Luigi Casalini
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 883, Julho/2023
Foi por covardia ou cumplicidade — ou ambos — que o
Cardeal Fernández, com o apoio do Papa Francisco, publicou em 2023 a Declaração
Fiducia Supplicans?
É impossível não fazer essa pergunta depois de ler o
pequeno ensaio de Julio Loredo e José Ureta, Uma brecha na barragem — Fiducia
Supplicans sucumbe à pressão do lobby homossexual.
Os autores não levantam essa questão espinhosa. Eles
se limitam a fornecer um relato documentado do cabo de guerra entre o Vaticano
e o lobby homossexual, uma vez que
este último, na década de 1970, decidiu forçar a Igreja a mudar sua doutrina sobre
a atração pelo mesmo sexo (“objetivamente desordenada”) e as relações
homossexuais (“intrinsecamente desordenadas” e até mesmo “depravadas”). Como
resultado, a Igreja deveria fazer uma “releitura” aggiornatata [atualizada]
da Bíblia à luz de Freud, o grande profeta da sexologia contemporânea.
Em Uma brecha na barragem, Loredo e Ureta argumentam que os
católicos devem permanecer firmes em um inflexível non possumus, porque “deve-se obedecer antes a Deus que aos
homens” (Atos 5,29). De acordo com eles, se essa resistência às
autoridades eclesiásticas levar a uma divisão na Igreja, “não será culpa daqueles que desejam o depósito da fé intacto, mas sim
daqueles que procuram ‘reinterpretá-lo’ com base nos supostos desenvolvimentos da
ciência moderna e na ‘evolução’ antropológica da humanidade”.
No processo diabólico, chega-se a querer justificar a
pedofilia
Covardia? Cumplicidade? Ou ambos? A resposta cabe aos leitores, depois de lerem o livro. O certo é que o novo trabalho de Loredo e Ureta, já traduzido para sete idiomas e destinado à distribuição em todos os cinco continentes, desencadeará uma controvérsia tão acalorada como sua obra anterior O processo sinodal: Uma caixa de Pandora.
A “quinta coluna” teológica que abriu as primeiras
rachaduras não deixou de ser mencionada nesse pequeno volume. Os jesuítas
McNeill, Charles Curran e o oblato André Guindon argumentaram abertamente que
era Deus o responsável direto pela atração homossexual e pelo amor que a
acompanha. Portanto, a Igreja só poderia abençoar a união estável de parceiros
homossexuais, por ser essa um espelho do desvelo de Deus pela humanidade.
Um capuchinho holandês menos conhecido, Herman van de
Spijker, foi mais longe, reconhecendo aos encontros noturnos furtivos em um
parque, o mérito de acalmar as tensões pessoais e contribuir muito para o
amadurecimento dos invertidos.
Mas a ignomínia final vai para o Padre Guindon, que
consegue a prodigiosa façanha de justificar relacionamentos pedófilos, os quais
só seriam traumáticos para a criança por causa da reação histérica dos pais, obcecados
pelo preconceito e pela atitude possessiva!
Uma conivência com a pedofilia retomada mais tarde por
um anúncio no Kerken Leben, o
semanário dos bispos flamengos, com a cumplicidade do Cardeal Daneels, o grande
eleitor do Papa Francisco na máfia de Sankt-Gall, que desviou o olhar para o
outro lado. Não é de surpreender que ele tenha feito o mesmo quando seu bom
amigo Dom Roger Vangheluwe, ex-bispo de Bruges reduzido ao estado laical, foi
acusado de abusar sexualmente de um sobrinho durante treze anos, desde que o
menino tinha apenas cinco anos.
Recusa
do ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade
Cardeal Godfried Danneels
Todos esses escritos nauseabundos são rapidamente passados
em revista, juntamente com as atividades pseudo-pastorais de figuras como o
Padre Robert Nugent e a Irmã Jeannine Gramick, que chegam a dizer que somente os
homossexuais que aderem ao ensino tradicional são obrigados a confessar seus
pecados contra o Sexto Mandamento. Para seu rebanho nos grupos Dignity e New Ways Ministry, que assumiram sua identidade LGBT, é suficiente
confessar suas violações voluntárias do compromisso básico de viver uma vida de
amor altruísta...
