13 de março de 2016

MENSAGEM AOS EVENTUAIS SUCESSORES DO GOVERNO PT

Manifesto do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira 

Caso venha a ocorrer o impeachment, o governo que suceder o PT, ou respeita os pontos abaixo descritos, decorrentes da ordem natural das coisas, ou aprofundará inexoravelmente o fosso entre governo e população, levando a novas crises, quiçá à ingovernabilidade.


O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, unindo sua voz aos milhões de brasileiros que ora protestam contra a demolição do País, levada a cabo por 13 anos de governo do PT, deseja exprimir seu anseio de que, de uma vez por todas, essa demolição tenha fim. 

Um dos caminhos legais para cessar tal demolição é o impeachment, cujo processo iniciou-se em 2 de dezembro último. Caso esse processo chegue vitoriosamente a seu termo, a mudança de situação colocará os sucessores do atual governo diante de uma conjuntura que vai muito além do impasse meramente político. 

Trata-se da própria convivência harmônica e proficiente entre o Estado e a Nação, entre o Governo e o País. Convivência essa que não existe quando o Estado é aparelhado por um partido. 

Trata-se da identidade do Brasil, com vistas a sua grandiosa missão, que lhe está reservada nos desígnios da Divina Providência. 

Diante disso, constatamos que o divórcio entre o Estado e a Nação vem ocorrendo paulatinamente, à medida que o governo, nos últimos anos, contrariamente aos anseios da opinião nacional, veio levando o Brasil rumo a um mal disfarçado socialismo. Tal fratura entre Brasil oficial e Brasil real emite uma eloquente mensagem aos eventuais sucessores do atual governo: o Brasil ordeiro e pacato quer continuar fiel aos princípios que o nortearam desde seu nascimento, às margens do Ipiranga, como nação independente. Dentre esses princípios, hoje postos em xeque, convém ressaltar:
  • O instituto da família como união entre um homem e uma mulher, a celula-mater da sociedade, que tem direito à proteção do Estado e à não-interferência deste naquilo que cabe aos pais decidir; 
  • O sagrado direito de propriedade particular, amparado pelo 7º e 10º Mandamentos da Lei de Deus, sem os quais o indivíduo passa a ser mero agente do Estado; 
  • O respeito às instituições, ao estado de direito e à soberania nacional, em contraposição à insegurança jurídica causada pelos desmandos de cunho socialista, pelas agitações sociais e invasões de propriedades, incluindo as que se efetuam utilizando como massa de manobra indígenas ou pretensos silvícolas; 
  • O incentivo à livre iniciativa;
  • O devido respeito ao papel desempenhado pela Polícia e pelas Forças Armadas, sempre dentro de suas próprias atribuições; 
  • O distanciamento em relação a governos de tendência marxista que oprimem suas populações, marcadamente o cubano; 
  • O convívio fraterno e harmonioso entre as classes sociais, evitando promover igualitarismos demagógicos e antinaturais que a todos prejudicam, especialmente aos mais pobres;
  • O direito à vida, desde a fecundação até a morte natural;
  • A rejeição à absurda Ideologia de Gênero. 

Voluntários do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira na Manifestação do dia 13 de dezembro de 2015

Caso venha a ocorrer o impeachment, o governo que suceder o PT, ou respeita os pontos acima descritos, decorrentes da ordem natural das coisas, ou aprofundará inexoravelmente o fosso entre governo e população, levando a novas crises, quiçá à ingovernabilidade. 

É o que já em 1987 previra Plinio Corrêa de Oliveira, ao descrever, com lucidez a bem dizer profética, as calamidades que decorreriam do processo de esquerdização do País:

"É de encontro a todas essas incertezas e riscos que estará exposto a naufragar o Estado brasileiro, desde que a Nação se constitua mansamente, jeitosamente, irremediavelmente à margem de um edifício legal no qual o povo não reconheça qualquer identidade consigo mesmo. 

Que será então do Estado? Como um barco fendido, ele se deixará penetrar pelas águas e se fragmentará em destroços. O que possa acontecer com estes é imprevisível”. (Projeto de Constituição Angustia o País, Editora Vera Cruz, São Paulo, 1987) 

Já anteriormente, em 12 de setembro de 1968, em célebre conferência pronunciada em São Paulo, no auditório superlotado da Casa de Portugal, o mesmo intelectual e homem de ação brasileiro afirmava:

“Nosso País é um País cordato, um País que ama a mansidão, um País cuja história tem fugido às lutas. Mas se algum dia alguém de nós se aproximar e disser: És ainda o Brasil cristão? Não aceitas a pressão que se deseja fazer contra ti? Eu tenho a certeza que essa nação responderá com uma força que ainda ninguém lhe conhece, mas que está nascendo nas tormentas do momento atual, responderá como Nosso Senhor: Ego sum. E os povos todos da Terra e todos os agitadores serão obrigados a se prostrar. E os agitadores cairão por terra porque conhecerão isso que existe entre outras coisas de autenticamente novo no Brasil novo: é a decisão de progredir fiel a si mesmo e fiel à tradição cristã; fiel à família, fiel à propriedade e de lutar com uma força que impressionará o mundo contra quem quer que imagine que sua mansidão é moleza e que contra ele pressões possam trazer resultado”. 

