26 de setembro de 2020

Notícia muito alentadora para todas as famílias

 


✅ 
 Paulo Roberto Campos 

Neste sábado (26 de setembro) o Presidente Donald Trump indicou a juíza Amy Coney Barrett [foto]  para a mais alta Corte dos Estados Unidos. 

“Hoje tenho a honra de nomear para a Corte Suprema uma das mentes jurídicas mais brilhantes e talentosas de nossa nação. Ela é uma mulher de realização incomparável, intelecto imponente, ótimas credenciais e lealdade inflexível à Constituição”, disse o presidente americano durante a cerimônia realizada nos jardins da Casa Branca. 

Agora apenas resta a aprovação do Senado norte-americano, o que facilmente deve ocorrer, pois conta com maioria republicana (53 senadores republicanos X 47 democratas). 


Amy Coney Barrett, 48 anos, nascida em New Orleans, é católica, mãe de sete filhos [foto], Emma, Vivian, Tess, John Peter, Liam, Juliet e Benjamin (dois deles são adotados) — será na história do país a primeira mãe de crianças em idade escolar a atuar na Corte Suprema dos EUA. Ela graduou-se pela Rhodes College e, em primeiro lugar da classe, pela Faculdade de Direito da Universidade de Notre-Dame (Indiana), onde lecionou por 15 anos. 

Um renomado e muito respeitado professor de direito em Notre-Dame escreveu: “Amy Coney é a melhor aluna que já tive”. Atualmente é Juíza da Corte de Apelações Federal de Chicago. Ela substituirá Ruth Bader Ginsburg, falecida recentemente aos 87 anos, que era de tendência esquerdista. 


Graças a Deus, com esta escolha de hoje, a Suprema Corte americana se tornará mais conservadora (6 conservadores X 3 esquerdistas), o que poderá auxiliar muito na defesa dos valores da instituição familiar, como a proibição do comércio de drogas, do aborto, da eutanásia, do “casamento” homossexual e do absurdo ensino nas escolas da "teoria de gênero" às crianças.

Claro, e não nos causa nenhuma surpresa, a mídia esquerdista (e intolerante) está bufando de ódio, denominando a juíza como ultraconservadora etc. Não nos surpreende também que líderes feministas — que deveriam comemorar a eleição de uma mulher para a mais alta Corte da nação mais poderosa do mundo —, estejam igualmente encolerizadas. Por quê? — Certamente pela mesma razão pela qual as mulheres autenticamente femininas e mães de família estão comemorando...

24 de setembro de 2020

Trump anuncia ordem executiva para proteger bebês sobreviventes do aborto

 


  Fonte: ACI, 3-9-2020 *
 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira uma ordem executiva para que seja obrigatório o atendimento médico aos bebês sobreviventes do aborto. 

“Hoje, anuncio que assinarei a ordem executiva ‘Born-Alive’ (Nascido Vivo) para garantir que todos os preciosos bebês nascidos vivos, independentemente de suas circunstâncias, recebam os cuidados médicos que merecem. Este é o nosso sacrossanto dever moral”, disse Trump em um vídeo que foi transmitido em 23 de setembro durante o Café da manhã Nacional de Oração Católica, realizado de forma virtual. 

O projeto de lei para a "proteção dos bebês nascidos vivos" já foi apresentado diversas vezes no Congresso, mas não chegou a se converter em lei. Estagnou na Câmara dos Representantes entre 2019 e 2020 devido ao número insuficiente de membros que assinaram uma “discharge petition”, uma petição que teria levado a uma votação sobre o assunto. 

O projeto não criaria novos limites ou restrições ao acesso ao aborto, mas possibilitaria que bebês nascidos vivos após tentativa de aborto recebessem atendimento médico adequado, semelhante ao de uma criança nascida com a mesma idade gestacional, em uma circunstância diferente. Vários estados aprovaram sua própria versão do projeto de lei. 

O texto completo da ordem executiva ainda não foi publicado, mas deve refletir a mesma intenção da legislação federal sobre o assunto. 


Trump também anunciou que seu governo estaria "aumentando o financiamento federal para pesquisas neonatais, para garantir que cada criança tenha a melhor chance de prosperar e crescer". Setembro é o Mês da Conscientização sobre a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

O Café da Manhã Nacional de Oração Católica foi remarcado devido à pandemia do coronavírus, uma vez que deveria ocorrer no final de março. 

Esta é a primeira vez que Trump participa do evento; no entanto, funcionários de sua administração, incluindo o vice-presidente Mike Pence e o ex-chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, participaram do café da manhã nos últimos anos. 

Leonard Leo, copresidente da Sociedade Federalista e presidente do comitê do Café da Manhã Nacional de Oração Católica, apresentou o presidente Trump. Leo elogiou os esforços do governo para proteger as escolas confessionais e a liberdade religiosa. 

Leo também elogiou o compromisso de Trump com a defesa da vida. O presidente assumiu uma postura ativa contra o aborto, tornando-se o primeiro presidente em funções a discursar na Marcha pela Vida e a anunciar planos para expandir a política da Cidade do México, que proíbe o fornecimento de ajuda externa federal para organizações que promovem ou realizam abortos. 
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 * Publicado originalmente em “ACI Prensa”. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

23 de setembro de 2020

Quem combate de modo “politicamente correto” não conquista a vitória


Plinio Maria Solimeo 

Hoje em dia tal é a pressão dos meios de comunicação social sobre as pessoas em geral que, independentemente de seu nível social e representativo, ao se manifestarem, para serem “politicamente corretas”, elas silenciam sobre as opiniões que deveriam por dever de ofício expressar com clareza. 

É o que ocorre inclusive com eclesiásticos de alto escalão quando falam de problemas morais. Em vez de justificá-los com base na religião que professam, por uma espécie de incompreensível respeito humano, para não ferir os ateus ou agnósticos ou destoar da opinião geral, silenciam o aspecto religioso do que dizem. Exemplifiquemos com dois casos recentes. 

Está em tramitação no Congresso espanhol, propulsionado pelos esquerdistas radicais apoiados pela esquerda em geral, uma nova lei para aprovar a eutanásia, o suicídio assistido etc. 

A propósito desse polêmico assunto, a Comissão Executiva da Conferência dos Bispos Espanhóis publicou no dia 14 uma “reflexão”. 

Os prelados recordam que essa lei “é uma má notícia, pois a vida humana não é um bem à disposição de ninguém”. Por isso, “insistir no ‘direito à eutanásia’ é próprio de uma visão individualista e reducionista do ser humano, e de uma liberdade desvinculada da responsabilidade. Afirma-se uma radical autonomia individual e, ao mesmo tempo, se reclama uma intervenção ‘compassiva’ da sociedade, através da medicina, originando-se uma incoerência antropológica”. Ora, dizem os bispos, “o próprio da medicina é curar, mas também cuidar, aliviar e consolar, sobretudo no final da vida. A medicina paliativa se propõe a humanizar o processo da morte, e acompanhar o doente até o final. Não há enfermos ‘não cuidáveis’ mesmo que sejam incuráveis”

Acrescentam os bispos: “O suicídio crescente entre nós também reclama uma reflexão e práticas sociais e sanitárias de prevenção e cuidado oportuno. A legalização de formas de suicídio assistido não ajudará na hora de insistir quem está tentado de suicídio que a morte não é a saída adequada. A lei, que tem uma função de proposta geral de critérios éticos, não pode propor a morte como solução do problema.” 

A Conferência Episcopal Espanhola considera ademais que “uma sociedade não pode pensar na eliminação total do sofrimento e, quando não o consegue, propor sair do cenário da vida; deve, pelo contrário, acompanhar, paliar e ajudar a viver esse sofrimento”.

Os bispos concluem: “O sim à dignidade da pessoa, sobretudo nos momentos em que é mais indefesa e frágil, nos obriga a nos opor a essa lei que, em nome de uma dita morte digna, nega em sua raiz a dignidade de toda vida humana.” 

Essa “reflexão” — que poderia ter sido escrita por qualquer movimento civil de defesa da vida sem orientação religiosa ou filantrópica específica — é muito censurável numa Conferência Episcopal que deveria se expressar de modo católico. Ela omite o principal aspecto do problema, que é o religioso, pois a eutanásia viola o V Mandamento de Lei de Deus: NÃO MATAR. 

Essa mesma crítica se pode fazer à “Carta Aberta” do Cardeal Cañizares, de Valência, entretanto forte e contundente em muitos aspectos, se comparado com seus pares que nada fizeram. 

O purpurado diz que a aprovação da lei da eutanásia foi uma derrota “histórica, humilhante [...] da Espanha inteira, da sociedade espanhola, das pessoas que habitamos aqui, derrota também da humanidade, do próprio homem, pela aprovação da lei da eutanásia em trâmite, suicídio assistido, e pelo rechaço de outras propostas sobre cuidados paliativos que melhoravam a atual legislação”

Numa linguagem forte, o Cardeal Cañizares diz: “Sr. Presidente do Governo, membros do Governo, ministros, parlamentares que aprovaram tamanha injustiça, aliás monstruosa, estão os Srs. loucos, perderam a cabeça, ou sua moral é não tê-la? Deem-se conta de que os Srs., como Governo ou como Parlamentares, existem para defender, proteger, tutelar o bem comum baseado em direito e deveres fundamentais da sociedade à que representam — o primeiro é a vida —, e acontece que se converteram em inimigos que se opõem à sociedade, dispostos a derrotar essa sociedade que representam e devem proteger, ao propugnar semelhante proposta de Lei, que difunde e aumenta uma cultura de morte, sobretudo em meio à Pandemia do Covid-19. Que credibilidade podem manter diante de dita Pandemia? Com que autoridade moral podem dirigir-se a esse povo e pedir-nos o que nos pedem? Não se veem como um sinal de contradição?”

Depois de dizer que sua atitude não representa uma intromissão na política, mas que sua responsabilidade como bispo e como cidadão não lhe permite calar, ele conclui dizendo: “E assim devo denunciar ante a opinião pública esse comportamento, como também o dos meios de comunicação que tanta importância deram ao ‘assunto dos prefeitos’, e sem embargo tão pouco relevo ao assunto da eutanásia, que constitui não uma derrota histórica de um Governo, mas uma derrota de todo um Estado.” 