Um longo capítulo de Uma brecha na barragem narra a contra ofensiva da Congregação para
a Doutrina da Fé, quando era chefiada pelo Cardeal Joseph Ratzinger, contra
todas essas aberrações doutrinárias que desprezavam os textos muito claros das
Escrituras e o ensino constante do Magistério.
Atenção especial é dada à Carta Homosexualitas Problema “sobre o atendimento pastoral das pessoas
homossexuais”, publicada em 1986, que pedia aos bispos do mundo “que sejam particularmente vigilantes com
relação aos programas que, de fato, tentam exercer pressão sobre a Igreja a fim
de que ela mude a sua doutrina, embora às vezes, verbalmente neguem que seja
assim”. As sucessivas condenações dos autores heterodoxos são analisadas,
bem como a proibição imposta ao Padre Nugent e à Irmã Gramick de continuarem
suas atividades dentro dos grupos dos quais eram capelães, tendo em vista o
fato de terem se recusado a assinar uma declaração confirmando sua adesão
interior ao ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade.
Todos são bem-vindos... desde que cumpram as exigências
de Deus
Loredo e Ureta também se propuseram a dissecar o
binômio “desafio-chantagem” usado pelo lobby
homossexual para forçar a mão dos bispos, seja revelando sua orientação
sexual, seja forçando-os a se distanciarem publicamente das posições da Santa
Sé, sob pena de obrigá-los a “sair do armário” contra a própria vontade.
O caso mais emblemático é o do Cardeal Basil Hume, que
se apressou em escrever uma carta afirmando que a amizade homossexual pode ser “uma forma de amar” e que não devemos
generalizar ao atribuir culpa subjetiva sobre atos genitais homossexuais. O
ativista do movimento Out Rage, Peter
Tatchell, pôde se gabar ao New York Times: “Estamos definindo a agenda”.
Se tudo isso produziu rachaduras no dique católico que
ainda se mantinha firme contra as ondas da revolução homossexual, foi o Papa
Francisco quem abriu uma brecha, desde seu famoso “Quem sou eu para julgar” até
o apelo na JMJ de Lisboa para incluir “todos, todos, todos”, sem
levar em conta sua condição de pecadores públicos.
Apelo que foi objeto das flechas afiadas de Dom Rob
Mutsaerts, o corajoso bispo auxiliar de S'Hertogenbosch (Holanda), em seu
prefácio ao livro. Sem rodeios, ele afirma que, por certo, todos são
bem-vindos... desde que cumpram as exigências de Deus. No inferno, diz ele, a
situação é diferente.
“No
inferno, as coisas são diferentes: todos são incondicionalmente bem-vindos. O
slogan do diabo é: Come as you are [“Venha do jeito que você é”]; não precisa
mudar, pedir perdão, nem erguer uma palha para ajudar a outros em suas
necessidades: ‘todos, todos, todos’ são bem-vindos ao inferno”.
Mas não acho
que nosso bom bispo holandês seja agora tão bem-vindo a Santa Marta como o foram
a Irmã Gramick e o Padre James Martin. É mais provável que ele tenha o mesmo
destino de seu colega Dom Joseph Strickland, o que lhe dará mais tempo para
escrever em seu blog, o que não seria tão ruim...
Exigem uma mudança no Catecismo da Igreja Católica
Padre James Martin
A brecha
aberta pelo Papa Francisco foi rapidamente atravessada pelos bispos alemães e
belgas, que promoveram cerimônias
litúrgicas para abençoar as uniões homossexuais, e ainda pelo Cardeal Schönborn,
o qual deseja conceder a todos os casais “irregulares”, incluindo os de
parceiros do mesmo sexo, nada mais nada menos que o status teológico concedido pelo
Concílio Vaticano II aos “irmãos separados”.
