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27 de março de 2017

“Nossa bandeira verde e amarela, sem foice e martelo”


Paulo Roberto Campos

Dezenas de milhares de manifestantes participaram no domingo (26-3-17) na Avenida Paulista de protestos pacíficos contra a corrupção nos meios políticos e em apoio ao juiz Sérgio Moro e à operação Lava-jato.


Nem os organizadores nem a Polícia Militar de São Paulo divulgaram o número de participantes. Embora com cifras menores, manifestações análogas ocorreram em várias outras cidades. 

A explicação para a afluência menor de público em relação às gigantescas manifestações anteriores foi que, desta vez, os alvos eram mais difusos e pulverizados, além do surgimento de alguns temas novos que o grande público ignora. Nas anteriores, os objetivos foram bem definidos e diretamente contra a roubalheira promovida durante o governo PT para a perpetuação de sua sigla no Poder, pelo impeachment de Dilma Rousseff e para impedir a “cubanização” ou “venezualização” do Brasil. 

Assim, no recente protesto, houve manifestações pulverizadas a respeito de uma série de questões: contra a corrupção generalizada; em defesa da operação Lava-jato; pela abolição do “Estatuto do Desarmamento”; pela rejeição às leis que permitem o aborto; pelo fim do “foro privilegiado” e da impunidade ao “caixa 2”; contra a “Lei de imigração”; pelo retorno da Monarquia; pelo NÃO à anistia aos políticos corruptos; pelo NÃO à proposta de “lista fechada” de partidos nas eleições etc. 


Entretanto equivoca-se quem diagnosticar que esses fatores e o comparecimento inferior indicam um arrefecimento da reação da opinião pública em face da situação atual do País. O descontentamento é enorme, mas o que levou os brasileiros a saírem em número menor às ruas para protestar nesse último domingo foi a ausência no panorama nacional de lideranças autenticamente conservadoras capazes de fazerem frente à esquerdização do País. 


Nota-se que a população começa a perceber que a causa da crise que atravessamos não é apenas de caráter político e econômico, mas de caráter moral. Em qualquer caso, nota-se também que continua firme na maior parte do  público a resolução, muito difundida nas manifestações, de defender “Nossa bandeira verde e amarela, sem foice e martelo”. Cores que a maioria dos participantes usava como símbolo de uma reação antipetista. 

Com propostas mais definidas, jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira participaram da manifestação na Avenida Paulista, quando distribuíram ao público o comunicado abaixo. 

QUERO MEU BRASIL DE VOLTA! 

Dez reivindicações por uma Nação autêntica, cristã e forte

Em 2016, os brasileiros saíram às ruas bradando “nossa bandeira é verde e amarela” e “nossa bandeira jamais será vermelha”. E assim afastaram do Poder uma corrente política que visava, ora de modo claro, ora velado, nos impor o socialismo bolivariano.

Em 2017, voltamos às ruas bradando “quero meu Brasil de volta!”, não só para que os entulhos bolivarianos sejam removidos, mas sobretudo para que se assegurem à Nação direitos naturais, resultantes da própria boa ordem posta por Deus na Criação.

Direitos esses que não são uma concessão do Estado, sobre os quais ele pode legislar a seu bel-prazer, mas antes lhe incumbe respeitá-los e defendê-los.

A atuação do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira não tem qualquer intuito político-partidário. Não propomos como solução nem pessoas, nem partidos, nem panaceias políticas.

Interpretando os sentimentos mais profundos dos brasileiros, reivindicamos:
1. Respeito à vida desde a concepção até a morte natural, e não à descriminalização do aborto.  
2. Respeito à família como foi constituída por Deus, isto é, pelo casamento de um homem e uma mulher, como está estabelecido em nossa Constituição. 
3. Respeito ao mais inalienável direito dos pais, que é a educação dos próprios filhos, e a rejeição da “Ideologia de Gênero”.  
4. Respeito à livre iniciativa, pois tendo sido o homem criado à imagem e semelhança de Deus, é livre e inteligente. A não observância desse direito inibe a capacidade criativa de um povo.  
5. Respeito ao direito à propriedade privada, garantia da liberdade, e fim das invasões rurais ou urbanas.  
6. Respeito ao direito natural de legítima defesa e abolição das restrições à posse e ao porte legal de armas, como foi manifestado por 64% dos brasileiros quando do referendo que visava nos impor o desarmamento. 
7. Levar adiante — prudente e implacavelmente — o combate à corrupção que vem saqueando a Nação nos últimos tempos.
8. Redução do tamanho do Estado às reais necessidades da Nação e consequente redução do insuportável fardo tributário que pesa sobre os brasileiros. 
9. Radical simplificação da atual legislação trabalhista, fonte de tanta desarmonia entre patrões e empregados.  
10. Valorização das Forças Armadas e Policiais militares e civis como guardiãs da Nação. No seu prestígio e na sua eficiência repousam a paz social e a segurança interna e externa de nossa Pátria. 

