26 de dezembro de 2015

Que a Sagrada Família encontre acolhida em nossos lares!


Paulo Roberto Campos
prccampos@terra.com.br

A fim de melhor sentirmos as bênçãos, os aromas e o “lumen Christi” próprios aos dias de Natal, auxilia-nos assistir às cerimônias natalinas de alguns países europeus. São elas celebradas tanto em majestosas catedrais quanto em pequeninas igrejas, e mesmo naquelas casinhas, tão simpáticas e aconchegantes, cobertas por um virginal manto de neve.

Na impossibilidade de visitar esses países para assistir in loco a essas cerimônias, o vídeo abaixo apresenta aspectos encantadores delas na França, na Inglaterra, na Alemanha e na Itália. Tradições católicas que ainda persistem, apesar de fortes pressões para que sejam abolidas para não "ofender" outras religiões, como o islamismo... 

A gravação é em francês, mas mesmo aqueles que não entendem a bela e melodiosa língua de Racine e Corneille compreenderão tudo, pois as imagens, assim como as músicas, “falam” em todas as línguas... Poderemos ver reflexos de costumes nascidos da Civilização Cristã e que nos enchem de saudades. 

Saudades de Natais que não conhecemos, mas de tal modo impregnados por seculares e cristãos costumes europeus que, transpondo o Oceano, se fixaram nos Natais de nossa infância, quando se celebrava de fato o nascimento do Menino Jesus. Ele, sua Mãe Santíssima e São José eram o centro de todas as atenções, e não um “Papai Noel” mercantilista, gordo e balofo, que mais faz lembrar presentes, propaganda de Coca-Cola e shoppings. No vídeo se poderá ver a figura majestosa de São Nicolau, que lamentavelmente foi expulso para dar lugar ao usurpador “Papai Noel”. 

No mundo atual, onde encontrar as bênçãos, os aromas e as luzes de Cristo emanadas do Presépio da Gruta de Belém? Eram graças natalinas que exalavam suavemente, mas que tonificavam nossas almas só de contemplar Aquele Divino Infante reclinado numa simples manjedoura.


Hoje, é triste dizer, Jesus, Maria e José não encontram hospedagem na maioria das casas. Pior. Sequer em igrejas “progressistas”, algumas das quais, para ficarem de bem com o “ecologicamente correto” (portanto, de mal com Deus), mais celebram a natureza, as plantas, a água, os bichos, a terra, do que o Criador de todas as coisas (Cfr. "São Pedro: uma basílica ultrajada")Assim, ficou relegado a um segundo plano Aquele Menino Deus que veio ao mundo para nos salvar eternamente. “De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (São João, 3, 16). 


Que a Sagrada Família, encontrando acolhida em nossos lares e corações, tenha piedade de nós; e que tanto neste Ano Novo quanto nos demais de nossa existência, auxilie particularmente todas as Famílias que acompanham nossas publicações a não compactuar com os erros do progressismo e do mundo moderno enlouquecido.
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22 de dezembro de 2015

NATAL — meditação dirigida aos que sofrem perseguições

Adoração dos Reis Magos -- Cesare Gennari, séc. XVII. Museu Municipal Villeneuve-lès-Avignon   (França)

A título de preparação espiritual para a devida celebração do Santo Natal do Divino Infante, aconselhamos aos diletos leitores refletir nas considerações contidas no vídeo abaixo. 

Trata-se de uma meditação para os dias natalinos com considerações tecidas por Plinio Corrêa de Oliveira — fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) — numa de suas conferências às vésperas do Natal de 1984 — precisamente no dia 22 de dezembro de 1984.
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Vídeo produzido por Luis Dufaur para seu blog “Luzes de Esperança”: http://luzesdeesperanca.blogspot.it/p/natal.html

20 de dezembro de 2015

São Pedro: uma basílica ultrajada

No final deste post, o vídeo desse tenebroso "espetáculo" que profanou a Basílica de São Pedro

Roberto de Mattei
Corrispondenza Romana, 11-12-2015 

A imagem que ficará associada à abertura do Jubileu extraordinário da Misericórdia não é a cerimônia antitriunfalista celebrada pelo Papa Francisco na manhã de 8 de dezembro, mas o retumbante espetáculo Fiat lux: Illuminating Our Common Home, que concluiu a referida jornada, inundando de sons e de luzes a fachada e a cúpula de São Pedro. 

