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10 de novembro de 2023

Na eventualidade de nova guerra mundial


Tendo em vista a guerra na Terra Santa, em que temos de um lado os EUA aliados dos israelenses, e de outro a Rússia aliada dos palestinos e dos movimentos terroristas Hamas, Hezbollah e Jihad islâmica, pareceu-nos oportuno transcrever trechos de um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado em nossa edição de abril de 1951.


Inútil seria enumerar os muitos motivos que tornam iminente uma nova guerra mundial.

Não há pessoa de critério e responsabilidade que, fazendo planos para o futuro, não tome em consideração as modificações que uma possível guerra imporia à marcha regular de suas previsões. 

Esta provável guerra terá algumas notas preponderantes, que influirão em todos os seus outros aspectos. 

Terroristas do Hamas na Faixa de Gaza
Primeiramente, será mundial num sentido muito mais real e profundo do que o conflito de 14-18 ou mesmo o de 39-45. De um lado, os campos de operações militares serão muito mais numerosos. 

Todas estas circunstâncias exigirão uma participação militar e econômica muito mais efetiva, das próprias nações que não forem diretamente atacadas em seus cidadãos e seus territórios. O esforço de guerra mobilizará pois, de um modo ou de outro, os recursos do mundo inteiro. 

Em segundo lugar, esta guerra em que todas as nações talvez tomem parte, será principalmente uma guerra entre duas nações. Os russos e americanos de tal maneira se avantajam em força e poder sobre os respectivos aliados que a vitória de qualquer dos dois blocos não será senão o triunfo da nação-líder do bloco vencedor.

6 de novembro de 2023

OCIDENTE EM GUERRA

 


✅  Roberto de Mattei 

“Allah Akbar!” – “Alá é grande!” Este grito ressoou em todo o mundo por meio de vídeos documentando a violência de terroristas islâmicos contra mulheres, crianças, jovens de todas as nacionalidades, massacrados ou raptados [fotos abaixo] no dia 7 de outubro de 2023, enquanto uma avalanche de mísseis atingia Israel. A mesma invocação “Allah Akbar!” ressoou nos dias seguintes nas praças árabes e nas redes sociais ocidentais pró-islâmicas, para celebrar a agressão do Hamas contra Israel. Pouco importa que isto tenha ocorrido em território israelita e não em território europeu. O importante é que uma nova guerra foi declarada. 

O ataque ocorreu no alvorecer de um dia simbólico para o Ocidente — o aniversário da vitória de Lepanto em 7 de outubro de 1571 —, tal como o ataque às Torres Gémeas em 11 de setembro coincidiu com o aniversário da libertação de Viena dos turcos, ocorrida entre 11 e 12 de setembro de 1683. Dois acontecimentos emblemáticos que para o Islã devem ser vingados mediante a Jihad ou “guerra santa”, a doutrina que obriga cada muçulmano a estender ao mundo a sharia, lei religiosa e política de Alá. 

O Islã não é uma religião monolítica, mas todas as tendências dentro dele concordam com a necessidade de lutar contra o Ocidente corrupto. Nesta luta o Islã não distingue entre cristãos e judeus. A Declaração da Frente Islâmica Mundial para a jihad contra Judeus e Cruzados data de 23 de fevereiro de 1998, inspirada e assinada por Osama Bin Laden e Ayman al-Zawahiri. O primeiro objetivo da Frente Islâmica, tal como do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), é a reconquista de Jerusalém, cidade de onde o profeta Maomé fugiu num carro de fogo e onde se ergue a Mesquita de Al-Aqsa, construída sobre as ruínas do Templo. O segundo objetivo é a conquista de Roma, também definida como a “Maçã Vermelha” (Kizil-Elma), em analogia ao globo de ouro que encimava a estátua do imperador Constantino na capital bizantina. Depois de Constantinopla, Roma tornou-se a “Maçã Vermelha”, ou seja, o destino do triunfo do Islã sobre o Cristianismo. 