De acordo com o Arcebispo de Viena, que aproveitou a
festa da Assunção para abençoar seu amigo Gery Kezlere e o parceiro homossexual
deste no final da refeição, as uniões civis incluem aspectos positivos de
compromisso mútuo, mais sólidos do que os de uma simples coabitação, o que as
aproxima do casamento sacramental.
O teólogo suíço Daniel Bogner vai ainda mais longe. Ele
acredita que é necessário repensar o sacramento do matrimônio e libertá-lo de
sua “embalagem de perfeição” e de “uma lógica escalonada que distingue entre
um sacramento de ‘forma plena’ e uma oferta barata de bênção para formas
‘inferiores’ de amor”.
Se a espúria “bênção pastoral” do Cardeal Tucho Fernández causou tanto alvoroço na África e em
outros lugares, não é difícil imaginar a convulsão que sofrerá a Igreja Católica se aprovar, como muitas denominações
protestantes já o fizeram, um pseudo-casamento homossexual. Ou uma mudança no Catecismo da Igreja Católica para dizer que a orientação homossexual
não é desordenada, mas “ordenada de forma diferente”, como deseja o Padre
Martin.
De fato, a doutrina que rejeita a homossexualidade faz
parte do magistério ordinário universal da Igreja e, como tal, é irreformável. Em
consequência, é absolutamente inaceitável a ideia de que as relações
homossexuais podem ter algo que valha a
pena santificar com um sacramento ou bênção, como os Cardeais Hollerich,
Schönborn, Fernández & Co. com o apoio secreto de Francisco procuram impor.
O Vaticano continuará a se submeter ao lobby LGBT?
Alguns acharão que esta obra não é suficientemente
profunda, porque simplesmente relata as ofensivas do lobby LGBT e seus cúmplices nos círculos católicos e as respectivas
respostas — primeiro mais fortes e depois mais fracas ou mesmo cúmplices, do
Vaticano e de vários episcopados —, sem fornecer uma análise detalhada de cada
argumento ou incidente. Outros acharão, ao contrário, que o livro não foi
escrito com uma caneta ágil, como se fosse um romance, devido à preocupação
óbvia dos autores de permanecerem objetivos e bem documentados.
De qualquer forma, para os leitores mais velhos, como
eu, a leitura do livro os fará lembrar de certos episódios que os enfureceram
na época, mas que depois desapareceram de sua memória, como a declaração
escandalosa de Mario Mieli, fundador do Fronte
Unitario Omosessuale Rivoluzionario Italiano, sobre a contribuição feita à emancipação
humana por perversões sexuais como sadismo, masoquismo, pederastia,
gerontofilia e zoofilia.
Os leitores mais jovens, que não vivenciaram o tumulto
da era pós-68, encontrarão uma perspectiva histórica que os ajudará a entender
até que ponto a Fiducia Supplicans representa uma capitulação incomum do Vaticano
diante da pressão do movimento homossexual dentro e fora da Igreja.
* * *
Como o lobby homossexual conseguiu
que a Associação Americana de Psiquiatria tomasse uma decisão política
Na entrevista que deu ao Journal of Gay & Lesbian Mental Health, na edição de fevereiro de 2003[1], o Dr. Robert L. Spitzer [foto], principal agente da retirada da homossexualidade do Manual Diagnóstico e Estatístico das Desordens Mentais (DSM-III), da Associação Americana de Psiquiatria (AAP), ofereceu detalhes muito elucidativos sobre o caráter não científico, mas político, da decisão, bem como do papel que o lobby homossexual nela desempenhou.
Tudo começou num simpósio sobre o tratamento da homossexualidade
promovido pela Association for the Advancement of Behavior Therapy, cuja
sessão inaugural foi interrompida, dez minutos após começar, pelo protesto de
um grupo de ativistas homossexuais que acusavam os organizadores de os
classificarem como “casos patológicos”.