Aproveitamos o ensejo para declarar que, como católicos, apostólicos e romanos, os membros e colaboradores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira têm a consciência tranquila e ufana ao tomar esta posição. Pois que não é ela outra coisa senão o respeito, em termos de vida civil, aos princípios da doutrina social da Igreja, conforme sempre a ensinou o Magistério Pontifício, independente do que agora possam dizer em sentido contrário membros ditos “engajados” ou “atualizados”, do clero ou do laicato, altamente qualificados ou não, de modo individual ou incorporado.

Peçamos à Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que ampare com Sua maternal proteção nossa Pátria, na difícil encruzilhada em que se encontra.

10 de março de 2016

Governo colombiano prestes a um espúrio “acordo de paz” com “narco-terroristas” das FARC


Postado abaixo o vídeo da conferência (no último dia 3 de março) de Eugenio Trujillo Villegas, diretor da Sociedad Colombiana Tradición y Acción a respeito da aflitiva situação que atravessa sua Pátria.

Na mesma gravação, as palavras do Coronel Luís Alfonso Plazas Vega — herói da reconquista do Palácio de Justiça da Colômbia invadido por guerrilheiros comunistas do movimento M-19 — dando explicação e lamentando sua ausência na concorrida conferência na capital paulista. 

O vídeo reproduz também um breve documentário a respeito de tal reconquista. 

Concernente ao pseudo “Acordo de Paz” com as “Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia” (FARC), que o atual governo colombiano esta estabelecendo  apesar da oposição da opinião pública do país —, aconselho leitura do manifesto publicado no seguinte link:
O terrorismo se transforma: do fundo das selvas ao coração do Poder

ou click aqui.

6 de março de 2016

COLÔMBIA — “ACORDO DE PAZ” COM O NARCOTERRORISMO?


Paulo Roberto Campos

Como anunciamos, estava marcada para o dia 3 do corrente mês uma conferência em São Paulo do Coronel Luís Alfonso Plazas Vega, mas infelizmente ele não pôde comparecer.

Herói da resistência da Colômbia ao comunismo e ao narcoterrorismo, o valoroso militar faria uma exposição sobre a retomada do Palácio de Justiça da Colômbia, invadido em 1985 pelo movimento guerrilheiro M-19 com o objetivo de dar um golpe e implantar o regime comunista naquele país. Tais guerrilheiros executaram magistrados, funcionários e pessoas do público que se encontravam no Palácio de Justiça. 


Em meio àquela tragédia, o Cel. Plazas Vega recebeu autorização de seus superiores para reconquistar o Palácio [foto]. Ao perceberem a eficaz reação liderada por ele e que perderiam no confronto, os guerrilheiros atearam fogo no edifício, deixando um saldo de 94 mortos. Em síntese, a operação militar foi um sucesso, conseguindo retomar o Palácio de Justiça e salvar a vida de 260 reféns. 

Apesar desse êxito, com base em falsos testemunhos, a esquerda colombiana acusou o Cel. Plazas de ser o responsável pelo desaparecimento de alguns terroristas, obtendo sua condenação a 30 anos de prisão. Mas recentemente, depois de ter passado 8 anos e meio preso, ele foi inocentado pela Suprema Corte da Colômbia. 

Estando livre, o coronel viria ao Brasil para fazer a esperada conferência organizada pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Entretanto, algumas figuras da esquerda colombiana estão utilizando todos os artifícios possíveis para reverter a sentença da Suprema Corte e mandar o heroico militar de volta à prisão, acusando-o de ter cometido excessos na corajosa operação contra o movimento M-19. 

Devido a esse novo processo contra o Cel. Plazas, não pôde ele vir para a sua conferência. Roguemos a Deus para que a justiça em relação a ele seja feita de modo definitivo, a fim de que, inteiramente livre, possa exercer suas atividades em defesa de sua Pátria e nos visitar. 


