29 de julho de 2015

PLANNED PARENTHOOD — uma macabra indústria que comercializa órgãos de bebês abortados!


Essa organização internacional transformou a prática do aborto em larga escala num lucrativo “negócio”. Gravações revelaram um verdadeiro genocídio!






Paulo Roberto Campos

O que muitos já desconfiavam agora ficou comprovado: a Planned Parenthood Federation of America trafica órgãos de bebês.

Como é público e notório, essa multinacional aborteira, que detém a maior cadeia de clínicas de aborto dos Estados Unidos, é financiada pelo governo americano — do qual recebe 528 milhões de dólares/anuais de impostos dos contribuintes. Também recebe doações de grandes instituições, como a Fundação Ford e a Fundação Bill Gates & Melinda. Com esses financiamentos — concedidos à sombra do subterfúgio de ajuda para o “planejamento familiar” e a “paternidade responsável” — os agentes da Planned Parenthood, além de praticarem aborto em larga escala nas cidades americanas, promovem essa prática assassina nos cinco continentes. Consta que essa organização internacional é responsável por aproximadamente 300 mil abortos por ano!

Representantes da empresa de biotecnologia Center for Medical Progress – CMP (Centro para o Progresso Médico), simulando interesse pela compra de órgãos de bebês abortados em clínicas da Planned Parenthood, marcaram entrevistas com dirigentes da multinacional em restaurantes, e com câmaras escondidas, gravaram o negócio macabro. Seis vídeos, divulgados recentemente e que documentam a comercialização de tecidos fetais, causaram horror nos Estados Unidos e em incontáveis pessoas do mundo inteiro.

Verdadeira “fábrica de abortos” para venda de órgãos


No primeiro vídeo, divulgado pelo CMP em 14 de julho, a Dra. Deborah Nucatola [foto ao lado], diretora de Pesquisa Médica da Planned Parenthood, durante um almoço, enquanto come algo e toma uma taça de vinho, negocia o preço “razoável” para a venda de órgãos de bebês abortados, e assegura: “Nós somos muito competentes em obter corações, pulmões e fígados”... Com aparente naturalidade, ela conta como os médicos, durante o aborto, trabalham para preservar intactos órgãos vitais e membros inteiros dos corpos dos nascituros. Entre outros horrores, essa diretora afirma friamente: “Muita gente quer o fígado. Então, por isso alguns profissionais usam o ultrassom, para se guiarem e saberem exatamente onde estão colocando seus instrumentos cirúrgicos”.


Em matéria divulgada em 22-7-15, a “ACI/EWTN Noticias” explica que tal prática (denominada partial-birth – “nascimentos parciais”) constitui delito federal nos Estados Unidos, com penas que podem chegar a “10 anos de prisão ou uma multa de até meio milhão de dólares”. Mas a Dra. Nucatola disse na gravação que “leis são sujeitas a interpretações”...

Pode-se deduzir das gravações — e o Center for Medical Progress o afirma — que os nascituros estão perfeitamente formados, portanto em estágios finais da gestação, uma vez que os “abutres” precisam abortar preservando os órgãos intactos.

Em outro vídeo, este difundido no dia 21 de julho, a presidente do Conselho de Diretores Médicos da Planned Parenthood, Dra. Mary Gatter [foto], durante outra lucrativa e macabra negociação de pedaços de bebês, tratando dos valores, pergunta inicialmente: “Por que não começam me dizendo quanto estão acostumados a pagar?”... E acrescenta: “Nas negociações, o primeiro a lançar um preço fica em desvantagem?”. Em tom de piada, a Dra. Gatter acrescenta que precisa cobrar, pois “quero comprar um Lamborghini”. E sugerindo o preço de 75 dólares para cada órgão, propõe o valor de 100 dólares “por órgãos que estejam em condições ótimas”. Ela conclui que “a compra tem que ser suficientemente grande para que valha a pena para mim”... 

Outras gravações registram tráfico de órgãos de nascituros 

Em comunicado divulgado em 16 de julho, a mencionada agência de notícias ACI informa que Eric Ferrero, vice-presidente de comunicações da Planned Parenthood, assegurou que essa organização não recebe “benefício econômico pela doação de tecidos fetais’”.