Concluímos repetindo ser lastimável ver um Cardeal e bispos da Santa Igreja, que enfrentaram os Poderes constituídos, o fazerem não como ministros de Deus e guardiães de sua santa doutrina que são, mas como uma autoridade civil qualquer. 

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- https://www.religionenlibertad.com/espana/545654904/obispos-espanoles-eutanasia-enfermos-incuidables-incurables.html XXXXXXXXXXXXX 

- https://www.religionenlibertad.com/espana/978146941/Estan-locos-han-perdido-la-cabeza-o-su-moral-es-no-tenerla-dura-carta-de-Canizares-al-Gobierno.html?utm_source=boletin&utm_medium=mail&utm_campaign=boletin&origin=newsletter&id=31&tipo=3&identificador=978146941&id_boletin=923471013&cod_suscriptor=452495753

22 de setembro de 2020

O estupro e o exemplo de uma boa mãe


✅Fonte: “Gazeta do Povo”, 17-9-20


Em 1991, a mãe de Paula K. Peyton foi estuprada, engravidou e optou pela filha. Paula K. Peyton [fotos] nasceu em Memphis, no Tennessee, e ali também foi vítima de estupro, em 2017. Decidida a levar adiante a gravidez, apesar da pressão para que abortasse, hoje é mãe de Caleb, um garoto que completa três anos no dia 4 de outubro. 

Ativista pró-vida, Paula criou uma fundação para prestar suporte para outras mulheres que se veem na mesma situação - e também como crianças nascidas a partir de agressões sexuais. 

Paula, que tem 28 anos e continua morando em Memphis, concedeu entrevista à "Gazeta do Povo" , por escrito. As respostas foram organizadas na forma de um relato, em que ela não é só seu drama pessoal, como também apresenta suas motivações para defender que os filhos que nascem nessa situação podem ajudar suas mães a superar o trauma. Esta é sua história: 

"O que é um aborto?" 


“Minha mãe biológica foi estuprada em 1991, aqui em Memphis. Ela tinha 32 anos, quase 33. Até onde eu sei, ela não formaliza a polícia. Quando eu tinha cinco anos, minha mãe discutiu com a mãe dela, minha avó. Algumas coisas foram ditas na ocasião, e então minha mãe foi embora de casa. Perguntei a minha avó sobre alguns dos comentários que ouvi durante a briga. 

Ela me respondeu que minha mãe não sabia quem era meu pai, porque ela tinha sido estuprada. Disse também que eu teria sido abortada se minha mãe soubesse fazer as coisas direito. 

Eu não entendia nem um dos dois conceitos, nem estupro, nem aborto, então continuei fazendo perguntas. Descobri então que aborto é quando um bebê é morto antes de nascer. 

Não lembro dos comentários específicos dela sobre estupro, mas lembro de perceber que era algo realmente ruim. Entendi nesse dia também que é por eu ser concebida em um estupro que as pessoas me tratavam diferentes. 

Fiquei envergonhada e chorei muito naquele dia. Esses conceitos, de aborto e estupro, foram levados de forma tão negativa que derrubaram minha autoestima. 

Estudei em escolas públicas e sou agradecida por essa oportunidade. Tive professores maravilhosos, que preencheram uma série de vácuos na minha vida, já que minha infância não foi a ideal, fui muito negligenciada. 

Mas Deus sempre providenciou tudo o que eu precisava e me evoluía a atravessar pelos períodos mais difíceis, com frequência graças a meus professores"

O estupro 

“Fui estuprada em janeiro de 2017. Estava conhecendo um rapaz, que me convidou para assistir televisão. Fui a seu apartamento, e depois de algum tempo ele começou a tocar em mim de uma maneira que me deixou desconfortável. 

Quando me levantei para ir embora, o colega de quarto apareceu de outro cômodo com uma arma nas mãos, e os dois me estupraram diante da mira da arma. Eu fiquei com hematomas e mais tarde desenvolvi uma infecção feia, que poderia causar aborto espontâneo. Sangrei muito na primeira metade da minha gravidez por causa dessa infecção. 

Quando descobri que estava grávida, sorri pela primeira vez desde o estupro. Estava vivendo em luto e perguntando por que Deus poupou minha vida. Descobrir que estava grávida do meu filho deu-me razão para continuar vivendo. 

Eu sabia que Deus me tinha dado uma dor que eu conseguiria conectar, e tinha dado por uma razão. Nunca houve nenhuma dúvida em minha mente de que eu manteria o bebê. Ele era meu filho, e eu o amei instantaneamente. 

Fui abençoada de ter contato com muitas disciplinas filhos foram concebidos por estupro e hoje são adultos. Elas compartilharam o que funcionou bem, e também o que não funcionou, em relação a contar a seus filhos como eles foram concebidos. O conselho que recebi foi o de compartilhar informações apropriadas para a idade, na medida em que meu filho necessita a fazer perguntas. 

No início do ano, ele começou a perguntar por que não tem um pai, então eu contei uma história bem básica, que ele ama e pede para ouvir novamente o tempo todo. Ele chama de 'a história da mamãe feliz'! ” 

O que dizer a seu filho? 


“É assim: 'Há muito tempo, algumas pessoas machucaram a mamãe, e ela estava muito triste. Chorou, perguntou para Deus por que tinha que estar tão triste o tempo todo. Deus estava triste também, porque não gosta de nos ver machucados, e Ele sabia exatamente o que fazer para me ajudar. Ele decidiu que eu precisava de um presente especial, então me deu um menininho doce, forte, esperto e lindo, que dá os melhores beijos e abraços. E esse é o Caleb! 

Então Deus colocou você dentro de mim, e quando eu descobri que você estava lá fiquei tão feliz! Você foi o melhor presente. Você cresceu e cresceu dentro de mim, e, no seu aniversário, você saiu e nasceu. Então você chorou até que colocaram você nos meus braços, e parou de chorar quando eu te acalentei. E eu estava ainda mais feliz por finalmente segurar você nos braços. ' 

Ele ainda não entende que foi elaborado num estupro, mas estou plantando as sementes, de forma que a informação não seja tão chocante quando ele for mais velho.

Vou continuar garantindo que ele entenda que coisas ruínas acontecem com todos nós, mas que, quando Deus atua em nossas vidas, podemos usar tudo isso para nosso bem. Uma beleza que vem das cinzas! 

Sou cristã. Eu não teria sobrevivido à minha gravidez e à intensa pressão que sofri de outras pessoas para fazer um aborto se não for meu relacionamento com Cristo. Deus tem estado comigo a cada passo do caminho, escrevendo uma linda história de redenção em minha vida. 

Meu versículo favorito da Bíblia é Gênesis 50:20, e esse trecho é certeiro [o versículo diz: Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornei em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos.] ” 

Uma fundação que dá esperança 

“Eu criei uma fundação, chamada Hope After Rape Conception [“ Esperança para a Concepção após o Estupro], que tem por objetivo oferecer esperança para mães que passaram por essa situação, e também para seus filhos. 

As necessidades de cada uma delas são diferentes. Algumas precisam apenas contar histórias que elas não se sentem seguras para compartilhar com os amigos e as famílias. 

Outras necessidades de aconselhamento para lidar com o trauma, e muitas pedem aconselhamento jurídico porque os homens que as estupraram entram na justiça para ter o direito de visita ou de custódia das crianças. 

Aqui nos Estados Unidos, essas leis variam para cada estado. Alguns fornecem proteção adequada para as mulheres, mas aproximadamente metade não oferece. Também estou trabalhando com os legisladores para implementar uma legislação mais adequada para proteger a vítima de estupro e seus filhos. 

Acredito que toda mulher, em qualquer situação, deveria continuar a gravidez. Há casos, como a gravidez ectópica, em que a vida da mãe é ameaçada pelo fato de o bebê se implantar fora do útero. 

Num caso assim, a intenção importa: se a intenção é fazer o parto antes para garantir a saúde da mãe, o bebê acaba morrendo por não conseguir sobreviver por conta própria, essa é uma situação inteiramente diferente da arrancar o bebê do útero da mãe apenas por conveniência. 

As pessoas com frequência citam ou estupro, que respondem por 1% dos abortos praticados nos Estados Unidos, como uma justificativa para todos os abortos. A existência de pessoas como eu e como meu filho é usada para justificar o assassinato de milhões de bebês no mundo todo, todos os anos. 

Mesmo entre as pessoas que se identificam como pró-vida, você vai encontrar quem justifique o aborto em casos de estupro, e isso é simplesmente um ato de compaixão deslocada. Essas pessoas não entendem o que sentimos porque não conversaram diretamente conosco e não conhecem os fatos. 

Todo estudo de grande alcance já realizado sobre o assunto mostra que a esmagadora maioria das mulheres que engravidaram em resultado de estupro escolhem pela vida.

Daquelas que abortam depois do estupro, quase todas relatam terem sido forçadas a realizar o procedimento e agora expressam grande arrependimento, e 90% diz que não recomendariam o aborto para mulheres que se veem nas paralelas. O aborto após o estupro apenas adiciona mais trauma para a situação. Nossos bebês nos curam com alegria e um propósito. 

Então, sim, eu acredito que toda vida importa e deveria ser protegida. A gravidez é temporária, a morte é permanente. O desejo de não estar grávida não justifica matar outra pessoa. No entanto, também tenho grande compaixão por mulheres que passaram pelo aborto, porque, por gerações, nossa cultura mentiu para elas e disse que bebês no útero são grupos de células, e não seres humanos únicos, que apenas estão num estágio diferente da vida. ” 
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* https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/paula-nasceu-de-um-estupro-e-tambem-foi-estuprada-ela-decidiu-manter-o-filho-esta-e-sua-historia/ 

20 de setembro de 2020

Centímetro por centímetro


 Maria José Miranda Pereira [1] 

Neste setor de abortos há uma corrente forte da qual participam muitos médicos, que acreditam no dogma de Hitler. O aborto deu a algumas pessoas grande poder sobre a vida e sobre a morte. Aguardamos o tempo em que a mãe terá o direito de matar o seu filho até algumas horas depois do parto normal. Quando a criança nasce a mãe deve ter a possibilidade de olhar bem para ela e ver se corresponde à sua expectativa e resolver se ela deve continuar vivendo. Isto é o ideal, o sonho, naturalmente. Mas ainda estamos muito longe do tempo em que a sociedade em seu conjunto aceite uma coisa destas. Temos que ir muito devagar. 

