24 de julho de 2013

“ROMA LOCUTA, CAUSA FINITA"

Na cidade de Aparecida, a faixa escrita em espanhol (língua materna do Papa): "Querido papa, não deixe que a Dilma assine a lei do aborto no Brasil"
Paulo Roberto Campos
Da “Folha de S. Paulo” de hoje extrai a notícia que segue, mais por ser ilustrada com a espirituosa foto acima. No final volto a comentar (em letra azul). 

Peregrinos levantam cartaz de protesto contra aborto em Aparecida (SP)

Peregrinos também levantam bandeiras de protesto. Alguns católicos brasileiros que visitam a cidade de Aparecida (SP) levantaram um cartaz dirigido ao papa Francisco, pedindo que ele não deixe a presidente Dilma sancionar uma lei. A faixa exibia a imagem de uma criança e um balão de pensamento, como se ela rezasse: “Querido papá, no deja que la Dilma firme la ley del abordo en Brasil" ("Querido papa, não deixe que a Dilma assine a lei do aborto no Brasil"). O texto foi escrito em espanhol, língua nativa do pontífice. [click na foto para ampliá-la].

A dentista Valdirene Carreira, 45, de São José dos Campos, foi uma das pessoas que levou o cartaz. "Dilma está para assinar o decreto da lei", diz. 

O projeto de lei da câmara 3/2013, de autoria da deputada Iara Bernardi (PT-SP), dispõe sobre atendimento de pessoas que sofreram violência sexual e, apesar de não tocar no tema da interrupção da gravidez, foi apelidado de "lei do aborto" por alguns movimentos religiosos. [Realmente, o projeto não emprega o termo "aborto", mas eufemismos, como "profilaxia da gravidez"]. 

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pediu o veto de dois artigos, que tratam de prevenção da gravidez e fornecimento de informações sobre os direitos legais às vítimas”. 
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Como já tratamos aqui neste espaço, NÃO BASTA o que pede a CNBB: “o veto de dois artigos” do PLC 3/2013. Esse insuficiente e fraco pedido de veto apenas parcial não resolve o gravíssimo problema, pois deixará uma brecha que vai permitir entrar uma ampliação muito maior de casos de abortamento no Brasil. (vide postagens anteriores).

Daí a importância da iniciativa do movimento “Brasil pela Vida” (www.brasilpelavida.org) com sua campanha de envios de mensagens endereçadas a Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, solicitando que ele trate da questão com o Papa Francisco, manifestando-lhe nosso pedido: o veto total do hediondo Projeto de Lei da Câmara. Assim, o Pontífice poderá transmitir nossa solicitação a Dilma Rousseff e poderá exortá-la a vetar integralmente tal PLC.


Anteontem, 22 de julho, dia da chegada do Papa à Cidade Maravilhosa, as primeiras 2.844 mensagens já foram entregues na Cúria Metropolitana do Rio (foto ao lado). Há pouco recebi a boa notícia de que o número de assinaturas esta crescendo e já está próximo a 5.000 mensagens. Em breve nova quota será entregue para o arcebispo do Rio. Quem ainda não assinou poderá fazê-lo clicando aqui. 

Oxalá o Romano Pontífice possa de fato falar com a presidente Dilma pedindo-lhe o VETO INTEGRAL do tal projeto abortista, pois, como reza a expressão latina: “Roma locuta, causa finita” ("Roma falou, a causa está encerrada") — ou seja, o veto total estará garantido!

22 de julho de 2013

PLC 3/2013 — sua origem, tramitação e consequências

Manifestação na Pça. da Sé (São Paulo) contra o herodiano PLC 3/2013. Aprovado pelo Congresso Nacional, encontra-se na mesa da presidente Dilma para ser sancionado ou vetado
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz 

Nas últimas semanas, pessoas de toda a parte do Brasil procuraram-me para que eu dissesse algo acerca do Projeto de Lei da Câmara 3/2013, aprovado pelo Senado e encaminhado à sanção presidencial, que "dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual".

Até agora mantive silêncio, porque tinha dúvidas sobre as conclusões e as estratégias de meus amigos pró-vida. Quero agora manifestar-me, embora de maneira apressada, para não pecar por omissão.

O projeto foi proposto na Câmara em 24 de fevereiro de 1999 pela deputada petista Iara Bernardi com o número PL 60/1999 (http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=5ECB8EB5FB2D0F17C82319C476A4325E.node1?codteor=1062248&filename=Tramitacao-PL+60/1999), logo após a edição pelo Ministério da Saúde da Norma Técnica "Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência contra Mulheres e Adolescentes", conhecida como Norma Técnica do Aborto, em novembro de 1998.

O contexto em que o projeto foi apresentado é importante. Ele desejava obrigar "todos os hospitais públicos que tenham Pronto Socorro e Serviço de Ginecologia" (art. 4º, caput, versão original) a prestar auxílio às vítimas de violência sexual. Entre os "serviços", o mais importante era o aborto precoce, provocado pelo DIU ou pela "pílula do dia seguinte": "medicação com eficiência precoce para prevenir gravidez resultante de estupro" (art. 4º, IV, versão original). O projeto não falava do aborto mais tardio, previsto pela Norma Técnica até os cinco meses de gestação, pois isso tornaria inviável a aprovação do texto. No entanto, ao obrigar os hospitais que tenham Pronto Socorro e Ginecologia a dar assistência às vítimas de estupro, a consequência espontânea é que tais hospitais iriam servir-se da "Norma" do Ministério da Saúde para dar eficiência a esse "serviço".

A redação final do texto aprovado pela Câmara em 5 de março de 2013 e encaminhado ao Senado com o número PLC 3/2013 (http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=132530&tp=1) havia alguns agravantes:
1. O atendimento agora obriga não só os hospitais que tenham Pronto Socorro e Serviço de Ginecologia, mas "todos os hospitais integrantes da rede do SUS" (art. 3º, caput, versão final).
2. o aborto precoce foi chamado de "profilaxia da gravidez" (art. 3º, IV, versão final).
3. todos os hospitais passam agora a ser obrigados a informar às gestantes o seu suposto direito ao (inexistente) aborto "legal": "informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis" (art. 3º VII, versão final). 
A CNBB merece louvor por ter percebido a extrema gravidade dos itens 2 e 3 acima e por ter pedido à Presidência da República que vetasse tais incisos (IV e VII) do artigo 3º (http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/12426-cnbb-apoia-veto-parcial-do-projeto-de-lei-que-trata-de-assistencia-a-pessoas-em-situacao-de-violencia-sexual). De fato, tais incisos terão, se forem sancionados, um efeito catastrófico sobre as criancinhas geradas em uma violência sexual.