Que Deus inspire as nossas autoridades executivas, legislativas e judiciárias a respeitar as autênticas aspirações oriundas de nossa formação profundamente cristã, para que o Brasil retome as vias de um progresso autêntico e venha a ser aquela Nação com a qual todos nós sonhamos...

E assim, com as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida, o Brasil volte a brilhar no concerto das Nações. “Procurai o Reino de Deus e sua justiça e o resto virá por acréscimo”, assegurou-nos o Divino Redentor.

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Para percorrer a galeria de fotos da manifestação na Paulista, click na primeira imagem.

O Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, prestigiou o evento participando da distribuição do comunicado acima referido

























12 de setembro de 2016

NESTE MOMENTO TRISTE?

Neste momento o Brasil não tem razão para estar triste, mas para pular de alegria. Antes, estava angustiado pelas algemas de 13 anos de retrocesso



Péricles Capanema 

Na manhã de 3 de setembro, diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nos jardins do Vaticano, o Papa Francisco feriu, dói dizê-lo, a maioria dos católicos brasileiros. Estavam presentes o cardeal-arcebispo de Aparecida, alguns bispos, o embaixador brasileiro junto à Santa Sé, no total umas 300 pessoas. Palavras do Pontífice: “Estou contente com a imagem de Nossa Senhora aqui nos jardins. Em 2013 prometi voltar a Aparecida. Não sei se será possível. [...] Convido-os a rezar para que ela continue a proteger todo o Brasil, todo o povo brasileiro, neste momento triste. Que ela proteja os pobres, os descartados, os idosos abandonados, os meninos de rua. Que ela salve o seu povo com a justiça social”. 

A CNBB rapidamente acertou o passo, em nota divulgada em 7 de setembro: “Vivemos um triste momento. [...] A histórica desigualdade social não foi superada. Corremos o risco de vê-la agravada pela desconstrução de políticas públicas, que resultam em perda de direitos”. E as manifestações do “22º Grito dos Excluídos”, bafejadas por ela Brasil afora na data da independência, tiveram como parceiras MST, CUT além de partidos como PSOL, PCO, PC do B, PCR e PT distribuindo panfletos e berrando o “Fora Temer” e “Diretas Já”.

Volto ao Papa Francisco. Onde está a ferida? Claro, as três palavras “neste momento triste” causaram perplexidade. É triste o momento pelo qual passa o Brasil? Agravou a estranheza o possível cancelamento de sua viagem a Aparecida em 2017. Não foi ambígua a declaração, elas constituíram apoio à presidente cassada e às suas políticas. Era notório, pelo caráter augusto da investidura petrina, não ser politicamente prudente avançar mais na expressão do pensamento, sob pena de ruidosa inconformidade na grossa maioria das escandalizadas ovelhas, cuja defesa dos lobos foi confiada por Cristo ao Sucessor de Pedro. Sentiriam que estava sendo escancarada a porta do redil. A declaração trouxe à memória palavras de frei Betto em Cuba, sob silêncio dos órgãos da Santa Sé, um ano atrás: “Toda a esquerda latino-americana que conheço está muito feliz com o Papa Francisco”. 

Atendo-me aos fatos: não sei se inocente-útil; de qualquer maneira, sem lesionar o respeito filial, o curso da lógica leva até lá, companheiro-de-viagem. E o ponto final da viagem na mente os que comandam a jornada é o regime comunista.

Sob muitos pontos de vista, neste momento o Brasil não tem razão para estar triste, mas para pular de alegria. Antes, estava angustiado pelas algemas de 13 anos de retrocesso e exclusão. Retrocesso em suas possibilidades de caminhar na rota da prosperidade, exclusão de políticas que favorecem os pobres em longo prazo. Havia inclusão social: o povo estava incluído na rota que passa pela Venezuela e leva à situação de Cuba. Não custa lembrar que em 2016, segundo o insuspeito Latinobarómetro, 72% das pessoas na Venezuela confessaram que nos últimos 12 meses lhes faltou comida. Sem eufemismos, passaram fome. 