Entretanto,as entrevistas gravadas não deixam dúvidas de que o tráfico de inocentes seres humanos é habitual nas clínicas de abortamento da Planned Parenthood, inclusive para utilização de fetos em cosméticos! Por isso diversos movimentos anti-aborto dos EUA estão se manifestando, exigindo o cancelamento de todo financiamento para a organização, a abertura de uma investigação criminal e o fechamento de suas clínicas infanticidas. [Ao lado, foto de uma das manifestações]



                                Num terceiro vídeo, divulgado em 28-7-15, a gravação corrobora a mesma denúncia de tráfico de órgãos por parte da Planned Parenthood. Nele aparece a chefe de Planejamento Familiar da organização internacional pró-aborto discutindo valores para órgãos de bebês abortados. Há também uma conversa da Dra. Savita Ginde — vice-presidente e diretora médica da Planned Parenthood das Montanhas Rochosas [foto acima] — com um representante do CMP que simula ser comprador de tecidos para experiências, na qual são avaliados os valores de pedaços de um feto filmados numa bandeja.

Além disso, o vídeo contém depoimento de uma ex-funcionária da Planned Parenthood, Holly O'Donnell [foto abaixo], que confirma o tráfico de órgãos de inocentes abortados e conta que, na primeira vez que ela teve de separar os elementos fetais, chegou a desmaiar. 
As imagens são, no mínimo, chocantes e indignantes, aparecendo inclusive funcionários com pinças separando partes de um bebê retalhado para venda! Essas gravações de “negócios” macabros, que comprovam as denúncias do CMP, encontram- se disponíveis no final deste post.


Sangue inocente não pode correr em vão

Apesar de tal escândalo envolvendo a Planned Parenthood, o Partido Democrata, ao qual pertence o presidente Obama, em vez de exigir uma investigação dessa organização, pediu que se investigue o CMP, por fazer gravações clandestinas... Não sabem os membros desse partido de esquerda que as leis americanas garantem esse tipo de gravação nos trabalhos de jornalismo investigativo?

“‘O Congresso [americano] deve – e vai – investigar e colocar um fim nessas práticas bárbaras’, afirmou o deputado Chris Smith, no que foi seguido por vários colegas, incluindo o presidente da Casa, John Boehner. Os governadores do Texas e da Louisiana anunciaram ações semelhantes”, informa matéria publicada na “Gazeta do Povo” (20-7-15), de Curitiba.

Evidentemente, trata-se de um delito perante as leis humanas. E perante as leis divinas? Sem dúvida, essa monstruosidade constitui um pecado que “clama aos Céus e brada a Deus por vingança”.

Desse “comércio” pode-se concluir que tamanha infâmia é resultado da mentalidade abortista largamente propagada por governos esquerdistas e movimentos feministas que, abusando de eufemismos, defendem o “direito reprodutivo da mulher”, ou o “direito da mulher sobre seu corpo”... Mas, pergunto: é “direito da mulher” executar o próprio filho? E o que pensar de uma “civilização” na qual, enquanto os animais são contemplados com direitos próprios a seres racionais, os bebês podem ser abortados, esquartejados e vendidos em pedaços para experiências laboratoriais ou como ingredientes para cremes faciais?


O que pensar de uma época que se deixa influenciar por certa mídia que procura inocentar o crime do aborto e promover — como o fez recentemente — espalhafatoso estrondo publicitário tendente a provocar uma revolta mundial devido ao abate de um leão no Zimbábue? Resultado dessa ação midiática: num clima de histeria, muitos chegaram a usar luto pela morte do leão africano! Mas certamente não se indignaram contra os açougueiros de bebês. Estamos assistindo, assim, à mais completa inversão de valores. Contudo, para Deus o sangue inocente dessas crianças não pode correr em vão!


