiosa mistura de wokismo e ditaduras
A afirmação do presidente Boric de que “os laços não fazem sentido para mim”,
dada numa entrevista à revista Time seis meses após a sua ascensão à
Presidência, resume a marca do seu governo:um chefe de Estado distraído,
espontâneo, casual.
Tais características remetem à ideologia ‘acordada’, a
qual, sem afirmá-lo, Boric e vários outros presidentes do Continente veem com
simpatia.
No entanto, essas simpatias continuam a chamar a
atenção para uma corrente ideológica que vem das universidades norte-americanas
e se caracteriza por um liberalismo extremo, por parte de Chefes de Estado que
ao mesmo tempo se identificam com “o clube das ditaduras”.
Esta contradição vê-se, entre vários aspectos, no fato
de o wokismo manter como dogma a necessidade de acabar com as empresas
extracionistas prejudiciais ao ambiente quando a nação mais predatória do
ambiente é a China.17
Por outro lado, fortes reclamações são sentidas pelas
Marinhas e corporações de pescadores das costas do continente sul-americano
devido à pesca de arrasto totalmente predatória realizada pela China. Apesar
disso, as autoridades políticas desses países têm sido tímidas quando se trata
de exigir o respeito pela sua soberania marítima.18
Contradição semelhante verifica-se em relação à adesão
de vários governos de esquerda latino-americanos à chamada “ideologia de
gênero”. Estes governos não hesitam em implementar políticas que favoreçam a
transexualidade dos menores, sem limites de idade ou consentimento dos pais.
No entanto, nenhum dos países do Brics incentiva ou
permite tais tratamentos chamados “Terapias de Conversão”. Pelo contrário, por
diferentes razões, tanto a China, quanto a Rússia e o Irã opõem-se à sua
implementação. É o que afirma, entre outras fontes, não suspeitas de serem de
direita, a página “gatecenter.org”, uma espécie de centro de pensamento
socialista espanhol.19
Estas inconsistências, entre o discurso ultraliberal woke,
ao qual aderem os governos de esquerda do Continente e, no sentido oposto, as
políticas superestatais de controle interno das suas populações impostas pelas
principais nações dos Brics, não deixam de mostrar quão frágil pode ser a
aliança entre eles.
Estas circunstâncias levam a supor que, embora tais
alianças representem uma ameaça, possuem vários fatores que podem
transformá-las num “gigante com pés de barro”.
Sem dúvida, a maior contradição entre os principais
países dos Brics e as nações latino-americanas é que, com exceção do Brasil,
todas essas nações do Brics são pagãs ou refratárias a qualquer influência
católica.
No sentido contrário, basta visitar as nações do nosso
continente para perceber o quanto ainda se justifica a expressão de que ainda é
“o Continente da Esperança”.
_____________
1. F. Fukuyama, na revista Estudios
Públicos: El fin de lahistoria, 1990, 30 de janeiro. https://www.cepchile.cl/cep-40-aniversario/fukuyama-en-la-revista-estudios
- publicos-o-fim-da-história/
2. Cfr. João Paulo II, Ecclesia
Apostólica na América. O Papa João Paulo II proferiu a Exortação Apostólica
Ecclesia na América em 23 de janeiro de 1999, na Basílica de Nossa
Senhora de Guadalupe, México.
3. Cfr. “A América Latina sente cada
vez mais pressão da China” https://www.dw.com/es/am%C3%A9rica-latina-siente-cada-vez-m%C3%A1s-la-presi%C3%B3n-de-china/a-69258814
4. Cfr. “O que nos deixou a APEC 2024:
o choque de poderes, a ausência de grandes líderes e os principais acordos
econômicos” 16 de novembro, o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico
(APEC) 2024.
https://www.infobae.com/peru/2024/11/17/lo-que-nos-dejo-apec-2024-el-choque-de-poderas-grandes-lideres-ausentes-y-los-principales-
acordos econômicos/
5. Cfr. “Ministério dos Transportes e
Comunicações (Peru). MTC: O megaporto de Chancay iniciou operações que
revolucionarão o comércio entre o Peru e a Ásia. Localizado em Huaral, gerará
um impacto econômico de cerca de 4.500 milhões de dólares anuais.”
https://www.gob.pe/institucion/mtc/noticias/1057890-mtc-entro-en-operaciones-el-megapuerto-de-chancay-que-revolucionara-el-comercio-entre-peru-y-asia.
