20 de maio de 2016

Em Roma, importante manifestação contra o aborto


*      Samuele Maniscalco

Roma – Proclamando em alta voz NÃO ao aborto, realizou-se na manhã de domingo, 8 de maio, em Roma, a sexta edição da Marcha Nacional pela Vida e defesa dos princípios não negociáveis. Abriram o cortejo S. Emcia. Cardeal Raymond Leo Burke, Patrono da Soberana Ordem Militar de Malta, S. Exa. Mons. Luigi Negri, Arcebispo de Ferrara (primeiro bispo italiano a participar deste evento), e S. Exa. Mons. Athanasius Schneider, Bispo-auxiliar de Astana, Cazaquistão. [foto abaixo]

No coração da Cristandade, milhares de pessoas com centenas de faixas e bandeiras das respectivas associações ocuparam as ruas para fazerem ouvir sua voz. Estavam também presentes numerosos sacerdotes e seminaristas, a maioria deles de batina, como também numerosas religiosas de várias congregações.

Iniciada na Praça Bocca della Verità, a 300 metros do Circo Máximo — em cuja arena inúmeros mártires preferiram enfrentar as feras a repudiar a Fé Cristã —, a manifestação terminou na Praça de São Pedro, onde o Papa Francisco, após a oração do Regina Coeli, dirigiu, de passagem, brevíssima saudação aos milhares de participantes presentes.

Virginia Coda Nunziante [], porta-voz nacional para a Marcha pela Vida, relembrou em seu discurso de abertura a cifra do massacre causado pela legalização do aborto na Itália.
foto ao lado
"Nestes 38 anos, em hospitais italianos foram mortas mais de 5 milhões e 700 mil crianças. Hoje falamos em cerca de 100 mil abortos por ano, uma criança morta a cada 5 minutos e meio. Mas ninguém quer contabilizar estes números [...] Um assassinato repetido cinco milhões de vezes não se torna um direito, porque os direitos não surgem da dependência ao mal: torna-se um genocídio. Como podemos permanecer em silêncio diante de tal genocídio?”
Ostentando suas características capas vermelhas e estandartes auri-rubros com o leão rompante, cerca de 40 sócios e cooperadores de TFPs da Europa e dos Estados Unidos participaram da marcha, a qual contou também com a presença de um jovem da TFP escocesa vestindo o tradicional kilt, que executava músicas tradicionais em sua gaita de fole. Muitos transeuntes se fizeram fotografar ao lado dele. Estiveram ainda presentes à marcha, apoiada este ano por 114 associações estrangeiras de 29 países, delegados de várias associações coirmãs de TFPs, que fazem parte da vasta família de almas inspirada por Plinio Corrêa de Oliveira.

À vista do quadro dantesco do aborto, reveste-se de grande mérito a iniciativa da instituição Ordo Iuris, da Polônia, iniciativa da TFP daquele país, que elaborou o texto de um projeto — logo assumido pelo partido da maioria Direito e Justiça — visando abolir toda e qualquer forma de aborto em território polonês.

Entre as autoridades eclesiásticas que expressaram seu total apoio à iniciativa, cumpre citar o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; o Cardeal George Pell, Prefeito da Secretaria de Assuntos Econômicos da Santa Sé; o Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e o Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados.

Nos dias anteriores à Marcha, em dois congressos separados, importantes personalidades do mundo eclesiástico e civil fizeram ouvir a sua voz.

No Hotel Columbus, na Via della Conciliazione, durante o simpósio internacional Rome Life Forum patrocinado pela associação inglesa Voice of the Family, destacados oradores de todo o mundo tornaram possível entender e interpretar temas de maior atualidade eclesial.

Limitamo-nos apenas a mencionar a intervenção de S.E. Dom Athanasius Schneider, que realçou como a revolta contra a Lei divina e a Lei natural, que atingiu hoje dimensões apocalípticas, é o resultado de um relativismo contra o qual já advertiram o Concílio Vaticano I (1869-1870), São Pio X e Pio XII. O restabelecimento da prática da Lei natural e moral é a condição para a restauração da civilização cristã.

No simpósio “Pela vida sem compromisso”, promovido este ano por Human Life International e a associação italiana Comitê Verdade e Vida no auditório da Libera Università Maria Santissima Assunta (LUMSA) em Roma, S. Exa. Dom Luigi Negri, no seu discurso de encerramento, definiu a situação atual como um "confronto radical e, de alguma forma definitiva, entre a concepção secularista da vida e a cristã". 

