28 de janeiro de 2025

NO TABULEIRO LATINOAMERICANO — “Revolução e Contra-Revolução” em 2024

 

Megaporto de Chancay, na costa do Peru, a poucos quilômetros de Lima. 

·        Juan Antonio Montes

Fonte Revista Catolicismo, Nº 889, Janeiro/2025 

Atendendo a um pedido da revista Catolicismo paraque no âmbito deste número dedicado ao retrospecto de 2024 desenvolvesse o tema do embate entre a Revolução e a Contra-Revolução na América Hispânica neste período, farei algumas considerações que sirvam para esclarecer o leitor sobre os acontecimentos que marcaram o percurso do “Continente da Esperança” e as perspectivas que deles se podem esperar.

 

1. Emergência de uma nova forma de “guerra fria”?

Xi Jinping, ditador chinês. 

Quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas se dissolveu em 1991, muitas pessoas incautas previram um “fim da história”, com base no fato de que nada mais era do que o confronto de duas ideologias opostas. Eles pensavam que, uma vez terminada uma das partes em conflito (a URSS), a história obviamente terminaria.1

O que o autor da tese do “fim da história” não sabia prever naquele momento era o fato de que o colapso da URSS não seria o fim do mundo comunista, mas sim a mudança de “porta-estandarte” desta ideologia macabra.

Em 1991, quando os braços emagrecidos dos que apoiavam a ideologia comunista já não conseguiam continuar a esconder o panorama de fome e escravidão que imperava naquelas nações, surgiram em cena dois novos e fortes braços que, graças às técnicas que o mesmo Ocidente lhes tinha fornecido, souberam aproveitar seus enormes recursos econômicos e populacionais para assumir o papel deixado pela sua antecessora: a China comunista de Mao Tse-tung.

O slogan do mundo “multipolar”, que a China reivindica hoje, nada mais é do que uma nova versão da “guerra fria” sob outro nome e outras técnicas, mas com o mesmo objetivo: acabar com a primazia do Ocidente e impor hegemonia.

Contudo, há uma grande diferença entre a guerra de conquista promovida pela URSS e aquela promovida hoje pela China de Xi Jinping.

A primeira consistiu na divulgação da ideologia de Marx e na promoção de guerras subversivas para derrubar governos pró-ocidentais. Pelo contrário, a atual técnica de expansão da China comunista não promove guerras internas ou “tomadas de poder”, mas sim acordos comerciais e favorecimento das estruturas dos países latino-americanos, entre outros centros geográficos.

Contudo, não é difícil ver que na troca de bens e serviços entre as nações pobres da América Latina e uma China que parece ser dotada de recursos inesgotáveis, a “parte do leão” vai para a China.

E qual é essa “parte do leão” chinês? Precisamente o aumento de sua influência no Continente, que até agora era conhecido como o “quintal” dos Estados Unidos.2

Observa o especialista latino-americano Christian Hauser, da Universidade de Ciências Aplicadas de Graubünden, na Suíça: “Ultimamente, os desafios e riscos associados à ascensão da China como ator dominante em muitas áreas econômicas e tecnológicas têm se tornado cada vez mais claros na América Latina. Países latino-americanos estão cada vez mais envolvidos na rivalidade geopolítica entre os Estados Unidos e a China. Neste contexto, é provável que as atuais tensões entre alguns países da América Central, como a Guatemala, a Costa Rica e a China, sejam apenas o início de relacionamentos mais conflituosos no futuro.”3

 

Um novo “protetorado” chinês está sendo estabelecido em todos os países do continente, começando pelas nações com infraestruturas mais precárias. Na foto, Xi Jinping com o presidente Luis Arce da Bolívia.  

2. De Xangai a Chancay, uma nova forma de “protetorado”.

Talvez o exemplo mais característico deste novo tipo de influência sobre o conjunto de nações latino-americanas seja a recente inauguração, em novembro passado, do megaporto de Chancay, na costa do Peru.