Ao longo do show, patrocinado pelo Grupo do Banco Mundial, imagens de leões, tigres e leopardos de proporções gigantescas se projetavam sobre a fachada de São Pedro, que se eleva precisamente sobre as ruínas do circo de Nero, onde as feras devoravam os cristãos. Graças ao jogo de luzes, a basílica dava a impressão de estar de cabeça para baixo, de dissolver-se e submergir-se. Sobre a fachada apareciam peixes-palhaço e tartarugas marinhas, quase evocando a liquefação das estruturas da Igreja, privada de qualquer elemento de solidez. Uma enorme coruja e estranhos animais voadores sobrevoavam em torno da cúpula, enquanto monges budistas caminhando pareciam indicar uma via de salvação alternativa ao cristianismo. Nenhum símbolo religioso, nenhuma referência ao cristianismo; a Igreja cedia lugar à natureza soberana. 

Andrea Tornielli escreveu que não é preciso escandalizar-se porque, como documenta o historiador da arte Sandro Barbagallo em seu livro Gli animali nell’arte religiosa. La Basilica di San Pietro (Libreria Editrice Vaticana, 2008), foram muitos os artistas que no decurso dos séculos representaram uma luxuriante fauna em torno da sepultura de Pedro. Mas se a Basílica de São Pedro é um “zoo sagrado”, como a define com irreverência o autor dessa obra, não é porque os animais ali representados estejam recluídos num recinto sagrado, mas porque o significado que a arte atribuiu àqueles animais é sagrado, isto é, ordenado a um fim transcendente. 


Com efeito, no cristianismo os animais não são divinizados, mas valorizados em função do fim para o qual foram criados por Deus: o serviço do homem. Diz o Salmista: “Deste-lhe o mando sobre as obras das tuas mãos, sujeitaste todas as coisas debaixo de seus pés: Todas as ovelhas e todos os bois e, além destes, os outros animais do campo” (Ps 8, 7-9). O homem foi posto por Deus como vértice e rei da criação, e tudo deve ser ordenado em função dele, para que, por sua vez, ele ordene tudo a Deus como representante do universo (Gn 1, 26-27). Deus é o fim último do universo, mas o fim imediato do universo físico é o homem. “De certo modo, nós somos o fim de todas as coisas”, afirma Santo Tomás (In II Sent., d. 1, q. 2, a. 4, sed contra), porque “Deus fez todas as coisas para o homem” (Super Symb. Apostolorum, art. 1). 

Por outro lado, a simbologia cristã atribui aos animais um significado emblemático. Não preocupa ao cristianismo principalmente a extinção dos animais ou o seu bem-estar, mas o significado último e profundo de sua presença. O leão simboliza a força e o cordeiro a benignidade, para nos lembrar a existência de virtudes e perfeições diversas, que só Deus possui por inteiro. Na Terra, uma gama prodigiosa de seres criados, da matéria inorgânica até o homem, possui uma essência e uma perfeição íntima, que se expressa mediante a linguagem dos símbolos. 

O ecologismo apresenta-se como uma visão do mundo que transtorna essa escala hierárquica, eliminando Deus e destronando o homem. Este último é posto em pé de absoluta igualdade com a natureza, numa relação de interdependência não só com os animais, mas também com os componentes inanimados do ambiente que o circunda: montanhas, rios, mares, paisagens, cadeias alimentares, ecossistemas. O pressuposto dessa cosmovisão é a dissolução de toda linha divisória entre o homem e o mundo. A Terra forma com a sua biosfera uma espécie de entidade cósmica geoecológica unitária. Ela se torna algo mais que uma “casa comum”: representa uma divindade. 


Há 50 anos, quando se encerrou o Concílio Vaticano II, o tema dominante naquela quadra histórica era um certo “culto ao homem”, contido na fórmula “humanismo integral” de Jacques Maritain. O livro do filósofo francês, com esse título, é de 1936, mas sua maior influência foi sobretudo quando um leitor entusiasta, Giovanni Battista Montini, eleito Papa com o nome de Paulo VI, quis fazer dele a bússola de seu pontificado. Na homilia da Missa de 7 de dezembro de 1965, Paulo VI recordou que no Vaticano II se produziu o encontro entre “o culto de Deus que quis ser homem” e “a religião — porque o é — que é o culto do homem que quer ser Deus”.