O próximo evento para a Itália, sempre em Roma, já foi definido: 13 maio 2017, com a sétima edição da Marcha pela Vida. Uma data não acidental, pois coincidirá com o centenário das aparições de Fátima.

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14 de maio de 2016

PASMEM! UMA CIDADE NA QUAL NÃO HÁ DIVÓRCIOS


Plinio Maria Solimeo
Nestes tempos tão decadentes em que vivemos, nos quais todo sentimento religioso e moral praticamente desapareceu, uma das instituições mais atingidas pela crise é a família, reduzida infelizmente a frangalhos. O número de divórcios é avassalador — calcula-se que quase 50% dos casamentos se desfazem —, sem falar das uniões ilícitas, que se tornaram hoje um hábito corriqueiro e aparentemente sem consequências.

Por isso é salutar saber que — pasmem os leitores! —, apesar da malícia dos tempos, há uma cidade no mundo que não se entregou à depravação universal, e na qual os vínculos da família são tão fortes, que nela não há registros de divórcios.

Essa cidade privilegiada é Siroki-Brijeg [foto acima]. Situada na Bósnia, país da Península Balcânica que fez parte da antiga Iugoslávia no período comunista, seus aproximados 26 mil habitantes, de origem croata, sempre foram aguerridos na defesa de sua fé católica, mesmo diante das piores adversidades. Foi o ocorreu, por exemplo, durante a invasão muçulmana e, depois, quando o país caiu sob as botas do ateu regime comunista, período em que sua fé foi provada de todos os modos.


Placa em homenagem aos Franciscanos 
assassinados por ódio ao Catolicismo
Esses católicos de escol tiveram seus mártires quando, em 7 de fevereiro de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, Siroki Brijeg foi palco do selvagem martírio de 66 frades franciscanos, mortos pelos sem-Deus por ódio à fé católica [foto ao lado].

A confiar em notícias de diversos sites católicos fidedignos, “Siroki-Brijeg é notável [...] porque jamais houve — na memória coletiva de todos — um só divórcio entre os católicos croatas da cidade”(*).

Qual a explicação para fato tão notável? 


Igreja de Na. Sra. da Assunçãosímbolo
de Siroki-Brijeg
Primeiro porque, seguindo sua profunda tradição croata, essa cidade com quase 100% de católicos vive com muita seriedade sua fé. Por isso seus habitantes consideram como ponto de honra a defesa da indissolubilidade conjugal e da família monogâmica formada pela união de um homem e uma mulher – como consta na Constituição do país – com as bênçãos da Santa Madre Igreja.

Entretanto, o que dá a profunda base religiosa a essa atitude é o fato de o matrimônio ser visto como uma cruz indissoluvelmente unida à cruz de Cristo. Isso leva os cônjuges a encarar sua união sem romantismo, sem uma visão cinematográfica da vida, sem falsas expectativas, enfim, sem ilusões. Realistas, eles sabem que neste Vale de Lágrimas todos têm defeitos, e que não há bom entendimento mútuo sem o também mútuo exercício da paciência. 

É essa visão católica do matrimônio que evita a incidência de divórcios e separações. Nela os cônjuges encontram força para, na prece em comum diante do Crucifixo que tinham em mãos na cerimônia religiosa do casamento, ser fiéis aos votos de fidelidade ali feitos.

Nessa cerimônia o sacerdote benze o Crucifixo apresentado pelos noivos, põe sobre ele a mão direita da noiva e a mão do noivo sobre a da noiva, as cobre com a estola e lhes diz que encontraram o “sócio” ideal com o qual devem compartilhar suas vidas: “Vós encontrastes vossa cruz! Trata-se de uma cruz que é preciso amar, e levar convosco em todos os dias de vossas vidas. Sabei apreciá-la” diz-lhes o ministro de Deus. 

Osculando a cruz, os cônjuges depois a entronizam em lugar de honra em suas casas, pois creem profundamente que a família deve nascer da cruz. 


Recém-casados frente à Igreja da Assunção
símbolo de Siroki-Brijeg
Quando surgem as provações, as incompreensões, as desavenças, as dificuldades, tão comuns e a que todos estão sujeitos neste mundo, ambos vão se ajoelhar diante do Crucifixo. E com uma fé que não permite enganos, pedem forças para suportá-las, pois o jugo de Nosso Senhor “é suave, e seu fardo leve”. Essa atitude é coerente com a crença de que, uma vez que eles fundamentaram seu matrimônio na cruz, esta lhes dará forças para superar as provações cotidianas.