Por ocasião da última APEC, realizada na cidade de Lima em novembro passado, o ditador chinês Xi Jinping inaugurou o porto de Chancay, a menos de 100 km de distância da capital. O megaporto foi construído por uma empresa estatal chinesa e conta com recursos de última geração.4

No seu discurso inaugural, Xi Jinping comemorou o fato de esse porto facilitar uma rota direta de Chancay a Xangai e impulsionar ainda mais o comércio entre os dois países. O governo peruano destacou o fato de que esse megaporto atrairá investimentos anuais de mais de 4 bilhões de dólares.5

Poucas semanas após a sua posse, o futuro porta-voz do novo governo Trump, Mauricio Claver-Carone, antigo diretor principal para o Hemisfério Ocidental, anunciou que “qualquer produto que passe por Chancay deveria ter uma tarifa de 60%”.6


Segundo o mesmo responsável norte-americano, a medida visa travar o transbordo de produtos chineses em todo o continente e reduzir a influência econômica de Pequim na América Latina.

A questão óbvia é se esse anúncio reduzirá a influência da China no continente, ou apenas a aumentará, uma vez que os Estados Unidos não acompanham estas ameaças com qualquer oferta de investimento compensatória. Desta forma, um novo “protetorado” chinês está sendo estabelecido em todos os países do continente, começando pelas nações com infraestruturas mais precárias.7

Contudo, este novo “protetorado” não é livre. Tem as suas condições e elas são draconianas. A primeira é que as nações que os assinam devem romper imediatamente as suas relações diplomáticas com Taiwan.8

Outro país interessado em tornar-se membro deste Protetorado Chinês é a Bolívia. Por ocasião da última reunião do G20, realizada no Brasil, logo após a APEC em Lima, Xi Jinping reservou alguns minutos para atender o presidente Arce. Ao final do encontro, o presidente boliviano postou em sua rede social: “Hoje no Brasil, no âmbito da Cúpula de Líderes do G20, realizamos um encontro agradável e frutífero com o irmão presidente Xi Jinping”. Arce não indicou em que consistiu o encontro com o “irmão Xi Jinping”, mas provavelmente tratou de novas promessas da China e de novas hipotecas para a pequena economia boliviana.9

Tais promessas são muito questionáveis quando se sabe que a China está extraindo ouro daquele país, utilizando supostas “cooperativas bolivianas” que funcionam como fachada para empresas estatais chinesas. Ao exposto, cabe acrescentar que a China não tem nenhum cuidado com a preservação do meio ambiente, nem a devida atenção aos operários que ali trabalham.10

Resta saber quais são os propósitos que levam a China a ser tão “generosa” com os países sul-americanos. Será apenas altruísmo a favor das nações pobres? Ou será exclusivamente para garantir a utilização de matérias-primas, como o lítio, para as suas empresas?

É claro que a China tem interesse nas matérias-primas que a América Latina possui. Porém, a esta razão deve-se acrescentar outra: seus estrategistas devem levar em conta que numa hipótese, nada improvável, de um confronto que não seja americano, a China já conta com o apoio de cada vez mais países do Continente como, para usar a expressão do Presidente da Bolívia, “irmãos.”11

Estas intenções foram expressas claramente por Xi: “O ‘Sonho Chinês’ e o ‘Sonho Latino-Americano’ estão intimamente ligados. Ambas as partes devem ser encorajadas a prosseguir estes sonhos e a torná-los realidade em conjunto.”12

Seria oportuno perguntar aos habitantes de Hong Kong ou de Taiwan se acreditam que este “sonho” não seja antes um pesadelo terrível.

 

Cúpula dos Brics realizada na cidade de Kazan entre 22 e 24 de outubro de 2024 

Rota da seda, nova operação de “baldeação ideológica inadvertida”

Na década de 1960, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira denunciou um estratagema do comunismo internacional que consistia em aproximar gradativamente os países não comunistas dos seus postulados. O ilustre pensador católico alertou contra o uso de “palavras talismânicas” como “diálogo”, “terceira via” etc. O que caracterizou estas palavras foi o seu significado impreciso, através do qual se manipulou uma gradual “baldeação” de natureza ideológica para o comunismo.

Se estas foram as manobras psicológicas praticadas pela operação de “baldeação ideológica”, o leitor pode imaginar quão mais eficazes serão se não se limitarem a meras palavras, mas antes oferecerem uma cooperação econômica “graciosa” e suculenta.