O Dr. Spitzer foi falar com um deles, chamado Ron Gold, e no curso da conversa
explicou que era membro da Força Tarefa sobre Nomenclatura e Estatísticas da
AAP, responsável pela edição do Manual de
Diagnóstico. Gold pediu para que os ativistas fossem ouvidos por essa
comissão.
Em sua apresentação, os ativistas reclamaram que as discriminações e
ataques de que eram vítimas provinham do fato de a homossexualidade estar
incluída no Manual. “Não tenho certeza se eles disseram isso explicitamente”,
relata o Dr. Spitzer, “mas estava implícita a ideia de que a única maneira pela qual os homossexuais
poderiam superar a discriminação dos direitos civis seria que a psiquiatria
reconhecesse que a homossexualidade não era uma doença mental”.[2]
Após a reunião, o Dr. Spitzer propôs que a AAP organizasse um simpósio
sobre o assunto, o qual se realizou durante a reunião anual de 1973, no Havaí.
Em vista desse simpósio, ele teve muitos contatos com Ron Gold e seus colegas.
Movido por um sentimento de compaixão, começou então a pensar em uma fórmula que
desse um fundamento científico ao seu desejo de ajudá-los. Porém, ele próprio
reconhece que a fórmula que propôs deveu-se mais a considerações subjetivas e
políticas do que propriamente clínicas:
“Quanto disso resultou da verdadeira lógica
científica? Eu gostaria de pensar que em parte foi assim. Mas, com certeza, em
grande parte deveu-se apenas à sensação de que estavam certos! Que, se
quisessem ter sucesso em superar a discriminação, isso claramente precisava
mudar.”[3]
Para contornar o entrechoque entre a visão tradicional de que a
homossexualidade era uma doença que deveria ser tratada e o argumento de que
era apenas uma variação normal, ele pôs como pressuposto que a psiquiatria
nunca definiu o conceito de desordem mental. Intuitivamente, poder-se-ia dizer
que o que todas essas patologias têm em comum é que os que delas padecem não
são habitualmente muito felizes. Ora, a aceitar o que dizem os ativistas, ou
seja, que há homossexuais que não se sentem angustiados por serem homossexuais,
então poder-se-ia alegar: “Aqui
está uma definição de transtorno mental que faz algum sentido; e, nesta base, a
homossexualidade não deveria estar no DSM-II.”[4]
Na entrevista, o Dr. Spitzer reconheceu que “em parte isso foi político”,
pois sabia que “não havia como fazer os membros ou a AAP aceitarem a
remoção total da categoria
[homossexual]” do manual, mas que muitos aceitariam sua substituição
pelo novo conceito de “distúrbio
de orientação sexual”, aplicável
unicamente a “um homossexual insatisfeito” e que precisa de
tratamento.[5]
Foi assim que o pequeno grupo da Comissão de Nomenclatura, e depois,
sucessivamente, o Conselho de Investigação e Desenvolvimento, a Assembleia de
Secções Distritais, o Comité de Referência e, finalmente, o Conselho de
Curadores da Associação Americana de Psiquiatria aprovaram a exclusão da
homossexualidade do Manual de Transtornos Mentais.
Deus cria homossexuais?
Todos os autores citados neste capítulo partem do pressuposto ou aceitam implicitamente a ideia de que Deus dá a uma minoria de pessoas a sua orientação homossexual, a qual não seria, neles, “intrinsecamente desordenada”, como ensina o Catecismo da Igreja Católica (par. 2357).
Esse argumento é falso na medida em que pressupõe, pelo menos no caso da
homossexualidade, que não há distinção entre Deus — Causa Primeira de todas as
coisas — e as causas segundas que agem no universo criado. Ora, essa formulação
falseia o conceito católico de Providência, segundo o qual Deus não é o Autor
direto de todo o mal físico e moral que há no mundo, mas apenas o permite por
razões, para nós misteriosas, de sua divina sabedoria. Portanto, as relações de
Deus com os males que afetam a humanidade não são de maneira alguma positivas,
mas somente negativas. Isso é verdade tanto em relação às ações livres das criaturas quanto às não livres:
“Até o mal, o pecado, recai verdadeira e propriamente sob a Providência
de Deus. Pois ele não ocorreria sem sua permissão e assistência física. [...]
