|
Adoração dos Reis Magos
– Bartolo di Fredi (1330–1410).
Pinacoteca Nazionale, Siena. |
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 876, Dezembro/2023
Continuação do post: https://blogdafamiliacatolica.blogspot.com/2023/12/no-presepio-mais-elevada-nobreza-foi.html
— 1 —
A nobreza é um dom de Deus
Da alocução de Pio IX ao Patriciado e à Nobreza romana, em 17 de junho de 1871:
“Certo dia um Cardeal, Príncipe romano, apresentava um sobrinho seu a um dos meus predecessores, o qual naquela ocasião proferiu uma justa sentença: manterem-se os tronos principalmente por obra da nobreza e do clero. A nobreza é também, não se pode negar, um dom de Deus, e se bem que Nosso Senhor tenha querido nascer humilde num estábulo, também se lê d'Ele, no início de dois Evangelhos, uma longa genealogia, segundo a qual descende de Príncipes e Reis. Vós usais dignamente deste privilégio, mantendo sagrado o princípio da legitimidade. [...] “Continuai, pois, a usar bem esta prerrogativa e nobilíssimo será o uso que podereis fazer dela para com os que, pertencendo à vossa classe, não seguem os vossos princípios. Algumas palavras afetuosas de bons amigos podem muito sobre as suas almas, e ainda mais poderão as vossas orações. Tolerai com alma generosa os dissabores que possais encontrar. Deus vos abençoe, como o peço de todo o coração, por toda a vossa vida”.[1]
— 2 —
Nosso Senhor Jesus Cristo quis nascer nobre; Ele mesmo amou a aristocracia
Da alocução de Pio IX ao Patriciado e à Nobreza romana, em 29 de dezembro de 1872:
“O próprio Jesus Cristo amou a aristocracia. E, se não me engano, já uma vez vos manifestei esta ideia, de que também Ele quis nascer nobre, da estirpe de David. E o seu Evangelho nos dá a conhecer a sua árvore genealógica até José, até Maria, de qua natus est Jesus.
“Portanto a aristocracia, a nobreza é um dom de Deus. Por isso, conservai-o diligentemente, usai dele dignamente. Já o fazeis com as obras cristãs e de caridade, às quais continuamente vos dedicais com tanta edificação do próximo e com tanta vantagem para as vossas almas”.[2]
— 3 —
A nobreza de nascimento parece ser fato fortuito, mas resulta de benévolo desígnio do Céu
Da alocução de Leão XIII ao Patriciado e à Nobreza romana, em 21 de janeiro de 1897:
“Alegra-Nos a alma rever-vos após um ano, neste mesmo lugar, irmanados por consonância de pensamentos e de afetos que vos honram. A Nossa caridade não conhece, nem deve conhecer acepção de pessoas, mas não pode ser censurada se se compraz particularmente convosco, precisamente em razão do grau social que vos foi assinalado, aparentemente por circunstância fortuita, mas na verdade por decisão benigna do Céu. Como negar uma particular estima à distinção da estirpe, se o Divino Redentor manifestou tê-la em apreço? É verdade que na sua peregrinação terrena Ele adotou a pobreza, e não teve como companheira a riqueza. Mas, por outro lado, escolheu nascer de estirpe real.