Se se dissesse uma coisa destas logo no começo, quando entrou em vigor a Lei do Aborto, teria havido protestos, o público teria ficado horrorizado. Temos que conquistar nosso terreno centímetro por centímetro[2]. 

As palavras acima foram pronunciadas por um farmacêutico, dono de um consultório de teste de gravidez em Londres. Foram gravadas secretamente pelos jornalistas Michael Litchfield e Susan Kentish, que investigavam o que ocorria nas clínicas de aborto logo após a sua legalização na Inglaterra (o “Abortion Act”, de 1967). Esta foi uma das vezes em que os jornalistas se depararam com uma simpatia entre os praticantes do aborto e as ideias nazifascistas. Digna de nota é a frase: “Temos que conquistar nosso terreno centímetro por centímetro”

No Brasil está acontecendo algo semelhante. Em 1996, a então deputada Marta Suplicy (PT/SP) dizia acerca do seu projeto de lei (PL 1956/96) que buscava liberar o aborto de crianças com más-formações graves: “Quero uma lei que permita a interrupção da gravidez em casos incompatíveis com a vida. Assim será facilmente aprovada e poderemos dar o próximo passo”[3]. Como o Congresso nunca aprovou esse projeto de aborto eugênico, o advogado Luís Roberto Barroso resolveu em 2004 ingressar junto ao Supremo Tribunal Federal com a ADPF 54, a fim de que os Ministros, reinterpretando e desinterpretando o Código Penal “conforme (?) a Constituição” decidissem que o aborto — renomeado “antecipação terapêutica de parto” (ATP) — de bebês anencéfalos não poderia ser considerado crime. Depois de muita luta pela morte dos deficientes, Barroso teve a alegria de ver, em abril de 2012, a Suprema Corte julgar procedente o seu pedido, violando cláusula pétrea da Constituição Federal e permitindo a morte direta de um ser humano inocente pelo simples fato de lhe faltar parte da massa cerebral. 

Em 2016, com o surto do nascimento de crianças com o perímetro cefálico menor que 32 centímetros (microcefalia), fato este supostamente associado ao Zika vírus, eis que aparece a Associação Nacional de Defensores Públicos (ANADEP) desejando pleitear junto à Suprema Corte o aborto de tais bebês de cabeça pequena (ADI 5581). Desta vez, o preconceito não se refere à massa cerebral, mas ao diâmetro do crânio. 

E Luís Roberto Barroso, advogado incansável do preconceito contra os anencéfalos (ADPF 54) e contra os embriões humanos congelados (ADI 3510), agora já é Ministro do Supremo, nomeado por Dilma Rousseff em 2013. 

Mesmo sendo juiz, ele não deixou de ser advogado da causa abortista. Em 29/11/2016, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julgava um habeas corpus (HC 124.306-RJ) impetrado contra a prisão preventiva de uma quadrilha que praticava abortos em uma clínica em Duque de Caxias (RJ). Os acusados desejavam apenas responder ao processo em liberdade, alegando razões processuais. 

O Ministro Barroso, porém, aproveitando a ocasião, fez em seu voto-vista um tratado de “direitos humanos” e concluiu que os réus deveriam ser soltos não apenas por razões processuais, mas por haver “dúvida fundada sobre a própria existência do crime” (sic), uma vez que, segundo ele, os artigos 124 e 126 do Código Penal (que incriminam o aborto), para serem interpretados “conforme a Constituição” (sic), deveriam excluir o aborto praticado nos três primeiros meses! O lamentável voto de Luís Barroso foi acompanhado por Rosa Weber e Edson Fachin! 

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entendeu que no STF o clima estava favorável à liberação do aborto e resolveu assim, em 08/03/2017, ajuizar a ADPF 442, usando os mesmíssimos argumentos de Barroso e pedindo a “não recepção parcial” dos mesmos artigos do Código Penal por ele citados (arts. 124 e 126) pela Constituição de 1988 “para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção da gestação induzida e voluntária realizada nas primeiras 12 semanas”

A relatora da ação, Rosa Weber, que acompanhara o voto de Barroso no HC 124.306, resolveu promover um magnífico espetáculo convocando para agosto de 2018 uma audiência pública sobre a ADPF 442. O evento serviu para dar uma aparência de participação popular, mascarando a tirania da Suprema Corte, que já estava pronta para bater o martelo contra os nascituros. Estando em debate o aborto de crianças por simples solicitação da gestante até três meses de vida (ADPF 442), ninguém mais pensava no aborto de crianças microcéfalas (ADI 5581). 

Foi então que, em 13/04/2020, estando o povo em “prisão domiciliar” em meio à pandemia do Coronavírus, o STF resolveu incluir na pauta de 24 de abril, em plenário virtual, o julgamento da ADI 5581. Tudo parecia um golpe para aprovar o aborto na surdina. A sociedade se manifestou como pôde, usando as redes sociais, mas não impediu que o julgamento começasse na data e na forma marcadas. 

Para nossa surpresa, a relatora Ministra Cármen Lúcia emitiu um voto em que dizia: “Julgo prejudicada a Ação Direta de Inconstitucionalidade e não conheço da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental”. Não foi um voto “contra o aborto”, mas contra o seguimento da ação, sem entrar no mérito do pedido. Tal voto foi seguido pelos demais ministros do STF. O último a votar, Luís Roberto Barroso, em 30 de abril, francamente entristecido, não quis manifestar divergência “diante da maioria que já se formou no Plenário Virtual pela existência de óbice processual ao seguimento de ambas as ações”[4].

No entanto, não deixou de fazer “uma ressalva e uma reflexão”. A ressalva é que, na opinião dele, a ANADEP teria legitimidade para ajuizar a ação, sob a forma de ADPF (se ele tivesse sido o relator, a ação teria sido conhecida). A reflexão é que a extinção do processo adiou a discussão do “tratamento constitucional e legal a ser dado à interrupção da gestação, aos direitos fundamentais da mulher e à proteção jurídica do feto”. Note-se que, para Barroso, enquanto a mulher tem “direitos fundamentais”, o nascituro (por ele chamado “feto”) tem apenas uma “proteção jurídica”, semelhante àquela que têm a fauna, a flora e os bens patrimoniais. E mais ainda: “Mulheres são seres autônomos, que devem ter o poder de fazer suas escolhas existenciais, e não úteros a serviço da sociedade”. 

Convém notar que as mulheres que Barroso considera autônomas são as adultas, não as mulheres que estão no ventre de outras mulheres aguardando a hora do nascimento. O que ele defende não é um direito “da mulher”, mas o direito do grande sobre o pequeno, do forte sobre o fraco, o que nada mais é do que a ausência do direito. Em seu voto, ele menciona expressamente a sua apologia do aborto feita no HC 124.306 e afirma que a reflexão “transcende a questão da Zika e da microcefalia, alcançando os direitos reprodutivos das mulheres de maneira geral” (sic!). Como é grande a desilusão de Barroso diante de um placar de onze votos a zero, tendo o Tribunal perdido a ocasião de avançar mais alguns centímetros em direção ao aborto irrestrito! Como seria bom se o Ministro tivesse a sinceridade daquele farmacêutico de Londres, que se declarava admirador de Hitler! Como seria bom se ele confessasse que seu sonho seria restaurar o que estava escrito na “Tábua Quarta” da Lei das Doze Tábuas do Direito Romano: 

“1. É permitido ao pai matar o filho que nasce disforme, mediante o julgamento de cinco vizinhos. 

2. O pai terá sobre os filhos nascidos de casamento legítimo o direito de vida e de morte e o poder de vendê-los”. 

Como seria bom se Barroso tivesse a coerência do australiano Peter Singer, que defende não apenas o aborto, mas o infanticídio: “Tudo o que digo é: por que limitar a matança ao útero? Nada mágico acontece no nascimento. [...]. Claro, o infanticídio precisa ser raro e controlado por uma legislação dura, mas não precisa ficar ilegal. Não mais que o aborto”[5]. 

E como seria bom se ele e os demais Ministros reconhecessem que não querem suprir uma “omissão” do Parlamento sobre o aborto, mas destruir o sonoro NÃO que os parlamentares disseram ao aborto. 

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Parabenize a promotora Maria José Miranda Pereira pela publicação deste artigo! Envie uma mensagem para mjmp10@Gmail.com 
Anápolis, 3 de junho de 2020. Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, Presidente do Pró-Vida de Anápolis 
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Maria José Miranda Pereira

Fonte: https://www.tribunadiaria.com.br/noticia/814/centimetro-por-centimetro.html 
 
[1] A autora deste artigo, Dra. Maria José Miranda Pereira [foto] é Promotora de Justiça do Distrito Federal, membro da Associação Nacional de Membros do Ministério Público – MP PRÓ-SOCIEDADE. Publicado na Tribuna Diária em 31 maio 2020 [ https://www.tribunadiaria.com.br/noticia/814/centimetro-por-centimetro.html ]. 
[2] Michael LITCHFIELD, Susan KENTISH. Bebês para queimar: a indústria do aborto na Inglaterra. 6. ed. São Paulo: Paulinas, 1985, p. 52-54. Título original: Babies for burning: the abortion business in Britain. O “copyright” é de 1974. 
[3] Jornal do Brasil, 19/05/1996, página “Saúde”. 
[4] https://www.conjur.com.br/dl/voto-barroso-adi-5581.pdf 
[5] https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2507200401.htm

14 de setembro de 2020

Na Itália, o espectro de uma ditadura LGBTQ

 

OrganizOrganizações Pró-Família exigem que ela seja protegida na Itália

✅Julio Loredo

Fonte: Revista Catolicismo, Nº 837, Setembro/2020

 

    O Parlamento italiano está discutindo o projeto de lei Zan (do deputado Alessandro Zan), também conhecido como projeto de lei Zan-Scalfarotto (o deputado Ivan Scalfarotto foi o autor do primeiro rascunho), ambos do Partido Democrático, herdeiro do Partido Comunista. A intenção do projeto de lei é “opor-se à homofobia e transfobia”, modificando o Código Penal com artigos sobre “violência ou discriminação devido a preferências sexuais ou identidade de gênero”. O projeto de lei pretende tratar de uma “emergência de gênero” na Itália, como se a violência contra homossexuais e transgêneros fosse desenfreada.