No entanto, parece que não foi dada atenção especial a um ponto que agora pretendo destacar. Vejamos:

Mesmo com os referidos incisos vetados, o PLC 3/2013 continua apresentando um sério perigo. Por quê? Porque tal proposta, convertida em lei, precisa de uma regulamentação. Normalmente a regulamentação é feita, após a promulgação da lei, pelo Poder Executivo, por meio de algum ato administrativo, como um decreto ou portaria.

No caso presente, regulamentar o PLC 3/2013 é desnecessário. Por quê? Porque o "tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual" (art. 1º da versão final) já está regulamentado. A regulamentação existe desde 1998, e sofreu um agravante com a nova edição de 2005 (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno6_saude_mulher.pdf): é a conhecida Norma Técnica do Aborto, cujo nome oficial é "Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes". Uma edição do ano 2012 dessa Norma pode ser vista em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_violencia_sexual_mulheres_3ed.pdf, contendo, em apêndice, a Portaria do Ministério da Saúde 1508, de 2005 sobre a não necessidade de um boletim de ocorrência para comprovar a suposta violência sofrida. Em lugar do BO, há um formulário que parece ter sido feito para ajudar a gestante a falsificar um estupro (p. 119):

TERMO DE RELATO CIRCUNSTANCIADO 
Eu,__________________________________________________, brasileira, _______anos, portadora do documento de identificação tipo ___________, nº________,declaro que no dia _____, do mês _______________do ano de ________às ________, no endereço __________________________________ (ou proximidades – indicar ponto de referência)_________________________, bairro ____________, cidade _________________________, fui vítima de crime de violência sexual, nas seguintes circunstâncias: __________________  ____________________________________________________.

Alguém poderia argumentar — e é verdade — que o texto do PLC 3/2013 não faz referência explícita à Norma Técnica que introduziu o aborto nos hospitais públicos brasileiros. Mas a aplicação dela ao caso é espontânea. Com a lei parcialmente sancionada (sem os incisos já referidos), o Estado só teria duas opções:
A primeira, totalmente fora de cogitação, seria editar uma outra Norma Técnica (ou um decreto ou portaria) não abortiva, ou seja, tratando somente da prevenção de DST, da assistência psicológica à vítima etc..., sem qualquer referência ao aborto. Mas isso é impensável em se tratando de um governo que sempre investiu pesadamente na promoção do aborto em nosso País e cujo Partido defende explicitamente a descriminalização de sua prática.
A segunda opção seria fazer da Norma Técnica do Aborto na norma regulamentadora do PLC 3/2013. É o que espontaneamente deve acontecer. Alguém poderia perguntar: se já existe uma Norma Técnica dispondo sobre a prática do aborto até cinco meses de gestação nos hospitais públicos, bastando para sua prática a simples palavra da gestante, que não pode ser obrigada a apresentar um Laudo do Instituto Médico Legal nem sequer um mero boletim de ocorrência para comprovar a violência sofrida, para que server o PLC 3/2013?
É que a Norma Técnica do Ministério da Saúde não tem força de lei. Ela instrui os hospitais a fazerem o aborto, mas não os obriga. O PLC 3/2013, se for sancionado, no todo ou em parte, tornar-se-á uma lei federal.

Mesmo portanto que os incisos IV e VII do artigo 3º sejam vetados, o PLC 3/2013, se sancionado, difundirá a Norma Técnica do Aborto para todos os hospitais do SUS. Nem todos estarão capacitados para fazerem o aborto, mas em todas as unidades hospitalares a "cartilha do aborto" estará presente e será conhecida por aqueles que forem prestar atendimento às vítimas de violência sexual. O que se pode prever com tudo isso é uma explosão da prática de aborto com o dinheiro público.

Esse tópico parece ter passado despercebido pela CNBB. Se tivesse captado isso (que não é claro à primeira vista), teria pedido o veto de todo o projeto à Presidência da República.

19 de julho de 2013

Como nossos Pastores não nos atendem, apelemos ao Pastor dos Pastores


Paulo Roberto Campos
Vários movimentos ligados aos meios católicos que lutam contra a legalização do aborto no Brasil fizeram campanhas, tanto junto ao Governo Federal quanto à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), pelo VETO TOTAL ao PLC 3/2013 — projeto de lei que amplia enormemente a hedionda prática do aborto. 

Só para relembrar, tal projeto foi maquiavelicamente aprovado pelo Congresso Nacional no dia 4 deste mês e encontra-se sobre a mesa da presidente Dilma Rousseff para ser sancionado ou vetado. O prazo para ela usar sua caneta a fim de salvar milhões de nascituros ou para ordenar uma nova “Matança de Inocentes” estende-se até o final deste mês.

Até o momento, a presidente não deu sinais se aprovará ou rejeitará o projeto herodiano. Se desejar honrar sua palavra, deveria vetá-lo completamente, pois durante sua campanha eleitoral ela afirmou que era pessoalmente contrária ao aborto e que nada faria no sentido de favorecer a sua ampliação no Brasil. Apenas a Casa Civil informou que ouvirá vários segmentos da sociedade antes da decisão presidencial.

Quanto à CNBB, somente se ouviu um discreto “miadinho” de reação, bem diverso de suas altissonantes manifestações em favor dos “excluídos”, como se os nascituros não pertencessem de modo trágico ao número destes. Ademais, com a sua tímida reação a CNBB não atende ao pedido de milhões de católicos, desejosos que ela exerça pressão sobre o governo para que a presidente vete integralmente o PLC 3/2013; e não apenas pedindo o veto de alguns de seus itens, como fez aquele órgão episcopal. Quem quiser ler o “miadinho”, ele se encontra no seguinte link do site da CNBB: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias 

“Miadinho” que de nada adianta, pois o “veto parcial” deixará uma brecha através da qual entrará a ampliação de casos de aborto praticados “legalmente” (sic) — como se um crime (execução de um nascituro) pudesse ser praticado de modo “legal”! Já tratamos disso em posts anteriores, mas para os leitores que ainda não tomaram conhecimento, recomendo assistir ao vídeo abaixo. Nele o Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Junior demonstra que não basta o veto parcial e que só há uma solução: O VETO TOTAL. 

Apelo ao Pastor dos Pastores 

Como os bispos, nossos legítimos Pastores, não atendem ao pedido de seu rebanho — que somos nós, os fiéis católicos —, apelemos então ao Pastor dos Pastores, que é o Papa. Como se sabe, “Papa” significa “Pastor dos Pastores” (Pastor Pastorum).