“Rememoramo-vos estas coisas, diletos filhos, não para adular um orgulho insano, mas para estimular-vos a obras dignas da vossa categoria. Todo o indivíduo e toda a classe de indivíduos têm a sua função e o seu valor: do entrelaçamento ordenado de todos brota a harmonia do consórcio humano. Não obstante, é inegável que nas ordens privada e pública, a aristocracia do sangue é uma força especial, como o patrimônio e o talento. Tal aristocracia, se discrepasse das disposições da natureza, não teria sido, como foi em todos os tempos, uma das leis moderadoras do acontecer humano. Donde, argumentando com o passado, não é ilógico deduzir que, por mais que os tempos mudem, nunca deixará de ter eficácia um nome ilustre, para quem saiba portá-lo dignamente”.[3]
|
Santiago Delgado Carrera
(Escultor espanhol) |
4
Jesus Cristo quis nascer de raça real
Da alocução de Leão XIII ao Patriciado e à Nobreza romana, de 24 de janeiro de 1903:
“E Jesus Cristo, se quis passar a sua vida privada na obscuridade de uma habitação humilde e ser tido por filho de um artesão; se, na sua vida pública, se comprazia em viver no meio do povo, fazendo-lhe o bem de todas as maneiras, entretanto quis nascer de raça real, escolhendo por mãe a Maria, e por pai nutrício a José, ambos filhos eleitos da estirpe de David. Ontem, na festa dos seus esponsais, podíamos repetir com a Igreja as belas palavras: Regali ex progenie Maria exorta refulget [Maria manifesta-se-nos fulgurante, nascida de uma raça real]”.[4]
— 5 —
Nosso Senhor Jesus Cristo quis nascer pobre, mas quis também ter uma insigne relação com a aristocracia
Da alocução de Bento XV ao Patriciado e à Nobreza romana, em 5 de janeiro de 1917:
“Não há diante de Deus acepção de pessoas. Mas é indubitável, escreve São Bernardo, que a virtude nos nobres a torna mais aceite, porque neles ela resplandece mais.
Também Jesus Cristo foi nobre e nobres foram Maria e José, descendentes de estirpe real, embora a sua virtude eclipsasse o esplendor disso, no pobre nascimento que a Igreja comemorou dias atrás. Cristo, pois, que quis ter tão insigne relação com a aristocracia terrena, acolha na onipotente humildade do seu berço os votos calorosos que vos apresentamos: assim como no Presépio a mais alta nobreza foi sócia da mais gloriosa virtude, assim seja com os Nossos diletos filhos, os Patrícios e os Nobres de Roma. E que a virtude deles traga a regeneração cristã da sociedade, e com ela as graças que lhe são inseparáveis: o bem-estar das famílias de todos e de cada um e a suspirada paz do mundo”.[5]
— 6 —
Maria, José e, pois, Jesus nasceram de estirpe real
De um sermão de São Bernardino de Siena (1380-1444) sobre São José:
|
Santiago Delgado Carrera (Escultor espanhol) |
“Em primeiro lugar, consideremos a nobreza da esposa, isto é, da Santíssima Virgem. A Bem-aventurada Virgem foi mais nobre do que todas as criaturas que tenham existido na natureza humana, que possam ou tenham podido ser geradas. Pois São Mateus (cap. 1), colocando três vezes catorze gerações, desde Abraão até Jesus Cristo inclusive, mostra que Ela é descendente de catorze Patriarcas, de catorze Reis e de catorze Príncipes. [...]
“São Lucas, escrevendo também no cap. 3 a nobreza d’Ela, a partir de Adão e Eva, prossegue na sua genealogia até Cristo Deus. [...]
“Em segundo lugar, consideremos a nobreza do esposo, isto é, de São José. Nasceu ele de raça patriarcal, régia e principesca, em linha reta, como já foi dito. Pois São Mateus (cap. 1) leva em linha reta todos esses pais desde Abraão até ao esposo da Virgem, demonstrando claramente que nele desfechou toda a dignidade patriarcal, régia e principesca. [...]
“Em terceiro lugar, examinemos a nobreza de Cristo. Ele foi, portanto, como decorre do que ficou dito, Patriarca, Rei e Príncipe, por parte de mãe e de pai. [...]
“Os referidos Evangelistas descreveram a nobreza da Virgem e de José para manifestar a nobreza de Cristo. José foi portanto de tanta nobreza que, de certo modo, se é permitido exprimir-se assim, deu a nobreza temporal a Deus em Nosso Senhor Jesus Cristo”.[6]
— 7 —
Deus Filho quis nascer de estirpe real para reunir na sua Pessoa todos os gêneros de grandeza
Dos escritos sobre São José, de São Pedro Julião Eymard (1811-1868):
“Quando Deus Pai resolveu dar o seu Filho ao mundo, quis fazê-lo com honra, pois Ele é digno de toda a honra e de todo o louvor.
“Preparoul-lhe, pois, uma corte e um serviço régio dignos d´Ele: Deus queria que, mesmo na Terra, o seu Filho encontrasse uma recepção digna e gloriosa, senão aos olhos do mundo, ao menos aos seus próprios olhos.
