Mostrando postagens com marcador Dom Cardoso. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dom Cardoso. Mostrar todas as postagens

21 de maio de 2009

Nunca se perde, sempre se lucra, por desconfiar do que é muito propalado pela mídia

Em vista do que temos postado em nosso blog a respeito do caso da menina G. de Alagoinha (PE), recebi um e-mail com artigo da Dra. Célia Paravato(*). Como não teve muita divulgação — claro que a grande imprensa abortista JAMAIS o publicaria —, transcrevo-o a seguir, pois coloca “pingos em muitos is”.

Lendo a crítica que a Dra. Célia faz à mídia, lembrei-me de um dito alemão que tinha anotado: "Er lügt wie eine Zeitung". Quando os alemães querem dizer que fulano é muito mentiroso, afirmam que fulano: “Mente como um jornal”...


A MENINA GRÁVIDA DE 9 ANOS E VOCÊ

Celia Paravato (*)


Cuidado com o que a mídia divulga. Muita coisa tem por objetivo confundir as pessoas para que se posicionem a favor de idéias ruins que não representam progressos para a humanidade.

O último escândalo é com relação ao aborto da menina de 9 anos que foi estuprada. Estão usando o caso desta menina para colocar as pessoas contra aqueles que são contra o aborto. Cá estamos nós, os católicos, novamente levando pedradas de todos os lados por conta do caso dessa menina. Será que merecemos mesmo?

Como engenheira eu gosto muito de uma continha simples: 2 + 2 = 4.
Sempre que me mostram alguma coisa que se assemelha a isso, eu aplaudo. Mas eu desconfio muito de coisas como “pague 2 e leve 4”. Será? A dúvida sempre me leva a bisbilhotar um pouco essa maravilhosa matemática que parece me oferecer grandes vantagens. E não poucas vezes eu vi que atrás da maravilhosa oferta estava uma grande armadilha para aqueles que não querem se dar ao trabalho de fazer contas ou se aprofundar um pouco mais em busca da verdade.

Bem, depois de ouvir várias pessoas absolutamente transtornadas com essa história, eu resolvi dar as minhas bisbilhotadas e venho aqui contar o resultado deste meu trabalho para você. Se você é daqueles que não se incomoda de cair no conto do “pague 2 e leve 4”, pode deletar este e-mail e passar para o seguinte. Mas se você não é, por favor, acompanhe-me.

Segundo os dados da Wikipédia (de 2000), a cidade da menina – Alagoinhas (no mapa do Pernambuco, em vermelho) – tem pouco mais de 13 000 pessoas. As condições de vida lá são “tão boas”, que a maioria dos habitantes parte para o além antes de completar 50 anos. Enquanto o Brasil ostentava envergonhado um índice de analfabetismo de 13,63%, aquela cidade, incrustada em um Pernambuco com 24% de analfabetos, carregava o ônus de ter 35% de seus habitantes....analfabetos. Dentre eles, os pais da menina e, quiçá, ela mesma.

Olhando pelo lado materialista de uma nação com quase 190 milhões de habitantes, que nos últimos 7 anos ganhou uma Bahia inteira em habitantes (dados do IBGE), o que a vida de uma menina de 9 anos, de Alagoinhas, significa? N-A-D-A. Ela nem vota ainda! Portanto só serve para lembrar às autoridades locais coisas básicas como a obrigação de ter que lhe oferecer escola, hospital, comida, saneamento, segurança... essas coisas todas que qualquer um que visite o nordeste está cansado de ver que não chegam, ou chegam muito precariamente, até uma cidade tão pequena. Lá, todo dia, deve morrer um bando de outras menininhas, de fome, de doenças que a gente já sabe curar e tratar muito bem, sem que nenhuma autoridade de lá, ou de fora, quanto mais de Brasília, dê a mínima bola.

Bem, então que motivação fez com que tantos “anjos da guarda” partissem em revoada da capital do Estado e até da Capital do País para defender e (dizem eles) arrancar das garras da morte certa tão pobre e desvalida vítima de nossa história com tão aguerrido empenho, embrenhando-se naqueles confins do mundo? Terá sido um bom coração? Terá sido caridade? Terá sido humanidade? Terá sido cidadania? Terá sido o juramento de Hipócrates?

Quem dera! Mas na verdade havia outra motivação. Uma lucrativa indústria de morte deseja instalar-se no nosso país e essa indústria, multinacional, riquíssima, pinçou o caso da garotinha para lançá-lo à mídia e assim causar grande comoção popular que lhe seja favorável a entrar com tudo em nossas terras, subvencionada pelo governo. A indústria do aborto.

Se você ainda não sabe, fique sabendo que o PT tem o compromisso formal, colocado por escrito no atual programa de governo, de aprovar o aborto em nossas terras. Para que isso ocorra, ele tem que derrubar as barreiras que vem encontrando. Ele tem que calar as vozes que protestam. Foi este compromisso que levou os “anjos da guarda” abortistas a Alagoinhas.

A estratégia da ação empreendida é clara: para calar quem é contra o aborto, vamos criar um clamor mais alto que abafe as vozes dos nossos adversários. Foi o que foi feito. A garota, o Bispo, são apenas peças usadas em uma grande jogada de marketing que está prosperando, porque a grande maioria das pessoas está presa no terreno das emoções, da pena da garotinha, e está desatenta às coisas que estão acontecendo em paralelo.

É preciso que você saiba que entre os que são contra o aborto – em todo o mundo ─ existem excelentes advogados, excelentes médicos e cientistas de primeira linha, que provam, pela ciência e pela lei, que todo ser humano tem direito à vida desde o momento em que é gerado na barriga de sua mãe até o momento de sua morte natural.