Com a recusa da CNBB em atender o pedido dos fiéis católicos, muitos destes se sentem como parte de um rebanho abandonado à sanha dos lobos — “lobos” abortistas que poderão executar milhões de bebês ainda no ventre de suas mães. 

Assim sendo, o movimento “Brasil pela Vida” está fazendo uma campanha de mensagens dirigida ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, pedindo-lhe que faça chegar ao Papa Francisco nosso desejo do VETO TOTAL do herodiano PLC 3/2013, a fim de que o Pontífice o manifeste à presidente Dilma e a exorte a vetar integralmente e não apenas alguns itens.

Para enviar sua mensagem click aqui

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Vídeo do Pe. Paulo Ricardo, no qual justifica a razão do veto total do PLC 3/2013

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PS: No mesmo sentido do acima exposto, outra iniciativa que aconselho a participação de todos: um abaixo-assinado requerendo da Presidente Dilma Rousseff o VETO INTEGRAL. Para assinar, click em: 
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=VETO

16 de julho de 2013

Onde encontrar a “santa indignação” contra o Projeto de Lei que amplia a matança de inocentes?

Alto-relevo (que se encontra na Catedral de Notre-Dame) representando a "Matança dos Inocentes" em Belém, ordenada pelo Rei Herodes (à esq. sentado no trono com um demônio no ombro). Caso a Presidente Dilma sancione o PLC 3/2013, será a ordem para uma nova “Matança de Inocentes” no Brasil
Paulo Roberto Campos

Cresce a indignação contra a matança de inocentes que poderá ser ampliada caso a Presidente Dilma Rousseff sancione o PLC 3/2013 — Projeto de Lei sorrateiramente aprovado pelo Congresso Nacional no dia 4 último. Para saber mais a respeito, click aqui

Cresce igualmente nos meios católicos uma enorme perplexidade devido ao silêncio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) por não sair a público manifestando uma santa indignação contra o ignóbil Projeto de Lei. Bem como conclamando todos os católicos à reação, numa verdadeira Cruzada contra tal Projeto diretamente atentatório ao 5º Mandamento da Lei de Deus: NÃO MATAR.

Cresce, de minha parte, também essa indignação. Estou muito perplexo com esse silêncio da CNBB — eloquente silêncio... —, mas não me surpreende, pois, ao longo dos tempos, a história dessa Conferência Episcopal não tem sido de lutar para vencer, mas, sim, de recuar para perder. Ela tem sido no Brasil “a mão que apaga e a voz que adormece!” — frase do escritor francês do século XIX, Louis Veuillot, para expressar sua indignação contra líderes (moles) que deveriam ser os primeiros a sair às ruas conclamando uma Cruzada contra os adversários da Fé Católica, mas que, pelo contrário, "apagavam" e faziam "adormecer" as boas reações que surgiam.

Do Prof. Hermes Rodrigues Nery — especialista em Bioética com pós-graduação pela PUC-RJ e coordenador do Movimento Legislação e Vida, bem como da Comissão Diocesana em Defesa da Vida da Diocese de Taubaté — recebi hoje um e-mail com o link para uma carta-apelo dele ao Presidente da CNBB (segue abaixo). O Prof. Hermes pede, no fundo, para que os bispos não deem apenas um “miadinho” contra o PLC 3/2013. E sua carta, que tenho a alegria de propagar, vem de encontro aos que queremos da CNBB um urro de leão, pois um “miadinho” qualquer não chegará a Brasília nem será ouvido na casa da Dona Dilma — de quem esperamos que VETE INTEGRALMENTE o referido projeto herodiano.

CARTA DO PROF. HERMES NERY À CNBB

Eminência Reverendíssima, 

Caríssimo Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

Dirijo-me em nome próprio, como cidadão brasileiro e cristão, católico apostólico romano, fazendo coro aos que rogam de Vossa Eminência especial atenção em relação ao texto do PLC 3/2013, cujas palavras de Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo diocesano de Frederico Westphalen, RS, em nota pastoral, explicitaram: “Não se encontra, naturalmente no texto, a palavra ‘aborto’. Mas as intenções são suficientemente claras: proporcionar aos profissionais da Medicina e do Direito a base legal para a realização pura e simples de abortos. Esta é e sempre foi a estratégia usada: fugir dos termos contundentes, mas implantar, de forma disfarçada a devida autorização para que se possa agir de acordo com a ideologia abortista”. Daí o apelo que muitas lideranças leigas católicas, e também presbíteros e até bispos (muitos deles ainda não devidamente informados sobre a questão) de que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sob a vossa Presidência, manifeste-se pelo VETO TOTAL ao referido projeto de lei, tendo em vista que o veto parcial manterá a brecha para a legalização do aborto no Brasil. 

Chegou-me a informação de que a CNBB já tem uma nota, pronta para tornar pública, posicionando-se pelo veto parcial, o que será — reafirmo baseado em estudos e farta documentação — um grande equívoco. Daí o apelo para que antes de tornar pública a nota, sejam feitam novos esforços de ponderada reflexão sobre o assunto, com especialistas apropriados, com a prudência da análise de conjunto exigida para questão tão relevante. Mais ainda, chamo respeitosamente a atenção de Vossa Eminência ao fato de que causou muita estranheza a muitos da sociedade, especialmente a comunidade católica, a informação de que a referida nota, antes de ser tornada pública, teria sido encaminhada à apreciação da Sra. Presidente Dilma Roussef, através do ministro Gilberto Carvalho. Solicito de Vossa Eminência a refutação e o desmentido dessa informação, bem como a análise pormenorizada de cada artigo do PLC3/2013, para preservar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de proferir uma posição pública que propicie posteriormente facilidade no alargamento de uma via que efetive a legalização do aborto neste País. 

Certo de contar com vosso constante zelo pastoral, rogo em oração a intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nestes dias que antecedem a Jornada Mundial da Juventude, o discernimento necessário que a hora exige.
Cordialmente em Cristo e Maria, 
PROF. HERMES RODRIGUES NERY

14 de julho de 2013

Um Pastor que não se converteu em lobo, como muitos de seus pares

Dom Rossi Keller com o báculo — símbolo do Pastor (o bispo) com a missão de ser o guia espiritual das ovelhas (os fiéis) de uma diocese

Em nosso post do dia 11 p.p. [Chegou a hora da presidente Dilma Roussef comprovar a sinceridade (ou não) da palavra dada] fizemos a seguinte lamentação: 

“Vemos que enquanto o Brasil, "gigante pela própria natureza", parece acordar com manifestações pipocando de norte a sul do País, a CNBB parece dormir “deitada eternamente". Até o momento não vi nenhuma reação por parte dos senhores bispos da Conferência Episcopal em manifestações contra tal PL, que, se sancionado pela Presidente, será culpado pelo sangue de mais inocentes executados ainda no ventre materno”. 