Os vídeos acima mencionados:

26 de julho de 2015

Palestras sobre ambientalismo e a recente Encíclica do Papa Francisco


Um público profundamente interessado lotou o auditório do Club Homs, em São Paulo, e acompanhou com avidez uma crítica científica da recente Encíclica sobre ecologia e a polêmica que ela suscitou no mundo católico, científico e cultural.

Luis Dufaur

No dia 16 de julho p.p., por iniciativa do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, palestraram no Club Homs da capital paulista o Prof. Luiz Carlos Molion e o autor deste artigo.

O Prof. Molion é meteorologista, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas, ele assestou o foco nos aspectos científicos da Encíclica Laudato Si

Crítica científica da Laudato Si 

Ele observou as múltiplas impropriedades, do ponto de vista da ciência, contidas na recente Encíclica, pois adota hipóteses controvertidas como se fossem resultantes de um consenso entre os especialistas. 

Também sublinhou que o termo “consenso” jamais pode ser usado na ciência, pois é ele mais próprio da política e de seus conchavos. A ciência é questionadora por natureza. 

O Prof. Molion [foto acima] explicou que a análise dos dados dos últimos 420 mil anos registra sucessivas eras glaciais com cerca de 100 mil anos de duração cada uma, interrompidas por períodos quentes ou interglaciários de 10 a 12 mil anos de duração. 

A última glaciação ocorreu há 130 mil anos. Nesse período, pode-se constatar que o CO2 nunca causou alteração da temperatura. Pelo contrário, ele acompanhou as mudanças da temperatura com um atraso de 800 a mil anos, ou até 5 mil. 

O CO2 é um seguidor e não um condutor. O grande controlador do CO2 na atmosfera são os oceanos, que constituem 71% da superfície da Terra. Dos 510 milhões de quilômetros quadrados do Planeta, 361 milhões são cobertos pelos oceanos. 

Segundo o abalizado especialista, vivemos hoje num período interglacial iniciado há cerca de 15 mil anos. Nos interglaciários anteriores, a temperatura atingiu de 6º a 10º acima da atual. Qual era a atividade humana que aqueceu o planeta? perguntou o palestrante. Nessas épocas nem existia o Homo Sapiens! 

Esse aquecimento apenas se explica por processos físicos naturais, independentes de qualquer presença ou atividade humana. 

A história da Humanidade civilizada que conhecemos transcorreu nos últimos 10 mil anos, tendo havido quatro períodos muito mais quentes que o atual: o ótimo do Holoceno, há 8 mil anos; o Minuano quente, ocorreu 3.500 anos atrás e correspondeu à civilização de Minos; o Romano quente — entre 400 a.C. a 300 d.C. — que inclui a época da vida de Cristo; e o Medieval quente, entre 900 e 1250 ou 1300 d.C. 

Entre 1350 e 1850, quiçá até inicio do século XX, houve um período frio em que a temperatura média da Europa ficou 2ºC abaixo da atual. 

O interglacial em que vivemos tende ao resfriamento. Já passamos pelo máximo de calor 6 mil anos atrás e estamos rumando bem devagar para uma nova era glacial. Ninguém precisa se preocupar, pois para se chegar a 8º ou 10º abaixo do que está hoje levará cem mil anos. 

De acordo com o Prof. Molion, fica assim claro que o Papa Francisco foi muito mal assessorado na redação da Encíclica. 

O documento papal também recolhe a ideia de um aumento catastrófico do nível dos mares. Em 2007, o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) previa um aumento de 59 cm até 2100; em 2013 sua previsão saltou para 98 cm. E o líder aquecimentista Al Gore afirma em seu laureado trabalho que o aumento seria de 6 metros! Só que, apesar desse salto vertiginoso, ele comprou uma mansão em Montecito, na Califórnia, pelo valor de 9 milhões de dólares, bem junto à praia...! 

O palestrante mostrou que é impossível medir o nível do mar, pois ele não se trata de um sólido contínuo e está exposto a mudanças determinadas por fenômenos astronômicos! 

A Encíclica trata também de “eventos extremos" de natureza climática. O que é isso? Um evento extremo é um estado atmosférico momentâneo, não é clima! No clima, o que se considera é a média de tudo, e não apenas um momento extremo. 