Os advogados mostram que as leis que o nosso país tem que obedecer ─ tratados internacionais e a nossa Constituição ─ asseguram direitos à criança já na barriga de sua mãe, como, por exemplo, o direito à herança. Se uma mulher grávida fica viúva, parte dos bens que estavam em nome de seu marido são, por lei, da criança que ela leva na barriga. Portanto, aquele cidadão brasileiro não nascido é um HERDEIRO. Logicamente que um HERDEIRO não deve ser assassinado por ninguém, independentemente de onde esteja (dentro ou fora da barriga de sua mãe), como QUALQUER cidadão brasileiro. Isso é lei, não é religião.

Os cientistas também mostram que os fetos sentem dor, guardam lembranças, riem e sonham na barriga de suas mães. A lógica mais elementar nos diz, claramente, que nunca fomos ou seremos um ser não humano. Somos, desde que os gametas de papai e mamãe se juntaram, um ser humano. De início, bem pequeno, mas já com todo o nosso código genético prontinho a desabrochar para o mundo. Primeiro, um ser humano em gestação, depois, um ser humano em desenvolvimento e, afinal, um ser humano em decadência, conforme o nosso ciclo vital, mas sempre um SER HUMANO. Isso é ciência, não é religião.

Logicamente, os seres humanos não nascidos não podem ser cortados, triturados, esmagados, cruelmente assassinados como se fossem um tumor. Pois não são uma parte má do corpo de suas mães, são uma outra pessoa que ali se instalou apenas por 9 meses. Uma pessoa que tem vários direitos, dentre os quais, o mais elementar é o direito à vida. Portanto, como pessoas, devem ser tratados com dignidade. E TODAS AS TÉCNICAS ABORTIVAS SÃO MONSTRUOSAS E INDIGNAS, bem mais monstruosas até do que um estupro. Porque de um estupro saímos vivos, mas de um aborto, não. Depois de um estupro coisas boas ainda podem suceder na vida da vítima. Depois de um aborto, a vítima talvez vá para o lixo, talvez seja queimada, ou talvez seja vendida, aos pedaços, a preços altíssimos para a indústria que vive do aborto.

Você duvida que vendam partes de fetos abortados para alguém? Então dê uma olhada na página
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=ESTEVAO&id=deb0035
ou leia o livro “Cobaias Humanas – a história secreta do sofrimento provocado em nome da ciência” (Andrew Goliszek). Do original “in the name of Science” – Editora Ediouro Publicações S/A. Segundo uma lista publicada nesse livro, em 1999 os preços de várias partes variavam de 35 dólares (a medula espinhal) a quase 1000 dólares (um cérebro de menos de 8 semanas).

Porém, a voz mais forte contra o aborto, no mundo todo, não é a de excelentes advogados nem a de médicos e cientistas maravilhosos. A voz mais forte contra o aborto é a da Igreja Católica. Portanto, os que estão a favor do aborto fazem de tudo e até inventam mentiras para colocar o povo contra a Igreja Católica. Pois colocando a massa contra os católicos fica mais fácil aprovar o aborto no Brasil.

É aí que entra a pobre menina de Alagoinhas: a vítima perfeita para um grande golpe midiático construído a partir de uma grande mentira: a afirmação de que a menina de 9 anos, estuprada e grávida de gêmeos, NÃO TINHA OUTRA ESCOLHA senão fazer o aborto. Pretendem, com isso, fazer com que as pessoas acreditem que o aborto que ela fez foi muito certo e a que Igreja Católica é atrasada e está contra a menina. ISSO É MENTIRA!

Se você costuma usar a Internet, faça a seguinte experiência: Coloque no buscador Google a seguinte frase: “MENINA DEU À LUZ”. Você verá, com surpresa, que existem 4.950.000 resultados para essa pesquisa. Isso apenas em português. São notícias de casos parecidos de outras crianças que também engravidaram e, assistidas por médicos de verdade (e não aborteiros), tiveram seus filhos apesar de muito novas e despreparadas para isso.

Se você mudar a pesquisa para “MENIDA DE NOVE ANOS DEU À LUZ” verá que aparecem 565.000 resultados. Isso mostra que é mentira a tese de que a menina certamente iria morrer se levasse adiante a sua gravidez.

O que é certo, mesmo, é que ela ia precisar de ajuda, apoio médico, um acompanhamento especial. Assistência. O resto, é pura especulação.

A Igreja católica não é a favor do estupro, nem a favor do sofrimento de ninguém, mas tem a obrigação de defender a verdade. E a verdade é que uma pessoa que faz um aborto, LEGALMENTE viola a CONSTITUIÇÃO do Brasil e o tratado internacional chamado PACTO DE SÃO JOSÉ, que garantem a todo cidadão brasileiro o direito de viver e de ser BEM tratado PELO ESTADO quando ficar doente. E, CIENTÍFICAMENTE, assassina um ser humano em gestação.

Além disso, a fé cristã vê neste ato a violação ao quinto mandamento da lei de Deus: Não Matar. Os cristãos acreditam que quem mata alguém, dentro ou fora da barriga de sua mãe, comete, além de um crime, um pecado mortal e isso quer dizer que VAI PARA O INFERNO, se morrer nessa condição. Essa é a fé cristã. Essa é a lei que Deus deu a Moisés. A Igreja, com base na lei de Deus, deixou claro que esse pecado também acontece quando a pessoa ainda mora na barriga de sua mãe e por isso o CÓDIGO CANÔNICO estabelece que uma pessoa que CONSCIENTEMENTE faz o aborto, ou ajuda, incentiva, paga, etc... está automaticamente EXCOMUNGADA.

Há casos e casos, há exceções, há atenuantes que não comporta discutir aqui, mas o fato é que quando o Bispo pernambucano falou que as pessoas que levaram a menina ao aborto estavam excomungadas, ele não estava excomungando ninguém. Ele estava lembrando uma verdade de fé que JÁ HAVIA ACONTECIDO no momento em que as pessoas mataram as duas criancinhas não nascidas dentro daquela outra criancinha estuprada.

