28 de abril de 2018

“Ter filhos não é ético”, afirmam os antinatalistas


Jurandir Dias
O homem é a “única criatura sobre a Terra que Deus quis por si mesma”[i], dotando-o de toda a dignidade a ponto de permitir que seu Filho se encarnasse e morresse na Cruz para resgatá-lo do pecado original. É por este motivo que o demônio se tem empenhado desde o início em destruí-lo. Compreendemos assim também o porquê da criação de doutrinas como a ideologia de gênero, o ambientalismo e, mais recentemente, o movimento chamado antinatalista.
Deus mostra a sua predileção pelo ser humano por se tratar da mais perfeita de suas criaturas e porque o criou “à sua imagem e semelhança”. O que as Escrituras descrevem poeticamente: “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. E depois de tê-los criado, Deus os abençoou e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra” (Gênesis, 27 e 28).
Ter filhos, portanto, é um mandado divino. O casal que não quer ter filhos demonstra um egoísmo extremo e peca contra esse mandado.
Audrey Garcia, de 39 anos, casada, é uma dessas pessoas que dizem ter seus motivos para não ter filhos. Numa entrevista para a BBC Mundo em espanhol, ela afirma que  ter filhos “simplesmente não é ético em um mundo superpovoado, onde falta água e comida para muitas pessoas, onde estamos destruindo o meio ambiente, onde não paramos de consumir mais e mais recursos”.[ii]
Audrey Garcia pertence a um grupo de pessoas conhecidas como antinatalistas, que se inspiram nas ideias de David Benatar, diretor do Departamento de Filosofia da Universidade do Cabo, na África do Sul. Benatar é autor do livro Better Never to Have Been (Melhor Nunca ter Nascido). A obra começa com a seguinte dedicatória: “Aos meus pais, apesar de me terem dado a vida”.
Segundo Audrey, o antinatalismo está associado ao veganismo. “Como ativistaluto contra todo tipo de exploração animal. Se eu tivesse filhos, seria responsável por criar uma cadeia sem fim de humanos que vão consumir produtos animais, porque não posso garantir de forma alguma que meus filhos e netos sejam veganos” E continua: “Ter filhos significaria necessariamente aumentar o sofrimento animal”. Para Audrey, ser antinatalista também é ir contra o sistema estabelecido, que “supõe que a mulher está destinada a ser mãe”.
Audrey Garcia fez a cirurgia para se tornar estéril e afirma que “as pessoas costumam ficar chocadas porque veem a esterilização como uma mutilação, mas quando eu explico os motivos, elas entendem”.
Como os casais egoístas, que só pensam no prazer e não querem ter filhos, este é um problema que Audrey tem enfrentado nos seus relacionamentos. Por isso, justifica-se dizendo: “Não vejo o que há de egoísta em querer dedicar sua vida a outra coisa que não seja ter filhos. O que acho egoísta é tomar, de maneira unilateral, a decisão de trazer alguém a este mundo.
Uma das razões que os antinatalistas citam para não terem filhos seriam os sofrimentos físico, psicológico e emocional. Assim, Audrey deixa transparecer o desejo de suicídios dessas pessoas: “Acho que muitas pessoas já pensaram em suicídio uma vez ou outra. Mas já que estou aqui, tento ser útil.
Por causa do pecado original, esta vida é um “vale de lágrimas”. E é muitas vezes no sofrimento que encontramos a nossa consolação. Foi o exemplo que nos deu Nosso Senhor Jesus Cristo morrendo na Cruz. O suicídio é, portanto, a falsa solução que o demônio apresenta àqueles que se entregam ao egoísmo e aos prazeres.

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[i] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 2001, p. 103

20 de abril de 2018

Uma tradicional dama paulista

Da. Lucilia aos 16 anos

A revista Catolicismo deste mês publicou uma muito substanciosa entrevista com o Dr. Adolpho Lindenberg sobre sua saudosa tia, Dona Lucilia Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira. Esta tradicional dama paulista que trouxe ao mundo o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, e que exerceu grande influência na sua formação católica, faleceu em 21 de abril de 1968. Em memória do cinquentenário de seu falecimento reproduzimos aqui a mencionada entrevista publicada em sua homenagem.



Por ocasião do cinquentenário do falecimento dessa tradicional dama paulista (*22-4- 1876 +21-4-1968), Catolicismo não precisou sair dos círculos de seus redatores para encontrar alguém capaz de comunicar aos nossos leitores — que já conhecem muito bem Plinio Corrêa de Oliveira — alguns traços daquela que trouxe este insigne líder católico ao mundo e exerceu grande influência na sua formação. Dr. Adolpho Lindenberg, decano dos nossos colaboradores, guarda muitas recordações de sua “saudosa tia Lucilia”. 

Dona Lucilia pertencia à tradicional classe dos paulistas denominados quatrocentões — provenientes dos fundadores ou dos primeiros povoadores da cidade de São Paulo — e tinha entre seus ascendentes vários bandeirantes famosos. Dentre os antepassados maternos do Prof. Plinio, destacou-se durante o reinado do Imperador D. Pedro II o ilustre Prof. Gabriel José Rodrigues dos Santos, catedrático da famosa Faculdade de Direito de São Paulo, advogado, orador de grandes dotes, deputado provincial e mais tarde nacional. 

