28 de fevereiro de 2008

BOMBA CONTRA A FAMÍLIA NO CONGRESSO NACIONAL!


BOMBA CONTRA A FAMÍLIA NO CONGRESSO NACIONAL!
Helio Viana
27/2/2008
Enquanto no Iraque e no Afeganistão prosseguem as explosões de homens e mulheres-bomba, no Congresso Nacional tramita, desde outubro de 2007, um projeto-bomba muito mais terrível, que se aprovado lançará pelos ares os alicerces do que resta da família brasileira!

Por uma ironia, tal projeto-bomba – o Novo Estatuto da Família, consubstanciado no Projeto de Lei 2.285/2007 – foi preparado por uma instituição nascida no berço da “Tradicional Família Mineira”, o Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), com sede nacional em Belo Horizonte. E está prestes a ser detonado pelo deputado Sérgio B. Carneiro (PT-BA), cujo sobrenome e estado de origem são os mesmos do conhecido prócer anti-família do Brasil, o falecido deputado Nelson Carneiro.

No artigo “Família do futuro – Projeto de Estatuto contempla novas formas familiares”, publicado no “Consultor Jurídico” (16-02-08), a jornalista Gláucia Milicio oferece um resumo do projeto, entremeado com declarações de dois membros do IBDFAM, entre outras.

Ao eliminar do Código Civil de 2002 o artigo 1622, que diz: “Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher, ou se viverem em união estável”, o referido projeto prevê, sem burocracia e sem maiores complicações, a adoção de crianças por casais homossexuais e até por duplas de amigos.

Prevê mudanças práticas, como o chamado casamento homoafetivo, ao contemplar: “Os casais homossexuais, desde que tenham convivência pública, duradoura e com objetivo de constituir família, passam a ter os mesmos direitos reconhecidos aos casais heterossexuais que vivem em união estável. Passam a ter direito sucessório, previdenciário, de adotar, de ter a guarda e a convivência dos filhos.

”Prevê ainda a criação do estado civil “conivente” (para quem já vive em união estável), e reformulações nas questões referentes à guarda de filhos de pais divorciados.

Para Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do IBDFAM, o projeto do deputado Sérgio Carneiro é produto da reflexão de dez anos de existência do instituto: “A intenção é instalar novos paradigmas jurídicos para a organização das famílias”. E acrescentou: “Hoje, não existe uma família. Existem várias: homoafetivas, sócio-afetivas e parentais”.

Segundo ele, o projeto representa o pensamento mais legítimo e contemporâneo do direito de família: “É um projeto considerado ousado, mas certamente traduz o pensamento não só da comunidade jurídica, mas, principalmente, da realidade brasileira atual, já que o Código de 2002 traduz a moral do século passado”.

Para a desembargadora Maria Berenice Dias, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, fundadora e ex-vice-presidente do IBDFAM, o novo estatuto é ideal, por retratar a sociedade atual: “Esse estatuto é do futuro”. Ela também considera retrógrada a legislação vigente, por perpetuar um modelo patriarcal de família, e o Código Civil de 2002 como tendo apenas copiado conceitos estabelecidos no final dos anos 60: “O livro do Direito da Família do novo Código já nasceu velho e temos a necessidade de criar um livro novo”, acrescentou.
* * *
“Aprovados os dispositivos que esta parte contém, da família brasileira não restarão senão restos informes” – Este foi um dos slogans bradados pelos jovens idealistas seguidores de Plinio Corrêa de Oliveira, no ano de 1966, em pleno governo militar, por ocasião de sua vitoriosa campanha contra o divórcio, para se referirem às conseqüências desastrosas para a família do projeto de lei do deputado Nelson Carneiro.

Entretanto, os adversários daquela sacrossanta instituição, não contentes com as devastações nela causadas com a introdução do divórcio pelo governo Geisel em 1977, e pelo “Substitutivo Cabral” à Constituição de 1987, preparam para lhe assestar outro rude golpe através do Novo Estatuto da Família. Fazem-no habilmente em nome de um iniludível imperativo da “evolução”, quando na realidade se trata de um bem orquestrado e meticuloso processo de destruição.

Tal processo transcorre mais ou menos assim:

1) A TV e outros meios de comunicação apresentam novelas e outros programas com enredos, vocabulários, modas e modos de ser cada vez mais ousados e extravagantes.
2) Estes são adotados e repetidos por vedetes e modelos, comentados com simpatia em colunas sociais, por professores nas aulas, e ostentados por ocasião dos carnavais.
3) Vão sendo depois imitados pouco a pouco pelo público em geral, até se converterem em moda. A partir deste momento, o “espírito público” dá um passo na “evolução”.

Como essa “evolução” nunca conduz à moralidade, mas só à degradação, sobrevêm necessariamente as conseqüências para a sociedade: mais divórcios, abortos, expansão da homossexualidade etc.