    Tudo no projeto é errado e perigoso.

    Para começar, não existe uma “emergência de gênero” na Itália. Muito pelo contrário, pois infelizmente a Itália é considerada um dos países europeus mais “amigos dos homossexuais”, logo abaixo da ultra-permissiva Grã-Bretanha. Mais de 70% dos italianos apoiam direitos iguais para os homossexuais. Um número impressionante de 27% aprovaria a formação de um partido homossexual, e 6,7% votariam a favor. O serviço de estatísticas da União Europeia mostra que a Itália tem uma das menores taxas de violência relacionada ao gênero: apenas 29 casos por ano.

    Tivemos dois presidentes regionais abertamente homossexuais: Nichi Vendola, da Puglia, e Rosario Crocetta, da Sicília. Há um deputado transgênero: Vladimir Lussuria. Um comentarista conhecido da TV é travesti: Mauro Coruzzi, também conhecido como Platinette. Números em mãos, podemos concluir firmemente que não há na Itália “emergência de gênero” que exija uma legislação especial.

Em segundo lugar, a legislação atual na Itália já protege a integridade física e a dignidade moral de todos os cidadãos. O Código Penal pune severamente qualquer ofensa — seja física, verbal ou por imagens — motivada por ódio ou desdém (Art. 604 bis). Além disso, penaliza “qualquer propaganda ou instigação à ofensa com base em discriminação racial, étnica ou religiosa”. A pena é agravada se a ofensa for motivada por “motivos fúteis ou desprezíveis” (Art. 61), como orientação sexual. Em outras palavras, homossexuais e transgêneros já estão suficientemente protegidos. Vereditos regionais e federais recentes mostram que, com base no atual Código Penal, os tribunais italianos já usam o conceito de homofobia. Não há absolutamente nenhuma necessidade de nova legislação.

Em terceiro lugar, a teoria jurídica estabelece que não pode haver punição sem uma definição clara do que constitui um ato criminoso. Em outras palavras, os cidadãos não podem ser condenados por crimes que não são definidos como tais. “Homofobia” e “transfobia” não estão definidas em nenhum código legal, seja italiano ou europeu. Nem são definidos em nenhum texto científico, como o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) ou o CID (Código Internacional de Doenças). Quem decidirá o que constitui um crime de “homofobia” ou de “transfobia”? Uma possibilidade é que os próprios juízes decidam, caso a caso, se um ato constitui ou não um crime de homofobia ou transfobia. Isso levaria diretamente à arbitrariedade judicial.

Se considerarmos que a grande maioria dos juízes italianos está à esquerda no espectro político, podemos imaginar que tipo de decisão seria proferida. Outra maneira de definir esses crimes, ainda mais perigosa, seria pelo conceito de “violência percebida”, que vai ganhando terreno lentamente na teoria jurídica. O crime existiria caso a vítima se julgasse ofendida. Portanto, constituiria crime qualquer ato ou palavra entendidos pela própria vítima como ofensivos.

 Ensino do Catecismo poderá ser penalizado

Se o projeto de lei for aprovado, um sacerdote que pregar do púlpito o Catecismo da Igreja Católica, no que se refere aos mandamentos sexto e nono, estará sujeito à penalidade máxima.




Mas aprofundemo-nos no projeto de lei Zan-Scalfarotto. Sem dúvida, é a legislação mais ditatorial, absolutista e fascista já produzida na Itália. Já foi aprovado na Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, e deverá ser apresentado em breve. Apoiado por todos os partidos de esquerda, o projeto foi contestado apenas por Fratelli d'Italia Lega. O Forza Italia de Silvio Berlusconi se absteve, confirmando sua tendência para a esquerda.

Se for aprovado, o projeto punirá qualquer “discriminação baseada em gênero, orientação sexual ou identidade de gênero”. Eis as penalidades:

— de 18 meses a seis anos de prisão, se o agressor pertencer a uma organização que rejeita a homossexualidade do transgenerismo;

— revogação da carteira de identidade nacional;

— revogação do passaporte;

— revogação da carteira de motorista;

— toque de recolher depois das 18 horas;

— perda de direitos políticos por três anos.

         A sentença de prisão poderá ser comutada mediante “serviços civis” realizados em centros LGBTQ, onde o infrator será devidamente “reeducado”. Sim, RE-EDUCADO!

         Se essa lei for aprovada, um sacerdote que pregar do púlpito o Catecismo da Igreja Católica, no que se refere aos mandamentos sexto e nono, estará sujeito à penalidade máxima. E o autor deste artigo poderá tornar-se presidiário em um cárcere de segurança máxima quando escrever o próximo...

         Tal ataque à liberdade religiosa não ocorreu sem oposição.

 

Câmara dos Deputados Italiana
Se for aprovado, o projeto punirá com as seguintes penalidades:
— de 18 meses a seis anos de prisão, se o agressor pertencer a uma organização que rejeita a
homossexualidade do transgenerismo;
— revogação da carteira de identidade nacional;
— revogação do passaporte;
— revogação da carteira de motorista;
— toque de recolher depois das 18 horas;
— perda de direitos políticos por três anos.

É crime expressar a própria opinião católica?

         A pandemia do covid desestruturou o país até as suas raízes, interrompendo a vida política e cultural especialmente no campo conservador. As reuniões públicas, embora não totalmente impossíveis, tornaram-se muito difíceis de organizar, devido às restrições sanitárias. No entanto, à medida que o projeto de lei tramitava no Parlamento, grupos pró-vida e pró-família começaram a se reunir, formando a coalizão Restiamo Liberi (Permanecemos livres). O objetivo da coalizão é muito simples: interromper o projeto de lei Zan fazendo ouvir a voz do povo.

         Em um comunicado à imprensa, Restiamo Liberi definiu o seu objetivo: “Dizemos NÃO à instituição de um novo crime, o da ‘homotransfobia’, não definido pelo legislador, deixando assim enormes espaços para interpretações e desvios liberticidas, que atingirão todos aqueles que se expressarem de maneiras não alinhadas com o pensamento politicamente correto. Numa época em que o poder está cada vez mais concentrado nas mãos de poucos, a instituição do crime de opinião é mais um passo rumo à repressão da divergência, de qualquer dissidência. Este é um fato que deve preocupar a todos”.

         No sábado, 11 de julho de 2020, o Restiamo Liberi organizou 100 manifestações públicas em diversas cidades italianas. Em Monza participaram mais de 150 pessoas, enquanto em Roma foram quase mil, evidenciando a penetração popular que o movimento pró-família alcançou. Os membros da Associazione Tradizione Famiglia Proprietà, da qual sou presidente, participaram de várias dessas manifestações.

         Massimo Gandolfini, líder do Dia da Família, declarou: “A liberdade de expressão e a liberdade de professar a religião estão em risco. Quem se preocupa com a liberdade e a democracia, independentemente de suas crenças religiosas ou políticas, é chamado a apoiar a campanha”. E Antonio Brandi, de Pro Vita & Famiglia, confirmou: “A homofobia não é uma emergência e o projeto de lei Zan representa a ditadura do LGBTQ, uma lei que reduz a liberdade de opinião garantida constitucionalmente”.

 

O eloquente silêncio do Vaticano

        


As manifestações foram um sucesso? Irão influenciar o Parlamento? Em um mundo sempre em movimento, como o nosso, é difícil responder. Dadas as atuais circunstâncias, obviamente elas foram um sucesso, pelo menos em termos relativos. Mas é um fato infeliz que a barreira do horror à homossexualidade e ao transgenerismo esteja diminuindo, assim como ocorreu em relação ao controle da natalidade, divórcio e aborto. A opinião pública italiana está se deteriorando gradualmente, tornando cada vez mais difícil reunir apoio a causas pró-vida e pró-família. A menos que algo muito profundo aconteça no campo espiritual
isto é, uma conversão —, esse curso dos acontecimentos não mudará.

         Temos uma dificuldade imediata, que é a liderança. Os católicos italianos não receberam nenhuma orientação do Vaticano em relação a esse projeto de lei. O Papa Francisco não pronunciou uma só palavra. Pelo contrário, apoiou publicamente algumas das políticas adotadas pelo governo de esquerda. Num país profundamente católico, onde a voz da Igreja poderia ter um efeito retumbante, esse silêncio é extremamente prejudicial.

         A Conferência Episcopal Italiana (CEI) emitiu um comunicado criticando o Projeto de Lei Zan-Scalfarotto, mas em termos tão moderados que o tornam praticamente ineficaz. Ademais, ele não foi seguido por nenhuma ação concreta. Nas manifestações do Restiamo Liberi não havia bispos, mas apenas um punhado de sacerdotes. As paróquias e associações católicas os evitaram, de acordo com o tratamento “prudente” adotado pela CEI em relação ao governo. Isso se traduz em uma atitude de não resistência a qualquer mal resultante dele. Apenas dois bispos alertaram os católicos sobre as consequências sinistras que esse projeto de lei teria.

         Nem sequer no âmbito político existe uma figura nacional capaz de coordenar esses grupos de base e transformá-los em um movimento politicamente eficaz. O ponto importante, porém, é que na base as pessoas estão dispostas a lutar em defesa da liberdade de expressão e religião. Enquanto elas não recuarem, tudo é possível.