Mas hoje tive a alegria de tomar conhecimento de que pelo menos um Bispo, Dom Antonio Carlos Rossi Keller (Bispo de Frederico Westphalen – RS) tomou uma bela posição contra o Projeto de Lei 3/2013, que — aprovado pelo Congresso Nacional no dia 4 p.p. — encontra-se presentemente sobre a mesa da Presidente Dilma Rousseff para ser sancionado ou vetado. 

A tomada de posição de Dom Antonio Keller foi por meio de uma Nota Pastoral (segue abaixo) lançada neste domingo e que me apresso em propagar para conhecimento de nossos leitores, bem como para incentivar outros Prelados a também se manifestarem contra tal projeto que, se aprovado pela Presidente, ampliará ainda mais a prática do aborto no Brasil.

Brasão de Dom Antonio Keller
NOTA PASTORAL 
A respeito do PLC 3 de 2013 


Irmãos e irmãs, Diocesanos de Frederico Westphalen e demais católicos e pessoas de boa vontade. 

Com amargura na alma, mais uma vez, vejo-me obrigado a escrever uma Nota Pastoral em relação à questão do aborto e à sua implantação no Brasil. 

No último dia 4, alavancado pelo apoio e pressão do PT e de seus aliados, o Congresso Nacional enviou para a sanção da Presidente da República, o PLC n. 3, de 2013. Tal Projeto foi aprovado em regime de urgência, ou seja, sem dar o devido tempo exigido pela gravidade da proposta para que os Congressistas pudessem analisar e principalmente, escutar a sociedade civil, em relação ao texto em questão. 

Os defensores da implantação do aborto no Brasil usaram uma estratégia muito bem preparada: sabendo que jamais passaria pelo Congresso algum tipo de projeto que diretamente permitisse a implantação do aborto, trocaram termos e palavras, sem contudo desviar um só milímetro de suas intenções: o puro e simples encaminhamento para a aprovação do aborto de fato. 

O artigo 1º do Projeto que prevê o “atendimento emergencial integral” de vítimas de violência sexual é depois manipulado pelos abortistas no artigo 3, parágrafo 4, através de uma “profilaxia da gravidez”, que deve ser simplesmente entendida como a autorização para o aborto. 

Não se encontra, naturalmente no texto, a palavra“ aborto”. Mas as intenções são suficientemente claras: proporcionar aos profissionais da Medicina e do Direito a base legal para a realização pura e simples de abortos. Esta é e sempre foi a estratégia usada: fugir dos termos contundentes, mas implantar, de forma disfarçada a devida autorização para que se possa agir de acordo com a ideologia abortista. 

O resultado da aprovação deste Projeto de Lei já é conhecido… este é o objetivo da agenda abortista: o Executivo, sancionando a Lei, irá estabelecer as regulamentações e as normas técnicas que abrirão a estrada da implantação, na prática, do aborto. 

A estratégia é clara e, infelizmente, o Congresso brasileiro entrou, como se costuma dizer, “na jogada” aprovando e encaminhando um projeto destes para a sanção da Presidente da República. Tudo muito bem preparado, estudado e levado a efeito sem a devida discussão e sem a necessária participação da sociedade brasileira como tal, que sabidamente é em sua grande maioria, contrária à implantação do aborto. 

O aparente respeito à legalidade que tal encaminhamento deste iníquo projeto de lei possa estar seguindo tropeça em uma única e definitiva verdade, como nos diz o Papa João Paulo II, na Evangelium Vitae: “Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade“. 

É bom que exista uma legislação adequada ao atendimento humano de mulheres vitimas de violência sexual, no Brasil. O que não podemos jamais admitir é que entre os possíveis encaminhamentos, permita-se o aborto. Isto é inaceitável! 

Assim sendo, venho, através desta Nota Pastoral expor esta dramática situação aos diocesanos da Igreja Particular de Frederico Westphalen e às pessoas de boa vontade, que acreditam e defendem o valor da vida humana desde a sua natural concepção até seu fim natural, e pedir, fundamentalmente, duas coisas: 

1. Orações intensas, suplicando ao Senhor da vida, que possa salvar-nos desta chaga horrorosa que é o aborto; 

2. A firme manifestação contra a sanção deste Projeto de Lei, fazendo telefonemas ou enviando fax para o Gabinete da Exma Sra. Presidente da República que, como todos lembramos, na Campanha eleitoral, vendo que poderia perder a eleição, comprometeu-se publicamente, junto a diversos líderes religiosos e perante a Nação, a não permitir, durante seu governo, a implantação de nenhuma forma de aborto, no Brasil. 

Os contatos são os seguintes: 
Telefones: (61) 3411.1200 (61) 3411.1201
Fax: (61) 3411.2222 

Desejando a todos a Paz e o Bem que vem de Deus, os abençoo no Senhor. 
Frederico Westphalen, 14 de julho de 2013.
XV Domingo Comum C 
+ Antonio Carlos Rossi Keller 
Bispo de Frederico Westphalen

12 de julho de 2013

Nas mãos da Presidente Dilma a vida de milhões de crianças


Relacionado ao post anterior [Chegou a hora da presidente Dilma Roussef comprovar a sinceridade (ou não) da palavra dada], recebi o link com um vídeo do valente Cel. Paes de Lira (defensor incansável dos valores da instituição familiar) e aqui o disponibilizo aos Amigos do Blog da Família.

O vídeo (acima) contribui muito para melhor compreensão do trágico momento em que esperamos a decisão da presidente Dilma Rousseff: se ela sancionará ou vetará o Projeto de Lei 3/2013 (o antigo PL 60/1999). PL aprovado velhacamente pelos parlamentares que deveriam representar o povo brasileiro, mas que agem contrariamente aos valores cristãos desse sofrido povo  farto de ser enganado...

11 de julho de 2013

Chegou a hora da presidente Dilma Roussef comprovar a sinceridade (ou não) da palavra dada


Paulo Roberto Campos
Ontem a “Agência Católica de Informações” (ACI) publicou uma notícia verdadeiramente trágica: O Projeto de Lei 60/1999 (agora renomeado para PLC 3/2013 e malandramente reformulado a fim de ampliar ainda mais a prática do aborto no Brasil) foi aprovado pelo Congresso Nacional. Tal aprovação-passa-moleque ocorreu no dia 4 deste mês — uma aprovação obtida de modo velhaco e na calada da noite para que não despertasse reações.