6. Cfr. “Qualquer produto que passe
por Chancay deveria ter uma tarifa de 60%”: o assessor de Donald Trump tem como
alvo o porto da China no Peru. https://www.infobae.com/peru/2024/11/18/cualquier-producto-que-pase-por-chancay-deberia-tener-un-arancel-del-60-asesor-de-donald-trump-
coloca-na-vista-o-porto-da-china-no-peru/
7. Cfr. “SANTIAGO CARRANCO. A
mudança nas relações entre pequenos países andinos (Equador e Peru) com grandes
potências (China) após a pandemia da Covid-19, nos permite abordar dois casos
de Estados que podem ser entendidos a partir desta conceituação, dada a
existência de uma relação de dependência com a China. Bertóla& Ocampo
(2013) afirmam que “a maior parte dos países latino-americanos não conseguiu
superar um padrão de especialização produtiva baseado na exploração dos
recursos naturais”. Portanto, ao se estabelecerem como países latino-americanos
com economias exportadoras, tanto o Equador como o Peru encontraram-se
subordinados ao capital estrangeiro. Assim, ambos os países sul-americanos são
vulneráveis nas suas relações com um dos seus principais parceiros comerciais e
financeiros: a China. https://relial.org/wp-content/uploads/2024/02/La-influencia-de-China-en-AL-final.pdf
8. “O recente anúncio de Honduras de
romper relações diplomáticas com Taiwan e reconhecer o princípio de ‘uma só
China’ é mais uma reviravolta na virada política que (China) está liderando na
América Latina para reconhecer o gigante asiático como uma grande potência
econômica e comercial que tem cada vez mais influência política na região. Honduras
e Taiwan, considerada pela China como uma província rebelde, mantinham uma
intensa relação de cooperação militar, educacional e econômica desde 1941. No
entanto, o presidente hondurenho, Xiomara Castro, ordenou há dias ao seu
chanceler, Eduardo Enrique Reina, para estabelecer relações diplomáticas com a
China, o que significou romper com Taiwan. Este é o reconhecimento de uma situação
internacional que não pode continuar a ser negada e é o posicionamento da China
como uma grande potência”, explica. EFE. Luciano Bolinaga, doutor em Relações
Internacionais pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina).
9. Cfr. “O presidente Luis Arce
realizou uma reunião ‘agradável e frutífera’ com Xi Jinping na Cúpula do G20 no
Brasil. 19 de novembro de 2024. https://vc.presidencia.gob.bo/index.php/prensa/58-julio/943-el-presidente-luis-arce-mantuvo-una-reuni%C3%B3n-%E2%80%9Cgrata-y
-fruta%C3%ADfera%E2%80%9D-com-xi-jinping-na-cimeira-do-g20-no-brasil
10. Cfr. “‘O saque do ouro
boliviano: as empresas chinesas se escondem atrás de cooperativas de
mineração’, é a manchete do jornal boliviano El Deber. O desejo da China
por matérias-primas é cada vez mais questionado na Bolívia: Os chineses pegam
“tudo e não deixam nada para o povo, mas o Governo não diz nada”, disse ao
jornal um homem que não quis revelar sua identidade. https://www.dw.com/es/crece-el-rechazo-al-expansionismo-de-china-en-am%C3%A9rica-latina/a-63968473
11. Cf. Alexandra Sitenko, in
Heinrich-Böll-Stiftung “A influência da China na América Latina. Além do
econômico, a aproximação da China com a América Latina tem também uma
componente política. É essencialmente o reconhecimento da política de “uma
China.” Em 2017, havia um total de 18 países que reconheceram a soberania de
Taiwan, que Pequim considera uma província separatista. Destes, 12 estavam na
América Latina e no Caribe. Desde então, El Salvador, o Panamá e a República
Dominicana cortaram os seus laços diplomáticos com Taipé e, em vez disso,
aproximaram-se da estratégia geopolítica da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI),
também conhecida como o “projeto” da Nova Rota da Seda, liderada pelo
Presidente Xi Jinping. anunciada no Cazaquistão em 2013, visa consolidar a
supremacia global da China. Até à data, vários países da região, incluindo
Chile, Equador e Bolívia, assinaram cartas de intenção de participar do
projeto.”
