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Venezuelanos em fuga pela fronteira com a Colômbia |
➤ Plinio Maria Solimeo
O
problema da Venezuela “cubanizada” está cada vez mais tenebroso, com notícias
diárias da pobreza a que foi reduzidasua população, a falta de alimentos, de
remédios, e, sobretudo, a violenta repressão do regime ditatorial a qualquer
manifestação de inconformidade. Por isso, em vários países se acenou para uma
intervenção militar externa para depor o ditador Maduro.
Ora, um
dos maiores problemas de uma intervenção na Venezuela é que ela se encontra
ocupada, com a total anuência do governo chavista, não só pelos quartéis do
narcotráfico, mas também por forças estrangeiras. Segundo fontes insuspeitas,
nada menos de 22 mil cubanos controlam as Forças Armadas e os serviços de
inteligência do país, 400 russos estariam a serviço de Maduro, cerca de 20 mil
terroristas das FARC e do ELN colombianos encontram-se no território venezuelano,
além de um número incerto de terroristas do Hezbollah. Por isso, uma operação
militar contra o país poderia provocar um conflito de longas e imprevisíveis consequências
para toda a América do Sul.
Deve-se
em vista disso considerar que não havendo uma solução factível no plano
temporal, o remédio mais eficaz é recorrer ao auxílio do Céu. Não só porque o
afastamento da moral católica foi determinante para precipitar a Venezuela na
atual situação em que jaz, mas também porque, como dizia a Irmã Lúcia, “não há problema, por mais difícil que seja,
que não possamos resolver com a recitação do Santo Rosário”.
Nesse
sentido, temos exemplos impressionantes de como a recitação pacífica do Santo
Rosário obteve resultados surpreendentes nas mais complicadas situações
políticas. Citamos apenas dois: a saída do comunismo da Áustria depois de ter-se
implantado no país, e o ocorrido no Brasil em 1964.
Traição dos Aliados
entrega a Áustria católica aos comunistas
Em
1938 a Áustria foi anexada pela Alemanha, tornando-se parte do eixo nazista.
Terminada a II Grande Guerra Mundial, esses dois países foram divididos em
quatro zonas de ocupação, administradas pelos Estados Unidos, Inglaterra, França
e União Soviética. Os Aliados então fizeram esta coisa abominável: entregaram
parte da Áustria católica, onde estava Viena, aos comunistas soviéticos!
Ora,
em menos de dois anos, a parte da Alemanha que estava sob a administração das
potências ocidentais foi obtendo gradualmente sua independência política, o que
não ocorreu com a que estava na zona soviética. Surgiu assim a República Federal
da Alemanha, ou Alemanha Ocidental. Os soviéticos, pelo contrário, favoreceram
a reclamação de parte do território austríaco pelo ditador comunista Tito, mantendo
férreo controle sobre toda a Europa Oriental, convertendo os países ocupados
por eles em satélites de Moscou. Assim, para essas infelizes nações cativas não
havia, naturalmente falando, esperança de liberdade.
Nossa
Senhora inspira a recitação do Rosário
Foi
então que um frade capuchinho, Frei Petrus Pavlicek [foto ao
lado], decidiu apelar ao sobrenatural para libertar seu país. Nascido no
Tirol austríaco em 6 de janeiro de 1902, após uma tentativa fracassada na vida
religiosa ele entrou num convento capuchinho, onde foi ordenado sacerdote em
1941. Servindo no campo da saúde do exército alemão, foi capturado pelos Aliados
em agosto de 1944 e libertado no dia 16 de julho de 1945, festa de Nossa
Senhora do Carmo.
No dia 2 de fevereiro de 1946,
festa de Nossa Senhora das Candeias, quando orava ardentemente diante da imagem
milagrosa da Virgem em Mariazell [foto abaixo],
principal santuário mariano da Áustria, Frei Pavlicek ouviu uma voz interior
que lhe disse: “Faça o que te digo e terão paz”. Ele foi então inspirado a incrementar
a recitação do Rosário, como a Virgem pedira em Fátima, para obter a libertação
de seu país do jugo comunista. Fundou então, em 1947, a Cruzada de Reparação do Santo
Rosário. Seus membros deveriam se unir na recitação de um Rosário
perpétuo, implorando a conversão dos pecadores, a paz mundial e a liberdade da
Áustria do comunismo.
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Imagem da Magna Mater Austriae,
no Santuário Nacional austríaco de Mariazell
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O zeloso sacerdote começou então a
fazer peregrinações por todo o país pregando essa devoção. Obteve para esse
fim, do bispo de Leiria, uma cópia da imagem de Nossa Senhora de Fátima
esculpida pelo mesmo artesão que fizera a imagem peregrina original.
Em
setembro de 1948 Frei Pavlicek estendeu a Cruzada
de Reparação do Santo Rosárioa Viena. Esta incluía a confissão, bênção dos
enfermos, o Santo Rosário e a Missa. Ele chamava estas devoções de “assaltos de
oração” e dizia: “A paz é um regalo de Deus, e não dos políticos; e os regalos de Deus
se obtêm com a oração que assalta o céu, como os soldados assaltam um forte com
confiança e determinação”.