Além de nosso decano, o entrevistado é um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) e atual presidente do Instituto que leva o nome de seu primo-irmão, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Engenheiro pela Universidade Mackenzie, sua atividade profissional sempre esteve relacionada com a Construtora Adolpho Lindenberg, uma das mais conceituadas do País, que se notabilizou pela reintrodução do estilo colonial e o lançamento do estilo neoclássico na construção de edifícios. 



Dr. Adolpho Lindenberg:
“Ela foi muito emblemática do ideal 
perfeito de mãe, esposa, filha e tia. 
Católica ao máximo, monarquista 
e tradicionalista, não pactuava 
com o relaxamento dos costumes”

Catolicismo — Em que época o senhor mais conviveu com sua tia Lucilia e com seu primo Plinio Corrêa de Oliveira? 

Dr. Adolpho Na época em que éramos crianças, e convivíamos na casa de nossa avó, Gabriela Ribeiro dos Santos, mãe de Da. Lucilia. Vovó era uma senhora muito aristocrática, que marcou época na sociedade paulista do início do século passado. 










“Tia Lucilia recordava-se do vovô
como um homem boníssimo,
pleno de qualidades, enquanto vovó Gabriela
tinha deixado a recordação de
uma senhora bonita, imponente e inteligente”




Catolicismo — Antes de passarmos às perguntas sobre Da. Lucilia, desejaríamos conhecer algo mais da personalidade de Da. Gabriela. Alguma lembrança que o senhor pudesse narrar a respeito? 

Dr. Adolpho — Na sala de visitas do apartamento onde morou tia Lucilia há uma bela pintura de minha avó Gabriela, num quadro muito elogiado por Dr. Plinio [foto ao lado]. Retrata uma bela senhora matriarcal, que teve relações de amizade com a Princesa Isabel. Tia Lucilia recordava-se do vovô Antonio (esposo de Da. Gabriela) como tendo sido um homem boníssimo, pleno de qualidades, enquanto vovó Gabriela tinha deixado a recordação de uma senhora bonita, imponente e inteligente. Quando eu era menino, ela aparentemente me ignorava, mas só anos depois vim a compreender que nessa atitude anti-igualitária ela demonstrava apenas uma segurança, uma nota aristocrática e dominadora, uma superioridade diante da qual um menino hesitava. 



Plinio Corrêa de Oliveira e sua irmã Rosée
Catolicismo — Poderia descrever como era o convívio no ambiente da casa de Da. Gabriela? 

Dr. Adolpho — A família Ribeiro dos Santos se destacava pela loquacidade, e o convívio naquele ambiente era animadíssimo. Conservo muitas lembranças e saudades desse convívio com toda a parentela. Nem preciso dizer o quanto Plinio, com sua vitalidade, colaborava nessa animação, por exemplo, formando rodas de conversas agradabilíssimas. Ele proseava com muito bom humor sobre qualquer coisa, desde grandes fatos históricos, passando por episódios ocorridos com nossos tios, até as cores das pedras. Costumo lembrar o dito de Talleyrand: “Quem não viveu na França no período anterior à Revolução Francesa [1789], não conheceu a doçura de viver”. Posso afirmar que algo dessa “doçura de viver” existia em nossa família, na então pequena cidade de São Paulo. Recordo-me de que, alguns meses antes da morte de Dr. Plinio, eu mantive com ele uma conversa durante a qual ele se lembrou daqueles antigos tempos, no convívio com sua irmã Rosée, seus primos e amigos na casa de vovó. Ele, muito mais do que eu, sentia saudades do bem-estar desse pequeno microcosmo que era o nosso ambiente familiar.



Em 1912, Da. Lucilia em Paris
Catolicismo — E como era a presença de Da. Lucilia nesse “microcosmo” na casa dos Ribeiro dos Santos? 

Dr. Adolpho — Tia Lucilia dispensava um trato muito cerimonioso às pessoas — com os filhos e sobrinhos, com seu esposo, meu tio João Paulo, até com seus pais, pelos quais ela nutria uma verdadeira veneração. Muito diferente de certas pessoas modernas, que usam um trato excessivamente íntimo. Ela não apreciava esse tipo de comportamento “sem-cerimônias”, por assim dizer, sem certa solenidade de atitudes. Ela era solene por natureza, o que tornava o ambiente da casa de vovó muito agradável e elevado. 


Catolicismo — Quais suas impressões sobre a figura de sua tia, e o que mais o impressionava nela? 

Dr. Adolpho — Eu quase não comento sobre o modo de ser de tia Lucilia, mas quando aparece uma boa oportunidade, causa-me alegria poder falar dela. Não é fácil, para aqueles que não a conheceram pessoalmente, compreender inteiramente sua figura. Impressionava-me muito, além de sua amabilidade e paz de alma, a força de seu olhar. Olhar de uma pessoa reta, honesta, e de uma superioridade ímpar. Quem não é reto e honesto poderia até ficar envergonhado na sua presença. Olhar muito meigo, muito bondoso, mas quem não estivesse com a consciência em paz não gostava muito. Era o encontro de olhares entre uma pessoa virtuosa e outra sem virtude. Muito me impressionava o olhar dela, que incentivava as pessoas a enfrentar as dificuldades da vida. 