Digo “de modo velhaco”, pois muitos parlamentares sequer tomaram conhecimento da nova formulação dada ao PL, que estava sendo votado de modo relâmpago. Foi um vergonhoso complô armado pelo Ministro da Saúde (Alexandre Padilha) e alguns deputados petistas. Agora só depende da sanção da presidente Dilma Roussef. 

Abaixo a notícia com explicações fornecidas pelo Prof. Hermes Rodrigues Nery. E, no final deste post, segue um vídeo do Padre Paulo Ricardo de Azevedo Junior com outras informações sobre a trágica questão e sugerindo uma reação a fim de se exigir da presidente Dilma Roussef que cumpra sua palavra dada por ocasião das últimas eleições. Como todos se lembram, ela havia garantido que não faria nada a favor do aborto em seu mandato — disso temos farta documentação, inclusive gravações em vídeos. Então chegou a hora de a presidente comprovar se honra (ou não) o valor à palavra dada.

Recomendo vivamente espalhar ao máximo esta trágica notícia e sugerir a todos os seus contatos para que se manifestem por todos os meios possíveis com a finalidade de impedir que a presidente Dilma sancione tão infame Projeto de Lei. Não deixem também de escrever ou telefonar (e-mails e números abaixo) para pedir à Presidente que vete INTEGRALMENTE o referido PL. Segundo a lei em vigor, ela tem 15 dias, após a aprovação do Projeto, para decidir. Portanto, até o próximo dia 19.


Vemos que enquanto o Brasil, "gigante pela própria natureza",  parece acordar com manifestações pipocando de norte a sul do País, a CNBB parece dormir “deitada eternamente". Até o momento não vi nenhuma reação por parte dos senhores bispos da Conferência Episcopal em manifestações contra tal PL, que, se sancionado pela Presidente, será culpado pelo sangue de mais inocentes executados ainda no ventre materno.
Então vamos à reação, correspondendo assim ao que entoa nosso hino: "Verás que um filho teu não foge à luta"
Ambas as fotos: Manifestações na Av. Paulista em 20-6-13 [foto PRC]

Brasil a um passo do aborto — Projeto de lei abortista só depende da sanção da presidente Rousseff para legalizar a prática no Brasil 

BRASILIA, 10 Jul. 13 / 02:06 pm (ACI). – Em meio a um clima de conturbação nacional, protestos de rua e convulsão no Congresso Nacional, os brasileiros foram surpreendidos pela aprovação de um projeto de lei PLC 3/2013, no dia 4 de julho, já aprovado por unanimidade, em quatro votações relâmpago, na Câmara e no Senado, sem que os parlamentares tivessem realmente noção do teor da matéria, e que agora está para ser sancionado pela presidente Dilma Roussef, podendo com isso legalizar o aborto no Brasil, do modo mais sutil e contrário ao desejo da maioria do povo brasileiro que em seu 82%, segundo pesquisas Datafolha, é contra o aborto.

Em nota enviada a ACI Digital, o Prof. Hermes Rodrigues Nery, Coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e do Movimento Legislação e Vida da Diocese de Taubaté e defensor da vida no Brasil, adverte que “cabe lembrar que no 3º Congresso Nacional do PT realizado em agosto e setembro de 2007, foi aprovada uma resolução que compromete o partido e todos os seus filiados a defender a descriminalização do aborto no Brasil”. 

“Em 20 de fevereiro de 2013, o ministro da Saúde Padilha solicitou ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, que, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, fosse votado no plenário da Câmara, em regime de urgência, o Projeto de Lei 60/1999, que trata do atendimento prioritário nos hospitais à mulher vítima de violência sexual. O PL 60/1999 estava parado na Câmara desde 2002 e reapresentado em 5 de março de 2013 pelo deputado José Guimarães, em caráter de urgência. Na ocasião, a presidência da Câmara estava ocupada pelo deputado André Vargas (secretário de comunicação do PT). No mesmo dia o projeto foi deliberado pelo plenário da Câmara. Nenhum deputado teve tempo prévio para leitura do projeto, como também os deputados providas perceberam o embuste do governo. três dias depois seguiu para o Senado”, explica Prof. Nery. 

Continuando o contexto da medida, o Prof. Hermes afirma que “no dia 10 de abril de 2013, já renomeado como Projeto de Lei Originário da Câmara 3/2013, ou PLC 3/2013, o projeto foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, após leitura de relatório favorável da Senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo”. 

“No dia 19 de junho de 2013, após relatório favorável da Senadora Ângela Portela, do PT de Roraima, o projeto foi também aprovado por unanimidade pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Em 4 de julho de 2013, sem que houvesse sido apresentado um único pedido de emenda, o PLC 3/2013 foi aprovado por unanimidade no Plenário do Senado e, em seguida, encaminhado à Presidência da República para ser sancionado”, disse. 

Segundo o Prof. Rodrigues Nery, o título do projeto afirma que trata do atendimento às pessoas que sofreram violência sexual. O texto do projeto evita propositalmente mencionar a palavra aborto, embora seja disto que o projeto trate. A palavra aborto foi cuidadosamente omitida e o projeto foi tramitado em um regime de urgência conscientemente planejado para que os parlamentares, inclusive os que são totalmente contrários ao aborto, não pudessem perceber o verdadeiro alcance da proposta senão depois de definitivamente aprovado. 

O artigo primeiro afirma que os hospitais , — todos os hospitais, sem que aí seja feita nenhuma distinção —, "Devem Oferecer Atendimento Emergencial e Integral decorrentes de Violência Sexual, e o encaminhamento, se for o caso, aos Serviços De Assistência Social". 

“Atendimento emergencial significa o atendimento que deve ser realizado imediatamente após o pedido, não podendo ser agendado para uma data posterior. O atendimento integral significa que nenhum aspecto pode ser omitido, o que por conseguinte subentende que se a vítima de violência sexual estiver grávida, deverá ser encaminhada aos serviços de aborto. Os serviços de assistência social aos quais a vítima deve ser encaminhada, que não eram mencionados no projeto original, são justamente os serviços que encaminharão as vítimas aos serviços de aborto ditos legais”, afirma o pró-vida brasileiro.

Uma vez o projeto sancionado em lei, todos os hospitais do Brasil, independentemente de se tratarem de hospitais religiosos ou contrários ao aborto, serão obrigados a encaminhar as vítimas de violência à prática do aborto. O projeto não contempla a possibilidade da objeção de consciência. Na sua versão original, o artigo terceiro do projeto afirmava que o atendimento deveria ser imediato. 