Diante da grave caminhada do Brasil, os católicos brasileiros estavam especialmente aflitos ao constatar que a CNBB permaneceu obstinada em favorecer a ascensão ao poder e a apoiar um governo promotor de políticas destruidoras da moral católica na vida familiar e social (e agora, mantendo a rota, sôfrega, aproveita-se das palavras do Papa Francisco para uma vez mais proclamar que tem lado). 


Acima falei em alegria. Outro motivo de felicidade, esse permanente, é ler ensinamentos de grandes Papas do passado, que desanuviam o espírito. São Pio X [foto] advertiu: “Os verdadeiros amigos do povo não são inovadores nem revolucionários, mas tradicionalistas”. 

E Pio XII, jamais utilizando a linguagem habitualmente imprecisa e favorecedora dos objetivos revolucionários da CNBB (só lembro aqui a dose de hoje: a histórica desigualdade social não foi superada), ensinou: “Num povo digno de tal nome, todas as desigualdades decorrentes não do arbítrio, mas da própria natureza das coisas — desigualdades de cultura, de haveres, de posição social, sem prejuízo, bem entendido, da justiça e da mútua caridade — não são, de modo algum, um obstáculo à existência e ao predomínio de um autêntico espírito de comunidade e fraternidade. Mais ainda, longe de ferir de qualquer maneira a igualdade civil, elas lhe conferem seu legítimo significado; ou seja, que perante o Estado cada qual tenha o direito de viver honradamente a própria vida pessoal, na posição e nas condições em que os desígnios e disposições da Providência o colocaram.”

Reitero, são motivos perenes de júbilo, paz e certeza, neste momento, por outras razões, de tristeza e perplexidade.

8 de maio de 2016

Zika vírus: jogo para a legalização do aborto?


Nelson Ramos Barretto 

No dia 28 de abril último o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu no Club Homs, situado na Avenida Paulista, a conferência “O zika vírus na berlinda”, a cargo da Dra. Elizabeth Kippman, ginecologista obstetra, e do jurista Dr. Paulo Leão, os quais demonstraram que a infecção causada pelo zika não tem relação provada com o surto da microcefalia no Brasil.

Antes da conferência muitos pareciam céticos quanto à afirmação de que o mosquito aedes aegypti e o zika não fossem de fato os vilões da microcefalia. Com tanta publicidade na mídia, imaginava-se que tudo estivesse comprovado. Inclusive, muitas grávidas já estavam viajando ao exterior para dar à luz com mais segurança. Falava-se até em ampliar as causas não penalizadas de aborto! 


O presidente do Instituto, Dr. Adolpho Lindenberg [foto], abriu a sessão saudando os palestrantes e os presentes, e manifestando sua alegria pelo fato de um determinado grupo de pessoas constituir um público constante nos eventos realizados no Club Homs. 

À medida que a primeira conferencista, a Dra. Elizabeth Kippman [foto abaixo], desenvolvia com segurança e conhecimento o tema, expondo gráficos e mapas, o ceticismo ia sendo substituído por uma indignação diante da manipulação do noticiário e dos corifeus abortistas. 


Numa exposição muita didática, a Dra. Elizabeth explicou primeiramente as várias causas da microcefalia, mostrando que não há prova de que ela seja provocada pelo zika vírus; e depois as doenças transmitidas pelo aedes aegypti, como a dengue, a chikungunya e o zika. Assim, no mapa do Brasil com incidência de zika, o Mato Grosso aparece em primeiro lugar e o Nordeste em último. Pelo contrário, no mapa com ocorrência da microcefalia, o Nordeste está disparado na frente, especialmente Pernambuco, enquanto Mato Grosso nem sequer aparece... 

Então, qual seria a causa da ocorrência de microcefalia em Pernambuco? 


A provável resposta veio com a eloquente exposição do Dr. Paulo Leão [foto]. Ele levantou a questão da tríplice vacina utilizada para sarampo, coqueluche e rubéola, a qual não poderia ter sido aplicada em gestantes, ou, pelo menos, três meses antes da gestação. Tal restrição consta dos avisos do laboratório fabricante da vacina. Parece que não houve essa cautela na campanha de vacinação. 