Ele podia ter ficado calado e estava todo mundo que concorreu, pressionou, financiou e fez o aborto excomungado do mesmo modo. Como estão todos os aborteiros que estão por aí, todos os maridos e amantes que já obrigaram as suas caras-metades a se desfazerem das suas barrigas indesejadas, e todas as mulheres que já jogaram seus filhos nas lixeiras hospitalares ou não pelos mais variados motivos fúteis.

Isso é religião. Isso é fé cristã. Por que a celeuma por causa da excomunhão? Qual o problema de nós, católicos, professarmos publicamente nossas crenças? Qual o problema de o Bispo declarar que A, B e C não mais pertencem à comunhão cristã? Acredita quem quiser e quem não quiser segue seu rumo.

É preciso ver que a religião, aqui, é apenas a cortina de fumaça bem usada para distorcer a verdade e nos enganar a todos. Católicos e não católicos.

Com toda essa onda, o que o governo Lula pretende é colocar a opinião pública a favor da aprovação de um projeto de lei que dá direto a qualquer mãe de fazer aborto sem justificativa, em qualquer estágio da gravidez, pelo SUS.

Em 07 de maio de 2008, o Projeto de Lei que tem o número 1135/91, foi derrotado por 33 votos contra zero, na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados. Como se isso não bastasse, em 09 de julho de 2008 o mesmo projeto foi derrotado por 57 votos contra 4 na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), apesar de todo o esforço do deputado José Genoíno (PT-SP) de impedir a votação. O Projeto de Lei, porém, não foi ainda arquivado, pois em 13/08/2008 Genoíno apresentou ao presidente da Câmara o Recurso 0201/08, solicitando que o projeto abortista fosse apreciado pelo plenário da Câmara.

62 deputados assinaram o recurso do Deputado Genoíno. A grande maioria, desses deputados (49,20 %), é do PT. Pelo Estado do Rio de Janeiro assinaram: Jorge Bittar - PT; Carlos Santana – PT; Edmilson Valentim – PcdoB; Chico Alencar – PSOL e Brizola Neto – PDT.

É AÍ QUE MORA O PERIGO, nesse julgamento, que está prestes a ocorrer. Se o Brasil não se levanta e clama CONTRA uma monstruosidade dessas, ela vai passar. Porque há muito dinheiro envolvido no assunto.

INTERESSA À INDÚSTRIA ABORTISTA QUE A IGREJA ESTEJA DIVIDIA E A OPINIÃO PÚBLICA TRANSTORNADA, PARA QUE SE PENSE QUE A DESCRIMINAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL É UM BEM PARA TODOS OS BRASILEIROS.

MAS A VERDADE, PELA QUAL A IGREJA, ADVOGADOS MÉDICOS E TODOS OS QUE TÊM AMOR À VIDA BRADAM É QUE TODO CIDADÃO BRASILEIRO TEM DIREITO À VIDA.

É DEVER DO ESTADO cuidar para que não haja violência nas ruas ou violência doméstica e para que as pessoas tenham UMA BOA assistência médica, financeira e psicológica sempre que sejam vítimas de atos violentos.

Defender o aborto é querer fugir dessa obrigação, pelo extermínio, puro e simples, de mais um brasileiro que possa exigir isso.

O aborto não é solução de nada. O aborto é crime. O aborto é violência. O aborto é morte. Todo ser humano tem direto à vida. É o mais básico de todos os direitos. Temos que exigir isso, assim como temos que exigir uma assistência médica de boa qualidade, escola, emprego, etc.... É o que a nossa lei nos garante. Essa é a verdade.

O governo brasileiro TEM QUE ENTENDER QUE NÓS TEMOS DIREITO DE VIVER BEM. Todos nós. Nascidos e não nascidos, válidos, inválidos, jovens e velhos. Quanto mais não seja, porque nós pagamos os impostos mais altos do mundo. O mínimo que o governo tem que nos dar, em retribuição, é o direito à vida.

__________
(*) Celia Paravato (54) é Engenheira Eletrônica formada pela UFRJ, pós-graduada em finanças pelo IBMEC, servidora aposentada do Banco Central do Brasil, mãe de 3 filhos, e pertence à “Associação de Maria Imaculada”.

14 de maio de 2009

No caso da menina de Alagoinha, a Igreja atuou como advogada, e não como tirana — como a mídia tentou apresentar

Após a “trégua em homenagem ao Dia das Mães”, retomamos nossa batalha em defesa dos valores familiares tão bombardeados pela “ditadura do relativismo”. Nosso desejo é colocar ao alcance dos pais e mães de família as “armas” (psy armas, leia-se argumentos, dentro de uma “guerra psicológica”) para o “bom combate” pela família e pela sadia formação dos filhos.

Com efeito, em meu artigo intitulado “‘Estrondo publicitário’ para denegrir a Igreja e favorecer a legalização do aborto no Brasil” (tratando dos ataques da mídia esquerdista, contra a posição da Igreja, no caso do duplo aborto da pequena G.M.B.S. de Alagoinha), prometi postar outras matérias justificando a posição da Igreja, que agiu como advogada da menina e dos dois bebes executados. São matérias que não foram divulgadas pela grande mídia — esta cedeu suas páginas apenas para um dos lados naquela controvérsia e procurou impor à opinião pública uma visão preconcebida e, desse modo, jogá-la contra a moral católica.

Assim, para se ter uma compreensão do que realmente se passou, sem as escamoteações da mídia, é de grande valia o artigo do cientista político pela UnB (Universidade de Brasília), Frederico R. de Abranches Viotti, publicado na revista Catolicismo (edição de abril/2009).

Desejando aos “visitantes” deste Blog uma boa leitura, transcrevo o referido artigo e alguns documentos reveladores que bem elucidam o affaire-Alagoinha:

Olinda – Catedral da sé


Em Recife, tentativa de quebrar a barreira psicológica contra o aborto

Frederico R. de Abranches Viotti

Em todas as recentes pesquisas de opinião, os brasileiros têm se manifestado majoritariamente contrários ao assassinato de crianças no seio materno. Algumas pesquisas chegaram a dar 90% de respostas contrárias ao aborto.