Um detalhe importante do pernicioso texto pró-aborto é que o artigo segundo define que, para efeitos desta lei, "VIOLÊNCIA SEXUAL É QUALQUER FORMA DE ATIVIDADE SEXUAL NÃO CONSENTIDA". 

“A expressão "TRATAMENTO DO IMPACTO DA AGRESSÃO SOFRIDA", constante do artigo primeiro do texto original, foi suprimida e substituída por "AGRAVOS DECORRENTES DE VIOLÊNCIA SEXUAL", para deixar claro que a violência sexual não necessita ser configurada por uma agressão comprovável em um exame de corpo de delito”, ressalta o texto do Prof. Nery. 

“Uma vez que o projeto não especifica nenhum procedimento para provar que uma atividade sexual não tenha sido consentida, e o consentimento é uma disposição interna da vítima, bastará a afirmação da vítima de que ela não consentiu na relação sexual [por exemplo, com o próprio marido] para que ela seja considerada, para efeitos legais, vítima de violência e, se ela estiver grávida, possa exigir um aborto ou o encaminhamento para o aborto por parte de qualquer hospital”, alerta o pró-vida brasileiro. 

A partir da sanção, bastará apenas a palavra da mulher pedindo um aborto, e os médicos terão obrigação de aceitá-la, a menos que possam provar o contrário, o que dificilmente acontece. Mas pelo menos a mulher deveria afirmar que havia sido estuprada. Agora não será mais necessário afirmar um estupro para obter um aborto. Bastará afirmar que o ato sexual não havia sido consentido, o que nunca será possível provar que tenha sido inverídico. 

“A técnica de ampliar o significado das exceções para os casos de aborto até torná-las tão amplas que na prática possam abranger todos os casos é recomendada pelos principais manuais das fundações internacionais que orientam as ONGs por elas financiadas. Com isto elas pretendem chegar, gradualmente, através de sucessivas regulamentações legais, até a completa legalização do aborto”, conclui o alerta do Prof. Nery. 

Para evitar que a presidente sancione o projeto, pró-vidas de todo o país estão mobilizando os cidadãos a pedirem diretamente à casa civil, e ao ministro Gilberto de Carvalho e até mesmo à presidente Dilma Rousseff, que não aprove o projeto, escrevendo ao gabinete pessoal da Presidente da República, o ministro Ministro-Chefe da Casa Civil, Gilberto de Carvalho e às autoridades do ministério de saúde através dos correios:
gabinetepessoal@presidencia.gov.br 
gabinetesg@presidencia.gov.br 
gabinetecasacivil@presidencia.gov.br 
ministro@saude.gov.brgabinete.se@gov.br
_________________
PS: Pode-se também escrever ou telefonar diretamente para o Gabinete Pessoal da Presidente:
Fax: (61) 3411.2222  
Tel: (61) 3411.1200 / (61) 3411.1201 
E-mail: gabinetepessoal@presidencia.gov.br
A seguir o vídeo no qual o Padre Paulo Ricardo de Azevedo Junior (mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e professor de teologia do Instituto Bento XVI em Lorena, SP) deixa patenteado o cambalacho utilizado para tal desonesta aprovação pelo Congresso Nacional que, mais uma vez, tenta fazer o brasileiro de bobo. 
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9 de julho de 2013

“Que o homem não separe o que Deus uniu!”


§ Benoit Bemelmens

A luz penetra pela janela e ilumina a noiva, que é o centro desta cena. Ela assina o registro diante do oficial do cartório civil, tendo ao seu lado o esposo e atrás de si a jovem dama de honra que segura o seu buquê de flores um tanto emocionada; os parentes assistem à cerimônia. 

O véu e o vestido branco falam de pureza e dignidade — da esposa como do marido, que se unem pela vida inteira. O casamento entre um homem e uma mulher é uma realidade anterior ao Estado cujas raízes penetram no que há de mais fundo na natureza humana. 

O contrato nupcial, segundo a expressão do Papa Pio XI na sua imortal encíclica sobre o matrimônio cristão, foi elevado por Nosso Senhor Jesus Cristo à categoria de sacramento indissolúvel: “Que o homem não separe o que Deus uniu”!
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Loucura do mundo atual: este quadro (Signing the register, de Edmundo Blair Leighton – 1853-1922), que se encontrava no salão de casamentos da prefeitura de Bristol (Reino Unido), foi retirado dali para não “ofender” os adeptos de práticas contra a natureza!

8 de julho de 2013

Pedra, areia e golfinhos valem mais do que uma criança!


Por mais exagerada que pareça a afirmação, é o que sucederá caso seja aprovado o projeto de Código Penal, atualmente no Senado. A denúncia é do Dr. Gilberto Callado de Oliveira [na foto, o segundo da esq. p/ a dir.], que aponta o fundo ideológico contido em tal projeto e conclama os brasileiros a reagir. 


§ Daniel F. S. Martins

Punição ao cidadão e liberdade ao ladrão — a verdadeira face do projeto de novo Código Penal. Esse foi o título do evento promovido pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira no último 13 de junho, no auditório do Club Homs, na Avenida Paulista, o qual lançou importantes luzes sobre a questão do mencionado projeto. 

Em sua conferência, o Dr. Gilberto Callado, Procurador de Justiça do Estado de Santa Catarina, serviu-se de sua vasta experiência acadêmica e prática para destrinchar o verdadeiro sentido desse iníquo projeto que com propriedade chamou de “Código de Morte”. 


Para o palestrante [foto], o Código Penal é a lei mais importante do País, depois da Constituição. Diz respeito aos bens mais preciosos em uma sociedade, como a moral, a vida, a justiça, a liberdade de ir e vir, etc. Uma modificação desse código pode significar verdadeira reviravolta nos acontecimento e na própria moralidade pública. 

Ora, doutrinas eivadas de positivismo e relativismo infestam o ambiente jurídico atualmente. Uma dessas correntes é o garantismo penal, para o qual a maior ameaça não é o criminoso, mas a ação punitiva do Estado. Ela pretende garantir o indivíduo (não o cidadão de bem, mas o criminoso), contra a repressão da autoridade. E sob essa base teórica foi redigido o novo Código Penal (NCP), em detrimento da paz social e da ordem pública. 