O conferencista foi substituído em sua fala pelo Sr. Eugenio Trujillo Villegas [foto], diretor da Sociedad Colombiana Tradición y Acción e grande conhecedor da grave situação pela qual passa o país vizinho. Essa entidade lançou recentemente um corajoso manifesto à nação sobre o pseudo “Acordo de Paz” que o atual governo colombiano esta estabelecendo (em Cuba...) com os guerrilheiros marxistas das FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]. 


O manifesto intitula-se “O terrorismo se transforma: do fundo das selvas ao coração do Poder”. Antes de iniciar a sua brilhante exposição, o Sr. Eugenio Trujillo passou um vídeo gravado pelo Cel. Plazas [foto], no qual ele lamenta ausência e explica sua atual situação. Tanto a conferência como o vídeo estarão proximamente on-line no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Para isso convido nossos leitores a acessar o site http://ipco.org.br/ipco/ dentro dois ou três dias. Enquanto isso, vejam algumas imagens da excelente conferência do dia 3 último.[click na 1ª foto para percorrer a "galeria" de imagens].
Na mesa, da esq. para a dir.: Sr. Hélio Dias Viana, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Dr. Eduardo de Barros Brotero, a cadeira que utilizaria o Cel. Plazas ficou vazia em sua homenagem, o conferencista Sr. Eugenio Trujillo e o Sr. Luis Guillermo Arroyave.



Algumas cenas do vídeo, transmitido durante o evento no Club Homs, sobre a retomada do Palácio de Justiça da Colômbia. Na foto acima, o Cel. Plazas durante a operação militar.


Abriu a sessão o Dr. Eduardo de Barros Brotero
O jornalista Nelson Ramos Barretto foi o moderador do fórum





Coube ao Príncipe Imperial do Brasil, as palavras de encerramento do evento




Após a conferência, num dos salões do Club Homs transcorreu-se um cocktail e animada conversa
















5 de março de 2016

A traição histórica dos “católicos”

Roberto de Mattei (*)

A aprovação na Itália do pseudo-casamento homossexual, ocorrida no Senado no dia 25-2-16 com 173 SIM, 71 NÃO e 76 ausências, é a mais recente etapa de um processo de dissolução da sociedade italiana que se iniciou com a introdução do divórcio (1970), passou pela legalização do aborto (1978) e terá seu próximo e iminente passo na legalização da eutanásia.

Pode-se compreender bem, nesta perspectiva, a exultação da imprensa laicista. “Na longa e tortuosa história da libertação sexual da Itália — escreve Francesco Merlo no jornal La Repubblica (26-2-16) — esta lei tem a mesma relevância histórica que as leis do divórcio e do aborto”. O que estes três eventos têm em comum é a traição consumada pelos dirigentes católicos dos respectivos governos. O divórcio veio sob um governo de centro-esquerda liderado pelo democrata-cristão Emilio Colombo. O aborto foi aprovado por um governo democrata-cristão presidido por Giulio Andreotti. 


A Democracia Cristã desabou, mas os principais responsáveis pela nova lei, o presidente do Conselho Matteo Renzi [foto abaixo, à dir.] e o ministro do Interior Angelino Alfano [foto abaixo, à esq.], se definem, nas pegadas de Colombo e Andreotti, como católicos praticantes. Se o ministro Alfano tivesse ameaçado renunciar teria tornado impossível, ou pelo menos teria adiado a aprovação da lei; mas o político siciliano preferiu comportar-se como Andreotti, que no dia 21 de janeiro de 1977 anotou no seu diário: “Sessão na Câmara para votar o aborto. Passa com 310 votos a favor e 296 contra. Pus-me o problema [de consciência] de subscrever esta lei (também o tem [o presidente] Leone para ratificá-la), porém se eu me recusasse, não só abriríamos uma crise após ter apenas começado a tapar os vazamentos, mas, além de ter que aturar a lei do aborto, a DC perderia também a presidência e seria muito mais grave” (Diários 1976-1979. Os anos da solidariedade, Rizzoli, Milão 1981, p. 73). A perda da presidência do governo era considerada mais grave que o homicídio legal de milhões de inocentes. 


O que prevê o atual projeto sobre as uniões civis que leva o nome da senadora Monica Cirinnà? Como explicou o jurista Alberto Gambino no Libero de 26 de janeiro, trata-se de um instituto paramatrimonial no qual são previstos os mesmos direitos e deveres do casamento: assistência moral e material, coabitação, direitos patrimoniais, prerrogativas em matéria de trabalho, previdência, impostos, atribuição de moradia, até mesmo a mudança de nome e a comunhão de bens. 