12. Cfr. “China fortalece as suas
relações com a América Latina, ‘o quintal’ dos Estados Unidos. Presidente Xi
Jinping e sua visita ao Peru e ao Brasil esta semana”. Domingo, 17 de novembro
de 2024.
https://noticiasargentinas.com/internacionales/china-afianza-sus-relaciones-con-america-latina---el-patio-trasero
--of-the-united-states_a673957de8055baacf3b0322a?srsltid=AfmBOooGaD8YqKYgRvZp-RE-BbjDEQ_fOetCGp-bpSLt6pD_RWRrGqEx
13. Cfr. Renato Baumann. “Comércio
entre os países ‘BRICS’. A sigla BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do
Sul),originalmente usada para identificar economias emergentes com grandes
dimensões geográficas e demográficas, está se tornando na prática uma categoria
de análise. Estes países passaram a ser considerados de forma diferente,
passando a ser vistos já não apenas como ‘outros países em desenvolvimento’,
mas como candidatos a desempenhar um papel de importância crescente na cena
mundial.” https://www.cepal.org/sites/default/files/publication/files/3166/LCbrsR210_es.pdf
14. Cfr. “O Brasil explicou que o
impedimento de Caracas de ingressar no BRICS se deve ao fato de o presidente
Nicolás Maduro ter abusado da confiança de Lula após as eleições presidenciais
ao não cumprir sua promessa de apresentar os registros oficiais dos resultados,
como explicou a O Globo, Celso
Amorim, assessor presidencial para assuntos internacionais.”
https://elpais.com/america/2024-10-25/brasil-dice-que-veto-a-venezuela-en-los-brics-
Porque-abuso-de-su-confianza-tras-las-elecciones .html
15. Cfr. “América Latina. O regime
chinês expande o seu controle sobre a Nicarágua com novos acordos milionários
apoiados pela ditadura de Ortega.”
https://www.infobae.com/america/america-latina/2024/11/19/el-regimen-de-china-amplia-su-control-sobre-nicaragua-con-nuevos-atrabajos-millonarios-respaldados-pela-ditadura-de-ortega/
16. Cfr. “O veto de Lula e do Brasil
impede que Ortega entre no ‘clube das ditaduras’.Com exceção do Brasil,
praticamente todas as ditaduras do mundo estão juntas no chamado grupo BRICS”,
afirma o pesquisador.https://confidencial.digital/politica/veto-de-lula-impide-a-daniel-ortega-entrar-al-club-de-las-dictaduras/
17. A este respeito, o jornal
espanhol La Vanguardia informa que “a China é o maior emissor de gases
do mundo e a segunda maior economia, mas resiste a assumir formalmente que deve
contribuir para o financiamento climático.” Cf. https :
//www.lavanguardia.com/natural/contaminacion/20241121/10124395/emisiones-china-han-causado-mas-global-warming-ue.html
18. Cfr. “Uma frota de pelo menos 90
navios estrangeiros zomba da segurança marítima do Chile neste momento. Nenhum
notificou as autoridades do Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura
(Sernapesca) ou da Marinha do Sul sobre suas identidades ou localizações,
impedindo a rastreabilidade de seus São navios chineses em busca de lulas? https://panampost.com/gabriela-moreno/2023/12/12/aguas-chilenas-invadidas-por-90-embarcaciones-extranjeras-que-podrian-ser-chinas/
19. Cfr. Alba Teresa González Esteban e
Paula Toro Bahamonde. “Objetivos desconectados: Os BRICS e a saúde
reprodutiva dos ODS. Este estudo apresenta evidências importantes sobre a
grande distância que existe entre o estado atual dos dados e as metas propostas
em a Agenda 2030 “11 de abril de 2024 | Análise do Documento de Trabalho do
Young Voices”. https://gatecenter.org/objetivos-descargados-los-brics-y-la-salud-reprodutiva-de-los-ods/
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