“Eventos extremos” sempre ocorreram. A pior seca do Nordeste foi em 1877-1879. Na região metropolitana de São Paulo, segundo os pluviômetros, a década com maiores tempestades foi de 1941 a 1950. E a pior enchente que São Paulo já teve foi em janeiro de 1929! Nada tem a ver com o aquecimento global! 

O Prof. Molion também desmitificou outras frases soltas no documento que não se sabe de onde saíram, tais como o medo de descongelamento do permafrost (terra congelada no Ártico) e a liberação de quantidades catastróficas de gás metano por essa e outras vias. 

Também neste ponto, a Encíclica acolhe uma mistificação sem base na ciência. 

Segundo o expositor, em matéria de efeito estufa o documento papal está totalmente equivocado e deve ser completamente repensado em função dos conhecimentos básicos da física. 

Outra questão afirmada sem fundamento é a acidificação dos oceanos. Quanto ácido seria preciso para acidificar os oceanos? É inimaginável. 

Resumidamente, o professor concluiu: o clima varia por causas naturais; “eventos extremos” sempre ocorreram; o CO2 não controla o clima global e é o gás da vida; sem CO2 acabariam as plantas, os animais e os homens; sem energia, inclusive a nuclear, os países pobres não sairão da pobreza. Afirmou ainda que é muito preocupante o Papa defender na Encíclica uma governança mundial para se controlar as emissões de gás. 

Perplexidades ante a Encíclica

O autor deste artigo [foto abaixo] introduziu sua palestra lembrando que a Encíclica é um documento de grande autoridade magisterial dirigido a todo o orbe católico. 

Porém, a Laudato Si não se dirige só aos católicos, mas, segundo explicou o Prof. Alberto Gambino, da Universidade Europeia de Roma, “a todos os que têm sensibilidade pela [...] deterioração do meio ambiente”, crentes ou não. 

Esse caráter plurirreligioso e pluricultural ficou evidente na mesa que apresentou a Encíclica. Ao lado do Cardeal Peter Turkson estavam o metropolita cismático John Zizioulas; o prof. Hans Joachim Schellnhuber, ativista que veicula teses malthusianas das mais radicais; e a professora chinesa Carolyn Woo, presidente do Catholic Relief Services, agência internacional que financia ONGs opostas ao ensinamento católico, promovem o aborto e recrutam ativistas LGBT. 

A Encíclica reproduz também “ensinamentos” de fonte não católica, como os do sufi muçulmano Ali Al-Khawwas, apresentado como “mestre espiritual”. E, como contabilizou o Prof. Evaristo Eduardo de Miranda, pesquisador da Embrapa e doutor em Ecologia, ela emprega 74 vezes a palavra “natureza”, 55 vezes “meio ambiente” e uma só vez “Jesus Cristo”. 

Foi esclarecido para o auditório que o Papa recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo o dom da infalibilidade, dom cuja extensão ficou muito bem expressa em Pastoral coletiva dos bispos da Suíça de 10 de agosto de 1871 nos seguintes termos: 

“O Papa não é infalível nem como homem, nem como sábio, nem como sacerdote, nem como bispo, nem como príncipe temporal, nem como juiz, nem como legislador. Não é infalível nem impecável na sua vida e procedimento, nas suas vistas políticas, nas suas relações com os príncipes, nem mesmo no governo da Igreja. É única e exclusivamente infalível quando, como Doutor supremo da Igreja, pronuncia em matéria de fé ou de costumes uma decisão que deve ser aceita e tida como obrigatória por todos os fiéis” (Mons. Joseph Fessler, La vraie et la fausse infaillibilité des papes, Plon, Paris, 1873). 


Também foi observado que a Laudato Si contém três partes principais apoiadas umas nas outras. Sobre a primeira, de natureza científica, falou o Prof. Molion com toda autoridade e suma competência. 

Na segunda parte, a Encíclica correlaciona o estado do meio ambiente com reflexões de natureza econômica, social e política. É também um campo ao qual a infalibilidade do Papa não se estende. 