Ao exposto devemos acrescentar o fato de que, durante a “Guerra Fria”, os Estados Unidos implementaram muitos programas — nem todos bem orientados — em favor do desenvolvimento latino-americano, com o objetivo de evitar o deslizamento destas nações em direção à Cuba dos irmãos Castro.

Hoje, pelo contrário, a nova Administração Trump anuncia a todos os ventos que o seu objetivo será primeiro “tornar os Estados Unidos grandes novamente”, o que significará, sem dúvida, cortar subsídios e apoio econômico, precisamente às nações que os recebem a mancheias da China.

Não é difícil prever para onde serão direcionadas as simpatias dos países sul-americanos. Cada vez mais, o “quintal” dos Estados Unidos está se tornando o quintal da China.

 


4 — BRICS, uma reformulação das “nações não alinhadas”?

Quem acompanhou os acontecimentos da “guerra fria” recordará a formação do Pacto das “Nações Não Alinhadas”, um grupo de países com governos de esquerda que parecia fazer parte de uma “terceira posição” entre a Rússia Soviética e os Estados Unidos.

Com o desaparecimento da importância geopolítica do bloco russo, e devido a divergências e até guerras entre os seus membros, hoje o acordo dos “Não-alinhados” é quase inexistente e foi substituído pelo pacto de nações de economias emergentes, conhecido como Brics.13

Em teoria, esses países estão organizados para se ajudarem mutuamente em favor do desenvolvimento das suas economias, mas, na realidade, constituem cada vez mais uma frente de nações contra o Ocidente rico, com uma visão clara de luta de classes.

Durante a cúpula dos Brics realizada na cidade de Kazan entre 22 e 24 de outubro de 2024, o governo da Bolívia comemorou a admissão do país como “parceiro” daquele fórum político e econômico. Na mesma ocasião, Cuba foi incluída, apesar de a sua economia ser tudo menos “emergente”...

Por sua vez, o ditador Maduro viajou pessoalmente a Kazan para pedir a Putin que incorporasse a Venezuela na lista de países membros. Sua intenção foi frustrada graças ao veto do Brasil. O mesmo aconteceu com a Nicarágua, que enviou uma delegação à reunião com o mesmo objetivo.14

No caso da Nicarágua, o veto do Brasil se deveu ao fato de aquela nação ter expulsado pouco antes o embaixador brasileiro por este não ter comparecido à celebração de um aniversário da revolução sandinista.

O que precede não impediu a Nicarágua de celebrar pouco depois um importante acordo com a China de Xi, mediante o qual entregou um megaprojeto de infraestruturas àquela nação. O jornal argentino Infobae noticiou que “a ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua selou esta segunda-feira vários acordos com empresas chinesas para desenvolver infraestruturas essenciais no país, consolidando a sua perigosa aliança com um regime autoritário como o de Xi Jinping, relação que tem sido sujeita às críticas internacionais pelo aumento do controle e da opressão em ambas as nações.”15

Por sua vez, a Venezuela orgulha-se do apoio que a sua ditadura encontra nos governos da China, da Rússia e do Irã e não há dúvida de que se não fosse o veto brasileiro à ditadura que causou o maior êxodo da história do Continente, já faria parte desse conglomerado, também conhecido como “clube da ditadura”16

Estas alianças entre países latino-americanos, cada vez mais críticos dos Estados Unidos, estão formando um bloco regional que desafia os valores ocidentais e representa sérias ameaças à ordem mundial e aos restos da civilização cristã nas nossas nações.

 


5 — Argentina e outras nações do Continente dão esperança

Em contraste com esta capitulação de vários países sul-americanos às políticas hegemônicas da China e da Rússia, destaca-se a atitude da Argentina que, cansada de várias décadas perdidas causadas por governos socialistas, decidiu optar por um Presidente de linha totalmente oposta.

É claro que, dado o lugar de destaque que a Argentina ocupa no conjunto das nações latino-americanas, a sua influência no sentido oposto ao que delineamos, assume particular importância. Esta importância é sublinhada pela rapidez com que este governo consegue escapar à espiral inflacionária em que o mergulharam sucessivos governos peronistas de Kirchner.