“Esse mistério de graça da Encarnação do Verbo, não foi realizado por Deus de improviso e aqueles que haviam sido escolhidos para tomar parte nele, foram preparados por Ele muito tempo antes. A corte do Filho de Deus feito Homem compõe-se de Maria e de José; o próprio Deus não poderia ter encontrado para seu Filho servos mais dignos de estarem junto d´Ele. Consideremos particularmente São José.
“Encarregado da educação do Príncipe real do Céu e da Terra, incumbido de dirigi-lo e de servi-lo, era necessário que os seus serviços fizessem honra ao seu divino pupilo: não ficava bem a um Deus, ter que se envergonhar do seu pai. Portanto, devendo ser Rei, da estirpe de David, faz nascer São José desse mesmo tronco real: quer que ele seja nobre, até mesmo da nobreza terrena. Nas veias de São José corre, pois, o sangue de David, de Salomão, e de todos os nobres reis de Judá e se a sua dinastia tivesse continuado a reinar, ele [São José] seria o herdeiro do trono e haveria de ocupá-lo por sua vez.
“Não vos detenhais a considerar a sua pobreza atual: a injustiça expulsou a sua família do trono a que tinha direito, mas, nem por isso ele deixa de ser Rei, filho desses Reis de Judá, os maiores, os mais nobres, os mais ricos do universo. Também nos registros do recenseamento em Belém São José será inscrito e reconhecido pelo Governador romano, como o herdeiro de David: esse é o seu pergaminho real, facilmente reconhecível e leva a sua régia assinatura.
“Mas, que importa a nobreza de José? — direis talvez. Jesus só veio para se humilhar. Respondo que o Filho de Deus, o qual se quis humilhar por algum tempo, também quis reunir na sua Pessoa todos os gêneros de grandeza: Ele também é Rei por direito de herança, pois é de sangue real. Jesus é nobre, e quando escolher os seus Apóstolos entre os plebeus, Ele os enobrecerá: esse direito pertence-Lhe, já que é filho de Abraão e herdeiro do trono de David. Ele ama esta honra de família; a Igreja não entende a nobreza em termos de democracia: respeitemos, portanto, tudo o que Ela respeita. A nobreza é de Deus.
“Mas então, é preciso ser nobre para servir a Nosso Senhor? Se o sois, dar-Lhe-eis uma glória a mais; porém, não é necessário, e Ele contenta-se com a boa vontade e a nobreza do coração. Contudo, os anais da Igreja demonstram que um grande número de Santos, e dos mais ilustres, ostentavam um brasão, possuíam um nome, uma família distinta: alguns até eram de sangue real.
“Nosso Senhor compraz-se em receber a homenagem de tudo quanto é honorífico. São José recebeu no Templo esmerada educação e Deus preparou-o assim para ser o nobre servidor do seu Filho, o cavalheiro do mais nobre Príncipe, o protetor da mais augusta Rainha do Universo”.[7]
— 8 —
A nobreza de sangue é poderoso estímulo para a prática da virtude
Do magnífico texto da homilia de São Carlos Borromeu (1538-1584), Arcebispo de Milão, na festa da Natividade de Nossa Senhora, em 8 de setembro de 1584:
|
Santiago Delgado Carrera (Escultor espanhol) |
“O início do Santo Evangelho escrito por São Mateus, que deste lugar vos foi há pouco proclamado pela Santa Madre Igreja, nos induz antes de tudo a examinar atentamente a nobreza, a insigne linhagem e a magnificência desta Virgem Santíssima. Se, pois, se deve considerar nobre aquele que tira a sua origem do mérito de antepassados ilustres, quão grande é a nobreza de Maria, que teve princípio de geração em Reis, Patriarcas, Profetas e Sacerdotes da tribo de Judá, da raça de Abraão, da estirpe régia de David?