Na terceira parte, a Encíclica faz longas reflexões morais, filosóficas e religiosas com base nas duas primeiras partes. 

A segunda parte, econômica, social e política, suscitou inúmeras repercussões no mundo inteiro. 

Para Miguel Angel Belloso, diretor da revista espanhola “Actualidad Económica”, de Madri, falando como católico, o documento é a expressão de “um Papa pessimista e injusto”. Segundo ele, o Papa Francisco lança “ideias sem o acompanhamento de um único dado, como se fossem um dogma de fé, que não resistem à menor análise empírica e estão completamente erradas. [...] Francisco é um Papa decididamente político, um socialista convencido [...] Nesta desastrosa encíclica, Francisco [...] converteu-se num poderoso aliado das teses errôneas da esquerda” (“Diário de Noticias”, Lisboa, 26-6-2015, http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4645831&seccao=Miguel%20Angel%20Belloso&page=-1). 

No mesmo sentido o “Catholic Herald”, a mais antiga revista católica inglesa, estimou que “as análises de Francisco” ignoraram o “cenário de um incremento colossal da esperança de vida e da saúde como consequência do desenvolvimento econômico. E em muitas zonas do mundo, o ambiente está a melhorar espetacularmente” (“Diário de Noticias”, Lisboa, 26-6-2015), (http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4645831&seccao=Miguel%20Angel%20Belloso&page=-1). 

O Prof. Denis Lerrer Rosenfield, da UFRGS, observou que sob a governança mundial propiciada pela Laudato Si, “o Brasil deveria abdicar de sua soberania. [...] As ONGs ambientalistas e indigenistas são erigidas em novo poder mundial. A decisão última seria transferida para elas, contando, internamente, com a participação ativa — e decisiva — da CNBB e de seus órgãos, como a CPT e o Cimi. Ou seja, um país como o Brasil poderia perder ‘religiosamente’, ‘moralmente’, ‘ecologicamente’ e ‘socialmente’ a Amazônia” (“O Estado de S. Paulo”, 29-06-2015; http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-papa-e-a-amazonia,1715256.). 

O filósofo hebreu Guy Sormann concluiu seu artigo intitulado Vade retro perguntando: “O homem tem que se submeter à Natureza ou o inverso? O homem é um pecador quando não se prosterna diante da deusa Terra? Esta encíclica, parece-me, não é um manifesto político, mas uma bomba teológica” (“ABC de Sevilla”, 29-6-2015, http://sevilla.abc.es/historico-opinion/index.asp?ff=20150629&idn=1621396426193). 



Para o Prof. José Manuel Moreira, da Universidade de Aveiro, a “encíclica pró-verde” apresenta uma “preocupante mistura de slogans da esquerda radical”. E o “Investors Business Daily” conclui que “o Vaticano está infiltrado por seguidores de um movimento radical verde que é, no seu âmago, contrário ao Cristianismo” (“Sapo.pt”, Econômico, 02-07-2015; http://economico.sapo.pt/noticias/enciclica-proverde_222548.html). 

Na Argentina, o Prof. Roberto Cachanosky explicou que “a mensagem de Francisco deixa aberta a porta para o conflito social. [...] mal assessorado, ou talvez por ter uma ideologia peronista, Francisco incrementa a pobreza, a indigência e o desemprego. [...] Grande favor faria se denunciasse com firmeza os governos corruptos e autoritários que pululam na América Latina” (URGENTE24, 13-07-2015, http://www.urgente24.com/242049-%C2%BFy-quien-dijo-que-francisco-tiene-razon-una-deuda-del-pontifice ). 

Acrescentei que obviamente a Laudato Si também colheu aplausos de outros pontos do horizonte mundial, notadamente do macrocapitalismo publicitário, dos ambientes científicos alarmistas e das esquerdas em geral. 