Os governos do Uruguai e do Paraguai tiveram uma influência positiva semelhante ao longo deste ano de 2024. Por sua vez, a eleição que deu a presidência a Daniel Noboa no Equador e fechou o caminho ao candidato do ex-presidente Rafael Correa, constituiu um passo na direção certa.

Resta saber qual será a mudança de rumo político no Uruguai após a ascensão de um novo presidente da esquerda naquela nação.

 

Curiosa mistura de wokismo e ditaduras

A afirmação do presidente Boric de que “os laços não fazem sentido para mim”, dada numa entrevista à revista Time seis meses após a sua ascensão à Presidência, resume a marca do seu governo:um chefe de Estado distraído, espontâneo, casual.

Tais características remetem à ideologia ‘acordada’, a qual, sem afirmá-lo, Boric e vários outros presidentes do Continente veem com simpatia.

No entanto, essas simpatias continuam a chamar a atenção para uma corrente ideológica que vem das universidades norte-americanas e se caracteriza por um liberalismo extremo, por parte de Chefes de Estado que ao mesmo tempo se identificam com “o clube das ditaduras”.

Esta contradição vê-se, entre vários aspectos, no fato de o wokismo manter como dogma a necessidade de acabar com as empresas extracionistas prejudiciais ao ambiente quando a nação mais predatória do ambiente é a China.17

Por outro lado, fortes reclamações são sentidas pelas Marinhas e corporações de pescadores das costas do continente sul-americano devido à pesca de arrasto totalmente predatória realizada pela China. Apesar disso, as autoridades políticas desses países têm sido tímidas quando se trata de exigir o respeito pela sua soberania marítima.18

Contradição semelhante verifica-se em relação à adesão de vários governos de esquerda latino-americanos à chamada “ideologia de gênero”. Estes governos não hesitam em implementar políticas que favoreçam a transexualidade dos menores, sem limites de idade ou consentimento dos pais.

No entanto, nenhum dos países do Brics incentiva ou permite tais tratamentos chamados “Terapias de Conversão”. Pelo contrário, por diferentes razões, tanto a China, quanto a Rússia e o Irã opõem-se à sua implementação. É o que afirma, entre outras fontes, não suspeitas de serem de direita, a página “gatecenter.org”, uma espécie de centro de pensamento socialista espanhol.19

Estas inconsistências, entre o discurso ultraliberal woke, ao qual aderem os governos de esquerda do Continente e, no sentido oposto, as políticas superestatais de controle interno das suas populações impostas pelas principais nações dos Brics, não deixam de mostrar quão frágil pode ser a aliança entre eles.

Estas circunstâncias levam a supor que, embora tais alianças representem uma ameaça, possuem vários fatores que podem transformá-las num “gigante com pés de barro”.

Sem dúvida, a maior contradição entre os principais países dos Brics e as nações latino-americanas é que, com exceção do Brasil, todas essas nações do Brics são pagãs ou refratárias a qualquer influência católica.

No sentido contrário, basta visitar as nações do nosso continente para perceber o quanto ainda se justifica a expressão de que ainda é “o Continente da Esperança”.

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1. F. Fukuyama, na revista Estudios Públicos: El fin de lahistoria, 1990, 30 de janeiro. https://www.cepchile.cl/cep-40-aniversario/fukuyama-en-la-revista-estudios - publicos-o-fim-da-história/

2. Cfr. João Paulo II, Ecclesia Apostólica na América. O Papa João Paulo II proferiu a Exortação Apostólica Ecclesia na América em 23 de janeiro de 1999, na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, México.

3. Cfr. “A América Latina sente cada vez mais pressão da China” https://www.dw.com/es/am%C3%A9rica-latina-siente-cada-vez-m%C3%A1s-la-presi%C3%B3n-de-china/a-69258814

4. Cfr. “O que nos deixou a APEC 2024: o choque de poderes, a ausência de grandes líderes e os principais acordos econômicos” 16 de novembro, o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) 2024. https://www.infobae.com/peru/2024/11/17/lo-que-nos-dejo-apec-2024-el-choque-de-poderas-grandes-lideres-ausentes-y-los-principales- acordos econômicos/

5. Cfr. “Ministério dos Transportes e Comunicações (Peru). MTC: O megaporto de Chancay iniciou operações que revolucionarão o comércio entre o Peru e a Ásia. Localizado em Huaral, gerará um impacto econômico de cerca de 4.500 milhões de dólares anuais.” https://www.gob.pe/institucion/mtc/noticias/1057890-mtc-entro-en-operaciones-el-megapuerto-de-chancay-que-revolucionara-el-comercio-entre-peru-y-asia.

