Samuele Maniscalco
No coração da Cristandade, milhares de pessoas com centenas de faixas e bandeiras das respectivas associações ocuparam as ruas para fazerem ouvir sua voz. Estavam também presentes numerosos sacerdotes e seminaristas, a maioria deles de batina, como também numerosas religiosas de várias congregações.
Iniciada na Praça Bocca della Verità, a 300 metros do Circo Máximo — em cuja arena inúmeros mártires preferiram enfrentar as feras a repudiar a Fé Cristã —, a manifestação terminou na Praça de São Pedro, onde o Papa Francisco, após a oração do Regina Coeli, dirigiu, de passagem, brevíssima saudação aos milhares de participantes presentes.
Virginia Coda Nunziante [], porta-voz nacional para a Marcha pela Vida, relembrou em seu discurso de abertura a cifra do massacre causado pela legalização do aborto na Itália.
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"Nestes 38 anos, em hospitais italianos foram mortas mais de 5 milhões e 700 mil crianças. Hoje falamos em cerca de 100 mil abortos por ano, uma criança morta a cada 5 minutos e meio. Mas ninguém quer contabilizar estes números [...] Um assassinato repetido cinco milhões de vezes não se torna um direito, porque os direitos não surgem da dependência ao mal: torna-se um genocídio. Como podemos permanecer em silêncio diante de tal genocídio?”Ostentando suas características capas vermelhas e estandartes auri-rubros com o leão rompante, cerca de 40 sócios e cooperadores de TFPs da Europa e dos Estados Unidos participaram da marcha, a qual contou também com a presença de um jovem da TFP escocesa vestindo o tradicional kilt, que executava músicas tradicionais em sua gaita de fole. Muitos transeuntes se fizeram fotografar ao lado dele. Estiveram ainda presentes à marcha, apoiada este ano por 114 associações estrangeiras de 29 países, delegados de várias associações coirmãs de TFPs, que fazem parte da vasta família de almas inspirada por Plinio Corrêa de Oliveira.
À vista do quadro dantesco do aborto, reveste-se de grande mérito a iniciativa da instituição Ordo Iuris, da Polônia, iniciativa da TFP daquele país, que elaborou o texto de um projeto — logo assumido pelo partido da maioria Direito e Justiça — visando abolir toda e qualquer forma de aborto em território polonês.
Nos dias anteriores à Marcha, em dois congressos separados, importantes personalidades do mundo eclesiástico e civil fizeram ouvir a sua voz.
No Hotel Columbus, na Via della Conciliazione, durante o simpósio internacional Rome Life Forum patrocinado pela associação inglesa Voice of the Family, destacados oradores de todo o mundo tornaram possível entender e interpretar temas de maior atualidade eclesial.
Limitamo-nos apenas a mencionar a intervenção de S.E. Dom Athanasius Schneider, que realçou como a revolta contra a Lei divina e a Lei natural, que atingiu hoje dimensões apocalípticas, é o resultado de um relativismo contra o qual já advertiram o Concílio Vaticano I (1869-1870), São Pio X e Pio XII. O restabelecimento da prática da Lei natural e moral é a condição para a restauração da civilização cristã.
No simpósio “Pela vida sem compromisso”, promovido este ano por Human Life International e a associação italiana Comitê Verdade e Vida no auditório da Libera Università Maria Santissima Assunta (LUMSA) em Roma, S. Exa. Dom Luigi Negri, no seu discurso de encerramento, definiu a situação atual como um "confronto radical e, de alguma forma definitiva, entre a concepção secularista da vida e a cristã".
O próximo evento para a Itália, sempre em Roma, já foi definido: 13 maio 2017, com a sétima edição da Marcha pela Vida. Uma data não acidental, pois coincidirá com o centenário das aparições de Fátima.
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