A estratégia de expansão do Islã envolve a invasão migratória da Europa e a destruição do Estado de Israel. Nos dias do ataque a Israel, nasceu em Paris a “Aliança das Mesquitas”, a nova associação de muçulmanos de toda a Europa, inspirada na ala da Irmandade Muçulmana, que teoriza a “soft-jihad”, a jihad de islamização “suave” da Europa. O ataque do Hamas em 7 de outubro é antes uma expressão sensacional da “jihad dura”, que passa pelo terrorismo e pela guerra. Por trás da primeira linha estratégica está a Turquia, que controla os fluxos migratórios na Europa e que durante anos tentou aderir à União Europeia para miná-la. Atrás da segunda linha está o Irã, por meio dos seus agentes Hamas e Hezbollah, que sitiam o Estado de Israel ao sul e ao norte. 

No dia 5 de outubro, na Universidade Luiss de Roma foi apresentado um relatório, elaborado pela Fundação Med-Or, sobre o tema: Inimigo Silencioso. Presença e evolução da ameaça jihadista no Mediterrâneo mais amplo. O relatório descreve detalhadamente o desenvolvimento do fenômeno jihadista, operando em muitas áreas do Mediterrâneo mais amplo, com particular atenção para a África, principal área de incubação desse fenômeno. O conflito ucraniano monopolizou a atenção internacional, mas o jihadismo, alerta o relatório, faz parte de uma ampla operação para desestabilizar o Ocidente, num contexto geopolítico em que o Islã não é o único ator. 

Em 5 de outubro, na XX assembleia do think tank russo Valdaj Club, Vladimir Putin fez um discurso sobre A multipolaridade justa. Ele falou da existência de uma “guerra de civilizações em curso” e apelou para os laços que a Rússia mantém com o mundo árabe, a China e a Índia para combater o papel hegemônico do Ocidente. Por outro lado, o conflito russo-ucraniano revelou a existência de uma frente interna na Europa e nos Estados Unidos, que olha com simpatia para Putin e critica o apoio ocidental à Ucrânia. A ideia de “inimigos do Ocidente” parece estar se evaporando na consciência de parte da opinião pública europeia. Esta atitude de benevolência para com os agressores é um dos fatores psicológicos que explicam a debacle do sistema de inteligência israelita, considerado o mais eficiente do mundo, mas que se revelou incapaz de prever o ataque de 7 de outubro, também por se ter iludido sobre a possibilidade de diálogo entre Israel e o Hamas. 

Mesquita de Al-Aqsa, construída sobre as ruínas do Templo, em Jerusalém

Entrementes aproxima-se a abertura de uma terceira frente de guerra, a de Taiwan, que a China se prepara para invadir. Não será fácil aos Estados Unidos apoiar simultaneamente seus aliados em múltiplos campos de batalha, na Europa Oriental, no Médio Oriente e no Extremo Oriente. Isto acontece um ano depois das eleições americanas, em que se anuncia a luta entre dois candidatos, Joe Biden e Donald Trump, desgastados e mutilados por vários motivos, enquanto nas eleições europeias se perfila a vitória de um “terceiro partido”, na linha do novo presidente eslovaco, Robert Fico, e da possível presidente francesa, Marine Le Pen, determinados a aprofundar o fosso entre a Europa e os Estados Unidos. 


É com a fraqueza do Ocidente que seus inimigos contam, especialmente depois do vergonhoso abandono do Afeganistão em 2021, que marcou uma dura derrota moral para os Estados Unidos e a Europa. Essa fraqueza, antes de ser política, é moral e tem sua raiz na perda de identidade do Ocidente. 