Segundo o conferencista, o NCP contém em si o “tumor maligno da não punição”. Os crimes de aborto, eutanásia e infanticídio são inteiramente relativizados. Foram criadas cinco novas hipóteses de aborto legal. Por exemplo, o “aborto sentimental” (caso a mulher não tiver condições psicológicas para ter o filho, poderá matá-lo). Ou ainda, o “aborto terapêutico” (se a gravidez trouxer algum dano à saúde da mulher, esta poderá abortar). 

Com o NCP, o infanticídio na prática ficará sem punição. Para a eutanásia, o NCP concede o perdão judicial, sem necessidade do laudo médico. Quem decidirá a morte da vítima será ela própria, ou um parente... 

Deixa de ser punido o uso de drogas e o seu armazenamento, desde que seja por cinco dias (sic). Novamente, para os redatores do NCP, o que importa não é acabar com o tráfico e o uso de drogas, mas proteger seus usuários e traficantes menores e garanti-los contra qualquer ação repressiva! 

Admoestar alguém por sua conduta sexual errática poderá acarretar de quatro a 10 anos de cadeia, pois para o NCP, isso pode configurar tortura psicológica. Crime cometido contra um homossexual, além da pena já estabelecida, receberá um acréscimo de um a dois terços. Assim, se um homossexual matar um militar por ódio à farda, será condenado de 12 a 30 anos de detenção. Se o contrário ocorrer — o militar matar um homossexual e o advogado alegar que foi por sua “opção sexual” — o réu poderá ficar de 16 a 40 anos na prisão. O que é isso senão a formação de uma nova casta de privilegiados? 

O atentado contra a família é claro no NCP. Nele, os filhos são “garantidos” contra o poder dos pais, da mesma forma como no mal sucedido projeto de “lei da palmada”. Se o filho menor alegar violência física ou psicológica, poderá haver uma representação judicial contra o pai ou a mãe. Se, por exemplo, foi o pai que lhe deu uma palmada e a mãe não quiser representar contra o marido, será nomeado um curador para fazê-lo diante do juiz. A condenação do pai então poderá ser de quatro anos de prisão, por cumprir seu dever de educador, seguindo o conselho da Sagrada Escritura: “O pai que poupa a vara a seu filho, odeia seu filho”. A garra do Estado garantista (ou socialista, se preferir) chega a ponto de proibir os pais comprar estalinhos e bombinhas de São João para os filhos, sob pena de ficarem seis anos atrás das grades! Até a relação entre irmãos fica afetada. Se um irmão mais velho cometer “bullying” contra o mais novo, poderá ser condenado de um a quatro anos de prisão... 

A pedofilia será facilitada, pois a idade para consentimento de tal prática será reduzida para menor de mais de 12 anos! Legitima-se assim a prostituição infantil, e abrem-se as portas para todo o tipo de abusos, sob o abrigo da lei.

O NCP não esquece de garantir a flora e a fauna. A mesma pena aplicada devida ao crime de homicídio será imposta a um caçador de animal silvestre. Se alguém for molesto ao sossego em um bairro, de forma grave, poderá ser condenado a seis meses de prisão. Se, porém, produzir ruídos perto do habitat de baleias ou golfinhos, sua prisão será de cinco anos. Se em briga uma das partes ficar com algum membro mutilado ou inutilizado pelas lesões, permanecerá menos tempo preso do que participantes de rinhas de galo em que os galináceos perderem alguma pata ou bico. Além disso, as pedras e a areia dos parques de preservação não poderão ser alteradas sem severa punição penal. 

O NCP não penaliza os crimes de terrorismo “movidos por propósitos sociais ou reivindicatórios”. Assim, se um movimento sem-teto invadir uma casa, usar explosivos, armas de fogo e derramar sangue, não será penalizado, pois estaria lutando pela “melhoria das condições de moradia”. 

Resumindo, pode-se matar uma criança no ventre da mãe, mas não se pode mexer nas pedras e areia dos parques. Pode-se matar um idoso para se livrar dos encargos de sua saúde, mas os golfinhos não podem ser incomodados.

Esse conjunto assustador, que garante o terrorista, o viciado e o assassino, e desprotege a família e o cidadão de bem, só pode ter um nome: “Código da Morte”. Um código que afetará a crença na justiça penal, e facilitará na sociedade a eliminação de toda e qualquer noção de justiça. Se aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente da República sem que haja uma reação da opinião pública, o que resta de civilização cristã no Brasil será extirpado! 

O conjunto do NCP é tão contrário à Lei de Deus e à Lei moral natural, que pode ser chamado de anti-lei, reflexo da anti-ordem que satanás e seu processo revolucionário querem impor no mundo como ato de revolta contra Deus. Nas palavras de encerramento, o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança [foto à direita] ressaltou esse aspecto, e sugeriu que além de “Código da Morte”, o projeto de Código Penal fosse também denominado de “Código de satanás”. 


 Dr. Gilberto Callado autografa seu livro sobre o projeto de novo Código Penal

 Flagrantes do coquetel após a conferência






4 de julho de 2013

Corpus Christi em Orvieto e o “Milagre de Bolsena”


Na praça em frente à Catedral de Orvieto, o povo aguarda com admirável tranquilidade o início da Procissão de Corpus Christi
§ Paulo Roberto Campos

Como prometi no post anterior [Explicação], brindo aqui nossos leitores com fotos feitas em Orvieto na festividade de Corpus Christi deste ano. 

No Brasil, a data — que é dia Santo de Guarda e feriado nacional — é comemorada sempre nas Quintas-Feiras após a celebração do dia da Santíssima Trindade. Mas na Itália, devido à suspensão de certos feriados religiosos nos dias de semana, ela é comemorada no Domingo.  


"A mais bela fachada da Cristandade" 
Sobre um platô a 300 metros de altitude, tendo a seus pés uma planície repleta de belos vinhedos, Orvieto, com um pouco mais de 20 mil habitantes, fica mais ou menos a 100 km de Roma. A cidade possui notáveis monumentos medievais, sendo o mais importante o Duomo — o “Lírio das Catedrais” [foto]. Sua frente foi definida por Plinio Corrêa de Oliveira como "A mais bela fachada da Cristandade". Dedicado à Virgem Santíssima, é uma obra-prima da arte gótica italiana, floreado por preciosos mosaicos e baixos relevos, além de afrescos de Fra Angélico e Luca Signorelli. 

Sua construção teve início em 1290, por iniciativa do Papa Urbano IV, para que fosse um grandioso escrínio no qual ficasse dignamente conservado e venerado o “Milagre de Bolsena”. 