Cinquenta anos depois, assistimos à passagem do humanismo integral à ecologia integral; da Carta internacional dos direitos do homem à dos direitos da natureza. No século XVI, o humanismo havia recusado a civilização cristã medieval em nome do antropocentrismo. A tentativa de construir a Cidade do Homem sobre as ruínas da Cidade de Deus fracassou tragicamente no século XX, e baldas foram as tentativas de cristianizar o antropocentrismo sob o nome de humanismo integral. A religião do homem é substituída pela da Terra: o antropocentrismo, criticado por seus “desvios”, é substituído por uma nova visão ecocêntrica. A Ideologia de Gênero, que dissolve toda identidade e toda essência, insere-se nessa perspectiva panteísta e igualitária. 


É um conceito radicalmente evolucionista, que coincide em grande medida com o de Teilhard de Chardin. Deus é a “autoconsciência” do universo que, evoluindo, torna-se consciente de sua evolução. Não é casual a citação de Teilhard no parágrafo 83 da Laudato sì, encíclica do Papa Francisco na qual filósofos como Enrico Maria Radaelli e Arnaldo Xavier da Silveira salientaram pontos em desacordo com a Tradição Católica. E o espetáculo Fiat Lux foi apresentado como um “manifesto ecologista” que pretende traduzir em imagens a encíclica Laudato sì. 


Antonio Socci o definiu no jornal “Libero” como “uma encenação gnóstica e neopagã com uma inequívoca mensagem ideológica anticristã”, observando que “em São Pedro, na festa da Imaculada Conceição, em vez de celebrar a Mãe de Deus, preferiram a celebração da Mãe Terra, para propagar a ideologia dominante, a da ‘religião do clima e da ecologia’, neopagã e neomalthusiana, apoiada pelas potências do mundo. É uma profanação espiritual (porque aquele lugar — lembremo-nos — é um lugar de martírio cristão)”. 

Por sua vez, escreveu Alessandro Gnochi em “Riscossa Cristiana”: “Portanto, não foi o ISIS que profanou o coração da Cristandade, nem foram os extremistas do credo laico os que danificaram o credo católico, nem os artistas blasfemos e coprolálicos os que contaminaram a fé de tantos cristãos. Não era preciso perquisição ou detectador de metal para impedir o ingresso dos vândalos na cidadela de Deus: eles estavam no interior das muralhas e já tinham acionado a sua bomba multicolor de transmissão satelital no calor da sala de controle.” 

Os fotógrafos, os desenhistas gráficos e os publicitários que realizaram o Fiat Lux sabem o que representa para os católicos a Basílica de São Pedro, imagem material do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja. Os jogos de luz que iluminaram a Basílica tinham uma meta simbólica, antitética àquela expressa por todas as luzes, lâmpadas e fogos que transmitiram ao longo dos séculos o significado da luz divina. Esta luz estava ausente no dia 8 de dezembro. Entre as imagens e luzes projetadas na Basílica, faltavam as de Nosso Senhor e da Imaculada Conceição, cuja festa se celebrava. São Pedro foi imersa na falsa luz trazida pelo anjo rebelde, Lúcifer, príncipe deste mundo e rei das trevas. 

A palavra “luz divina” não é apenas uma metáfora, mas uma realidade, como realidade são as trevas que envolvem hoje o mundo. E nesta vigília de Natal a humanidade aguarda o momento em que a noite se iluminará como o dia, “nox sicut dies illuminabitur” (Salmo 11), quando se cumprirão as promessas feitas pela Imaculada em Fátima.



15 de dezembro de 2015

13 DE DEZEMBRO — manifestação contra o governo Dilma-lulopetista




Paulo Roberto Campos

Em uma centena de cidades brasileiras, neste dia 13 de dezembro, ocorreram grandes protestos contra o atual governo que, com seu projeto bolivariano de poder, tenta implantar no País um regime marxista — semelhante ao implantado na infeliz Venezuela. 

Para isso, o PT impulsiona diversos projetos de lei que visam abolir valores básicos e sagrados de uma autêntica civilização num Brasil verdadeiramente cristão — ou seja, tal partido visa abolir os valores da tradição, da instituição da família e da propriedade particular. 

A maior dessas manifestações ocorreu em São Paulo, como nossos leitores já devem ter visto nos jornais. Mas como certa mídia esquerdista procura subestimar, e até mesmo desprezar, tais acontecimentos contrários à “esquerdização” do Brasil, abaixo seguem imagens dos protestos na Av. Paulista. Nessas fotos, procurei focalizar especialmente aspectos importantes que tal mídia procurou não focalizar e, em muitos casos, fez de conta que não viu... Um desses aspectos foi a participação no evento na capital paulista do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

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