Em 1949 a situação se tornou mais
crítica com a queda da Tchecoslováquia e da Hungria nas mãos dos comunistas, a
perseguição à Igreja e o julgamento sumário do Cardeal Mindszenty em Budapeste.
Tudo isso contribuiu para aumentar ainda mais a ansiedade dos austríacos.
Quando novas eleições se
aproximavam, Frei Petrus resolveu intensificar sua cruzada. Organizou cinco
dias de preces públicas em Viena, durante as quais foram ouvidas confissões dia
e noite, e 50.000 pessoas visitaram o convento franciscano. O resultado do
pleito foi um fiasco para os comunistas: eles só ganharam cinco cadeiras. Mas não
tinham a intenção de desistir tão fácil de sua presa, e todos já esperavam um
golpe de estado.
Como as procissões com a recitação
do Rosário foram se tornando muito numerosas, Frei Pavlicek resolveu fazer uma procissão
geral, unindo todas as paróquias de Viena. Escolheu para ela o dia 12 de
setembro de 1954, consagrado ao Santo Nome de Maria, com o objetivo de pedir à
Virgem que libertasse a Áustria do comunismo. O arcebispo de Viena mostrava-se
reticente em relação ao êxito da procissão. Temia que os católicos não se
mobilizassem, porque já se havia pedido muito deles. Entretanto, a esse esforço
uniu-se ninguém menos que o Primeiro Ministro da Áustria, Leopoldo Figl [foto ao lado], que disse
ao frei Pavlicek: “Mesmo que fôssemos
somente nós dois, eu iria [à procissão]. Meu país o exige”. Compareceram 35 mil pessoas, com o
Chanceler Figl à frente, terço e vela à mão.
Em Berlim, Molotov, ministro russo
das relações exteriores, ao tomar conhecimento disso, ridicularizou o Chanceler
austríaco: “Não tenham esperanças. O que
nós, russos, uma vez possuímos, jamais entregamos”. Figl transmitiu a Frei
Petrus essa bravata, dizendo-lhe: “Rezem
mais do que nunca”.
Isso ocorreu na hora certa, pois no
fim do mês os comunistas tentaram um golpe militar. Proclamaram uma greve geral
e ocuparam a Chancelaria Geral. Mas os sindicatos anticomunistas lançaram seus
membros nas ruas, armados de paus, em uma contra ofensiva. A greve foi
dissolvida, e o golpe revolucionário falhou. À época, a Cruzada do Rosário contava com 200 mil membros.
Acontece o imprevisível:
os russos deixam a Áustria!
Falando na ocasião a um sacerdote
austríaco durante uma audiência privada, Pio XII lhe disse: “Viena
é o último baluarte da Europa. Se Viena cair, a Europa cairá. Se Viena
resistir, a Europa resistirá. Os católicos de Viena não têm o direito de ser
medíocres. Diga-o repetidamente aos vienenses. E diga-lhes que o papa está
rezando muito, sim, que ele está rezando bastante pela Áustria”.
Enquanto
isso a Cruzada do Rosário continuava, expandindo-se por
toda a Áustria, atingindo também a Alemanha e a Suíça. No ano de 1955, mais de
meio milhão de austríacos — ou seja, aproximadamente 10% da população — haviam se
comprometido a rezar diariamente à Virgem de Fátima, fazendo os três pedidos: a
conversão dos pecadores, a paz no mundo e a liberação da Áustria do comunismo.
Um número maior participava das procissões marianas.
Foi
então que sucedeu o imprevisível: em
abril desse ano de 1955, Molotov anunciou que retiraria suas tropas da Áustria
em três meses. Com efeito, no dia 15 de maio, ante a surpresa geral do
mundo, as Forças Aliadas que ocupavam a Áustria, assinaram um tratado que
garantia sua independência. Finalmente, no dia 26 de outubro, o último soldado
russo deixou o solo austríaco...
Pode-se imaginar a alegria da
população vienense, que marchou em procissão pelas ruas da cidade, com rosários
e tochas, para agradecer à Virgem de Fátima a libertação do país do comunismo.
O Primeiro Ministro Figl, dando sua voz a toda a população, exclamou então: “Hoje
nós, que temos o coração cheio de fé, clamamos ao Céu com gozosa oração: somos
livres! Ó Maria, nós te damos graças!”
O Brasil, também livre
da ameaça comunista pelo Rosário
Como nos
concerne mais imediatamente, citemos também o que ocorreu no Brasil em 1964.
Em 1960 o socialista João Goulart
foi reeleito vice-presidente da República. Com a renúncia de Jânio Quadros, ele
assumiu o poder no ano seguinte. Levando avante uma política nitidamente
socializante, Jango preparava o cenário que poderia levar o Brasil a se tornar
irremediavelmente uma nova Cuba.
Houve reação das forças conservadoras,
principalmente das católicas, muito fervorosas e atuantes naquele tempo. Elas organizaram
manifestações por todo o País, ante a iminência dessa desgraça.