Ela foi muito emblemática do ideal perfeito de mãe, esposa, filha e tia. Católica ao máximo, monarquista e tradicionalista, não pactuava com o relaxamento dos costumes, com as modas extravagantes. Lembro-me dela visitando-me quando eu ficava doente. Ela lia para mim livros interessantes que exaltavam o heroísmo, como o livro dos Três Mosqueteiros. E aplicava a leitura dando bons conselhos, advertindo-me dos perigos que poderia enfrentar em minha vida. Ela me causava a impressão de ser uma senhora muito cerimoniosa e de uma geração anterior. Nesse sentido, nunca tingiu nem cortou curtos os cabelos, não se pintava, usava vestidos muito discretos.



Dr. Plinio e Dr. Adolpho Lindenberg
Catolicismo — Da. Lucilia era enérgica em exigir dos filhos o cumprimento dos deveres diários? 

Dr. Adolpho — No período anterior à Primeira Grande Guerra, notava-se a rivalidade entre a França e a Alemanha. Muitos no Brasil pareciam divididos: os francófilos e os germanófilos. Tia Lucilia amava a França, e meu pai amava a Alemanha. Assim, apesar de tia Lucilia demonstrar equilíbrio, ele se queixava de sua cunhada. Ela era de uma cortesia admirável, manifestava muito afeto às pessoas de bom coração, mas era intransigente em relação às pessoas más, e não cedia ao erro. Até no relacionamento com os filhos, mesmo sendo extremamente afetuosa, exigia deles o cumprimento integral do dever, das obrigações diárias, etc. 

Por isso, elogiava para os filhos o modo de ser do alemão, disciplinado no cumprimento do dever. E foi certamente por isso que ela escolheu para os filhos uma governante alemã, a Fräulein Mathilde Heldman [foto abaixo], fato que deixou papai muito satisfeito... Dr. Plinio admirava muito essa Fräulein bávara, pois ela o ajudou a apreciar o estilo de vida europeu, as tradições e a nobreza europeia, as grandes famílias e figuras do Velho Continente. Com sua cultura, essa governante colaborou na formação de Rosée e de Plinio e no aprendizado da língua alemã, mas também do francês e do inglês. 


Plinio acompanhado de sua irmã e de sua
prima, com a Fräulein Mathilde
Em 1912, num período em que Da. Lucilia sofria de cálculos biliares, ela viajou de navio à Alemanha com vários membros da família — Plinio tinha apenas quatro anos, e eu nem tinha nascido —, para submeter-se a uma cirurgia com um especialista que era médico do Kaiser, o Dr. Bier. Certamente essa viagem colaborou para aumentar nela e nos filhos a admiração pelo modo de ser alemão, o amor à ordem, à disciplina, etc. 

Tia Lucilia e a Fräulein Mathilde colaboraram para formar a Weltanschauung (visão de mundo) do Dr. Plinio. Podemos notar isso em sua vida e em seus escritos, por exemplo, no livro Revolução e Contra-Revolução e em sua última obra, Nobreza e Elites Tradicionais Análogas. Alguns de meus tios ficavam meio perplexos com essa Weltanschauung adquirida por Plinio, com seu modo de ser categórico, e pareciam pensar: “Como é que Lucilia, tão cordata, foi ter um filho tão afirmativo como esse? É realmente inconcebível”


Catolicismo — Como explicar esse modo de ser categórico de Dr. Plinio, sendo sua mãe tão serena? 

Dr. Adolpho — O que levou Plinio a tomar posições categóricas foi sua luta contra-revolucionária em defesa da Igreja e da Cristandade, embora temperamentalmente ele se assemelhasse à sua mãe. Ele foi um menino muito plácido, pacífico, até fleumático, gostava de ficar contemplando as coisas da natureza. Já contei que numa fotografia de família aparece minha prima Rosée, menina de sete anos, andando por uma calçada, muito atenta a tudo, levando pela mão o irmão, dois anos mais novo que ela. Plinio parece distraído, tranquilamente contemplando alguma coisa. 

Mas foi devido à sua luta que ele se viu obrigado a tornar-se um polemista, um cruzado, a discutir para defender a glória de Deus. Quando jovem, vivendo ainda em casa de vovó, ele analisava muito as ideologias modernas enquanto penetravam nos modos e no pensamento de seus primos. E procurava alertá-los, para rejeitarem o que aparecia de ruim no mundo moderno com suas extravagâncias. Tia Lucilia também ficava assustada com as extravagâncias que iam surgindo, as modas em geral. 



“Ela foi muito emblemática do ideal
perfeito de mãe, esposa, filha e tia.
Católica ao máximo, monarquista
e tradicionalista, não pactuava
com o relaxamento dos costumes”
Catolicismo — Portanto, ela não foi uma mulher considerada “moderna”. 