A partir de Galileu, no século XVI, o ambiente científico repelia a opinião da Igreja sobre as ciências como sendo ingerência inquisitorial. Mas agora, segundo o “Estado de S. Paulo”, cientistas engajados no ambientalismo alarmista radical estão “dando ‘graças a Deus’ por ter uma figura carismática e forte como papa Francisco falando sobre assuntos que para eles nem sempre são tão fáceis” (edição de 15-6-15; http://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/cientistas-contam-com-o-papa-para-falar-ao-coracao/). 

O ex-frade Leonardo Boff elogiou a Encíclica porque “nem a ONU produziu um texto desta natureza” e por pregar uma “ecologia integral [...] que supõe uma visão evolucionista do universo” (UNISINOS, 18-6-2015, http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/543662-ecologia-integral-a-grande-novidade-da-laudato-si-qnem-a-onu-produziu-um-texto-desta-natureza-entrevista-especial-com-leonardo-boff). 

Para Frei Betto, “o Papa faz eco à produção da Teologia da Libertação sobre a questão ambiental [...]. Ao citar Teilhard de Chardin, censurado pela Igreja enquanto viveu, o Papa [...] enfatiza que, em definitivo, a Igreja Católica abraça a teoria evolucionista e a visão holística do Universo” (Adital, 16-07-2015, http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=85546) 

“Sem ânimo de desmerecer o discurso e o esforço de Jorge Mario Bergoglio”, Ignacio Denis Del Rosario, venezuelano graduado no Instituto Latinoamericano de Agroecologia Paulo Freire (IALA), disse que a encíclica nada acrescenta aos ensinamentos do “comandante” Fidel Castro desde os anos 60 e notadamente na Eco-92, no Rio de Janeiro. Ele auspiciou “uma complementariedade entre ambos, confiando plenamente na extraordinária coragem do Papa Francisco” (Aporrea, 01-07-2015, http://www.aporrea.org/internacionales/a210094.html ). 

Não espanta então que o líder do MST, João Pedro Stédile, tenha declarado à “Folha de S. Paulo”: “Os trabalhadores têm quem? Chávez morreu, Fidel está doente. O Francisco tem assumido esse papel de liderança, graças a Deus. Ele tem acertado todas” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/225544-eles-tem-obama-e-nos-temos-francisco-diz-stedile-em-santa-cruz.shtml).

O lobo vermelho ficou verde

Em resumo, lembrei que o astuto lobo vermelho comunista, que andava sumido e foi considerado morto, na realidade tingiu seus pelos de verde e retornou. Acolheram-no a “Teologia da Libertação”, a grande mídia e muitas ONGs, e ele infelizmente se infiltrou no Vaticano, onde tenta realizar seu tóxico sonho disfarçado de ambientalismo. 


Em face desse problema, nada me parece mais apropriado do que as palavras dirigidas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira ao Papa Paulo VI, engajado no século passado numa política de aproximação com o comunismo vermelho: 
“De joelhos, fitando com veneração a figura de S.S. o Papa Paulo VI, nós lhe manifestamos toda a nossa fidelidade. Neste ato filial, dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é Vossa, nossa vida é Vossa. Mandai-nos o que quiserdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe” (“Folha de S. Paulo, 10-4-1974). 

Esta é a posição mais respeitosa e equilibrada diante do lobo vermelho que avança travestido de verde. 



Após os palestrantes responderem a numerosas perguntas, a sessão foi encerrada pelo Dr. Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Em seguida houve um animado coquetel, no qual os participantes tiveram ocasião de manifestar sua satisfação com as matérias expostas.











15 de julho de 2015

A controvertida Encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco


Como os leitores certamente têm acompanhado, a recente Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si, está provocado grande polêmica no Brasil e no mundo inteiro, tanto nos meios católicos quanto nos ambientes científicos e culturais.

Em razão dessa controvérsia, uma conferência será realizada na capital paulista (endereço abaixo). Os conferencistas serão: o meteorologista Luiz Carlos MOLION e o escritor Luis DUFAUR. Eles farão uma análise dessa Encíclica, um mês depois de sua publicação. 

Prof. LUIZ CARLOS MOLION 
Meteorologista brasileiro, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas. 