8 de setembro de 2020

Vandalismo revolucionário movido pelo ódio à civilização

 

Estátua de Cristóvão Colombo jogada no chão, em Saint Paul, Minnesota (EUA).


As recentes destruições de estátuas simbólicas e imagens sagradas, sobretudo nos Estados Unidos, revelam claramente o plano revolucionário para excluir Deus da sociedade e implantar uma “Nova Ordem Mundial”

  • Paulo Roberto Campos

✔ Fonte: Revista Catolicismo, Nº 836, Agosto/2020

Timothy entrou na garagem de sua casa, e pegou furtivamente um galão de tinta e um pincel. De mansinho, saiu pé-ante-pé. Mas ao abrir o portão, um ruído alertou a mãe vigilante, que da janela indagou do filho adolescente:

         — Tim, aonde você pensa que vai? E o que faz na sua mão esse galão de tinta!?

         — Ihhhhhh…

         — Diga a verdade à sua mãe!

         — Tá bom, mãe, não vou mentir. Vou até a praça da estátua do Colombo.

         — E pra que essa tinta?

         — É pra pichar a estátua.

         — Tim, o que é que Colombo fez de mal, pra ser pichado?

         — Ele foi racista e escravagista, mãe!

         — De onde você tirou isso sobre o grande descobridor da América?

         — Foi na internet.

         — Aahh! Essa internet… Espalham fake-news sobre nosso passado, tentam reescrever a história… E você caiu nessa lorota? Só falta dizer que ele foi nazista, fascista. Se você quer mesmo pintar, precisa saber se ele mereceu isso, pois não se pode praticar injustiça. Pegue na estante um livro que temos sobre o descobrimento da América, leia, e depois me conte o que leu. E se ainda quiser pintar, eu vou junto.

Cristóvão Colombo descobre a América. Gravura colorida de L. Prang & Co., Boston, 1893 (The Prang Educational Co.).

         O adolescente relutou, argumentou, mas viu que não teria autorização sem antes ler pelo menos um capítulo do livro. Pegou-o na estante, recostou-se no sofá e se pôs a ler. Desconfiada com o silêncio que se prolongava, a mãe lhe perguntou se já tinha terminado.

         — Terminei um capítulo, e estou lendo outros trechos.

         — Uhmm! Pelo jeito, você está gostando, não é?

         — É claro, mãe! Esse tal de Colombo era mesmo um colosso.

         — Ah, é?! O que é que estão dizendo aí no livro?

         — Chega um pouco mais perto, e eu vou ler o que dizem dele. Logo depois, começou a leitura:

“Dificilmente pode encontrar-se, no transcurso dos séculos, homem com uma grandeza de alma e um engenho comparável à grandeza de alma e ao engenho de quem isto realizou. Do seio do inexplorado Oceano, graças a Cristóvão Colombo, surgiu um novo mundo; milhões de homens que se achavam no olvido e nas trevas reintegraram-se à sociedade, e voltaram da barbárie à mansidão e à humanidade; e, o que é mais, foram chamados da morte à vida eterna pela comunicação dos bens que Jesus Cristo engendrou”.1

Papa Leão XIII

         — Eu me lembro disso, acho que é de uma encíclica de Leão XIII sobre o descobrimento da América, recordando os grandes feitos dos colonizadores.

— Formidável esse trecho, hein! Acho que não vou mais àquela praça. Ouça mais um pedacinho: “Colombo, sem dúvida alguma, nos pertence. Se buscarmos a razão principal que moveu Colombo a abordar o ‘tenebroso mar’, e a intenção que o determinou a realizar esta obra, entenderemos facilmente e não poderemos duvidar de que a intenção foi, em primeiro lugar, difundir a Fé católica. […] Com efeito, o que primariamente o induziu a realizar esta gesta foi a propagação do Evangelho por novas terras e novos mares”.2

         — Esta é mesmo a verdade histórica, e não pode ser alterada ao gosto de qualquer agitador. É melhor estudar a História do que pichá-la.

         Um largo sorriso evidenciava o contentamento da mãe, pois a leitura daquele livro produzira o efeito desejado. Muito ciosa da boa formação do filho, entregou-lhe depois outra obra sobre a evangelização do Novo Mundo: “Uma epopeia missionária. A conquista e a colonização da América”.

Timothy leu ainda outra parte do livro, depois voltou à garagem e guardou os apetrechos de pichação. E retornou para anotar na sua página no Facebook: “Gente, acabei não indo ao protesto na praça. Comecei a ler um livro, e não parei mais, perdi a hora. O livro traz muitos documentos elogiosos sobre a descoberta da América e seus frutos para a civilização ocidental”.

         Um dos seus seguidores enviou-lhe uma pergunta: “Tim, que livro é esse?”.

         — O título é assim: “O V Centenário face ao século XXI — Cristandade autêntica ou Revolução comuno-tribalista?”. O autor é Alejandro Ezcurra Naón, e está na rede. Pode procurar, que encontra.

Primeira Missa no Brasil – Victor Meirelles (1832–1903). Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

         Timothy postou ainda outro comentário: “Vejam este trecho, que trata do repúdio de João Paulo II à legenda negra (aquelas mentiras que falam da escravidão e do genocídio de índios). Ele disse que isso é uma lenda, e se deve a “preconceitos políticos, ideológicos e mesmo religiosos. […] Quiseram apresentar de modo apenas negativo a História da Igreja neste Continente. […] A expansão da Cristandade ibérica levou aos novos povos o dom que está nas origens e na gestação da Europa — a Fé cristã — com seu poder de humanidade e de salvação, de dignidade e fraternidade, de justiça e amor pelo novo mundo”.

         O entusiasmo de Tim não arrefecia, e ele ainda escreveu: “Compartilhem isso com a galera. Sei que vou ser linchado por não estar sendo ‘politicamente correto’, mas esta é a verdade histórica. Não podemos ir nessa onda de revisionismo, julgando como racistas e escravagistas os colonizadores do Novo Mundo, e também grandes vultos da nossa história”. Postado isso, voltou para o sofá e prosseguiu sua leitura.

“Black Lives Matter” e sua agenda anárquica

Membro do Black Lives Matter em manifestação nas ruas de Nova York

         Timothy acompanhara todo o noticiário sobre o caso de George Floyd, o cidadão negro de Mineápolis preso por utilizar uma nota falsa de 20 dólares, e morto em seguida durante uma ação desastrada de um policial branco. Os rios de tinta que a mídia derramou sobre o fato se transformaram rapidamente em rastilho de pólvora para multidões enraivecidas, que se reuniram em protestos extremamente violentos, tendo aquela violência policial como pretexto.

         Hoje não há quem desconheça o caso George Floyd. Mas quem conhece David Dorn? Pouquíssimos. Também negro americano, de 77 anos de idade, era capitão reformado da polícia, e foi covardemente morto em Saint Louis (Missouri) por manifestantes apoiadores do Black Lives Matter (vidas de negros são importantes). Naquele dia 2 de junho, durante os protestos contra a morte de Floyd, Dorn queria apenas impedir os saqueios de lojas que estavam ocorrendo.

Eis aí dois negros avaliados com dois pesos e duas medidas. Ambos tiveram um fim trágico, mas para certo tipo de revolucionário3 só o primeiro merece homenagens e recordações; o segundo, só desprezo e esquecimento. Não teria a vida do negro David Dorn a importância que se atribui à do negro Floyd? A explicação para tal disparidade na atribuição de importância é que a morte de Floyd serve como pretexto revolucionário, enquanto o assassinato de Dorn, não.

Nos protestos, bandeira americana pichada e levada de ponta-cabeça

Mesmo estando os EUA em período de quarentena devido ao coronavírus, os tumultos, manifestações e saques de lojas de luxo se alastraram pelo país. Tais protestos foram provocados sobretudo pelo movimento marxista Black Lives Matter (BLM), fundado em 2013, o qual se apresenta como antirracista para defender vidas de negros e a igualdade racial. Quando algum afrodescendente é preso, os membros do BLM aproveitam a ocasião para enfrentar forças policiais e incendiar seus carros, rotulando de “fascista” a reação policial.

Revelador do objetivo anárquico do BLM é o seu pedido de desmantelamento das forças policiais. Alegando que as polícias são “discriminatórias”, os ativistas do movimento pedem que as verbas destinadas aos departamentos de polícia sejam cortadas e redirecionadas para “programas sociais”. Alguns membros do BLM tratam com drogados, ladrões, assassinos, enquanto outros, ainda mais radicais, sugerem a abolição das forças policiais.

Hawk Newsome, um dos líderes do BLM, declarou guerra à polícia e planeja lançar um projeto envolvendo patrulhas armadas (estilo Pantera Negra) a fim de rastrear o comportamento de policiais nas ruas. Em nome dos direitos dos negros, mobiliza pessoas para desenvolver um braço militar altamente treinado com o objetivo de desafiar as forças policiais.4

Protestos esquerdistas em Brooklyn, Nova York.

Black Lives Matter, um slogan que serve de base a um movimento, passou a ser pichado em paredes, bradado em protestos nos vários estados norte-americanos, e se estendeu a outros países. O ramo britânico do BLM afirma: “Somos guiados pelo compromisso de desmantelar o imperialismo, o capitalismo, a supremacia branca, o patriarcado e as estruturas estatais que penalizam os negros na Grã-Bretanha e no mundo”.5

Os componentes incendiários do BLM e seus companheiros de viagem adotam a agenda de movimentos favoráveis à esquerda, como “casamento” homossexual e ideologia de gênero; são contrários à instituição da família tradicional; pretendem desestabilizar a sociedade; apoiam a prática do aborto; mas contraditoriamente não se importam com a vida de milhões de bebês afrodescendentes, executados todos os anos pela prática abortiva.