Um sintoma tragicamente eloquente desta confusão é-nos oferecido pela situação em que a Igreja Católica se encontra hoje. Na meditação proferida no dia 1º de outubro aos participantes da assembleia geral do Sínodo dos Bispos, o Padre Timothy Radcliffe, ex-mestre geral dos Dominicanos, começou afirmando: “Quando o Santo Padre me pediu para pregar este retiro, senti-me muito honrado, mas também nervoso. Tenho plena consciência das minhas limitações pessoais. Sou velho – branco – ocidental – e homem! Não sei o que é pior! Todos esses aspectos da minha identidade limitam minha compreensão. Peço, portanto, perdão pela inadequação de minhas palavras.” 

A rejeição da identidade de branco, de ocidental, de homem — e por que não também de padre? — revela o abismo em que caem os líderes da Igreja, confrontados com um ataque muito pior que o das invasões bárbaras dos séculos V e VI. Com efeito, então a Igreja, guiada pelos grandes pontífices, não abandonou o seu lugar, mas hoje renuncia ao cumprimento da sua missão. 

Existe uma profunda diferença teológica entre católicos e judeus, que na sua negação da Santíssima Trindade são mais parecidos com o Islã do que com a Igreja de Roma, mas o que resta da Europa cristã luta contra o mesmo inimigo que Israel. Da mesma forma, a Rússia quer recolher o legado de Constantinopla, enquanto o Islã é o herdeiro dos turcos que o destruíram, mas hoje têm um inimigo comum. Este inimigo é o Ocidente, alvo econômico, político e militar da China comunista, que se autoproclama herdeira dos erros de Marx e Lenine, espalhados pela Rússia pelo mundo.

A confusão é dramática e a guerra, tal como as catástrofes naturais, parece comprimir a Europa num círculo inexorável. É uma “guerra do caos” da qual não se pode escapar, escreve Vittorio Macioce no Il Giornale de 9 de outubro: “É um destino que nos persegue de casa em casa e toca a Europa e a Itália”. A Itália é o coração do mundo, porque acolhe a sede da Cátedra de Pedro, que é o único fundamento de um possível renascimento da civilização cristã. E é preciso lembrar que tudo é possível com Deus, quando tudo parece perdido. Devemos acreditar nisso com profunda confiança na Providência Divina, numa das horas mais sombrias da História. 
___________ 
Fonte: Corrispondenza romana, 11-10-2023. Tradução Hélio Viana.

10 de setembro de 2021

20 ANOS DEPOIS...


20 anos depois, a poeira (psicológica) dos escombros das torres gêmeas ainda se faz sentir e atinge não só os americanos, mas o mundo inteiro

  Paulo Roberto Campos 

11 DE SETEMBRO DE 2001 — o inesquecível dia dos atentados terroristas perpetrados por maometanos, que arrasaram as duas torres do World Trade Center da cidade de Nova York, e parte do edifício do Pentágono, em Washington. Um terceiro “avião-bomba” acabou caindo na Pensilvânia, antes de atingir o alvo. Esses ataques, classificados como o maior atentado terrorista da História, assombraram não apenas os Estados Unidos, mas todas as nações.

Em represália, o presidente George Bush declarou guerra ao Afeganistão, país de onde partiu a terrível ofensiva contra a mais poderosa nação do Planeta.

Como se sabe, além de apoiar diversos grupos jihadistas, o Talibã havia cedido uma região do Afeganistão para base de treinamento da Al-Qaeda — a rede terrorista de Osama bin Laden que reivindicou aqueles atentados, a qual havia declarado a jihad (“guerra santa”, segundo o Islã) ao Ocidente e com o objetivo de quebrar o mito da invencibilidade dos EUA.

A declaração de guerra do governo Bush atendeu ao desejo da imensa maioria dos norte-americanos, que exigiam uma dura resposta, além de clamar por vingança e reparação pelas mais de três mil pessoas que perderam suas vidas naquele catastrófico e covarde ato terrorista.

 

11 DE SETEMBRO DE 2021 — 20 anos depois daqueles atentados do terrorismo islâmico, eles voltam ao foco dos acontecimentos com um fator novo extraordinário e surpreendente: a retomada do Afeganistão pelo Talibã.