Setores da sociedade eivados de uma mentalidade materialista ou hedonista neopagã começam então a exigir mudanças na legislação, para adequá-la à nova realidade, sempre encontrando legisladores receptivos.

Assim, em nome ora da modernidade, ora da evolução, o processo acima descrito vai se repetindo, até a abolição inteira e completa da família.

É no contexto hedonista-evolutivo desse maquiavélico processo que se insere o “futurista” projeto-bomba do Novo Estatuto da Família.

13 de fevereiro de 2008

Chute salvador

Michelle Stepney disse que deve "a vida às filhas", as gêmeas Alice e Harriet

Chute salvador

Helio Viana
13/2/2008

De acordo com despacho da "BBC-Brasil", a Cancer Research UK, entidade que se dedica a pesquisas sobre o câncer, deveria outorgar no dia 12 de fevereiro p.p. o título de “Mulher de Coragem” à britânica Michelle Stepney, de 35 anos. Poucos meses antes, ela tinha se livrado de um câncer graças aos chutes que suas gêmeas, Alice e Harriet, lhe desferiram no útero durante a gravidez.

Assim agindo, as gêmeas não só manifestavam seu natural desejo de iniciar a partida da vida – nasceram na 33ª semana de gestação, através de cesariana –, mas também, a não sabendas da mãe, a salvaram da morte: “Eu não poderia imaginar que os chutes que eu sentia seriam tão importantes. Eu mal pude acreditar quando os médicos me disseram que os movimentos tinham expulsado o tumor”.

Tivesse a Sra. Stepney a infelicidade de ser abortista e esse prodígio não teria ocorrido. Isso porque os médicos, uma vez detectado o câncer, lhe recomendaram fazer quimioterapia e retirar o útero, ao que ela se opôs. Mas para não interromper a gestação aquiesceu, em contrapartida, a se submeter a doses limitadas de quimioterapia com aplicações quinzenais. Quatro semanas após o parto ela foi operada, para retirada do útero e do que restava do tumor, acreditando os médicos que ela esteja curada.

Que o heróico exemplo de amor materno da Sra. Michelle Stepney – truculentamente correspondido pelas pequeninas que ela deu à vida – sirva de exemplo a tantas mães deste mundo neo-pagão que cultua a morte em aras de falsos direitos da mulher!

4 de fevereiro de 2008

Confissão insuspeita: os abortistas estão perdendo a luta


Se o artigo “A guerra temática do aborto”, que transcrevo abaixo e cuja tradução ofereço em primeira mão, fosse escrito por anti-abortistas, alguém poderia objetar que estamos forçando a nota — que estamos puxando a brasa para o lado de nossa sardinha, ou que estamos tirando a brasa do outro lado...

Não. Tal objeção não tem fundamento. O artigo foi escrito por duas mulheres abortistas, e das mais fanáticas. A primeira, Frances Kissling, é fundadora e primeira presidente da ONG “Católicas” pelo Direito de Decidir. (gostaria de colocar pelo menos mil aspas no adjetivo “católicas”, pois elas usam e abusam desse adjetivo para melhor enganar os católicos ingênuos. As tais “Católicas pelo Direito de Decidir" combatem o que ensina a moral católica. São lobas transvestidas de ovelhas...). A segunda, Kate Michelman, foi presidente da NARAL Pro-Choice América, uma das mais importantes organizações pró-aborto dos Estados Unidos, que foi fundada para combater todas as leis que proíbam o aborto, por isso escolheram o nome NARAL (National Association for the Repeat of Abortion Laws).

Como veremos no artigo abaixo, a confissão da derrota — de que os abortistas estão perdendo a batalha para os anti-abortistas — é inteiramente insuspeita.

Fiz uma pormenorizada pesquisa e constatei que tal artigo não foi publicado no Brasil e nem teve repercussão na mídia, pelo menos até hoje, 2 de fevereiro, e até onde pude pesquisar. Infelizmente, nossa grande imprensa, como já tenho repetido, praticamente só publica artigos que favoreçam a abominável prática do aborto. Por isso, faço questão de publicar esta matéria em nosso Blog da Família, pedindo a todos que a repassem aos amigos. Vamos fazer uma larga divulgação dela para contrapor ao “patrulhamento ideológico” de nossa imprensa tupiniquim. Parece que a chamada “imprensa livre”, não é tão livre assim... Se não, por que ela censura certas notícias, deixando-nos sem informações tão importantes, como esta da reação contra o aborto crescendo nos Estados Unidos e em muitas outras nações?