Ficam desse modo sabendo que, se um deles abandona o outro, estará abandonando a Cristo. Pois a experiência lhes ensina que a fonte da perseverança pela qual ganharão a vida eterna só pode vir da Cruz de Cristo, e não de outros fatores ou ajudas externas, quaisquer que sejam.

Vindo os filhos, a forte tradição familiar lhes é inculcada, aprendendo eles desde pequenos a ver com veneração o Crucifixo da família, e a dirigir ao Crucificado suas primeiras orações.

Desse modo, esses católicos aprendem a praticar desde a mais tenra idade aquilo que cantava o nosso imortal Camões: “Tu, que descanso buscas com cuidado, neste mar do mundo tempestuoso, não esperes de achar nenhum repouso, senão em Cristo Jesus Crucificado". E adquirem com isso coerência para enfrentar depois as vicissitudes da vida com espírito sobrenatural. 
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(*) http://www.ncregister.com/site/article/surefire-start-to-marital-happiness/ 
Outras Fontes consultadas
http://adelantelafe.com/descubra-pueblo-donde-no-solo-divorcio/ https://catholicismpure.wordpress.com/2012/09/24/marriage-crucifix/
http://www.uccronline.it/2016/03/11/il-paesino-di-siroki-brijeg-dovrebbe-essere-il-centro-del-mondo/

8 de maio de 2016

Zika vírus: jogo para a legalização do aborto?


Nelson Ramos Barretto 

No dia 28 de abril último o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu no Club Homs, situado na Avenida Paulista, a conferência “O zika vírus na berlinda”, a cargo da Dra. Elizabeth Kippman, ginecologista obstetra, e do jurista Dr. Paulo Leão, os quais demonstraram que a infecção causada pelo zika não tem relação provada com o surto da microcefalia no Brasil.

Antes da conferência muitos pareciam céticos quanto à afirmação de que o mosquito aedes aegypti e o zika não fossem de fato os vilões da microcefalia. Com tanta publicidade na mídia, imaginava-se que tudo estivesse comprovado. Inclusive, muitas grávidas já estavam viajando ao exterior para dar à luz com mais segurança. Falava-se até em ampliar as causas não penalizadas de aborto! 


O presidente do Instituto, Dr. Adolpho Lindenberg [foto], abriu a sessão saudando os palestrantes e os presentes, e manifestando sua alegria pelo fato de um determinado grupo de pessoas constituir um público constante nos eventos realizados no Club Homs. 

À medida que a primeira conferencista, a Dra. Elizabeth Kippman [foto abaixo], desenvolvia com segurança e conhecimento o tema, expondo gráficos e mapas, o ceticismo ia sendo substituído por uma indignação diante da manipulação do noticiário e dos corifeus abortistas. 


Numa exposição muita didática, a Dra. Elizabeth explicou primeiramente as várias causas da microcefalia, mostrando que não há prova de que ela seja provocada pelo zika vírus; e depois as doenças transmitidas pelo aedes aegypti, como a dengue, a chikungunya e o zika. Assim, no mapa do Brasil com incidência de zika, o Mato Grosso aparece em primeiro lugar e o Nordeste em último. Pelo contrário, no mapa com ocorrência da microcefalia, o Nordeste está disparado na frente, especialmente Pernambuco, enquanto Mato Grosso nem sequer aparece... 

Então, qual seria a causa da ocorrência de microcefalia em Pernambuco? 


A provável resposta veio com a eloquente exposição do Dr. Paulo Leão [foto]. Ele levantou a questão da tríplice vacina utilizada para sarampo, coqueluche e rubéola, a qual não poderia ter sido aplicada em gestantes, ou, pelo menos, três meses antes da gestação. Tal restrição consta dos avisos do laboratório fabricante da vacina. Parece que não houve essa cautela na campanha de vacinação. 