Dr. Adolpho — Tia Lucilia, com seu temperamento calmo e modos aristocráticos, criava em torno de si uma atmosfera tranquila, oposta às agitações do mundo dito moderno. Ela morreu no século XX, mas, por assim dizer, contagiava as pessoas ao seu redor com aquela atmosfera suave e tranquila do século XIX. Poder-se-ia mesmo falar em “atmosfera luciliana”, usando uma espécie de neologismo. As pessoas podiam chegar aflitas e agitadas à sua casa, mas ela as “serenava” com sua calma e carinho, e aos poucos elas se livravam da agitação. O próprio Dr. Plinio disse que ela era excelente consoladora das pessoas: “Quando dela me aproximava, devido a alguma aflição ou numa situação sem saída, bastava ouvi-la dizer 'meu filho, o que é?', e metade do problema já se desfazia”. Ela resolvia com muita benevolência as dificuldades das pessoas, e elas saíam contentes. 



Imagem do Sagrado Coração de Jesus,
do pequeno oratório de Da. Lucilia
Catolicismo — O que o senhor diria sobre as devoções de Da. Lucilia? 

Dr. Adolpho — Muitíssimo devota do Sagrado Coração de Jesus, tia Lucilia tinha especial predileção pela Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no bairro Campos Elíseos no qual ela residia, e lá assistia às missas dominicais junto com seus filhos. Como se pode ver ainda hoje, essa Igreja foi decorada com muito bom gosto, belos vitrais, pinturas e imagens. Seu ambiente, com aspectos sobrenaturais, convida verdadeiramente à piedade. Pode-se dizer que o bom temperamento dela e seu modo de ser misericordioso tinham como motivação sua devoção ao Sagrado Coração, do qual possuía duas imagens: uma num pequeno oratório em seu quarto [foto abaixo]; e outra talhada em alabastro, sobre uma coluna no salão [foto mais abaixo], diante da qual passava um bom tempo rezando. 

Tia Lucilia enviou muitas cartas ao Dr. Plinio, quando ele viajava para alguma cidade do Brasil ou do exterior. Eis o que escreveu numa delas: “Agradou-me imenso saber que, quando tens saudades minhas, rezas diante do meu oratório. Eu também rezo tanto por ti. O Sagrado Coração de Jesus, nosso amor, será tua salvaguarda e protetor, filho querido do meu coração!”.
Oratório do Sagrado Coração de Jesus
no quarto de Da. Lucilia

De outra carta, escrita por Da. Lucilia quando meus primos eram adolescentes, destaco estas linhas: “Você [Plinio] e Rosée são confiados a Deus antes de nascer. Portanto, com fé e amor a Deus, vocês não poderão deixar de ser felizes, tanto mais que por vocês eu rezo noite e dia, e é natural que as preces de uma mãe católica, mesmo de tão pouco mérito, sejam atendidas por Nossa Senhora, que também é mãe, e por Nosso Senhor Jesus Cristo”


Para pessoas de fora de seu círculo mais restrito de amizades, Dr. Plinio não falava muito de sua mãe, mas para nós, quando indagado sobre o seu relacionamento com ela, deixava claro o papel que ela exerceu a fim incrementar nele a fé católica e aumentar sua devoção aos Corações de Jesus e Maria.



Catolicismo — Dr. Plinio deixava transparecer a sua gratidão a Da. Lucilia? 

Dr. Adolpho — Dr. Plinio, certa vez, comentou o seguinte sobre sua mãe: “Era verdadeiramente uma senhora católica. Ninguém pode imaginar o bem que ela me fez. Estudei sua bela alma com uma atenção contínua, e era por isso mesmo que eu gostava dela. A tal ponto que, se ela não fosse minha mãe, mas a mãe de outro, eu gostaria dela da mesma maneira, e daria um jeito de ir morar junto a ela. Mamãe me ensinou a amar Nosso Senhor Jesus Cristo, ensinou-me a amar a Santa Igreja Católica”. Difícil encontrar louvor maior de um filho em relação à sua mãe. 

Ela foi mãe modelar, tanto no incentivo ao bem quanto na censura ao mal. Por exemplo, na correção de alguma travessura dos filhos e sobrinhos, procurava fazê-los compreender no que estavam errados e como aquilo não era do agrado de Deus, ao mesmo tempo em que incutia nos pequenos como era belo agir com retidão. Mas também, quando alguma criança praticava algo louvável, era a primeira a elogiar e incrementar nela o quanto a vida virtuosa era deleitável. 

Procurava mostrar que, mesmo se tornando mais dura a vida de quem praticasse as virtudes, a criança seria mais feliz cumprindo o dever, ficando assim com a consciência tranquila. Às vezes tia Lucilia ilustrava sua repreensão ou seu elogio narrando algum episódio da vida de antepassados, ou da história de pessoas que ela conheceu. Com suas recordações do passado, ela exemplificava com pessoas que fracassaram na vida por seguirem o mau caminho, ou pessoas que foram felizes seguindo o bom caminho, apesar de ser mais difícil. Desse modo estimulava os lados bons das crianças e incutia horror aos aspectos maus. Era admirável o senso do bem e do mal, que ela possuiu de modo extraordinário. 
Salão na residência de Da. Lucilia, no fundo, a coluna com a imagem do Sagrado Coração
de Jesus talhada em alabastro

Catolicismo — Certa vez Dr. Plinio fez referência a uma provação à qual Da. Lucilia foi submetida pouco antes do nascimento dele. Poderia contar para nossos leitores? 