Assim, vamos “furar” tal censura! Lembremo-nos de que, em nosso País, um jornal poderá atingir milhares de pessoas, mas podemos via Internet atingir milhões!
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Terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A guerra temática do aborto

Frances Kissling e Kate Michelman

Há trinta e cinco anos a Corte Suprema decidiu — no caso Roe vs. Wade — que as mulheres tinham o direito de abortar sem a interferência governamental. Agora, no aniversário daquele acontecimento, os Estados Unidos possuem uma das políticas mais restritivas a propósito do aborto entre os países desenvolvidos.
Desde o caso Roe, a opinião pública norte-americana permaneceu relativamente estável e favorável ao aborto legal. As primeiras investidas para reverter o caso Roe sofreram amargas derrotas. Face a isso, o movimento contrário ao aborto mudou de tática. Não queriam proibir o aborto mas sim restringi-lo. Desviaram a atenção pública de amplo apoio ao aborto para uma forte restrição ao mesmo. Vinte anos atrás ser pró-vida era mal-visto. Atualmente é uma posição respeitável.
Como isso sucedeu? Nos anos 70 os argumentos eram simples e polarizados: O aborto era visto como um assassinato ou como o direito de uma mulher controlar seu corpo. O feto, no entanto, permanecia quase que invisível.
O movimento pela livre-escolha permanecia na ofensiva, que taticamente mudou em 1989 do corpo da mulher para o tema de “quem decide” proposto pela NARAL Pró-livre escolha da América. Isso foi rapidamente suplantado pela questão apresentada pelos anti-abortistas para que se olhasse sobre o que se decidia e não sobre quem estava decidindo.
A ciência facilitou a mudança do pêndulo. Imagens tridimensionais obtidas por ultras-som dos bebês no útero passaram a decorar os refrigeradores das famílias. Fetos passaram a ser operados. Bebês prematuros sobreviveram e tornaram-se mais saudáveis. Nossa atenção voltou-se para eles e nosso dever para com eles não podia ser descartado.
Essas tendências deram vantagens aos anti-abortistas, os quais souberam aproveitar ao máximo disso. Agora raramente se ouve falar, da parte deles, em assassinar bebês. Ao invés disso eles apresentam um desafio filosófico e político. As sociedades se preocupam, dizem eles, em expandir a inclusão na “comunidade humana”. Os que eram excluídos, tais como mulheres e minorias, atualmente são iguais. Por que não acolher o feto (que, afinal, somos nós) na nossa comunidade?
Os partidários do aborto tem atualmente muita dificuldade em tratar da questão, com a crescente visibilidade do feto. A estratégia preferida ainda é ignorá-lo e tentar reconduzir a temática para as mulheres. Algumas vezes isso nos faz parecer insensíveis, um tanto pragmáticas num mundo em que o desejo de viver mais comunitariamente e “de afirmação pró-vida” é palpável. Para algumas pessoas, os valores dos pró-livre escolha parecem insensíveis, ao desejar salvar baleias e as árvores, respeitar os direitos dos animais e combater a violência em todos os níveis. O Papa João Paulo II percebeu isso, e cunhou o termo “cultura da vida”. O Presidente Bush adotou-o e o slogan, por mais que isso nos custe admiti-lo, influenciou alguns corações e cabeças. Apoiar o aborto tornou-se difícil dentro desse contexto.
Ao mesmo tempo, as mulheres, para levar avante suas decisões, tiveram que enfrentar microscópios cada vez mais poderosos. A visão de mulheres forçadas a tomar decisões em fundos de quintal, como resultado de seus “erros”, foi substituída por questões difíceis, tais como por que as mulheres engravidam, posto que não querem ter bebês.
Nos últimos anos, o movimento anti-abortista obteve sucesso em divulgar diante do público os detalhes desagradáveis dos procedimentos abortistas, aumentando a crença de que o aborto é um assunto sério e que a sociedade deve se empenhar devidamente na questão. Os que são pró-livre escolha não conseguiram convencer nosso país de que apoiamos uma discussão pública a propósito das dimensões morais do aborto. Do mesmo modo, não convencemos as pessoas que somos nós que, na realidade, propiciamos às mulheres condições de evitar os abortos.
Encaremos a realidade: a negação da sexualidade feminina é uma constante histórica. Nossa proclamação de que se pode confiar nas mulheres cai em ouvidos moucos. E quando o movimento pró-escolha parece defender alguma decisão individual de aborto, ao invés do direito de tomar a decisão, isto também soa suspeito.
Se os valores pró-livre escolha podem reconquistar o campo moral, uma discussão genuína sobre tais desafios precisa ser enfrentada dentro do movimento. É inadequado evitar de tratar desse problema. Nossa defesa vigorosa do direito de escolha precisa ser acompanhada por uma maior abertura face ao verdadeiro conflito entre vida e escolha, entre direitos e responsabilidades. É o momento de uma reavaliação séria do que pensar sobre o aborto face a um mundo radicalmente mudado desde 1973.
("Los Angeles Times, 22-01-2008).