6. Cfr. “Qualquer produto que passe por Chancay deveria ter uma tarifa de 60%”: o assessor de Donald Trump tem como alvo o porto da China no Peru. https://www.infobae.com/peru/2024/11/18/cualquier-producto-que-pase-por-chancay-deberia-tener-un-arancel-del-60-asesor-de-donald-trump- coloca-na-vista-o-porto-da-china-no-peru/

7. Cfr. “SANTIAGO CARRANCO. A mudança nas relações entre pequenos países andinos (Equador e Peru) com grandes potências (China) após a pandemia da Covid-19, nos permite abordar dois casos de Estados que podem ser entendidos a partir desta conceituação, dada a existência de uma relação de dependência com a China. Bertóla& Ocampo (2013) afirmam que “a maior parte dos países latino-americanos não conseguiu superar um padrão de especialização produtiva baseado na exploração dos recursos naturais”. Portanto, ao se estabelecerem como países latino-americanos com economias exportadoras, tanto o Equador como o Peru encontraram-se subordinados ao capital estrangeiro. Assim, ambos os países sul-americanos são vulneráveis nas suas relações com um dos seus principais parceiros comerciais e financeiros: a China. https://relial.org/wp-content/uploads/2024/02/La-influencia-de-China-en-AL-final.pdf

8. “O recente anúncio de Honduras de romper relações diplomáticas com Taiwan e reconhecer o princípio de ‘uma só China’ é mais uma reviravolta na virada política que (China) está liderando na América Latina para reconhecer o gigante asiático como uma grande potência econômica e comercial que tem cada vez mais influência política na região. Honduras e Taiwan, considerada pela China como uma província rebelde, mantinham uma intensa relação de cooperação militar, educacional e econômica desde 1941. No entanto, o presidente hondurenho, Xiomara Castro, ordenou há dias ao seu chanceler, Eduardo Enrique Reina, para estabelecer relações diplomáticas com a China, o que significou romper com Taiwan. Este é o reconhecimento de uma situação internacional que não pode continuar a ser negada e é o posicionamento da China como uma grande potência”, explica. EFE. Luciano Bolinaga, doutor em Relações Internacionais pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina).

9. Cfr. “O presidente Luis Arce realizou uma reunião ‘agradável e frutífera’ com Xi Jinping na Cúpula do G20 no Brasil. 19 de novembro de 2024. https://vc.presidencia.gob.bo/index.php/prensa/58-julio/943-el-presidente-luis-arce-mantuvo-una-reuni%C3%B3n-%E2%80%9Cgrata-y -fruta%C3%ADfera%E2%80%9D-com-xi-jinping-na-cimeira-do-g20-no-brasil

10. Cfr. “‘O saque do ouro boliviano: as empresas chinesas se escondem atrás de cooperativas de mineração’, é a manchete do jornal boliviano El Deber. O desejo da China por matérias-primas é cada vez mais questionado na Bolívia: Os chineses pegam “tudo e não deixam nada para o povo, mas o Governo não diz nada”, disse ao jornal um homem que não quis revelar sua identidade. https://www.dw.com/es/crece-el-rechazo-al-expansionismo-de-china-en-am%C3%A9rica-latina/a-63968473

11. Cf. Alexandra Sitenko, in Heinrich-Böll-Stiftung “A influência da China na América Latina. Além do econômico, a aproximação da China com a América Latina tem também uma componente política. É essencialmente o reconhecimento da política de “uma China.” Em 2017, havia um total de 18 países que reconheceram a soberania de Taiwan, que Pequim considera uma província separatista. Destes, 12 estavam na América Latina e no Caribe. Desde então, El Salvador, o Panamá e a República Dominicana cortaram os seus laços diplomáticos com Taipé e, em vez disso, aproximaram-se da estratégia geopolítica da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), também conhecida como o “projeto” da Nova Rota da Seda, liderada pelo Presidente Xi Jinping. anunciada no Cazaquistão em 2013, visa consolidar a supremacia global da China. Até à data, vários países da região, incluindo Chile, Equador e Bolívia, assinaram cartas de intenção de participar do projeto.”