20 anos depois do trágico atentado às torres gêmeas, o presidente Joe Biden retira de modo caótico, vergonhoso e humilhante suas tropas do Afeganistão. Sinal evidente de que deliberou por perder a guerra. Derrota que feriu o brio patriótico dos americanos, que perderam sete mil soldados do exército mais potente, sofisticado e com o maior recurso cibernético do mundo. Ademais, durante as duas décadas de guerra contra os fundamentalistas talibãs perderam quase três trilhões de dólares.

Tudo isso fez despencar a popularidade do presidente Biden. Sobretudo porque os EUA tinham tudo, absolutamente tudo, para vencer a guerra… se não fosse o espírito entreguista, contaminado por um falso pacifismo de quem não quer entender o valor e legitimidade da “guerra justa”. O mesmo espírito pacifista que levou à derrota americana no Vietnã em 1975.

20 anos depois estamos diante do fracasso do atual governo americano. No Afeganistão a sharia — lei islâmica — está sendo imposta a ferro e fogo; o país volta a ser “santuário” de organizações terroristas dos seguidores do Islã. Confirmando isso, um ex-oficial de segurança afegão recentemente declarou que “o Afeganistão agora se tornou a Las Vegas dos terroristas, dos radicais e dos extremistas”.

Esperamos que os americanos íntegros, aqueles que criaram o lema “We’ll never forget!”, de fato nunca esqueçam esse belo lema. Nunca apaguem da memória os atentados terroristas contra os EUA. Jamais esmoreçam diante do terrorismo maometano que venha ameaçar a civilização cristã.

Nunca se detenham diante daqueles que agem diuturnamente para exterminar da face da Terra o nome cristão e implantar o domínio do Emirado Islâmico no mundo inteiro, como sonhado por Maomé.

7 de setembro de 2021

VERGONHA!

A expansão do poderio muçulmano com a retomada do Afeganistão põe em risco os restos preciosos da civilização cristã 

  Plinio Corrêa de Oliveira 


O
mundo inteiro estremeceu de pavor ao se deparar com as recentes (e apocalípticas) cenas da reconquista do Afeganistão pelos maometanos do Talibã. Tudo graças à vergonhosa retirada das tropas ocidentais, sobretudo as dos EUA. 

As tropas americanas treinaram e armaram muito bem um novo exército afegão. Este não resistiu aos guerrilheiros do Talibã e lhes deixou ‘de mão beijada’ os quartéis e todo o moderníssimo armamento de que dispunha — blindados, foguetes ar-terra, aviões de combate, helicópteros, drones, milhões de cartuchos de munição etc. Os talibãs puderam assim avançar sem encontrar obstáculos, e em poucos dias tomaram praticamente todas as regiões do Afeganistão, inclusive Cabul, a capital. 

Há sete décadas, quando ninguém atinava para o perigo maometano, Plinio Corrêa de Oliveira já alertava para ele nos aproximadamente 25 artigos que a respeito escreveu no jornal “Legionário”, do qual era diretor. A título de exemplo, segue trecho de um deles.* 

*   *   * 
“Quando estudamos a triste história da queda do Império Romano do Ocidente, custa-nos compreender a curteza de vistas, a displicência e a tranquilidade dos romanos diante do perigo que se avolumava [...]. Desta ilusão, vivemos ainda hoje. E, como os romanos, não percebemos que fenômenos novos e extremamente graves se passam nas terras do Corão [livro considerado sagrado pelo Islã]. 

Falar na possibilidade da ressurreição do mundo maometano pareceria algo de tão irrealizável e anacrônico como o retorno aos trajes, aos métodos de guerra e ao mapa político da Idade Média [...]. 

Todas as nações maometanas se sentem orgulhosas de seu passado, de suas tradições, de sua cultura, e desejam conservá-las com afinco. Ao mesmo tempo, mostram-se ufanas de suas riquezas naturais, de suas possibilidades políticas e militares e do progresso financeiro que estão alcançando [...]. 