“Ainda que não ignoremos sermos nós de verdadeira nobreza — a cristã — a qual nos conferiu a todos o Unigênito do Pai, quando a todos aqueles que ‘O receberam lhes deu o poder para se tornarem filhos de Deus’ (Jo 1, 12), e que a todos os fiéis cristãos é comum essa dignidade e nobreza, não obstante de nenhum modo pensamos que deve ser desprezada ou rejeitada a nobreza segundo a carne. Pelo contrário, quem não reconhecesse esta mesma nobreza igualmente como dom e favor singular de Deus, e não desse também por ela graças especiais a Deus, que é o dispensador de todos os bens, este seria na verdade absolutamente indigno da denominação de nobre, posto que, por deformidade de um espírito ingrato, que mais vergonhoso não pode ser, obscureceria o brilho dos seus maiores. Pois a nobreza da carne muito contribui também para o verdadeiro reluzimento da alma e proporciona-lhe não pequenos benefícios.
“Antes de tudo, o esplendor do sangue, a virtude dos antepassados e os feitos famosos predispõem de modo maravilhoso o varão nobre a marchar sobre as pegadas daqueles de quem ele descende. E é fora de dúvida também que a sua própria natureza é mais inclinada ao bem e à virtude: seja porque isto lhe toque pela conformidade do seu sangue com o dos seus progenitores e, em consequência, pela transmissão do espírito deles; seja pela perene memória que retém das suas virtudes, as quais considera como mais caras — o que ele sabe avaliar — por terem brilhado nos seus consanguíneos; seja, por fim, pela reta educação e formação que recebeu de varões ilustres. É certamente reconhecido como verdadeiro que a nobreza, a magnificência, a dignidade, a virtude e a autoridade dos pais induzem muito os filhos a manterem o zelo por essas mesmas coisas. De onde se segue que os nobres, por um como que instinto da natureza, são desejosos da honra, cultivam a magnanimidade, desprezam as vantagens de baixo preço, aborrecem enfim tudo aquilo que reputam indigno da sua nobreza.
“Em segundo lugar, a nobreza é igualmente um estímulo a aferrar-se às virtudes. Difere este do primeiro benefício que referimos pelo fato de que aquele predispõe o nobre a abraçar mais facilmente as obras retas; este segundo, porém, acrescenta ainda, àquilo que se tornou fácil, estímulos veementes; e, como um freio, coíbe os vícios e as ações que desconvêm ao nobre, e faz com que, se alguma vez o nobre cair em alguma falta, logo se tomará de um pudor extraordinário e cuidará, com todas as suas forças, de se purificar dessa mancha.
“Por fim, o último benefício a considerar na nobreza é que, assim como uma pedra preciosa refulge mais quando engastada em ouro do que em ferro, assim as mesmas virtudes são mais esplendorosas no nobre do que no plebeu; e à virtude junta-se a nobreza, como o maior ornamento dela.
“Não apenas é verdade que se deve atribuir valor à nobreza e ao lustre dos antepassados, como além disso sustentamos muito firmemente estas duas teses, a saber: a primeira é que, tal como no nobre é muito mais esplêndida a virtude, também nele o vício é de longe muito mais vergonhoso. Assim como mais facilmente se nota a sujidade num lugar claro e batido pelos raios do sol do que num canto obscuro, e as manchas numa veste de ouro do que numa veste comum e andrajosa, ou, por fim, marcas e cicatrizes no rosto do que em outra parte oculta do corpo, assim também os vícios são mais notáveis e chamam muito mais a atenção, e mais vergonhosamente desfiguram o espírito dos culpados, nos nobres do que nos homens de condição vulgar. Que há, na verdade, de mais indigno do que o adolescente nascido de pais ilustres e de fino trato, que se vê corrompido e entregue às tabernas, jogos, bebidas e comedorias desregradas?
“A segunda tese é que, ainda quando alguém seja nobilíssimo, se à nobreza dos seus maiores não acrescenta as próprias virtudes, imediatamente se torna obscuro. Pois, com a descontinuidade da virtude, cessa nele a nobreza, uma vez que, se permanecem nele os vestígios do lustre dos seus antepassados, são certamente inúteis; pois nem sequer atingem o seu fim, a saber: que o tornem mais inclinado aos grandes feitos, que sejam para ele estímulos à virtude, e freio que o coíba de pecar. E toda a nobreza serve, para ele, de sumo opróbrio, ou não acrescenta à sua honra o mínimo grau. E isto é o que exprobava Nosso Senhor Jesus Cristo aos fariseus que se jactavam de ser filhos de Abraão, dizendo-lhes: ‘Se sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão’ (Jo 8, 39). Pois alguém só pode vangloriar-se de ser filho, ou neto, e partícipe da nobreza daquele cuja vida e virtudes imita. E, por isso, o Senhor dizia aos mesmos: ‘Vós tendes por pai o Diabo’ (Jo 8, 44); e eram chamados, além disso, pelo santíssimo Precursor de Cristo, ‘raça de víboras’ (Lc 3, 7).