Uma das senhoras católicas que liderou a
reação, Da. Amélia Bastos, em discurso numa das Marchas da Família com Deus pela Liberdade [foto acima e ao lado], descreveu uma situação que se aproxima à da que ocorre na
Venezuela: “Esta nação que Deus nos deu, tão imensa e maravilhosa como é,
encontra-se em grave perigo. Temos permitido a homens de ambição desmedida, sem
fé cristã nem escrúpulos, trazer a miséria a nosso povo, destruindo nossa
economia, transgredindo nossa paz social, para criar ódio e desespero.
Infiltraram-se em nossa nação, em nosso governo, em nossas forças armadas, e
mesmo em nossas igrejas. [...] Mãe de Deus, salvai-nos do fatal destino e
sofrimento das mulheres martirizadas de Cuba, Polônia, Hungria e outras nações
escravizadas!”.
A
população saiu então às ruas das cidades brasileiras, principalmente as
mulheres, rezando-o em voz alta o Terço e cantando hinos religiosos, para obter
de Deus, pela intercessão de Nossa Senhora, misericórdia para com os pecados do
povo e o afastamento do País do comunismo. Foram as gloriosas Marchas da Família com Deus pela Liberdade.
Nossa Senhora não deixou de ouvir seus fiéis, e um golpe militar derrubou o
governo comunista.
Cruzada do Rosário pela
Venezuela
Caro
leitor católico: se isso deu certo em circunstâncias tão difíceis como na queda
do comunismo na Áustria e na liquidação da ameaça comunista no Brasil, não dará
certo na Venezuela? O grande São Pio X, ao fixar a festa de Nossa Senhora do
Rosário em memória da vitória católica na Batalha de Lepanto sobre as hostes do
Islã, ocorrida em 7 de outubro de 1571, afirmou: “Deem-me um exército que reze o Rosário e ele vencerá o mundo”.
A
recitação do Santo Rosário não requer um esforço muito grande. É fácil e está
ao alcance de qualquer um.
Se conseguirmos
um bom número de católicos que queiram rezá-lo diariamente pela Venezuela,
veremos milagres acontecerem. Aqui fica este convite, feito de todo o coração,
por essa nação irmã.
Para concluir, citemos que em
setembro de 1972 um bispo austríaco, falando diante de todo o episcopado do
país por ocasião da Reparação do Rosário, declarou: “Tal como a Áustria foi libertada do jugo comunista pela recitação
fervorosa do Rosário, será da mesma maneira que pela arma do Rosário o mundo
será libertado dos ataques do demônio e de seus sequazes. Se rezarmos o Rosário,
Nossa Senhora nos dará verdadeira liberdade e paz”.
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PS: Além da recitação do Rosário, sugerimos esta
oração a Nossa Senhora de Fátima, composta pelo fundador da TFP brasileira o Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira, para que Ela livre não só o Brasil, mas todas as nações da América
Latina do comunismo:
Ó Rainha de Fátima, nesta hora de tantos perigos para as nações
cristãs, afastai delas o flagelo do comunismo ateu.
Não permitais que consiga
instaurar-se, em tantos países nascidos e formados sob o influxo sagrado da
Civilização Cristã, o regime comunista, que nega todos os Mandamentos da Lei de
Deus.
Para isto, ó Senhora, conservai
vivo e aumentai o repúdio que o comunismo encontrou em todas as camadas sociais
dos povos do Ocidente cristão. Ajudai-nos a ter sempre presente que:
1°) O Decálogo nos manda “amar
a Deus sobre todas as coisas”, “não tomar seu Santo Nome em vão” e “guardar os domingos e festas de
preceito”. Mas o comunismo ateu tudo faz para extinguir a Fé, levar
os homens à blasfêmia e criar obstáculos à normal e pacífica celebração do
culto.
2°) O Decálogo manda “honrar
pai e mãe”, “não
pecar contra a castidade” e “não desejar a mulher do próximo”. Mas o comunismo
deseja romper os vínculos entre pais e filhos; quer entregar ao Estado a
educação dos filhos; nega o valor da castidade; e ensina que o casamento pode
ser dissolvido por qualquer motivo, pela mera vontade de um dos cônjuges.
3°) O Decálogo manda “não
furtar” e “não
cobiçar as coisas alheias”. Mas o comunismo nega a propriedade
privada e a sua importante função social.
4°) O Decálogo manda “não
matar”. Mas o comunismo emprega a guerra de conquista como meio de
expansão ideológica, promove revoluções e crimes em todo o mundo.
5°) O Decálogo manda “não
levantar falso testemunho”. Mas o comunismo usa sistematicamente a
mentira como arma de propaganda.
Fazei que,
tolhendo resolutamente os passos à infiltração comunista, todos os povos do
Ocidente cristão possam contribuir para que se aproxime o dia da gloriosa
vitória que predissestes em Fátima, com estas palavras tão cheias de esperança
e doçura: “Por fim, o
meu imaculado coração triunfará”.
Fontes:
- Pe. Marie-Dominique, O.P, Great Historical Victories of
the Rosary.Citado
em “A Áustria salva do comunismo por Nossa Senhora”, disponível em: http://speminaliumnunquam.blogspot.com/2010/12/austria-salva-do-comunismo-por-nossa.html