Será preciso ter muito talento, muita perspicácia, informações excepcionalmente boas, para perceber o que significa este perigo?” 
____________ 
* Excertos do artigo Maomé renasce, “Legionário”, 15 de junho de 1947.

19 de julho de 2020

Nesta “onda” demolidora de estátuas e igrejas, o incêndio na Catedral de Nantes

➤  Paulo Roberto Campos

Um ano após o trágico incêndio em Notre Dame de Paris, outra catástrofe, também na França, se abate sobre a Cristandade. Na manhã deste sábado (18 de julho) as chamas se alastraram na catedral gótica de São Pedro e São Paulo em Nantes.

Algumas autoridades — como o procurador da República de Nantes — e bombeiros disseram suspeitar que se tratou de um atentado. Um incêndio de origem criminosa, pois o fogo começou em três lugares diferentes do belíssimo edifício do século XV.

Os bombeiros agiram com prontidão, conseguindo logo deter as chamas, mas o célebre e monumental órgão foi consumido pelo fogo. Uma perda inestimável. Também os vitrais do século XVI ficaram totalmente destruídos. Igualmente grande perda no mobiliário do interior da catedral, assim como as estalas de 1640. 

Uma magnífica catedral que atravessou duas grandes guerras mundiais, e a sanha destrutiva da Revolução Francesa, agora atingida — ao que parece pelos primeiros indícios — por um atentado. Um ato terrorista? Um ato cristianofóbico? 

Não estaria mais esta tragédia dentro dessa onda demolidora que ultimamente vem ocorrendo em alguns países, sobretudo nos Estados Unidos? Demolição de estátuas de santos e heróis; de monumentos e igrejas; e agora o incêndio na belíssima catedral gótica de Nantes! 

Que Deus nos acuda e que o mundo católico desperte da inércia e possa reagir, enquanto é tempo, contra tal onda destrutiva e diabólica! 


Algumas fotos da magnífica catedral antes do incêndio



Vídeos do incêndio


27 de julho de 2016

FRANÇA — Sacrílego e bárbaro atentado do terrorismo islâmico: sacerdote católico é degolado


Paulo Roberto Campos

Na manhã de ontem, 26 de julho, dois muçulmanos degolaram o Padre Jacques Hamel, de 84 anos [foto ao lado].


Armados com facas, os sequazes de Maomé, enquanto o sacerdote celebrava a Missa, invadiram a Igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray (no Norte da França), gritando “Allah Akbar” (Alá é Grande) e louvores ao “Estado Islâmico”. Eles tomaram como reféns alguns assistentes da missa matinal, entre os quais duas freiras, e com suma crueldade e covardia, obrigando o sacerdote ajoelhar-se diante deles, e ali mesmo o degolaram. Ademais, feriram gravemente um dos paroquianos. Uma religiosa, irmã Danielle, conseguiu fugir e chamou a polícia, que cercou a Igreja e abateu os dois terroristas. 

O “Estado Islâmico” já assumiu a autoria de mais este cruel atentado na França, confirmando que os terroristas eram “dois de nossos soldados”. 

O sacerdote degolado mantinha relações cordiais com os muçulmanos da cidade, a ponto de há 16 anos ter oferecido um terreno para a construção da mesquita local... É bem o caso de recordar o dito espanhol: “Cria cuervos que te sacarán los ojos” (“Criem corvos, e eles te arrancarão os olhos”...). 