Dr. Adolpho — Neste caso, acho que Plinio se referia a um fato que se passou em 1908. Quando ele estava por nascer, o médico preveniu Da. Lucilia de que ela seria submetida a um parto de risco, e tanto ela quanto o filho poderiam não resistir à intervenção cirúrgica. Perguntou se ela concordaria em fazer um aborto, e desse modo garantiria a sua vida. Ela ficou chocada com a pergunta, e respondeu: “Esta é uma pergunta que não se faz a uma mãe. O doutor não deveria sequer cogitar em tal hipótese”. Ela confiou o filho a Deus, o parto se deu com alguma antecedência em relação ao período normal de nove meses, e Plinio nasceu com o peso abaixo do normal, mas logo recuperou plena saúde e peso. 


Sala com o quadro de Da. Gabriela na residência de Da. Lucilia
Catolicismo — Sobre a formação que ela deu aos filhos, o senhor se lembra de algo especial? 

Dr. Adolpho — A vida de Da. Lucilia foi um exemplo de uma mãe caracteristicamente brasileira e católica. Extremamente bondosa, serena e acolhedora, ela se dedicou afetuosamente, de todo o coração, aos dois filhos Rosée e Plinio, assim como aos sobrinhos, procurando incutir nos pequenos a catolicidade que a caracterizava, proporcionando-lhes ótima formação religiosa. 

Dr. Plinio se lembrava de que, ao entrar em casa após alguma atividade externa, sentia o ambiente muito acolhedor de sua residência — os ares “lucilianos”, por assim dizer. Ele se recordava perfeitamente do modo como ela definiu o relacionamento virtuoso e perfeito numa família: “Viver é estar juntos, olhar-se e querer-se bem”
Quarto onde faleceu Da. Lucilia

Catolicismo — Esses episódios são tão interessantes, que nos agradaria conhecer outros que o senhor possa recordar. 

Dr. Adolpho — Dr. Plinio também se lembrava de que, ainda menino, com seus sete anos mais ou menos, lia livros para crianças e fazia considerações sobre a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com aquela idade, e contemplando as imagens d’Ele, chegou à certeza de que Jesus Cristo era o Homem-Deus. Nisso muito lhe auxiliavam as narrações da História Sagrada que tia Lucilia apresentava para os filhos. Essa formação religiosa foi tão marcante, que aproximadamente naquela idade Plinio dava aulas de catecismo aos empregados da casa, com base no que ouvira de sua mãe. 



Pintura a óleo de Da. Lucilia, representada
no último ano de sua existência terrena,
aos 92 anos
Catolicismo — Dos últimos momentos de Da. Lucilia, o que o senhor poderia nos dizer? 

Dr. Adolpho — Numa reunião com Dr. Plinio, alguém mostrou a ele uma fotografia de tia Lucilia bem idosa, na qual transluzia muito a esperança do Céu e a confiança na misericórdia divina. Mencionando o dito latino “Talis vita finis ita” (tal vida, tal fim), ele comentou que toda a vida dela fora assim, e assim ela caminhava para o final da vida. Nessa foto se percebia a afabilidade, mas também a seriedade de uma pessoa que sofreu e estava tranquila, pronta para se apresentar diante de Deus.

Plinio não assistiu ao desenlace final. Ele estava em casa, mas em outro cômodo. Entretanto, um médico amigo a assistiu e fez uma narração daquele último instante. Disse ele que naquele momento final, apesar da crise cardíaca, tia Lucilia estava muito tranquila, e fez solenemente um grande Sinal da Cruz. Com este sinal, despediu-se da vida e entregou sua alma a Deus aos 92 anos de idade.

18 de abril de 2018

Vaticano-China: Cardeal Zen reitera na Alemanha suas duras críticas ao Cardeal Parolin


Em Bonn, o Cardeal Zen concedendo entrevista a Mathias von Gersdorff
Mathias von Gersdorff 

O Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, Arcebispo-emérito de Hong Kong, reiterou em recente viagem à Alemanha sua forte crítica ao planejado acordo entre o Vaticano e a República Popular da China. Esse acordo entregaria a Igreja Clandestina chinesa, que foi sempre fiel à Santa Sé, à Associação Patriótica, criada pelo regime comunista chinês em 1957.


O Cardeal Zen recebeu no dia 7 de abril último em Bonn, antiga capital da Alemanha, um prêmio concedido pela Fundação Stephanus aos cristãos perseguidos — Stephanus Stiftung für verfolgte Christen [foto ao lado].

Em seu discurso de agradecimento, ele explicou que a Secretaria de Estado do Vaticano, liderada pelo Cardeal Pietro Parolin, está disposta a fazer concessões absurdas ao governo comunista. O acordo contemplaria a nomeação de bispos pelo governo chinês. O Papa só teria direito de veto. Devido às distâncias geográficas e às complicações da realidade chinesa, isso significaria que o Papa praticamente não teria influência.