O único direito matrimonial que não é reconhecido é o de adoção, mas a Sra. Cirinnà anunciou que “um projeto de lei sobre as adoções de casais homossexuais está quase pronto. Será iniciado na Câmara, onde os números são seguros, de modo que chegará ao Senado blindado” (Il Fatto Quotidiano, 26 de fevereiro). Como se isso não fosse suficiente, existem ainda as instâncias da Europa Unida. A Corte Europeia de Direitos Humanos estabeleceu que basta inserir na legislação de um país um regime jurídico substancialmente igual à instituição do casamento, ainda que se o chame de “união civil”, para tornar-se obrigatória a introdução da adoção de crianças e assim evitar a discriminação. 

O projeto de lei Cirinnà, tornado projeto Renzi-Alfano, apesar de não conter as adoções homossexuais, é em si injusto e inaceitável, não só porque introduz um pseudo-casamento, mas por atribuir direitos aos homossexuais não enquanto pessoas, mas enquanto homossexuais. Segundo a doutrina católica e, antes mesmo, segundo a lei natural, o homossexualismo ou sodomia é um vício do homem que subverte os princípios da ordem moral. Mas o ministro Angelino Alfano declarou no programa Agorà na RAI3: “Eu nunca ameacei o governo [de retirar-me] pela questão da adoção de crianças pelas famílias homossexuais, farei de tudo para chegar a um acordo. [...] No projeto de lei Cirinnà, voto ‘sim’ se eles tirarem as adoções. Sou a favor de direitos para todos os casais, inclusive os casais homossexuais. Estou absolutamente aberto” (La Repubblica, 5-2-16). 

Tem razão Merlo ao escrever que “de qualquer perspectiva que se olhe, esta lei é uma nova Porta Pia” [NdT: local pelo qual as tropas de Garibaldi penetraram em Roma], pois “desvaticaniza [ou seja, descristianiza] a Itália” (La Repubblica, 26-2-16). Mas como podemos ignorar a responsabilidade da hierarquia eclesiástica nesta descristianização da Itália? O vaticanista Giuseppe Rusconi observa que “a amargura e a raiva” dos fiéis, muito mais do que contra os políticos católicos, “se dirigem contra outro alvo: o secretário-geral da Conferência Episcopal Italiana, Dom Nunzio Galantino” (Rossoporpora, 26-2-16), alto expoente da “Igreja em saída” [desejada pelo Papa Francisco], que “ao confronto aberto e até mesmo duro  especialmente nas questões da família e da vida — prefere um diálogo exagerado e incerto com o poder político, o qual se desenvolve nos bastidores e em reuniões amistosas de conversa”

Devemos acrescentar que nenhuma palavra veio de quem exerce o cargo de Bispo de Roma e Primaz da Itália. A este respeito, o projeto de lei aprovado no Senado é uma derrota pesada para todos os católicos, incluindo aqueles que vêm chamando de “vitória” o Family Day e a supressão da adoção de crianças por casais homossexuais sob a forma de stepchild adoption, ou seja de adoção de enteado. Foi propriamente esta “vitória” que tornou possível o acordo Renzi-Alfano, resultando numa derrota colossal para o mundo católico. Uma manifestação pública é sempre uma forte mensagem que se remete a alguém e a importância do Family Day se encontra no fato de que ele tenha existido. 


O povo que participou da gigantesca manifestação do Family Day [foto] é um povo que perdeu uma batalha, mas que deseja prosseguir a guerra. E que já está se mobilizando para um referendo a fim de revogar integralmente a lei que vai introduzir as uniões homossexuais na Itália.

O mundo católico na Itália sempre foi relutante a grandes manifestações públicas, porque sempre tentou evitar o conflito aberto com o adversário, com a ilusão de vencer por meio de compromissos. Mas a renúncia à luta é o pressuposto da derrota. Devemos, portanto, nos alegrar com a demonstração do dia 30 de janeiro, porque ela expressou o espírito militante de um povo vindo de toda a Itália, reunido com esforço e sacrifício para fazer ouvir a sua voz. Mas não devemos confundir a base do Family Day com os líderes do mundo católico. 

Tampouco confundamos as intenções e os planos dos organizadores da manifestação com a forte mensagem que veio das ruas. O povo do Family Day é um povo que perdeu uma batalha, mas que deseja prosseguir a guerra. E que já está se mobilizando para um referendo a fim de revogar integralmente a lei que vai introduzir as uniões homossexuais na Itália. O próximo compromisso é em Roma, no dia 8 de maio, para a Marcha pela Vida.

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(*) Fonte: “Corrispondenza Romana”, 2-3-2016. Matéria traduzida do original italiano por Paulo Henrique Chaves.