Diante desse fato, os defensores do aborto estavam com poucas possibilidades de conseguir a aprovação legal desse ato, considerado crime pela lei dos homens e abominável pela Lei de Deus, estando incluído pelo Catecismo Romano entre os que “bradam aos Céus e clamam a Deus por vingança”.

Todavia, um acontecimento recente — com grande carga emocional — fez com que o debate sobre o aborto fosse reaberto.

O caso
Foi amplamente noticiado pela imprensa nacional e internacional o caso ocorrido em Alagoinha e Recife (PE), onde uma menor de nove anos de idade, violentada por seu padrasto, ficou grávida de gêmeos. Os meios de comunicação não deram ao caso uma cobertura jornalística isenta, limitando-se a explorar a situação emocional que dela decorreu.

Após a realização do aborto na menor, os jornais começaram a divulgar que S. Exa. Revma., o Arcebispo de Recife D. José Cardoso Sobrinho, tinha excomungado a mãe da menina e os médicos que participaram do aborto. Surgiram opiniões contraditórias, até mesmo entre o clero no Brasil e no próprio Vaticano, sobre o cabimento ou não da penalidade de excomunhão.
Na realidade, D. José Cardoso Sobrinho apenas tinha alertado sobre a pena de excomunhão prevista no Código de Direito Canônico (a lei da Igreja) antes de o aborto ter sido praticado. Ele concedeu essa entrevista no dia 3 de março, sendo que o aborto foi realizado no dia 4 (Vide, mais abaixo, o relato intitulado “Grávida de gêmeos”).

A lei da Igreja prevê, em seu cânon 1398: “Quem provoca o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae”, ou seja, quem participa do aborto incorre em pena automática (sem necessidade de ser decretada) de excomunhão.

Mas a confusão do noticiário não ficou apenas nisso. Muitos detalhes foram deliberadamente omitidos para favorecer a posição pró-aborto, como se existissem “abortos bons” e “abortos ruins”. A título de exemplo, podemos citar alguns dos fatos omitidos:


•1. a menor foi subtraída de um hospital que se
negara a realizar o aborto, e transferida para outro favorável a essa
prática;
•2. a mãe da menor era contra o aborto, até lhe terem
inculcado que sua filha morreria, caso não abortasse;
•3. o aborto foi
praticado às pressas, sem que o pai biológico da menina pudesse
intervir;
•4. feministas fizeram um verdadeiro cerco à criança,
impedindo até mesmo a assistência espiritual que vinha sendo prestada pelo padre
da cidade de Alagoinha...

Seria muito longo enumerar a lista de atos suspeitos que cercam o caso. Para isso, remetemos ao relatório apresentado pelo Pe. Edson Rodrigues, pároco de Alogoinha (PE), onde residia a menor violentada. (Vide transcrição, mais abaixo, intitulada “Excertos da Nota da Arquidiocese
de Olinda e Recife”)

Ademais, é também importante noticiar que, na mesma época em que se deu o aborto na cidade de Recife, outra menor, também de nove anos, dava à luz uma criança no Equador. Há algumas décadas, Lina Medina, uma peruana que ainda vive, foi mãe aos cinco anos de idade, conforme notícia do “Correio Braziliense” em 11-9-02 (http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20020911/vid_mat_110902_36.htm).
Devido a esses fatos, o Pe. Edson Rodrigues está convencido tratar-se de “ato de manipulação da consciência”.

Verdadeira manobra de “guerra psicológica”
Foi desencadeada uma enorme manobra de “guerra psicológica”, sob o pretexto de defender a vida da menina contra o “obscurantismo” da Igreja. Até o presidente da República manifestou-se contra a doutrina católica.


O quadro criado pelo noticiário de certa mídia era tendencioso. De um lado a Igreja, representada por D. José Cardoso Sobrinho, bispo destituído de misericórdia, que não se importaria com a vida da menina violentada; de outro, feministas, abortistas, ateus e diversos outros segmentos propugnavam uma moral relativista, a pretexto de salvar a vida da criança de nove anos.

Dessa maneira, o aborto não era apresentado em seu lado desumano, que é o assassinato de seres indefesos, mas como uma defesa da vida da menor violentada. Estava montado um verdadeiro circo de desinformação e sensacionalismo, que obviamente servia a um único propósito: favorecer a prática do aborto e dividir a opinião católica.

Não foi sem razão que Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Sem essa cautela, um católico pode acabar influenciado pela mídia e, de forma sub-reptícia, opor-se à doutrina moral da Igreja quanto ao tema do aborto.

E-mail do autor: fredericoviotti@catolicismo.com.br

_____________

Grávida de gêmeos em Alagoinha (PE)
O lado que a imprensa deixou de contar



Excertos do relatório elaborado pelo Pe. Edson Rodrigues, pároco de Alagoinha (PE), redigido anteriormente à Nota da Arquidiocese de Olinda e Recife, mas que serve como complemento dela, ao apresentar uma visão objetiva e integral do ocorrido


No dia 25 de fevereiro, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o País: uma menina de nove anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. [...]

O Conselho Tutelar de Alagoinha tomou as devidas providências. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, levou as crianças ao IML de Caruaru-PE e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), de Recife, a fim de serem submetidas a exames. Chegando ao IMIP, em contato com a assistente social Karolina Rodrigues, a conselheira tutelar Maria José Gomes foi convidada a assinar um termo, em nome do Conselho Tutelar, que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina um pedido escrito que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha” [...] Os cinco conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto. [...]

No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto com a conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe. Chegamos ao IMIP por volta das 15 horas. Subimos ao 4º andar, onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. [...]