Escandaloso também é o fato de os católicos clandestinos de numerosas dioceses, que vêm sendo perseguidos há várias décadas, terem de aceitar bispos cismáticos de obediência ao regime comunista, que tomariam o lugar dos bispos clandestinos fiéis a Roma. De que serviu então resistir às perseguições durante tantos anos? 


As dioceses chinesas são governadas por bispos “patrióticos” e clandestinos. No início de janeiro de 2018, uma delegação do Vaticano enviada pelo Cardeal Parolin e liderada por Dom Cláudio Maria Celli tentou remover dois bispos clandestinos para que os “patrióticos” aumentassem o número de suas dioceses. 

Os bispos legítimos felizmente não cederam à pressão do Vaticano. Mas essa singular intervenção foi para o Cardeal Zen a gota que transbordou a taça. Ele foi a Roma externar sua perplexidade ao Papa Francisco, que se manifestou surpreso e desconhecedor dos pormenores. 

É por isso que o Cardeal Zen acusa o Cardeal Parolin e o Secretário de Estado de informarem mal, ou inclusive erroneamente, o Papa Francisco.

A viagem à Alemanha para receber o prêmio da Fundação Stephanus constituiu a última etapa da turnê do Cardeal Zen para alertar os católicos de todo o mundo sobre a projetada traição aos católicos chineses. 


O Cardeal deu muitos detalhes sobre a intensificação da perseguição aos católicos nos últimos meses. Uma nova lei das religiões limita severamente a liberdade da Igreja. Há grandes dificuldades em administrar os sacramentos. Por exemplo, é proibido batizar menores de 18 anos de idade. Durante a Semana Santa, os comunistas prenderam os bispos clandestinos para impedi-los de celebrar as cerimônias litúrgicas daquele período. No início deste mês, uma nova lei limitou fortemente a venda de Bíblias. 

É com pessoas dessa natureza que o Secretário de Estado quer encontrar um acordo? Para o Cardeal Zen, isso só pode resultar em catástrofe, numa completa capitulação aos governantes comunistas na China. 

Nenhum acordo é melhor que um péssimo acordo, resume o Cardeal Zen.

11 de abril de 2018

O CASO MINDSZENTY

Esse martirizado prelado não dobrou os joelhos diante da tirania vermelha e resistiu admiravelmente à Ostpolitik vaticana de aproximação com os regimes comunistas.
A duríssima situação dos católicos perseguidos na China comunista está na ordem do dia, e vem a propósito recordar um grande herói que resistiu à política de aproximação com o comunismo, sendo por isso preso e torturado: o Cardeal József Mindszenty (1892-1975), Arcebispo de Esztergom e Primaz da Hungria. Esse martirizado prelado não dobrou os joelhos diante da tirania vermelha e resistiu admiravelmente à Ostpolitik vaticana de aproximação com os regimes comunistas. 

Devido a essa resistência, foi destituído por Paulo VI de sua arquidiocese.[1] Comentando o seu caso, Plinio Corrêa de Oliveira escreveu para a “Folha de S. Paulo” (31-3-1974) o artigo intitulado Ao grande criador do caso imenso, do qual reproduzimos o trecho abaixo. 


O Cardeal Mindszenty é recepcionado pela TFP venezuelana no aeroporto de Maiquetia (Caracas, 1975)

No panorama da geral devastação, o Cardeal Mindszenty se tem erguido como o grande inconformado, o criador do grande caso internacional,[2] de uma recusa inquebrantável que salva a honra da Igreja e do gênero humano. O seu exemplo — com o prestígio da púrpura romana intacta nos ombros do robusto pastor valente e abnegado — mostrou aos católicos que não lhes é lícito acompanhar as multidões que vão dobrando o joelho ante Belial.  

Assim, para a figura do egrégio purpurado se voltam as vistas admirativas dos sócios e militantes da TFP e organizações afins, nas Américas e na Europa. Empolgados pela atitude santamente intrépida do ex-Arcebispo de Esztergom, os presidentes dessas entidades lhe enviamos uma mensagem conjunta[3] (vide link abaixo). Estou certo de que incontáveis leitores gostariam de a ter assinado, muitos com seu sangue; ou com suas lágrimas, sangue de suas almas. O sangue da alma do herói de Esztergom e dos que pela Terra inteira sofrem em uníssono com ele. Sangue a que foi dado, desde Abel até o fim do mundo, o poder — maior do que qualquer outro poder — de subir ao Céu e de clamar diante de Deus. 

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Notas: 
1. A respeito do Cardeal Mindszenty, o "The Sunday Telegraph", de Londres, publicou em 15-9-1974: “Os dois grandes tormentos do Prelado: crucificado pelo Kremlin e traído pelo Vaticano”
2. No dia 10 de janeiro último, em audiência privada, o Papa Francisco disse ao Cardeal Zen: “Não criem outro caso Mindszenty!” — referindo-se aos bispos chineses que, assim como o Cardeal Mindszenty, estavam resistindo ao regime comunista chinês (Cfr. “Settimo Cielo”, 29-1-18). 
3. http://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2074-03-31%20Ao%20grande.htm#.WrO239T4_IU

9 de abril de 2018

Padre James Martin: Pastor, ou lobo vestido com pele de ovelha?