Jeffery Shaun King, fundador do “Real Justice PAC” e radical defensor do Black Lives Matter.

site do movimento Black Lives Matter afirma que tem como objetivo desintegrar a estrutura da família nuclear, como é prescrita no Ocidente; defender a família enquanto vivendo coletivamente em “aldeias”; libertar-nos das garras do pensamento heteroafetivo, para o qual todos no mundo são heterossexuais; cultivar uma rede intergeracional e comunitária livre do passado, livre das tradições.6

Se tais reivindicações dos líderes do BLM não forem atendidas, eles prometem “reduzir a cinzas o sistema”.7

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Antifas, companheiros de viagem do BLM

De mãos dadas com o BLM, outro conjunto de movimentos insurrecionais passou a ter destaque na grande mídia e na imprensa marrom dos EUA. Trata-se do Antifas, grupos anárquicos cujos membros se dizem radicais antifascistas e antirracistas [foto ao lado]. Inspirados nos antifascistas italianos da década de 1920 e 1930, apresentam-se vestidos de negro em seus protestos. Na realidade, os membros do Antifas constituem uma espécie de claque do neocomunismo, que com o desmoronamento do Muro de Berlim (1989), seguido da derrocada do regime comunista na ex-URSS, se metamorfoseou para apresentar-se como ecológico e antiglobalista, mas de extrema-esquerda.

Líderes dos Antifas equiparam o capitalismo ao racismo, do mesmo modo como seus antecessores na Itália equiparavam o capitalismo ao fascismo. Por vezes parecem reivindicar questões aparentemente justas, a fim de atrair a opinião pública, e assim favorecer o candidato de esquerda nas próximas eleições americanas. Com a vitória da esquerda eles esperam rumar para o que chamam de “Nova Ordem Mundial”, ou seja, uma nova normalidade (melhor diríamos anormalidade), a qual não se distingue do velho sistema comunista fracassado — escravizador, este sim, de milhões de cidadãos mundo afora.

Nesse sentido, Patrícia Cullors [foto ao lado], co-fundadora do BLM, declarou que o objetivo imediato de seu movimento é depor o presidente norte-americano: “Donald Trump não pode continuar no cargo até novembro, mas deve renunciar imediatamente. Ele tem de sair. Ele não está à altura do cargo. De modo que vamos pressionar para que ele saia. Ao mesmo tempo também continuaremos pressionando Joe Biden no tocante às suas políticas quanto ao posicionamento a respeito do policiamento e à criminalização. Isso é muito importante. Mas nosso objetivo primordial é derrubar Donald Trump”.8

Confirmando que desejam a implantação de um sistema comunista, o ramo alemão dos Antifas (Antifaschistischer Aufbau München)declara: “A luta contra o fascismo só vencerá quando o sistema capitalista for esfarelado e uma sociedade sem classes for estabelecida”.

A estátua de São Luís IX, em Saint Louis (Missouri), foi pichada e agora é ameaçada de ser derrubada.

Atos incendiários contra símbolos da época colonial

         Os mencionados protestos degeneraram em movimentos reivindicando a derrubada de estátuas de personalidades históricas, o que foi conseguido por eles em alguns casos. Muitas estátuas foram derrubadas de seus pedestais; monumentos foram destruídos; algumas igrejas foram incendiadas, além de imagens de Jesus Cristo e da Virgem Maria. A palavra de ordem é derrubar ou depredar tudo que estiver vinculado ao que eles entendem por escravidão e ao passado colonial.

         Assim, muito além da questão racial e da destruição de estátuas de grandes heróis consagrados pela História, os ativistas anárquicos deixaram cair a máscara. Tanto deblateram contra o “preconceito” e a “intolerância”, que se revelaram os verdadeiramente preconceituosos e intolerantes.

O escritor e ativista americano Jeffery Shaun King, fundador do “Real Justice PAC” e radical defensor do Black Lives Matter, postou em seu Twitter“Sim, acho que as estátuas do europeu branco, o suposto Jesus, também devem ser derrubadas. Elas são instrumentos da supremacia branca. Sempre foram […]. Todos os murais e vitrais de Jesus, de sua mãe e de seus amigos brancos, também devem ser retirados. Eles formam uma supremacia branca bruta, criados como ferramentas de opressão. Propaganda racista. Todos deveriam vir abaixo”. 9

As palavras ‘tuitadas’ por Shaun King revelam sua tendência iconoclasta. Em todas essas manifestações de ódio a figuras simbólicas, patenteia-se o ódio a Deus e à ordem das coisas estabelecidas por Ele. A questão racial foi manipulada como mero pretexto para denegrir o Criador e a ação evangelizadora da Igreja, como na época da América colonial. Derrubar estátuas é símbolo do desejo de reescrever a História, ou mesmo apagá-la. Nesse sentido, se pudessem, queimariam todos os livros históricos das bibliotecas — exceto os de viés marxista, evidentemente — a fim de varrer a memória do passado civilizatório. Agem para que os homens se esqueçam para sempre da magnitude das epopeias de heróis que marcaram a História. No fundo, a destruição de estátuas é um ato simbólico do desejo revolucionário de destruir a cultura, a Cristandade, e mesmo banir Deus da História.

Destruição de imagens de Nosso Senhor e de Maria Santíssima

         O que mais provoca a santa indignação de um católico nessas destruições ou pichamentos é ver igrejas e imagens sagradas — como as de Jesus e de Sua Mãe Santíssima, assim como de santos — serem vandalizadas pelos ditos antirracistas. Além de ser um crime, qualquer atentado a uma imagem sagrada constitui também um sacrilégio, pecado gravíssimo.

Por que tamanho ódio contra Nosso Senhor Jesus Cristo, que passou Sua vida fazendo o bem? Não veio Ele exatamente para salvar todos os povos de todas as raças? Entretanto, tal é a fúria anarquista, que se Ele voltasse à Terra esses ativistas revolucionários não hesitariam em crucificá-Lo novamente.

Só no mês de julho deste ano foram tantos os atentados contra patrimônios históricos, tantos os alvos atingidos pela sanha anarquista, que seria necessário um livro para registrá-los e comentar a importância de cada um deles. Sinteticamente, mencionaremos alguns.

Em Miami (Flórida) uma imagem de Jesus, invocado como o “Bom Pastor”, na igreja do mesmo nome, foi decapitada por facínoras na madrugada do dia 14 de julho.

         No Canadá, antes de eclodir o caso Floyd, vândalos utilizando-se de motosserra danificaram oito estátuas. Algumas delas, que compunham uma Via Sacra de alto valor histórico na cidade de Ontário, foram decapitadas.

         Uma imagem de Nossa Senhora foi incendiada do lado de fora de uma igreja de Boston (Massachusetts).

No dia 11 de julho, policiais receberam um telefonema avisando de um incêndio na área de Dorchester. Ao chegarem à igreja paroquial de São Pedro, viram uma imagem da Virgem que havia sido queimada. Os peritos policiais confirmaram que o fogo começou nas flores de plástico colocadas nas mãos da imagem, cujo rosto e parte superior do corpo ficaram danificados. Dias depois, também em Dorchester, uma segunda imagem da Santa Mãe de Deus foi profanada: anarquistas meteram uma lata de lixo na cabeça da imagem sacrossanta.

Outra imagem de Nossa Senhora foi derrubada de seu pedestal e decapitada na igreja de Santo Estêvão, em Chattanooga (Tennessee).

No bairro de Elmhurst, distrito de Queens em Nova York, um celerado perpetrou o criminoso e sacrílego ato de perfurar uma imagem da Virgem.

No Brasil, o ódio revolucionário já se voltou contra o próprio Cristo Redentor, que do alto do Corcovado nos abençoa. Sugerem retirar aquela monumental estátua, sob o pretexto de que estamos num país laico…

Tudo leva a crer que esses sinistros ataques sejam orquestrados, e executados mediante palavras de ordem oriundas de chefes da “conjuração anticristã”, pois seria inverossímil crer que venham sendo praticados apenas por indivíduos isoladamente.

Vandalizada a estátua de São Luís, o Rei-Cruzado

Em Saint Louis (Missouri), o alvo foi a bela e histórica estátua equestre conhecida como “Apoteose de São Luís”, cartão postal que reverencia o padroeiro dessa cidade [ao lado]. Muito venerado pelos católicos do mundo inteiro, São Luís foi canonizado pela Igreja em 1297. E a preciosa estátua do bom e justo rei francês, símbolo do cavalheirismo e da honra, foi erigida em 1906. Após picharem o monumento precioso, ativistas radicais agora ameaçam derrubá-la.

Não contentes em pichar e exigir a derrubada da estátua, os “antirracistas” se uniram aos maometanos da associação “Umar Lee y Moji Sidiqim”, num abaixo-assinado ao prefeito de Saint Louis, pedindo para mudar o nome da cidade. Acusam o santo de ter sido “islamofóbico” — justamente ele, que em 1250 pagou do próprio bolso o resgate de vários mulçumanos escravizados em Almançora (Egito)!

Americanos limpam o monumento a São Luís pichado pelos vândalos

Muitos católicos — entre os quais membros da TFP norte-americana — têm-se revezado diante da estátua do Rei-Cruzado, a fim de impedir a sua demolição. Recentemente, enquanto rezavam o terço junto ao monumento, foram objeto do ódio dos autodenominados “antirracistas”, que fizeram provocações, cuspiram e gritaram palavras como “suas orações são racistas, seu Deus não pode ouvi-las”. O Prof. Howard Whitcraft, morador da cidade e veterano colaborador da TFP, declarou: “Em meus 81 anos de idade, nunca vi tanto ódio pelo simples fato de estarmos ali rezando o Rosário”.

O Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança [foto ao lado], que é descendente direto do rei São Luís IX, tomando conhecimento dos atentados contra seu antepassado, fez uma declaração onde constam estas palavras:

         “Há algum tempo, visitei a magnífica estátua equestre de São Luís IX no Parque Florestal em St. Louis. Como seu descendente na linha paterna direta, fiquei tocado pela devoção a ele manifestada pelos moradores da cidade.

         “Ouvi dizer que alguns querem derrubar essa estátua. Isso faz parte de um movimento mundial para destruir tudo o que representa a civilização ocidental cristã. Esta campanha de ódio se estende agora aos santos católicos, como o bom Rei São Luís. Por que eles o odeiam, se ele só fez o que era bom? Por gerações, sua memória manteve os membros da minha família nos mais altos padrões morais, e nos sentimos chamados para honrar sua memória com boas ações. Ele constantemente nos chama a seguir seus passos, a amar a justiça e a caridade.