Com a proibição de acesso ao apartamento onde a menina estava, me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.

Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se de um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. [...] Saímos do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos.

Na segunda-feira, retornamos ao hospital. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subir ao 4º andar, onde estava a menina. Tomamos o elevador, e quando chegamos ao 1º andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da assistente social em outro prédio. Chegando lá, fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, conselheira de Recife, e o pai [biológico] da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos. [...]

Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMIP dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada nos tivesse sido apresentado por escrito.

Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los de “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado.

Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala e os deixassem a sós para essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram os dois da sala para que o pai pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”; afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao 4º andar sozinha com ele e pediu que eu e os conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante. Desta vez não tive acesso à sala.

Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues reclamou da conselheira [Maria José Gomes], porque esta tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela [Karolina] solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha; [e como este negou o aborto, ela] rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. [...]

Durante todo o tempo de permanência no IMIP, não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. [...]

Dada a repercussão do fato, surge um novo capítulo na história. O Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin, sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se fez. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a legalidade ou não de tudo o que havia acontecido. Nessa reunião estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós, e especialmente com o pai, ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez. [...]

Já a caminho da residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceito. [...]
O que teriam dito as militantes do Curumim à mãe, para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai? [...] Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha.

Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, ficamos sabendo que a criança estava internada na CISAM. [...] Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho de ver duas crianças vivas se foi, a partir de ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana.

Isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram.


Pe. Edson Rodrigues
Pároco de Alagoinha (PE)
padreedson@hotmail.com


Fonte: (http://www.salvemaria.org.br/index.php?system=news&news_id=610&action=read)
_____________




Excertos da Nota da Arquidiocese
de Olinda e Recife (*)

Personalidades de Recife e da cidade de Pesqueira (PB) emitiram nota clara e incisiva refutando o artigo “Da parte da menina brasileira”, de autoria do Mons. Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia pela Vida, publicado no “Osservatore Romano”.


A respeito do artigo intitulado “Dalla parte della bambina brasiliana” (fac-símile acima), publicado no “L’Osservatore Romano”, edição de 15 de março, nós, abaixo assinados, declaramos: [...]

2. Todos nós — a começar pelo pároco de Alagoinha (abaixo assinado) — tratamos a menina grávida e sua família com toda caridade e doçura. O Pároco, fazendo uso de sua solicitude pastoral, ao saber da notícia em sua residência, dirigiu-se de imediato à casa da família, onde se encontrou com a criança para lhe prestar apoio e acompanhamento [...]. E esta atitude se deu durante todos os dias, desde Alagoinha até Recife, onde aconteceu o triste desfecho do aborto de dois inocentes. Portanto, fica evidente e inequívoco que ninguém pensou em primeiro lugar em “excomunhão”. Usamos todos os meios ao nosso alcance para evitar o aborto e assim salvar as TRÊS vidas. [...]

3. Depois que a menina foi transferida para um hospital da cidade do Recife, tentamos usar todos os meios legais para evitar o aborto. A Igreja em momento algum se fez omissa no hospital. O Pároco da menina realizou visitas diárias ao hospital, deslocando-se da cidade que dista 230 km de Recife. [...]

4. Nossa Santa Igreja continua a proclamar que a lei moral é claríssima: nunca é lícito eliminar a vida de um inocente para salvar outra vida. Os fatos objetivos são estes: há médicos que explicitamente declaram que praticam e continuarão a praticar o aborto, enquanto outros declaram com a mesma firmeza que jamais praticarão o aborto. [...]

5. É falsa a afirmação de que o fato foi divulgado nos jornais somente porque o Arcebispo de Olinda e Recife se apressou em declarar a excomunhão. Basta ver que o caso veio a público em Alagoinha na quarta-feira, dia 25 de fevereiro, o Arcebispo se pronunciou na imprensa no dia 3 de março e o aborto se deu no dia 4 de março. [...] Assim sendo, a notícia da menina grávida já estava divulgada nos jornais antes da consumação do aborto. Somente então, interrogado pelos jornalistas, no dia 3 de março (terça-feira) o Arcebispo mencionou o cânon 1398. Estamos convictos de que a divulgação desta penalidade medicinal (a excomunhão) fará bem a muitos católicos, levando-os a evitar este pecado gravíssimo. [...]

6. O hospital que realizou o aborto na menininha é um dos que sempre realizam este procedimento em nosso Estado, sob o manto da “legalidade”. Os médicos que atuaram como carrascos dos gêmeos declararam e continuam declarando na mídia nacional que fizeram o que já estavam acostumados a fazer “com muito orgulho”.


7. O autor [do artigo publicado no jornal L’OSSERVATORE ROMANO — foto ao lado] arvorou-se do direito de falar sobre o que não conhecia, e o que é pior, sequer deu-se ao trabalho de conversar anteriormente com o seu irmão no episcopado, e por esta atitude imprudente está causando verdadeiro tumulto junto aos fiéis católicos do Brasil. Ao invés de consultar o seu irmão no episcopado, preferiu acreditar na nossa imprensa declaradamente anticlerical.


Recife-PE, 16 de março de 2009
Pe. Edson Rodrigues
Pároco de Alagoinha-PE - Diocese de Pesqueira
Mons. Edvaldo Bezerra da Silva
Vigário Geral - Arquidiocese de Olinda e Recife
Pe. Moisés Ferreira de Lima
Reitor do Seminário Arquidiocesano
Dr. Márcio Miranda
Advogado da Arquidiocese de Olinda e Recife
(
http://www.arquidioceseolindarecife.org.br/notaoficial.htm)


* Para ler a íntegra click nas imagens que seguem:

27 de abril de 2009

Homenagem Internacional a Dom Cardoso, Arcebispo de Olinda e Recife

O auditório repleto em apoio a Dom José por sua contundente atitude contra o aborto


Paulo Roberto Campos
Para uma homenagem a Dom José Cardoso Sobrinho, aproximadamente 1500 pessoas (foto acima) lotaram o auditório do Colégio das Damas Cristãs — considerado um dos melhores de Recife, localizado na zona norte da cidade.