— Que milagre é esse? Encontrei sua narração no livro “Leituras Eucarísticas” (Editora Vozes, 1935), do Frei Mariano Wentzen. Eis um resuminho: 

Entre os milagres realizados pela Santíssima Eucaristia, o de Bolsena é o mais conhecido, pois está na origem da festa de Corpus Christi (ou Corpus Domini, o Corpo de Cristo). Em 1263, o Padre Peter de Praga empreendeu uma viagem desde sua região (a Bohemia) até Roma. Ele era um sacerdote piedoso, mas desejava revigorar sua fé em Roma e pedir ao Papa alguns esclarecimentos e expor-lhe dúvidas que tinha a respeito da doutrina da transubstanciação — durante a missa, na consagração, ocorre a mudança da substância do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (permanecendo, contudo, sob a aparência de pão e de vinho). 

Chegando à cidade de Bolsena, o sacerdote celebrou a Missa na Igreja de Santa Cristina. Foi esta a última vez que as dúvidas de fé sobre a presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia o atormentaram!  

No momento da consagração do pão e do vinho, logo após a elevação do cálice, o preciosíssimo Sangue começou a borbulhar, transbordou, e gotas derramaram-se sobre o corporal (tecido de linho branco que fica debaixo do Cálice), tingindo-o de sangue. 

Assustado com aquele inexplicável acontecimento, o sacerdote primeiro procurou esconder o sagrado corporal, pois julgava que isso ocorrera em castigo por suas dúvidas. Mas o sangue transpôs o linho e quatro gotas caíram sobre os degraus do altar, deixando impressos sinais evidentes de sangue. 


O Sagrado Corporal levado num andor na
procissão de Corpus Christi em Orvieto
Não podendo mais ocultar o milagre, foi à procura do Papa Urbano IV — que se encontrava em Orvieto, cidade bem próxima de Bolsena — para se confessar e narrar o acontecido. Assim, o Papa mandou trazer à sua presença aquele corporal e ordenou uma apuração meticulosa, que resultou na comprovação inequívoca do milagre. 

Daí a edificação da Catedral de Orvieto para a guarda e veneração do Sagrado Corporal [foto] — objeto de grande devoção não apenas na Itália, mas de pessoas do mundo inteiro que para lá se dirigem. Quanto ao mármore sobre o qual pingaram gotas do preciosíssimo Sangue, conserva-se até hoje na Igreja de Santa Cristina de Bolsena, onde ocorrera o grande milagre. 

No ano seguinte ao “Milagre de Bolsena", Urbano IV estendeu a toda a Igreja Católica a Festa de Corpus Christi — com a bula Transiturus de hoc mundo, de 11 de agosto de 1264 —, que já era de certo modo celebrada internamente na Igreja de Saint Martin, em Liège (Bélgica), com o nome de “Fête-Dieu”, por iniciativa de Santa Juliana de Mont Cornillon. 

Aquele Pontífice estabeleceu também que a Festa de Corpus Christi fosse de modo solene e publicamente celebrada nas Quintas-Feiras após o dia da Santíssima Trindade. O dia escolhido é em memória da celebração da primeira Missa por Nosso Senhor Jesus Cristo, na última ceia com os Apóstolos, na Quinta-Feira-Santa, quando Ele tomou o pão, benzeu-o e o partiu; deu aos discípulos dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo”. Depois, tomando o cálice, deu graças e ofereceu dizendo: “Bebei dele todos; porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, que será derramado por muitos para a remissão dos pecados”.(Cfr. Mt. 26, 26-28). 

A partir dessa determinação do Papa Urbano IV, uma solene procissão se realiza todos os anos pelas ruas de Orvieto. Atualmente quase 1000 personagens em trajes medievais, representando as diversas classes sociais (desde a alta nobreza, passando pelos cavaleiros, pelos homens de justiça, pelas confrarias de estudantes e pelas corporações até o povo miúdo) desfilam em homenagem ao Sagrado Corporal e ao Santíssimo Sacramento. 

O histórico e solene desfile é dividido por quatro bairros da cidade, cada um com suas bandeiras e cores próprias. Muitos dos hábitos medievais usados no cortejo são confeccionados em riquíssimos tecidos, alguns de seda e veludo, outros bordados em ouro e prata — como se pode observar nas fotos. Alguns trajes são verdadeiras obras de arte confeccionados pela célebre “Manifattura LISIO”. 


Dando um brilho ainda mais especial ao cortejo, observamos brasões e armas das famílias nobres da cidade, bem como armaduras, escudos, capacetes feitos cuidadosamente à mão por armeiros de renome. 

Esta é a cerimonia, ao mesmo tempo carregada de charme e sacralidade, da procissão de Corpus Christi de Orvieto, que tive a graça de assistir no dia 2 de junho último e que apenas mencionei no post anterior — certamente, a mais bela procissão do gênero que se realiza no mundo.
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[Click na 1ª imagem para percorrer a "galeria" de fotos. Para isso use a setinha direita do teclado]
Após a realização da solene cerimonia da Exposição do Santíssimo no interior da Catedral...
... corneteiros anunciam o início da procissão de Corpus Christi pelas ruas da cidade
Os participantes começam a sair do interior da Catedral
Representantes dos Cavaleiros

Escudeiros
Capitão representante do poder militar
Inicio do desfile das Corporações de Artes e Ofício
Diversas confrarias começam a desfilar pelas ruas da cidade
Início do desfile dos representantes do povo medieval


Vários gonfalões, magníficos como este acima, também são levados no solene cortejo

Senhoras com belas mantilhas fazem parte do cortejo 
Cortejo do clero
Na porta principal da Catedral surge o Sagrado Corporal sob um precioso pálio
Com o Sagrado Corporal na procissão pelas ruas da cidade, a Catedral fica quase vazia...
... enquanto os participantes desfilam pelos bairros e o povo assiste desde as calçadas e janelas

O Executor de Justiça
Três dos sábios conselheiros de Orvieto
Desfile das corporações de ofício, precedidas por tamboreiros...
... tocadores de gaita de fole...
... alabardeiros...
... espadeiros...
... cavaleiros...
... o povo medieval...
... carrinho de bebê medieval?

Durante toda semana as casas ficam adornadas por estandartes e flores



Tendo percorrido os bairros, os participantes começam a retornar, formando-se frente à Catedral

Damas da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro, esperam...

... o retorno do Sagrado Corporal. Dois Carabinieri, em uniforme de gala, fazem sua guarda




Encerramento com a Benção do Santíssimo Sacramento
Os participantes acompanham a recolocação do Sagrado Corporal em sua capela onde fica para veneração dos fiéis
"A mais bela fachada da Cristandade"
A Catedral vista desde a Torre del Moro