✅ Paulo Roberto Campos
Neste dia 31 de julho celebramos a festa litúrgica de Santo Inácio de Loyola (1491-1556). “Tinha a alma maior que o mundo”, assim muito apropriadamente o designou o Papa Gregório XV.
“Tudo para a maior glória de Deus”, este foi sempre o lema de sua vida, por exemplo, no destemido combate à pseudo-reforma protestante com sua cruzada, a Contra-Reforma Católica. Fundador da Companhia de Jesus, que foi um verdadeiro exército forjado em sua obra os Exercícios Espirituais, que se expandiu para todos os países, divulgado em quase todas as línguas.
Exercitia Spiritualia (1548). Primeira Edição por Antonio Bladio (Roma) |
Esses Exercícios, desde o século XVI até nos tempos atuais, servem como método lógico inaciano para todos os católicos que participam de retiros espirituais com o objetivo de se aperfeiçoarem na prática das virtudes.
Não é um mero livro de leitura, mas um método de meditação. Tem o objetivo de, através da argumentação lógica, impedir que os homens sigam pelas vias que levam à perdição eterna. Bem como a finalidade de reconduzi-los ao único Senhor e Soberano que merece toda nossa dedicação, Deus Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tal “método inaciano” ocupa-se em apontar o fim último para o qual o homem foi criado — conhecer a Deus, amá-Lo e servi-Lo e, por esse meio, obter a bem-aventurança eterna —, e apontar o pecado, e todas as desordens e afeições terrenas, como obstáculos para se atingir tal finalidade e a perfeição espiritual.
Ocupa-se também em meditar a vida, paixão e morte de Nosso Redentor, como o modelo a ser seguido. Nos dias dos Exercícios são reservados alguns instantes para exame de consciência, com vistas a fazer no final uma confissão geral.
A respeito transcrevemos um belo trecho do Papa Pio XI. Ele referiu-se aos Exercícios Espirituais como “admirável livro dos Exercícios, pequeno no tamanho, mas cheio de sabedoria celeste, foi solenemente aprovado, louvado e recomendado pelo Nosso Predecessor de boa memória Paulo III” (Encíclica “Mens Nostra”, 20-12-1929).
“Por seu nome ‘Exercícios Espirituais’ entende-se toda a maneira de examinar a consciência, de meditar, de contemplar, de orar vocal ou mentalmente, e de outras operações espirituais. Porque, assim como passear, caminhar e correr são exercícios corporais, da mesma maneira todo o modo de preparar a alma para tirar de si todas as afeições desordenadas, e depois de tiradas, buscar e achar a vontade divina na disposição da sua vida para a salvação da alma, chamam-se exercícios espirituais”. (Santo Inácio de Loyola, Exercícios Espirituais, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1966, p. 11).