LUIS EDUARDO DUFAUR 
Escritor e pesquisador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.
Dia: 16 de julho [próxima 5ª. feira]
Local: Club Homs 
Endereço: Av. Paulista, 735 (São Paulo - SP)
Horário: às 19,00 hs. 

A INSCRIÇÃO É GRATUITA, MAS OBRIGATÓRIA. 

Click aqui para fazer sua inscrição.

Ou:
http://ecb49f7.leadlovers.com/ambientalismo-enciclica-de-francisco

13 de julho de 2015

BOLÍVIA: Francisco, a foice e o martelo


“Destaque Internacional”, 12-7-15


Não se entende como o Papa Francisco rodeia-se de líderes revolucionários, assume as suas ideias como sendo boas e dá-lhes apoio praticamente incondicional. E isso, sem sequer ouvir especialistas conceituados que defendem com dados concretos que a propriedade privada e a livre iniciativa têm sido fonte de progresso social e de redução da pobreza no mundo inteiro; e que, pelo contrário, o socialismo tem sido — como na Cuba comunista e na Venezuela bolivariana — um sistema econômico intrinsecamente multiplicador de miséria.

1. No último dia 9 de julho, na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, durante o 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares, o Papa Francisco fez um discurso longo e apaixonado contra o capitalismo e a propriedade privada. Tal discurso foi pronunciado frente a líderes revolucionários de inspiração marxista e de seguidores da “Teologia da Libertação”, que ovacionaram o Papa.


2. Entre esses líderes, além do presidente da Bolívia, Evo Morales — que estava vestindo uma jaqueta com um desenho do sanguinário "Che" Guevara [foto] — encontrava-se João Pedro Stédile, dirigente do MST (Movimento dos Sem-Terra), que há décadas promove a violência revolucionária nas zonas rurais do Brasil, e o trotskista argentino Juan Grabois, especialista em agitação urbana nas periferias de Buenos Aires, líder da Confederação da Economia Popular e membro da comissão organizadora do 2º Encontro Mundial de Movimentos Populares

3. Eles, e outros chefes de delegações presentes, são considerados os piores líderes revolucionários latino-americanos, remanescentes do comunismo. Entretanto, Francisco os tratou como se fossem os melhores entre os melhores, garantindo que suas ações seriam "motivadas pelo amor fraterno", que seriam promotores de "uma mudança positiva" na sociedade, e que estariam realizando um autêntico trabalho de "poetas sociais". "Nossa fé é revolucionária", os incentivou o Papa, e disse-lhes: "Eu os carrego em meu coração”. Como se observa, o apoio de Francisco para essa tropa de choque revolucionária não poderia ter sido maior. 


4. Em discurso inflamado, Francisco colocou as metas de sua revolução socioeconômica juntamente com a sua revolução ecológica, dando a esta última a primazia: "Talvez a mais importante que hoje devemos assumir". Não obstante, esse discurso papal, assim como a recente Encíclica "Laudato Si", padecem de uma importante e preocupante lacuna científica que, com o devido respeito, afeta uma premissa fundamental. Trata-se da tese dos ambientalistas mais radicais, que Francisco assume inteiramente, de que seria a atividade humana, e não os ciclos da natureza, a principal responsável pelas atuais mudanças climáticas. Tese esta que não conta com a unanimidade dos meios científicos mais conceituados e tem sido impugnada por trabalhos acadêmicos de alto nível.

Não se sabe em que estudos científicos concretos e em que especialistas ecológicos o Pontífice se fundamenta, porque a bibliografia de ambos os textos não cita nenhum documento a esse respeito. Nesse sentido, é importante lembrar que em 27 de abril pp., 100 cientistas ambientalistas enviaram uma carta a Francisco implorando-lhe que não se deixasse enganar pelos argumentos dos ambientalistas radicais, com conclusões que não foram demonstradas pela ciência ambiental. A carta acrescenta que ecologistas revolucionários, sob o pretexto de ajudar os pobres, estão, com suas propostas, contribuindo para aumentar perigosamente a miséria no mundo (cfr. “Destaque Internacional”, "Francisco, aventura ecológica e lacuna científica", 22-7-15: http://www.cubdest.org/1506/c1507franciscoeco.htm). 