Transcrevo um trecho do e-mail que recebi do amigo Frederico Hosanan Sitônio de Freitas, residente naquela capital, a quem agradeço também pelas fotos que tirou do evento, algumas das quais são aqui reproduzidas.

“A sessão foi aberta com o Hino Nacional, e cantos religiosos foram intercalados entre os pronunciamentos dos oradores. O clima era de entusiasmo pela pessoa de Dom José (foto acima, no centro), por sua atitude firme contra o aborto”.


O evento, realizado no dia 16 de abril, foi promovido pela instituição católica norte-americana Human Life Internacional (HLI) — que atua em 86 países —, que desejou homenagear Dom Cardoso com o prestigioso prêmio Cardeal von Galen (Foto à esquerda. A respeito, vide quadro no final) por sua luta empreendida em defesa de nascituros ameaçados pelo aborto.

Como é de conhecimento público, o Arcebispo de Olinda e Recife batalhou firmemente em defesa da menina G.M.B.S, da cidade de Alagoinha (PE), para que ela não abortasse seus gêmeos, concebidos em decorrência de um estupro praticado pelo monstro que era seu padrasto. Se o duplo aborto fosse efetivado, alertou então Dom José Cardoso Sobrinho, os responsáveis pelo mesmo incorreriam automaticamente na pena de excomunhão, em conformidade com o disposto pelo Código de Direito Canônico.

Apesar da ameaça, a menina, grávida de cinco meses, foi obrigada a abortar a vida de seus dois bebês – vida embrionária, é claro, mas vida de seres humanos –, ficando assim caracterizado o crime de homicídio por parte dos responsáveis pelo aborto.


A mídia “excomunga” o Arcebispo

A mídia pró-aborto (nacional e internacional) moveu então uma cruzada sem cruz contra o Arcebispo, denegrindo-o e adulterando os fatos (por exemplo, espalhando que menina corria risco de morrer, o que ficou comprovado ser falso). Tentava assim, exasperadamente, jogar a opinião pública contra a posição da Igreja Católica — que defende a vida desde a concepção —, chegando a levar alguns eclesiásticos e leigos, que se dizem católicos, a “apedrejarem” a própria Igreja. Portanto assumindo uma escandalosa oposição ao ensinamento do magistério tradicional da Igreja.

Para melhor compreensão do caso, leia neste Blog o artigo:

“Estrondo publicitário” para denegrir a Igreja e favorecer a legalização do aborto no Brasil


A “Human Life Internacional” homenageia o Arcebispo

O diretor da HLI para países de língua portuguesa, Raymond de Souza (foto abaixo, na tribuna à direita), explicou o sentido do prêmio concedido ao Prelado:

“O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August von Galen (1878-1946), o qual foi bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista. Levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição aos judeus e a expulsão dos religiosos. Por causa de sua coragem, ficou conhecido como o ‘Leão de Münster’.

“O lema que ele escolheu, ao ser eleito bispo, foi: ‘Nem elogios nem ameaças’ [me distanciarão de Deus]. E verdadeiramente viveu conforme o seu lema. (foto ao lado)

“Dom José ousou enfrentar a mídia do mundo todo, não teve medo da impopularidade. [...] Ele se destacou pelo empenho com que lutou pelos dois gêmeos nascituros daquela pobre menina grávida de apenas 9 anos de idade, em face de tanto negativismo, tanto dentro como fora da Igreja.

Ele merece ter sua coragem reconhecida por ter defendido a vida. Foi uma atitude heróica. E ver um arcebispo de 75 anos não ter medo de ser impopular, é louvável. A mídia atacou Dom José no mundo inteiro e ele não foi atacado por uma coisa má que tenha feito, mas por uma coisa boa”.

E o chefe do bureau da HLI em Roma, Monsenhor Ignácio Barreiro-Carámbula, JD, STD (foto acima, 2º à direita de Dom José), elogiou o Arcebispo pelo “heróico cumprimento de sua missão episcopal. [...] Vossa Excelência teve a intenção de levar arrependimento aos que o fizeram o aborto e advertência aos demais católicos, para que não fossem incentivados a cometer esse tipo de crime”.

No mesmo evento, o advogado da Arquidiocese, Dr. Márcio Miranda, demonstrou que a menina não estava correndo risco de morrer e expôs como o caso havia sido manipulado.

No final, Dom Cardoso agradeceu a solidariedade de todos os presentes em sua luta contra o aborto — numa época em que milhões de nascituros são executados — afirmando que a polêmica que o envolveu: “está produzindo bons frutos, pois despertou a consciência dos católicos sobre a necessidade de colocar a lei de Deus acima de qualquer lei humana. Divulguei simplesmente o que diz a lei da Igreja. Não fui eu que a promulguei. É a lei da Igreja que diz: quem comete este delito, está automaticamente excomungado. Ofereço essa homenagem especialmente às duas criancinhas mártires e também à sua mãe”.


_______________



Cardeal von Galen
O “Leão de Münster”


Nascido em 16 de março de 1878 no castelo de Dinklage em Oldenburg (Alemanha), o Cardeal Clemens August, Conde von Galen (ao lado uma pintura), era filho de ilustre e numerosa família católica de origem nobre. Seus pais — o Conde Ferdinand Héribert von Galen e Elisabeth, nascida Condessa von Spee — basearam sua educação numa fé profunda e num grande espírito de família.

Ordenado sacerdote em 28 de maio de 1904 na Catedral de Münster. No dia 5 de setembro de 1933, o Papa Pio XI nomeou-o bispo da diocese de Münster. A 23 de dezembro de 1945, o Papa Pio XII elevou-o à dignidade de Cardeal.