12. Cfr. “China fortalece as suas relações com a América Latina, ‘o quintal’ dos Estados Unidos. Presidente Xi Jinping e sua visita ao Peru e ao Brasil esta semana”. Domingo, 17 de novembro de 2024. https://noticiasargentinas.com/internacionales/china-afianza-sus-relaciones-con-america-latina---el-patio-trasero --of-the-united-states_a673957de8055baacf3b0322a?srsltid=AfmBOooGaD8YqKYgRvZp-RE-BbjDEQ_fOetCGp-bpSLt6pD_RWRrGqEx

13. Cfr. Renato Baumann. “Comércio entre os países ‘BRICS’. A sigla BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul),originalmente usada para identificar economias emergentes com grandes dimensões geográficas e demográficas, está se tornando na prática uma categoria de análise. Estes países passaram a ser considerados de forma diferente, passando a ser vistos já não apenas como ‘outros países em desenvolvimento’, mas como candidatos a desempenhar um papel de importância crescente na cena mundial.” https://www.cepal.org/sites/default/files/publication/files/3166/LCbrsR210_es.pdf

14. Cfr. “O Brasil explicou que o impedimento de Caracas de ingressar no BRICS se deve ao fato de o presidente Nicolás Maduro ter abusado da confiança de Lula após as eleições presidenciais ao não cumprir sua promessa de apresentar os registros oficiais dos resultados, como explicou a O Globo, Celso Amorim, assessor presidencial para assuntos internacionais.” https://elpais.com/america/2024-10-25/brasil-dice-que-veto-a-venezuela-en-los-brics- Porque-abuso-de-su-confianza-tras-las-elecciones .html

15. Cfr. “América Latina. O regime chinês expande o seu controle sobre a Nicarágua com novos acordos milionários apoiados pela ditadura de Ortega.” https://www.infobae.com/america/america-latina/2024/11/19/el-regimen-de-china-amplia-su-control-sobre-nicaragua-con-nuevos-atrabajos-millonarios-respaldados-pela-ditadura-de-ortega/

16. Cfr. “O veto de Lula e do Brasil impede que Ortega entre no ‘clube das ditaduras’.Com exceção do Brasil, praticamente todas as ditaduras do mundo estão juntas no chamado grupo BRICS”, afirma o pesquisador.https://confidencial.digital/politica/veto-de-lula-impide-a-daniel-ortega-entrar-al-club-de-las-dictaduras/

17. A este respeito, o jornal espanhol La Vanguardia informa que “a China é o maior emissor de gases do mundo e a segunda maior economia, mas resiste a assumir formalmente que deve contribuir para o financiamento climático.” Cf. https : //www.lavanguardia.com/natural/contaminacion/20241121/10124395/emisiones-china-han-causado-mas-global-warming-ue.html

18. Cfr. “Uma frota de pelo menos 90 navios estrangeiros zomba da segurança marítima do Chile neste momento. Nenhum notificou as autoridades do Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura (Sernapesca) ou da Marinha do Sul sobre suas identidades ou localizações, impedindo a rastreabilidade de seus São navios chineses em busca de lulas? https://panampost.com/gabriela-moreno/2023/12/12/aguas-chilenas-invadidas-por-90-embarcaciones-extranjeras-que-podrian-ser-chinas/

19. Cfr. Alba Teresa González Esteban e Paula Toro Bahamonde. “Objetivos desconectados: Os BRICS e a saúde reprodutiva dos ODS. Este estudo apresenta evidências importantes sobre a grande distância que existe entre o estado atual dos dados e as metas propostas em a Agenda 2030 “11 de abril de 2024 | Análise do Documento de Trabalho do Young Voices”. https://gatecenter.org/objetivos-descargados-los-brics-y-la-salud-reprodutiva-de-los-ods/

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