O Dr. Paulo citou a opinião abalizada do Dr. Plinio Bezerra dos Santos Filho, com PhD nos Estados Unidos, que realizou estudos e assinou denúncia junto ao Ministério Público. Uma denúncia de crime praticado contra a população brasileira por uma sequência de erros e procedimentos grosseiros do Ministério da Saúde, do SUS, de seus institutos associados e autoridades constituídas, que provocaram e continuam provocando a atual crise de microcefalia em todo o Brasil. Uma análise mais detalhada e específica de dados e fatos referentes ao estado de Pernambuco acompanha a denúncia, segundo a qual a crise de microcefalia que surgiu nessa unidade da Federação, com um pico máximo de casos em novembro de 2015, não se deve ao vírus zika e nem é uma epidemia. Ademais, existem quatro fatos-causa principais que explicam claramente os dados, números de casos e períodos das notificações.

Outro fato curioso: embora os Estados Unidos fossem há alguns anos o país com o maior índice de microcefalia, lá entretanto não havia surto de aedes aegypti, nem tampouco de zika. Este vírus mais recentemente foi objeto, no Suriname, de um estudo por uma equipe internacional, a qual constatou que não obstante a zika vírus ter tomado uma proporção endêmica nesse país, não houve incidência de microcefalia.

Entretanto, os corifeus do aborto e a mídia internacional insistem em relacionar o aedes aegypti com o zika e a microcefalia. De onde a pergunta que teima em não se calar: A quem aproveita o delito? 

Ante a onda criada, aparece a tropa de choque dos cientistas que começam a defender o aborto dos bebês com microcefalia. E que dão como certo que a causa é o zika e o aedes aegypti.

Em seguida, a busca desenfreada de um caso, pelo menos, que prove que a mãe contraiu o zika vírus e o nascituro está com microcefalia. Se encontrarem esse caso, terão a prova de que a causa da microcefalia foi o zika, e que, portanto, é necessário abortar todas as crianças em fase de gestação em que a mãe esteja com esse vírus. 

Alguém dirá que esta argumentação é muito rocambolesca e que não se pode levá-la a sério. Mas os fatos estão aí para provar que é a justificativa dos abortistas para legitimar o aborto de microcéfalos — assim como ocorreu anteriormente no caso de bebês portadores de anencefalia.

Assim, os corifeus pró-aborto pensam e manipulam a doença para difundir o infanticídio pré-natal. Nesse sentido, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chegou a declarar no dia 26 de abril p.p. que o zika era uma “oportunidade” para o que ele chama “igualar os direitos” (sic).



Na segunda parte do evento o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança [foto abaixo] discorreu sobre as manifestações pelo impeachment da presidente petista.


Ele começou mostrando como o noticiário apresenta praticamente só a rejeição à corrupção do PT, e não o aspecto ideológico da reação ao comunismo e ao socialismo. E lembrou que, ao assumir o poder, o PT — cujos dirigentes foram em grande parte formados pela esquerda católica, ou seja, pela Igreja da Teologia da Libertação — declarou, pela boca de José Dirceu, que seu projeto de poder era de 30 anos.

Dom Bertrand mostrou ainda como a corrupção foi disseminada e utilizada pelo governo petista para a manutenção do poder e a difusão da revolução socialista na América Latina e África; como ele desperdiçou a bonança econômica com o populismo e a corrupção; e como contribuiu para a destruição da família e da juventude através da Ideologia de Gênero.

Prosseguindo, o príncipe relatou como o PT promoveu a corrosão da propriedade pelo incentivo às invasões do MST e do MTST, bem como pela demarcação de territórios para falsos indígenas e quilombolas. E ainda favoreceu a criminalidade com o desarmamento dos homens honestos.

Afirmou que à medida que o PT foi maquinando para implantar o socialismo, as reações foram crescendo e criando uma distância entre o Brasil cristão, latente, e o Brasil governista patente. Lembrou o ensinamento de Pio XI de que “socialismo e catolicismo são termos contraditórios” e comentou que nas manifestações de rua havia um clima ordeiro e de bom humor com o “Tchau querida”, o qual só fez crescer com a aprovação inicial do impeachment pela Câmara, cujo anúncio causou uma sensação de alívio e de exorcismo de um demônio que pesava sobre a Nação. 

Ao finalizar, Dom Bertrand disse que o nosso futuro deve estar na trilha bendita da civilização cristã segundo o lema “Instaurare omnia in Christo” de São Pio X — para quem a civilização não está para ser inventada, devendo apenas ser restaurada em Cristo. E lembrou as palavras de Plinio Corrêa de Oliveira no discurso do Congresso Eucarístico de 1942, diante de cerca de um milhão de pessoas reunidas no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo: “É mais fácil arrancar o Cruzeiro do Sul do céu, do que a Fé e a soberania de nosso povo!”.
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