         “O Rei São Luís foi uma figura brilhante de estadista e líder, que convida todos à admiração. Gostaria que o mundo de hoje tivesse líderes políticos como ele! Foi famoso por sua caridade cristã, especialmente para com os pobres. A qualidade mais importante que vejo em meu ancestral foi sua santidade, seu amor a Deus e à Mãe Santíssima.

“Como descendente de São Luís, fiquei profundamente comovido ao saber que os católicos frequentemente se reúnem junto a seu monumento para rezar o Rosário e defender a estátua que está sendo ameaçada”.

Estátua de São Junípero foi retirada de seu pedestal e jogada no chão na Califórnia

Estátuas de São Junípero derrubadas ou danificadas

Um vídeo mostra a estátua do missionário franciscano espanhol São Junípero Serra (1713–1784) sendo atingida por objetos e coberta de tinta, enquanto integrantes do Black Lives Matter de São Francisco (Califórnia) aplaudem a sua derrubada.

Que crime cometeu esse santo? Ele foi responsável no século XVIII pela fundação de grandes cidades como Los Angeles, Santa Bárbara, San Diego e Sacramento. Fundou várias missões na Alta Califórnia e dirigiu outras, tudo para evangelizar os indígenas. Foi um grande defensor dos índios, inclusive ensinando-lhes técnicas de agricultura, pecuária e alvenaria. Tudo isso só pode ser considerado uma glória para o santo e para a Cristandade. Uma glória tão amplamente reconhecida, que esse santo missionário é o único religioso a possuir um monumento erigido em sua honra no Capitólio de Washington. Sua estátua figura entre os Founding Fathers (Pais Fundadores) dos Estados Unidos [foto acima].

No entanto, ele é motivo de ódio para o movimento BLM. Em Ventura (Califórnia), aos gritos de que São Junípero foi pai do genocídio, partidários do BLM quiseram repetir, na tarde de 20 de junho, a demolidora cena ocorrida em São Francisco. No entanto, destemidos jovens católicos fizeram um cordão de isolamento em torno da estátua do santo, impedindo-os de prosseguir.

         Confrontos semelhantes ocorreram em outras cidades da Califórnia. Em Los Angeles e Sacramento algumas estátuas foram destruídas, outras grafitadas com a palavra “racista”. Ainda em Los Angeles, católicos impediram atos de vandalismo contra uma imagem de São Tomás de Aquino, o grande “Doutor angélico”.

         O Arcebispo de São Francisco, Dom Salvatore Joseph Cordileone, rezou o Exorcismo no mesmo local onde os ativistas do BLM haviam derrubado a estátua de São Junípero. No final do ato reparatório pelo sacrílego atentado, o Arcebispo declarou: “O maligno se fez presente aqui, por isso hoje nos reunimos para pedir a proteção de Deus — pela intercessão dos santos, sobretudo de Maria Santíssima, nossa Mãe — como uma reparação, pedindo Sua misericórdia para todos nós, pela cidade de São Francisco, para que possamos estar com nossos corações sempre voltados para Deus”.

Cesar Franco, membro da TFP americana, defende que as estátuas de São Junípero devem ser mantidas e protegidas, como mostra de gratidão pela grande obra desse santo missionário.

         Em uma das manifestações católicas para proteger estátuas contra ações vandálicas, Cesar Franco [foto ao lado], membro da TFP americana, afirmou: “São Junípero Serra foi um grande homem, um santo. Suas ações não foram apenas responsáveis ​​pela salvação de milhares de almas, mas também pela fundação da Califórnia. Como tal, seu legado merece ser honrado não apenas nas igrejas, mas também nas praças públicas. Ele é parte integrante do patrimônio da Santa Igreja Católica e do Estado da Califórnia. A estátua dele deve permanecer onde está”.

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Ataques violentos e sacrílegos a igrejas católicas

         Além dos atentados perpetrados contra imagens, anarquistas tentaram também incendiar igrejas. A famosa catedral novaiorquina de St. Patrick, na Quinta Avenida, foi grafitada por membros do BLM com palavrões e agressões às forças policiais. Nas proximidades, uma imagem de Nossa Senhora foi pichada com a palavra idol (ídolo).

         Em Ocala, na Flórida, um celerado lançou seu veículo contra as portas principais da igreja Rainha da Paz, enquanto os fiéis esperavam pelo início da missa. Depois despejou galões de gasolina e ateou foto, que foi rapidamente controlado. A Rainha da Paz certamente aconselharia a seus filhos devotos: “Se querem a paz, preparem-se para a guerra”.

Católicos impedem a derrubada da estátua de São Junípero

Na madrugada de 11 de julho foi incendiada a igreja da missão São Gabriel, fundada por São Junípero Serra, pertencente à Arquidiocese de Los Angeles, danificando o teto e parte do interior. Ativistas tentaram também incendiar outras igrejas, como a Basílica de Santa Maria em Minneapolis, mas os danos foram pequenos.

Em meio a esses atentados contra igrejas católicas, causa perplexidade ver como os autores desses crimes e sacrilégios vêm agindo impunemente. Ainda maior perplexidade provoca a indiferença com que a maior parte do clero católico reage a tantos ataques à Cristandade. A norma “quem cala, consente” explicaria essa atitude?

Incêndio danifica a catedral de Nantes

Um ano depois do trágico incêndio de Notre-Dame de Paris, mais uma catástrofe se abateu sobre a França e afeta toda a Cristandade. Na manhã do dia 18 de julho último, labaredas se alastraram na catedral de São Pedro e São Paulo em Nantes. Os bombeiros agiram com prontidão, conseguindo logo deter as chamas. Mas foram consumidos pelo fogo o monumental órgão, vitrais, preciosas obras de arte sacra, mobiliário do interior da catedral e estalas — todos do século XVI.

Uma semana depois, no dia 25, a imprensa francesa noticiou a prisão do criminoso: um ruandês de 39 anos. Não foi revelado seu nome e os motivos que o levaram a incendiar o belo edifício gótico do século XV. O Sr. Pierre Sennès, procurador da República de Nantes, declarou que o imigrante de Ruanda “admitiu, durante o interrogatório inicial perante o juiz de instrução, que tinha acendido os três fogos na catedral: no grande órgão, no pequeno órgão e num painel elétrico”.

Ao que parece, de acordo com os primeiros indícios, seria um atentado cristianofóbico. Ou seja, faz parte de uma onda destrutiva e diabólica.

Ataques a grandes figuras da história

De acordo com pesquisa feita pelo “The New York Times”, em mais de 20 cidades americanas pleiteia-se a demolição de monumentos a heróis de guerra, ex-presidentes e fundadores dos EUA. Pelo menos 10 monumentos aos confederados e outras figuras históricas americanas já foram removidos, entre eles a estátua do general Robert E. Lee em Richmond (Virgínia).

A notória esquerdista Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, apresentou a exigência de que fossem removidas do Capitólio 11 estátuas de confederados que se opunham ao fim da escravidão. Outros membros de seu Partido Democrata também estão propondo substituições nos nomes de 10 bases militares do país, que homenageiam antigos generais acusados de escravocratas.

Na Inglaterra foi desfigurada a estátua de Winston Churchill [ao lado]. A pronta atuação das autoridades conseguiu salvar aquele patrimônio, e o primeiro-ministro Boris Johnson escreveu em seu Twitter: “É absurdo e vergonhoso que esse monumento nacional esteja hoje sob o risco de ataques de manifestantes violentos”. Churchill foi o grande estadista que se opôs a nazistas e fascistas na Segunda Guerra Mundial. Mas os manifestantes, revelando uma incoerência ululante, praticaram esse ato de vandalismo em nome do antifascismo.

Terão esses demolidores em vista a destruição do Coliseu romano, com a alegação de que naquela arena os cristãos foram escravizados, perseguidos e martirizados? Tentarão porventura derrubar também as pirâmides do Egito, uma vez que foram construídas com trabalho escravo?

Como é fácil perceber, na mira desses demolidores estão os grandes personagens históricos, mas principalmente a obra civilizadora da Igreja Católica — a nossa magnífica herança cultural. O que desejam colocar no seu lugar? Substituir a civilização pelo tribalismo indígena? Erigir estátuas de déspotas escravagistas como Zumbi dos Palmares? Ou de Karl Marx, Mao Tsé-Tung, Che Guevara, Fidel Castro, Hugo Chávez?

Tudo isto parece à primeira vista assunto para psiquiatras. Mas na realidade trata-se de ódio à Civilização — ódio satânico e inveterado à ordem natural das coisas, tais como estabelecidas por Deus no Universo.

Monumento a Pedro Álvares Cabral no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

No Brasil, ataques a celebridades e heróis nacionais

Estão ameaçadas de demolição estátuas de Pedro Álvares Cabral, a quem todos devemos — índios, brancos, negros e mestiços — a própria existência de nossa pátria.

Ameaças contra os nossos grandes missionários Nóbrega e Anchieta pairam no ar. São acusados de colaborar com a escravidão, logo eles que trabalharam incansavelmente para tirar os índios da barbárie e da servidão em que jaziam, nas mãos de sanguinários chefes tribais, e impedir que fossem escravizados pelos brancos.

Em 1555, escrevia Anchieta: “Uma coisa desejamos cá todos e pedimos muito a Nosso Senhor, é que esta terra toda seja mui povoada de cristãos que a tenham sujeita, porque a gente é tão indômita, está tão encarniçada em comer carne humana, e insiste em não reconhecer superior, que será mui dificultoso firmar-se o que se plantar, se não houver este remédio, o qual continuamente pedem cá os padres e os irmãos”.