Por ter combatido energicamente o “Partido Nacional-Socialista” (nazista) — devido à perseguição de tal partido contra a Igreja e à promoção da prática da eutanásia contra enfermos e idosos — foi apelidado de “Leão de Münster”.


Com tal combate, o Cardeal von Galen sabia que seria alvo da vingança do governo nazista. Entretanto ele não vacilou, mesmo correndo risco de ser assassinado, estava pronto para o martírio.

Hitler planejou enforcá-lo na praça pública de Münster. Mas Goebbels (ministro da Propaganda nazista) — percebendo que tal martírio uniria ainda mais os católicos alemães — aconselhou o “Führer” a deixar o “acerto de contas” para depois da “vitória final”. Entretanto, a “vitória final” não se deu... A Alemanha perdeu a guerra, o nazismo saiu derrotado.

Como um rochedo, o “Leão” permaneceu de pé entre seu clero e seus diocesanos. Faleceu (foto) em 22 de março de 1946, fazendo juz a seu lema, “Nec laudibus, nec timore”, como modelo do bom Pastor que luta em defesa de seu rebanho em tempos difíceis.

No dia 9 de outubro de 2005, ele foi beatificado (foto abaixo) pelo Papa Bento XVI, que na ocasião enalteceu a luta do novo bem-aventurado contra a eutanásia.

Na Basílica de São Pedro, no dia da Beatificação do Cardeal von Galen

27 de março de 2009

“Estrondo publicitário” para denegrir a Igreja e favorecer a legalização do aborto no Brasil


Paulo Roberto Campos

Um oceano de tinta já se gastou para tratar do caso da menina de 9 anos, estuprada por um monstro (o padrasto) em Alagoinha (PE), e que ficando grávida de gêmeos foi obrigada, contra a vontade dos pais (1), a abortar seus dois bebês. Portanto, não vou aqui relembrar tudo que se passou e pulo diretamente para o fim da história.

No final, quem realmente saiu castigado? Os inocentes! Condenados à pena de morte sem apelação, os dois bebês foram rapidamente executados por mãos inescrupulosas. Seus assassinos estão soltos. A justiça humana não condenou os homicidas, mas a Justiça Divina não falha NUNCA. Rezemos para que tais criminosos possam, no final desta vida, comparecer arrependidos ao Juízo de Deus do crime praticado — arrependidos do grave pecado contra o 5º Mandamento da Lei Deus que ordena “Não Matarás”.

Sobrou soberba e faltou competência
Neste caso, todo mundo quis pontificar, mesmo aqueles que não entendiam nada de nada. Incontáveis jornalistas saíram por aí “palpitando”, falando e escrevendo sobre o que ignoravam completamente. Muitos, como papagaios, repetiam o que liam ou ouviam dos meios de comunicação. Como tais meios falseavam os fatos, o alarido aumentava ainda mais, os boatos multiplicavam-se. Criticando a posição da Igreja, ministros e políticos não perderam a oportunidade de aparecer na tevê. Até o presidente da República teve a pretensão de querer “ensinar o Pai Nosso ao Arcebispo”... (D. José Cardoso Sobrinho), dizendo “a medicina está mais correta que a igreja” (sic!). Ele bem que poderia pensar um pouquinho antes de “dogmatizar”..., ou então ser coerente e não ficar se dizendo “católico” só para enganar os fiéis à Igreja Católica e obter seus votos. Um bom conselho deu-lhe o Arcebispo de Olinda e Recife, dizendo que Lula “deveria procurar assessoria teológica para falar com mais propriedade sobre religião...”.

Recado ao Presidente: Da próxima vez, Senhor Presidente, lembre-se: as leis humanas só são corretas se estiverem de acordo com a Lei Natural e as Leis Divinas. A não ser que o senhor seja adepto do princípio de que os fins justificam os meios... Se isso fosse verdade, realmente os inocentes gêmeos poderiam ser privados do direito à vida.

“Menti, menti, alguma coisa sempre ficará”
A mídia esquerdista — ou seja, abortista — quis aproveitar desse “affaire-Alagoinha” para tentar reverter a posição da imensa maioria dos brasileiros que são contrários ao aborto. Para alcançar tal objetivo, todas as tubas midiáticas puseram-se a criar sensacionalismos, desinformar, deturpar, esbravejar, caluniar, mentir. — “Menti, menti, alguma coisa sempre ficará”, dizia o ímpio Voltaire. Todas as armas foram utilizadas para fazer demagogia barata, ocultar os fatos como eles realmente se passaram. Ficou claro, sobretudo, que praticamente todos os órgãos da mídia obedeciam a uma única “palavra de ordem”: denegrir ao máximo a Igreja Católica. “Esmagai a infame (a Igreja)”, repetia constantemente o mesmo ímpio acima citado.

A Santa Igreja, que entrou no caso de Alagoinha apenas como Advogada dos gêmeos para salvar a vida dos inocentes, foi tachada de cruel, sanguinária e inquisitorial, que voltou toda sua cólera para fulminar os envolvidos no aborto dos dois nascituros. Nesse sentido, um bombardeio de reportagens, entrevistas, notícias e comentários foi desfechado no Brasil e no mundo inteiro. Negaram à Igreja até mesmo o tão propalado direito à “liberdade de expressão”. Todo mundo podia opinar como bem entendesse (ou não entendesse...), mas a Igreja NÃO! JAMAIS! Em nome da “liberdade de expressão”, todo mundo ainda está tendo direito de esbravejar contra a Igreja e seus ensinamentos morais, exceto aqueles que procuram defendê-la. Esses não têm direitos nem espaço na mídia e são tachados de fundamentalistas.

Infelizmente, até eclesiásticos (progressistas, é claro) contribuíram para denegrir a própria Mãe, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, emitindo pareceres incoerentes, “límpidos” como a lama... O que contribuiu para aumentar ainda mais a confusão no rebanho católico.