“Quem é na verdade tão ignorante e inadvertido que ainda encontre base para duvidar da suma nobreza da Santíssima Virgem Maria? Quem não sabe que Ela não apenas igualou as virtudes dos progenitores, mas muitíssimo de longe os excedeu, a tal ponto que se pode e deve chamá-La, com razão, nobilíssima, pois que o esplendor de tão ilustres Patriarcas, Reis, Profetas e Sacerdotes, cujas séries o Evangelho de hoje descreve, tomou n’Ela o máximo desenvolvimento?
“Perguntará sem dúvida alguém por que razão, de tudo quanto foi até aqui exposto, se pode deduzir a nobreza dos antepassados de Maria, uma vez que é descrita a origem de José, que foi esposo de Maria. Porém, quem mais diligentemente tiver estudado as Sagradas Escrituras resolverá facilmente esta dúvida. Porquanto na Lei Divina era estabelecido que a virgem não tomasse varão fora da própria tribo, principalmente em vista da linha de sucessão hereditária (cfr. Num. 36, 6 ss.); e por isso fica claríssimo terem sido José e Maria da mesma tribo e família, e desta descrição da geração humana do Filho de Deus, torna-se patente ser uma e a mesma a nobreza de uma e de outro”.
E o Santo passa a encarar outro aspecto do grande tema sobre o qual discorre. Diz ele:
“Em terceiro lugar, por fim, ó dilectíssimas filhas — pois isto vos concerne — é descrita a progênie de José e não a de Maria para que aprendais a não vos ensoberbecer, nem dizer de modo insultante aos vossos maridos: ‘Eu introduzi a nobreza na tua casa; eu trouxe-te o brilho das honras; a mim deves referir, ó varão, o que recebestes de dignidade’. Sabei, na verdade, e isto insculpi constantemente nos vossos espíritos, que o decoro e a nobreza da família da esposa, não é devida a outra família senão à do esposo; e são detestáveis aquelas esposas que ousam preferir-se de algum modo aos seus maridos, ou — o que é pior — se envergonham das famílias dos seus maridos; calam o apelido gentílico deles, e mencionam apenas a sua própria origem. Há aqui realmente um diabólico espírito de soberba. Qual é pois a família de Maria? A de José. Qual é a tribo, qual a casa, qual a nobreza de Maria? A do seu esposo José”.[8]
____________
Notas:
*Plinio Corrêa de Oliveira, Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, Livraria Civilização Editora, Porto, 1993, Parte III, Documentos IV, p. Xx-yy. 287-290.
1. Discorsi del Sommo Pontefice Pio IX, Tipografia di G. Aurelj, Roma, 1872, vol. I, p. 127.
2. Discorsi del Sommo Pontefice Pio IX, Tipografia di G. Aurelj, Roma, 1872, vol. II, p. 148.
3. Leonis XIII Pontificis Maximii Acta, vol. XVII, Ex Typographia Vaticana, Romae, 1898, pp. 357-358.
4. Leonis XIII Pontificis Maximi Acta, Ex Typographia Vaticana, Romae, 1903, vol. XXII, p. 368.
5. “L´Osservatore Romano”, 6-1-1917.
6. Sancti Bernardini Senensis Sermones Eximii, vol. IV, in Aedibus Andreae Poletti, Venetiis, 1745, p. 232.
7. Mois de Saint Joseph, le premier et le plus parfait des adorateurs – Extrait des écrits du P. Eymard, Desclée de Brouwer, Paris, 7ª ed., pp. 59-62.
8. Sancti Caroli Borromei Homiliae CXXII, Ignatii Adami et Francisci Antonii Veith Bibliopolarum, Augustae Vindelicorum, editio novissima, versio latina, s.d., Homilia CXXII, cols. 1211-1214.