5. No Vaticano, em outubro de 2014, realizou-se o 1º Encontro Mundial de Movimentos Populares. Nesse evento, os dirigentes receberam do Papa Francisco palavras laudatórias. Foi uma espécie de "beatificação" publicitária, e em vida, de atuantes figuras revolucionárias de inspiração marxista — sui generis "beatos" de uma espécie de "igreja ao revés”, contrária à doutrina social da Igreja defendida por antecessores de Francisco (cfr. “Destaque Internacional”: "Francisco, ‘beatificação’ publicitária de revolucionários e ‘tempestade social’”, 2-11-13: http://www.cubdest.org/1406/c1411franciscomst.htm. A respeito, veja também: Nelson Ramos Barreto, “Encontro Mundial de Movimentos Populares no Vaticano”, 12-11-14: http://www.abim.inf.br/encontro-mundial-de-movimentos-populares-no-vaticano/#.VaL-4V-6fIU



6. Em seu discurso em Santa Cruz de la Sierra, Francisco reconhece que "nem o Papa nem a Igreja têm o monopólio da interpretação da realidade social." Assim sendo, não se entende como o Papa Francisco rodeia-se de líderes revolucionários, assume as suas ideias como sendo boas e dá-lhes apoio praticamente incondicional, sem sequer ouvir especialistas conceituados que defendem com dados concretos que a propriedade privada e a livre iniciativa têm sido fonte de progresso social e de redução da pobreza no mundo inteiro; e que, pelo contrário, o socialismo tem sido — como na Cuba comunista [foto acima] e na Venezuela bolivariana [foto abaixo]— um sistema econômico intrinsecamente produtor de miséria. Desse modo, no 2º Encontro Mundial de Movimentos Populares, Francisco agiu como companheiro de viagem de atuais líderes comuno-católicos e do comunismo. 
Venezuelanos fazem gigantescas filas para comprar os mais básicos produtos e frequentemente nem isso encontram nas prateleiras dos supermercados...

7. Nesse sentido, horas antes do referido discurso, em La Paz, o presidente Evo Morales havia ofertado a Francisco, juntamente com o Condor Andino, a condecoração Luis Espinal — em memória de um padre revolucionário assassinado na década de 1970, cuja medalha contém uma representação blasfema de Jesus Cristo sobre a foice e o martelo [foto abaixo], símbolos do comunismo. Trata-se de uma medalha que reproduz uma escultura em madeira feita pelo Pe. Espinal. Uma réplica em tamanho natural de tal escultura também foi ofertada a Francisco. 


8. Essa condecoração com a medalha blasfema parece ser um símbolo tragicamente premonitório dos rumos que vai tomando no plano político-social o pontificado de Francisco. Segundo informou a agência de notícias católica ACI, o Papa decidiu deixar as condecorações recebidas aos pés da Imagem de Nossa Senhora de Copacabana, Patrona da Bolívia. Tais condecorações para ele representariam "símbolos de carinho e proximidade" recebidos com "afeto cordial e generoso" do presidente Evo Morales (cfr. ACI, 10-7-15. Link para foto da condecoração blasfema: https://www.aciprensa.com/noticias/el-papa-francisco-deja-en-bolivia-condecoraciones-que-le-dio-evo-morales-77266/ .

9. “Destaque Internacional” difundiu vários editoriais e artigos com análises críticas de atitudes semelhantes e populistas de Francisco, que causaram perplexidades nos defensores da liberdade de expressão em todo o mundo. Disponibiliza para os leitores interessados alguns links para o livre acesso a esses textos respeitosamente críticos. 

10. Estas notas de “Destaque Internacional” constituem breves comentários interativos, de carácter oficioso, que não representam necessariamente a opinião de todos os membros do seu conselho de redação. Os comentários destinam-se a chamar a atenção sobre temas "politicamente incorretos" e que, muitas vezes, são deixados à margem, apesar de serem vitais para a sociedade. São bem-vindas sugestões, opiniões e críticas.
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[Tradução PRC]