Foi uma gritaria universal para denegrir a moral católica e, ao mesmo tempo, uma gigantesca manobra, diabolicamente bem articulada, para levar parte da população — que até o presente considerava o aborto um crime hediondo — a não se opor à descriminalização da prática abortiva no Brasil.

Uma armação sinistramente montada
Neste caso da menina, acompanhei tudo passo a passo e esperei um pouco baixar a poeira do “estrondo publicitário”. Agora, tendo passado a comoção geral, somando e subtraindo, a conclusão que se pode chegar é que todo este affaire-Alagoinha foi uma tremenda armação. Uma conspiração de todas as forças pró-aborto (inclusive do exterior) que já contava com o show publicitário na grande mídia.(2)

Nunca vi algo semelhante! Todos os holofotes dos meios de comunicação focalizaram, no caso da menina, apenas o aspecto emocional, exagerando ao máximo a questão da pena de excomunhão, para comover a opinião pública e, assim, arrastar parte dela para a causa abortista.

Tal intenção e as etapas do processo ficaram evidenciadas: primeiramente levar os brasileiros a aceitar o aborto neste caso concreto (uma menina de 9 anos, estuprada, que, segundo os abortistas, corria risco de vida) (3); depois levá-los a aceitar o aborto em outros casos; finalmente, em qualquer circunstância, mesmo em casos de mulheres em perfeita saúde, adultas, não estupradas e que não correm qualquer risco de morrer. De maneira que o caso da pequena de Alagoinha foi o pretexto montado e explorado para formar um consenso pró-abortamento e, assim, obter a ampliação da lei do aborto, permitindo-o, mais tarde, em qualquer período da gravidez, até mesmo no 9º mês.

Trata-se de uma estratégia muito empregada em diversos países pelo lobby internacional pró-aborto (4) — com o qual o PT está comprometido e que conta com grupos de pressão e várias ONGs. Eis as etapas da ardil estratégia:
1º.) Enganar a população com casos sensacionais;
2º.) Criar um clima contrário aos movimentos pró-vida;
3º.) Enfraquecer o apoio que esses movimentos recebem na opinião pública;
4º.) Por etapas, ir levando as pessoas a achar normal (“um direito da mulher”) aquilo que antes era considerado um crime hediondo;
5º.) Aquilo que era julgado como um assassinato, passa a
ser tido como“uma mera interrupção da gravidez”;
6º.) Por fim, processivamente, chegar à legalização total e completa da prática abortiva.

Investida fanática e virulenta contra a Igreja Católica
Assim sendo, assistimos nesses dias não apenas a um casinho ocorrido numa pequena cidade do interior do Pernambuco, mas a uma fanática e virulenta perseguição à Igreja Católica e a todos aqueles que desejam levar uma vida coerente com sua doutrina e sua moral. O “espetáculo midiático” procurou inclusive dividir os católicos, jogando uns contra os outros — os que seguem os ensinamentos do Magistério da Igreja e os que o relativizam, ou mesmo pouco se importam com tais ensinamentos. Lamentavelmente, muitos incautos caíram nessa armadilha. Não sejamos bobos! Estejamos, pois, unidos, atentos e reativos em nossa luta para impedir a legalização do aborto no Brasil. O que seria uma maldição para nosso País!

________
Notas:
(1) Os pais da menina (Erivaldo Francisco dos Santos e Esmeralda Aparecida Bezerra), muito contrários ao aborto, foram pressionados por ativistas — comprometidos com ONGs feministas que defendem a causa abortista — a autorizar o aborto. Os pais, pessoas muito simples que não sabem ler nem escrever, foram procurados pela assistente social Karolina Rodrigues, ameaçando que a filha morreria se não abortasse rapidamente — o que não correspondia à verdade, como veremos. Mais tarde, a própria assistente social confessou que não tinha competência para explicar questões médicas relativas ao estado em que a menor encontrava-se. Naquele momento, nenhum médico apareceu para explicar... A mãe afirmou: “Pensava que o aborto não era correto, mesmo naquele caso, e que ninguém tinha o direito de tirar a vida de ninguém”. Entretanto, baldeada por grupos de pressão, acabou dando a autorização fatal.

(2) Durante todo o tempo desse “estrondo publicitário”, fui selecionando documentos, notícias e artigos, e pretendo, nos próximos dias, postar alguns em nosso blog. Creio que vale a pena, sobretudo, alguns documentos que justificam minhas afirmações, pois nossos leitores não os verão publicados na grande mídia... — devido à censura das conhecidas “patrulhas ideológicas”.

(3) O Dr. Antonio Figueira, diretor do IMIP (Instituto Materno-Infantil de Pernambuco), afirmou que a menina não corria risco iminente de vida e que, se os pais não quisessem realizar o aborto, ela poderia levar a gestação a termo se fossem oferecidos os cuidados necessários de que seu quadro necessitava.

(4) A respeito, a “Comissão de Cidadania e Reprodução” (CCR) não esconde que isso faz parte da agenda para o Brasil da própria “Fundação MacArthur” (poderosa organização que financia com de milhões de dólares várias ONGs que atuam na implantação do aborto no Brasil):
“Estes momentos críticos são usados pelo movimento feminista como uma oportunidade de promover o debate público e esclarecer argumentos a favor da descriminalização do aborto”.
http://www.pesquisasedocumentos.com.br/MacArthur.pdf


______________
PS: Atenção: Relembrando o convide já feito, não deixe de comparecer à concentração na Praça da Sé. Não esqueça de convidar também seus Familiares e Amigos. Será até uma boa ocasião para manifestarmos — além de nossa repulsa à legalização do aborto no Brasil — nossa inconformidade com o “Estrondo publicitário”, sobre o qual tratamos acima, bem como uma demonstração de que nossa fé não ficou vacilando com os recentes ataques proferidos contra a Igreja Católica.


Será no próximo sábado,
dia 28 de março,
às 10 horas da manhã!