Ato de reparação promovido pela TFP norte-americana
Santiago Laia

“Por alguma fissura, a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus.”

Não é difícil entender essas palavras do Papa Paulo VI quando se considera, com perplexidade e tristeza, como a Santa Igreja está sendo atacada até mesmo por aqueles que deveriam ser os pastores do rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas que agem como lobos. 

Padre Martin: declarações confusas e alarmantes 

Nos Estados Unidos, o padre jesuíta James Martin (de Manhattan, Nova York) vem criando uma onda de escândalos entre os fiéis católicos daquele país por recentes declarações e pronunciamentos públicos. 

No dia 5 de setembro de 2017, na Fordham University, ele contradisse o ensinamento da Igreja ao afirmar: “Eu tenho dificuldade em imaginar como até mesmo o católico mais tradicionalista, homofóbico e de mente fechada não pode olhar para o meu amigo [em um ‘casamento’ do mesmo sexo] e dizer: ‘Este é um ato amoroso e essa é uma forma de amor que eu não entendo, mas tenho que reverenciar’.”[1]

No dia 2 de outubro de 2017, o Pe. Martin postou comentários no Facebook apoiando um menino que se apresentou como menina para receber aulas de catecismo numa paróquia católica! Quando a paróquia pôs como condição para ensinar o menino que ele se apresentasse segundo o sexo biológico registrado em seu certificado de batismo, o Pe. Martin objetou, chamando a decisão da Igreja de “um escândalo”.[2] 

Durante uma apresentação na Universidade de Villanova, em 29 de agosto de 2017, ele também disse, referindo-se a um homossexual: “Espero que em 10 anos você possa beijar seu parceiro [na igreja] ou, você sabe, em breve ser seu marido.”[3] 

Protestos! 

A TFP Student Action promoveu em seu site petições de protesto contra as declarações do Pe. Martin. As petições se dirigiam às universidades católicas[4] e às igrejas[5] que promoviam conferências do sacerdote em todo o país. 

Infelizmente, mesmo diante de tais protestos, o Pe. Martin continuou distorcendo e escandalizando impunemente a fé de milhares católicos norte-americanos com suas declarações. 

No último dia 22 de março, em meio ao inverno estadunidense, cerca de 170 pessoas rezaram um terço de reparação em frente à igreja Notre Dame, em Chicago, contra uma palestra que o Pe. James Martin pronunciaria naquele local. O ato de reparação foi organizado pela Sociedade Americana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Na ocasião, a TFP americana recolheu 10 mil assinaturas de protesto [fotos]

Essas manifestações pacíficas, mas firmes, impediram algumas das palestras do padre Martin no país. Uma delas seria realizada no dia 24 de março na University of Cincinnati, onde católicos, professores e jovens daquela TFP também promoveram atos públicos de reparação. 

A Paixão de Jesus Cristo revive na crise da Igreja

Considerando a atual crise da Igreja, onde numerosos pastores não agem mais como pastores, mas como lobos vestidos em pele de ovelha, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sempre exortou seus discípulos a seguir o exemplo de Verônica no momento da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Santa Verônica arriscou sua vida para consolar Nosso Senhor enquanto Ele carregava sua Cruz. Ela estava tão cheia de compaixão por Jesus Cristo, que empurrou os guardas romanos e ofereceu um véu para limpar o divino rosto ensanguentado e ferido por tantas ofensas e pecados.

Nosso Senhor a recompensou por este ato de reparação com um milagre. Imprimiu para sempre sua Face naquele véu. 

Como Santa Verônica, também nós devemos hoje consolar Nosso Senhor. Precisamos combater o bom combate pela Santa Igreja, por Nosso Senhor Jesus Cristo, nestes dias trágicos como foram trágicos os dias da Paixão. 

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[1] Fonte: Fordham News (59:42 no vídeo): https: //news.fordham.edu/insid 
[2] https://www.facebook.com/FrJam... 
[3] LifeSiteNews.com: https://www.lifesitenews.com/b... 
[4] https://www.tfpstudentaction.org/petitions/urge-misericordia-university-to-cancel-address-by-pro-homosexual-priest - https://www.tfpstudentaction.org/petitions/protest-fr-james-martin-spring-hill-college 
[5] https://www.tfpstudentaction.org/petitions/fr-martin-and-sister-gramick-attack-church-teaching http://www.tfp.org/act/take-action-archive-page/

8 de abril de 2018

Agitação social, violência: produtos de laboratório que o Brasil rejeita

Na “missa-comício”, pouco antes de sua prisão, Lula conclama seus sequazes a provocarem agitações de Norte a Sul do País 


Paulo Roberto Campos

Na presente conjuntura que atravessa o Brasil, com movimentos de esquerda — que contam com a colaboração do clero progressista adepto da “Teologia da Libertação” —insuflando seus sequazes à rebelião e a incendiar o País como vingança devido à condenação e prisão do ex-presidente Lula da Silva, vem a propósito reproduzir aqui um apelo de Plinio Corrêa de Oliveira.