Muitos leitores certamente se recordam de que os ridículos revisionistas chegam ao absurdo de reivindicar a mudança do nome Via Anchieta, como também de avenidas, ruas e praças que tenham nomes históricos, inclusive as rodovias Padre Manoel da Nóbrega, Anhanguera, Raposo Tavares, Fernão Dias eBandeirantes. Acusados de “racistas e escravagistas”, beneméritos personagens como estes causam arreganhos de ódio nos revisionistas, que já promoveram um abaixo-assinado pleiteando a remoção da estátua de Borba Gato, o bandeirante paulista.

É igualmente ameaçado o nosso grande Padre Antonio Vieira, evangelizador jesuíta que auxiliou tantos índios e negros no Brasil do século XVII, além de escrever a célebre obra Sermões. Em Lisboa, a estátua desse gênio da literatura portuguesa não foi deixada ilesa pelos anarquistas, que a picharam com a palavra “descoloniza” [foto ao lado].

No Rio de Janeiro há uma campanha “antiescravagista” propondo a derrubada dos monumentos de Dom Pedro II, Duque de Caxias e Princesa Isabel — logo dela, que sacrificou seu trono para abolir a escravidão, como nos diz o registro histórico deixado pelo Barão de Cotegipe: “Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono”. A caminho do exílio, a Princesa Isabel recordou o dito de Cotegipe, e afirmou: “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil”.

Revisionistas da História que ignoram a História

Partida de Colombo. Representação da primeira viagem

         A cena doméstica que apresentamos no início mostrou o adolescente Timothy mudando seus conceitos sobre o personagem Cristóvão Colombo, cuja epopeia nos abriu as portas para a civilização cristã. Nascido em Gênova em 1450, ele conseguiu o apoio da rainha de Castela Isabel, a Católica, e no dia 3 de agosto de 1492 partiu com três caravelas, chegando ao Novo Mundo em 12 de outubro do mesmo ano.

A História registra a grandiosa epopeia das navegações, entre as quais a de descobridores portugueses e espanhóis, que enfrentando os mares em frágeis caravelas, imbuídos do desejo de colaborar com a expansão da Cristandade, trouxeram a luz do Evangelho de Jesus Cristo às novas terras. A História, documentada como está, é uma só, e não adianta tentar reescrevê-la ou apagá-la. A grande descoberta de Colombo foi qualificada por Leão XIII como “a façanha mais grandiosa e mais bela que tenham podido ver os tempos”.10

No entanto, têm aparecido revisionistas com o propósito de reeditar a História, a fim de apresentar os descobridores como prepotentes que escravizavam nativos do Novo Mundo. Tais partidários do revisionismo histórico procuram também apresentar os indígenas de modo romanceado, como no mito do “bon sauvage” idealizado por Rousseau, vivendo livremente numa natureza paradisíaca. Bem diverso disso, os descobridores encontraram no Novo Mundo tribos selvagens que praticavam a feitiçaria e o infanticídio, comiam carne humana e sacrificavam humanos — muitas vezes reduzidos à escravidão por despóticos chefes ou pajés —, oferecendo-os a seus deuses demoníacos. “Eram comumente governadas por um cacique, senhor déspota, dono absoluto das terras, dos súditos e dos haveres destes”.11

         Foi por meio dos missionários católicos e dos Papas que se trabalhou para obter a liberdade dos nativos. “O Papa Paulo III, em 29 de maio de 1537, escreveu uma carta ao Cardeal Tabera, de Toledo, em apoio ao edito público pelo qual Carlos V proibiu que seus súditos escravizassem índios ou os espoliassem de seus bens. Esse Pontífice ordena que todo aquele ‘de qualquer dignidade, estado, condição, grau e excelência’ que reduzir índios à escravidão, seja declarado incurso na excomunhão latæ sententiæ.12

         A doutrina sobre o caráter missionário da colonização foi ratificada pelo imortal Papa São Pio V [quadro ao lado], artífice do Concílio de Trento (1545-1563) e da batalha de Lepanto (1571). Na carta Cum aporteat nos, de 17-8-1568, dirigida “Ao Caríssimo filho nosso em Cristo, Felipe, rei Católico das Espanhas”, elogiou o acerto das nomeações de novos governadores para a América, e insistiu para que o rei “não deixe que os senhores particulares, outros funcionários ou outros cristãos, se sirvam dos índios como escravos, nem em suas casas nem fora delas, mas com urbanidade disponham somente daqueles que espontaneamente aceitem servi-los, devendo ser inteira e justamente remunerados por seus serviços com o pagamento entre eles combinado”.13

         Mesmo com esses e numerosos outros sérios registros históricos, os revisionistas — ou os anarquistas dos movimentos BLM/Antifas — não desistem de difamar, e da vã tentativa de apagar o glorioso passado de várias nações. Além de acusarem o épico navegador italiano de racismo e de escravizador de nativos do Novo Mundo, chegam a caluniá-lo de ter colaborado no genocídio deles. Tal absurdo só se explica por ignorância histórica, além de não saber o que é genocídio.

A morte de Colombo

É com base nesse delírio que os revisionistas justificam seus crimes contra o patrimônio público, derrubando estátuas de Colombo em Richmond (Virgínia), Miami (Flórida) e diante do Capitólio estadual de Saint Paul (Minnesota). Em Baltimore, Boston (Massachusetts), sua estátua foi encontrada com a cabeça decepada na manhã do dia 10 de julho. Em Houston (Texas), outro monumento a Colombo amanheceu com o rosto pintado de vermelho. A estátua do Central Park já foi ameaçada. Esta e outras, que ainda permanecem de pé porque estão sendo protegidas.

Em nome da luta antirracista, os revisionistas promovem inclusive a eliminação do feriado nacional, o Columbus Day, celebrado no dia do Descobrimento da América, 12 de outubro. Foi também atacada e ameaçada de demolição a estátua de Isabel, a Católica, em frente à sede da Organização dos Estados Americanos, em Washington,

Revolução Cultural para excluir Deus da História

Com as ações demolidoras das referidas turbas anárquicas convulsionando os acontecimentos em nome do combate ao racismo e à escravidão, podemos afirmar sem temor que estamos diante de uma verdadeira “Revolução Cultural”, obra de uma meticulosa conjuração anticristã.

Elas nos recordam a brutal “Revolução Cultural” conduzida com mão de ferro por Mao Tsé-Tung, depois da morte de 45 milhões de chineses provocada pela fome. No período da chamada “Revolução Cultural Chinesa” (1966 a 1969), os comunistas, por meio da “Guarda Vermelha”, procuraram erradicar tudo que fosse pró-ocidental ou vinculado ao passado tradicional e milenar na China; expurgar pessoas que, simplesmente por suas ideias, estivessem alinhadas ao mundo ocidental; cumprir a ordem de Mao, que decretou a morte dos “quatro velhos” (velhas ideias, velha cultura, velhos costumes e velhos hábitos). Daí a destruição de obras de arte e estátuas históricas, incêndios de bibliotecas para queimar os livros ocidentalizados, restando praticamente uma só obra: o Livro Vermelho (uma coletânea de citações de Mao exaltando sua ideologia para manter o fervor revolucionário).

Nossa Senhora é a Rainha da História e pode obter de seu Divino Filho uma intervenção pronta e decisiva nos acontecimentos, de modo a impedir o estabelecimento dessa nova desordem mundial e propiciar o advento de uma autêntica ordem cristã. [ Coroação da Virgem – Fra Angélico, séc. XV. Galleria degli Uffizi, Florença, Itália].

Oposição católica ao “novo normal” marxista

         Pelo conjunto dos fatos aqui expostos, pode-se concluir que a atual “Revolução Cultural” é uma declaração de guerra total e de extermínio à Cristandade e a tudo que nos recorde seu glorioso passado. Em substituição à Cristandade, almejam os chefes da “conjuração anticristã” construir uma “Nova Ordem Mundial” marxista, cuja história é oposta à verdadeira História da Civilização.

Nossa Senhora é a Rainha da História e pode obter de seu Divino Filho uma intervenção pronta e decisiva nos acontecimentos, de modo a impedir o estabelecimento dessa nova desordem mundial e propiciar o advento de uma autêntica ordem cristã. Devemos recorrer a Ela para obter este objetivo, que temos sempre em vista conforme a definição de Plinio Corrêa de Oliveira: “Se a Revolução é a desordem, a Contra-Revolução é a restauração da ordem. E por ordem entendemos a paz de Cristo no reino de Cristo. Ou seja, a Civilização Cristã, austera e hierárquica, fundamentalmente sacral, anti-igualitária e antiliberal”.14

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Notas:

  1. Encíclica Quarto abeunte sæculo, comemorativa do IV Centenário do Descobrimento, 16-7-1892, apud “Una epopeya misionera, la conquista y colonización de América vistas desde Roma”, p. 128.
  2. Idem, ibidem, pp. 129-130.
  3. Entendemos ‘revolucionário’ de acordo com a definição de Plinio Corrêa de Oliveira em sua obra Revolução e Contra-Revolução.
  4. https://www.dailymail.co.uk/news/article-8384065/Black-Lives-Matter-leader-declares-war-police.html
  5. https://www.gofundme.com/f/ukblm-fund
  6. https://blacklivesmatter.com/what-we-believe/
  7. X:https://www.foxnews.com/media/black-lives-matter-leader-burn-down-system
  8. https://www.breitbart.com/politics/2020/06/19/black-lives-matter-co-founder-our-goal-is-to-get-trump-out/
  9. https://twitter.com/shaunking/status/1275106946916499456
  10. Encíclica Quarto abeunte sæculo, op. cit., p. 128.
  11. Granados, SJ, Pe. Rafael M., Historia de Colombia, Libreria Voluntad, Bogotá, p. 58.
  12. Comissão inter-TFPs de Estudos Hispano-americanos, coordenada por Alejandro Ezcurra Naón, O V Centenário face ao século XXI — Cristandade Autêntica ou Revolução Comuno-Tribalista. A grande alternativa de nossa época”, Artpress Ltda, S. Paulo, 1993, p. 32.
  13. O V Centenário face ao século XXI, op. cit., p. 36.
  14. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Artpress, São Paulo, 4ª ed., 1998, Cap. II, 1, p. 93.