“O mesmo se deve dizer da Providência divina com relação às ações não livres das
criaturas. Aqui também, embora determine e dirija todas elas rumo a uma unidade
final harmoniosa, Deus permite que as causas segundas subsistam em suas imperfeições
essenciais e acidentais; Ele não impede tais causas de ficarem paralisadas e,
em muitos casos, de não alcançarem seu efeito ideal. E isso acontece não apenas
no mundo vegetal e animal, mas também no mundo humano e, neste último, não
apenas no âmbito corpóreo, mas também no psíquico. [...] Também aqui podemos
adivinhar as razões. Assim como Deus não deseja interferir na liberdade,
Ele não deseja privar as causas segundas de sua ação própria, mas, ao
contrário, elevá-las à dignidade de cooperadoras (SummaTheologica, I, 22, 3).As deficiências que daí podem
resultar no ser humano não são de tal natureza que impeçam o homem de alcançar
seu fim último.”[6]
Ora, até Marshall Kirk and Hunter Madsen, em seu “manifesto homossexual”
de 1989, intitulado After the Ball,
reconhecem a interferência de causas segundas no desenvolvimento da atração por
pessoas do mesmo sexo: “Sustentamos que, para todos os efeitos, os homossexuais
devem ser considerados como tendo ‘nascido homossexuais’, embora a orientação sexual, para a maioria
dos seres humanos, pareça ser o produto de uma interação complexa entre
predisposições inatas e fatores ambientais durante a infância e o início da
adolescência.”.[7]
“Os ativistas
dos direitos dos homossexuais pressionaram fortemente para que a sociedade lhes
reconhecesse o casamento civil. Estes mesmos ativistas também procuraram obter
da igreja a bênção das uniões entre pessoas do mesmo sexo para afirmar a
legitimidade de sua atividade sexual e como um eventual passo para obter o
reconhecimento de suas relações como sendo conjugais.”
+ Dom Joseph Naumann,
arcebispo de Kansas City
“Abençoar uma realidade contrária à criação não é apenas impossível, é
uma blasfêmia.”
+
Cardeal Gerhard Müller,
prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé
“Não se pode abençoar uniões que a própria
Igreja diz não estarem conformes ao plano de Deus”
+
Cardeal Daniel Sturla,
arcebispo de Montevidéu
“Não estamos fazendo oposição ao Papa
Francisco mas nos opondo de maneira firme e radical a uma heresia que está
minando seriamente a Igreja, o Corpo de Cristo, por ser contrária à fé e à
tradição católica”
+
Cardeal Robert Sarah,
prefeito emérito da Congregação para o Culto divino,
dirigindo-se aos bispos da África
[1]Cfr. Jack Drescher, “An Interview with Robert L. Spitzer, MD”, Journal of Gay & Lesbian Psychotherapy 7, n. 3 (Fevereiro de 2003), https://www.researchgate.net/profile/Jack- Drescher/publication/244889348_An_interview_with_Robert_L_Spitzer_MD/links/5413bc2f0cf2bb7347db270f/An-interview-with-Robert-L-Spitzer-MD.pdf
[2] Idem, p. 101.
[3]Ibid., pp. 101–102.
[4]Ibid., p. 102.
[5]Ibid., p. 103.
[6]Bernhardt Bartmann, Précis de théologie dogmatique (Mulhouse: Ed. Salvator, 1941), 1941, p.287.
[7] Marshall Kirk and Hunter Madsen, Ater the Ball: How America Will Conquer Its Fear & Hatred of Gays in the ‘90s (New York: Doubleday, 1989), p. 184, https://albertmohler.com/2004/06/03/after-the-ball-why-the-homosexual-movement-has-won/
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