O Dr. Paulo citou a opinião abalizada do Dr. Plinio Bezerra dos Santos Filho, com PhD nos Estados Unidos, que realizou estudos e assinou denúncia junto ao Ministério Público. Uma denúncia de crime praticado contra a população brasileira por uma sequência de erros e procedimentos grosseiros do Ministério da Saúde, do SUS, de seus institutos associados e autoridades constituídas, que provocaram e continuam provocando a atual crise de microcefalia em todo o Brasil. Uma análise mais detalhada e específica de dados e fatos referentes ao estado de Pernambuco acompanha a denúncia, segundo a qual a crise de microcefalia que surgiu nessa unidade da Federação, com um pico máximo de casos em novembro de 2015, não se deve ao vírus zika e nem é uma epidemia. Ademais, existem quatro fatos-causa principais que explicam claramente os dados, números de casos e períodos das notificações.

Outro fato curioso: embora os Estados Unidos fossem há alguns anos o país com o maior índice de microcefalia, lá entretanto não havia surto de aedes aegypti, nem tampouco de zika. Este vírus mais recentemente foi objeto, no Suriname, de um estudo por uma equipe internacional, a qual constatou que não obstante a zika vírus ter tomado uma proporção endêmica nesse país, não houve incidência de microcefalia.

Entretanto, os corifeus do aborto e a mídia internacional insistem em relacionar o aedes aegypti com o zika e a microcefalia. De onde a pergunta que teima em não se calar: A quem aproveita o delito? 

Ante a onda criada, aparece a tropa de choque dos cientistas que começam a defender o aborto dos bebês com microcefalia. E que dão como certo que a causa é o zika e o aedes aegypti.

Em seguida, a busca desenfreada de um caso, pelo menos, que prove que a mãe contraiu o zika vírus e o nascituro está com microcefalia. Se encontrarem esse caso, terão a prova de que a causa da microcefalia foi o zika, e que, portanto, é necessário abortar todas as crianças em fase de gestação em que a mãe esteja com esse vírus. 

Alguém dirá que esta argumentação é muito rocambolesca e que não se pode levá-la a sério. Mas os fatos estão aí para provar que é a justificativa dos abortistas para legitimar o aborto de microcéfalos — assim como ocorreu anteriormente no caso de bebês portadores de anencefalia.

Assim, os corifeus pró-aborto pensam e manipulam a doença para difundir o infanticídio pré-natal. Nesse sentido, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chegou a declarar no dia 26 de abril p.p. que o zika era uma “oportunidade” para o que ele chama “igualar os direitos” (sic).



Na segunda parte do evento o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança [foto abaixo] discorreu sobre as manifestações pelo impeachment da presidente petista.


Ele começou mostrando como o noticiário apresenta praticamente só a rejeição à corrupção do PT, e não o aspecto ideológico da reação ao comunismo e ao socialismo. E lembrou que, ao assumir o poder, o PT — cujos dirigentes foram em grande parte formados pela esquerda católica, ou seja, pela Igreja da Teologia da Libertação — declarou, pela boca de José Dirceu, que seu projeto de poder era de 30 anos.

Dom Bertrand mostrou ainda como a corrupção foi disseminada e utilizada pelo governo petista para a manutenção do poder e a difusão da revolução socialista na América Latina e África; como ele desperdiçou a bonança econômica com o populismo e a corrupção; e como contribuiu para a destruição da família e da juventude através da Ideologia de Gênero.

Prosseguindo, o príncipe relatou como o PT promoveu a corrosão da propriedade pelo incentivo às invasões do MST e do MTST, bem como pela demarcação de territórios para falsos indígenas e quilombolas. E ainda favoreceu a criminalidade com o desarmamento dos homens honestos.

Afirmou que à medida que o PT foi maquinando para implantar o socialismo, as reações foram crescendo e criando uma distância entre o Brasil cristão, latente, e o Brasil governista patente. Lembrou o ensinamento de Pio XI de que “socialismo e catolicismo são termos contraditórios” e comentou que nas manifestações de rua havia um clima ordeiro e de bom humor com o “Tchau querida”, o qual só fez crescer com a aprovação inicial do impeachment pela Câmara, cujo anúncio causou uma sensação de alívio e de exorcismo de um demônio que pesava sobre a Nação. 

Ao finalizar, Dom Bertrand disse que o nosso futuro deve estar na trilha bendita da civilização cristã segundo o lema “Instaurare omnia in Christo” de São Pio X — para quem a civilização não está para ser inventada, devendo apenas ser restaurada em Cristo. E lembrou as palavras de Plinio Corrêa de Oliveira no discurso do Congresso Eucarístico de 1942, diante de cerca de um milhão de pessoas reunidas no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo: “É mais fácil arrancar o Cruzeiro do Sul do céu, do que a Fé e a soberania de nosso povo!”.
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