O texto de tal apelo — extraído do livro “Agitação social, violência: produtos de laboratório que o Brasil rejeita” — muito nos auxilia de como enfrentar a atual situação nacional, não nos deixando arrastar pelos tumultos revolucionários desses movimentos esquerdistas.

“Obstáculo a que a Nação se deixe levedar pelos fermentos revolucionários”


Plinio Corrêa de Oliveira 

“O povo brasileiro sempre foi conhecido como afetivo, ordeiro e pacífico. Tal feitio de alma lhe vem da tradição profundamente cristã. E constitui um nobre obstáculo a que a Nação se deixe levedar pelos fermentos revolucionários indispensáveis para o êxito do socialismo e do comunismo.  
É por isto que as forças da desagregação e da desordem deitam tanto empenho em criar a ilusão do contrário, apresentando nossa população como desordeira, agressiva, revoltada.  
Lanço um apelo para que o Brasil da bondade, o Brasil afetivo, o Brasil cristão continue idêntico a si mesmo, e não se deixe arrastar pelas solicitações da violência, seja física, seja moral. Nós brasileiros não somos afeitos à revolta e à subversão, ao contrário do que propalam os agitadores. E por mais razões que tenhamos para estar descontentes, procuramos resolver nossos problemas dentro da paz autêntica, da paz cristã que Santo Agostinho definiu lindamente como sendo a tranquilidade da ordem.  
Nosso povo tem bem consciência dos imensos recursos e possibilidades do território nacional, e sabe que o aproveitamento de toda esta potencialidade através de um trabalho empreendedor e confiante, pode tornar o Brasil uma das primeiras nações do mundo no século XXI.  
Trabalho que exige esforço árduo, ânimo forte. Mas não foi assim que nossos antepassados dilataram as fronteiras do País? Embora sem a comodidade oferecida hoje pelo progresso, eles galgaram serras, venceram florestas, atravessaram rios e transpuseram pântanos. E extraíram da terra, pelo plantio, pela criação e pela mineração, os recursos de que hoje vivem os brasileiros. Por que não podemos recobrar essa fibra, essa força de alma que nasce da Fé católica que eles nos legaram?  
Não será, pois, com revoluções mortíferas, dissensões internas, tensões estéreis entre irmãos, de que haveremos de aproveitar as vastidões ainda inexploradas de nosso território. Mas é com esse espírito empreendedor, ordeiro e cheio de Fé, que podemos alcançar de Deus, por intermédio de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a grandeza cristã, que deve ser a nossa, nas novas etapas históricas que se aproximam”.

6 de abril de 2018

VERMELHO — o falso e o autêntico significado


Paulo Roberto Campos

Hoje o MST jogou tinha vermelha na fachada do prédio onde reside, em Belo Horizonte, a Ministra Cármen Lúcia. O mesmo praticou tal movimento comuno-bolivariano borrando de vermelho muros e a calçada do prédio, e escreveram — erroneamente grafado, como de costume... — “CARMEM LUCIA GOLPISTA” [fotos]. Para eles, tudo que pode representar a manutenção da Ordem é golpe (ou como dizia o presidiário Lula “é gorpi”...).

Que significa este vermelho do MST? — Com toda certeza, não como símbolo do sangue de Jesus Cristo ou o vermelho símbolo de Seu Sagrado Coração. A cor vermelha foi roubada da Santa Igreja pelos chefes comunistas para significar a guerra declarada contra a Cristandade, seu caráter sacral e todos seus valores — ou seja, como escreveu Plinio Corrêa de Oliveira, “a civilização cristã, austera e hierárquica, fundamentalmente sacral, anti-igualitária e anti-liberal”

O significado autêntico do vermelho é símbolo da luta por Deus e da disposição de seus filhos de por Ele derramar o próprio sangue. O verdadeiro significado do vermelho é o do heroísmo católico, do combate contra-revolucionário por Deus e pela Igreja. 
*       *       *
Espero que a Ministra não se deixe intimidar pela ameaça dos petistas, mas mantenha a declaração que ela havia feito: 
“Na história recente da nossa Pátria houve um momento em que a maioria de nós acreditou que a esperança tinha vencido o medo. Depois, descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança. Agora o escárnio venceu o cinismo. Mas o crime não vencerá a Justiça.”

3 de abril de 2018

MANIFESTAÇÃO ANTI-PT E PELA PRISÃO DE LULA


Paulo Roberto Campos
prccampos@terra.com.br

Como certamente a mídia esquerdista vai sabotar o noticiário do sucesso da manifestação anti-petista na Av. Paulista (SP), seguem algumas fotos que fiz hoje à noite desse grande evento realizado na véspera do julgamento de Lula no STF. 

Sobretudo os participantes pediam a prisão de Lula e que o STF se mostrasse Supremo e não Pequeno. Havia também bastante apoio à operação Lava-Jato e muita indignação com os corruptos.
"Nossa bandeira é verde e amarelo
Sem foice e martelo" 

[Click na primeira foto para percorrer a galeria de imagens].