Enquanto alguns chefes de Estado europeus abrem indiscriminadamente suas fronteiras para a entrada de “imigrantes” maometanos, estes vão se estabelecendo e sendo aliciados e preparados por seus chefes religiosos para perpetrarem atentados terroristas visando colocar a Europa de joelhos e dominá-la. Sempre alentando o projeto de aniquilação da Cristandade europeia, por meio de uma espécie de gigantesca contra-cruzada pela destruição da Cruz Cristo e a implantação do Crescente de Maomé! 
Ao fundo, a Igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray, onde o idoso sacerdote francês foi degolado pelos muçulmanos

Segundo a Agência de Notícias “Zenit”, o Pe. Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, difundiu uma nota à imprensa na qual lamenta o fato. Sem denunciar o islamismo, escreve: “Sigamos a situação e esperemos mais informações para compreender melhor o que aconteceu”

A fim de se “compreender melhor o que aconteceu”, seria bem o momento de relembrar ao porta-voz da Santa Sé a ameaça a Roma proferida em 1962 por Gamal Abdel Nasser (presidente do Egito entre 1954 a 1970): “O Crescente arrastou a Cruz na lama... Só uma cavalgada muçulmana é que nos poderá restituir a glória de outrora. Essa glória não será reconquistada senão quando os cavaleiros de Alá tiverem pisoteado São Pedro de Roma e Notre Dame de Paris”. (“Nouvelles de Chrétienté”, Nº. 362, de 13-9-62). 

Conviria também relembrar que, quando no século XVI a Europa esteve prestes a ser invadida por mar pelos maometanos, o Papa São Pio V conclamou os príncipes europeus a se unirem numa frente comum contra o invasor. Reuniu uma pequena esquadra, que entregou ao comando de Dom João d’Áustria, pedindo-lhe que partisse logo ao encontro do inimigo. No dia 7 de outubro de 1571 deu-se a célebre Batalha de Lepanto, travada no golfo do mesmo nome. Dom João d’Áustria mandou hastear o estandarte oferecido pelo Papa e bradou: “Aqui venceremos ou morremos”, e deu a ordem de batalha contra os seguidores de Maomé. 
Quadro "A Batalha de Lepanto", travada no dia 7 de outubro de 1571. A vitória da esquadra católica impediu a invasão maometana na Europa

Os primeiros embates marítimos foram favoráveis aos muçulmanos, que, formados em meia-lua, desfecharam violenta carga. Os católicos, com o terço ao pescoço, prontos a dar a vida por Deus e tirar a dos infiéis, respondiam aos ataques com o maior vigor possível. Por fim, através de um surpreendente auxílio da Santíssima Virgem aos cristãos, a esquadra muçulmana bateu-se em retirada. Os infiéis perderam 224 navios (130 capturados e mais de 90 afundados ou incendiados), quase 9.000 maometanos foram capturados e 25.000 morreram, enquanto as perdas católicas foram bem menores: 8.000 homens e apenas 17 galeras perdidas. 

Com essa memorável vitória católica em Lepanto, a Europa viu-se livre da dominação islâmica naqueles idos. (Cfr. William Thomas Walsh, Felipe II, Espasa-Calpe, Madrid, 1951, p. 575).


E em nossos dias? Os europeus assistirão de braços cruzados a nova tentativa de domínio do glorioso Velho Mundo? Permitirão que o perigo maometano se agigante em tais proporções que depois não adiantará fazer mais nada? 

No ano passado, após um dos atentados do terrorismo islâmico em Paris, Aboubakar Shekau, líder do grupo muçulmano Boko Haram, declarou “Estamos muito felizes com o que aconteceu no centro da França. Oh, franceses, vocês que seguem a religião da democracia, entre vocês e nós a inimizade é eterna”.

Um ano antes dessa patética declaração, Dom Amel Nona, Arcebispo de Mosul  — terceira maior cidade do Iraque , após de relatar as atrocidades praticadas pelos maometanos em sua região, como abuso de meninas, incêndios de igrejas e casas, escravidão de mulheres que viram seus maridos serem degolados etc., afirmou: “Nossos sofrimentos de hoje são um prelúdio daqueles que também vós, europeus e cristãos ocidentais, padecereis no futuro próximo, se não reagirdes a tempo”. 

Quantas cabeças ainda precisarão rolar na Europa para que as autoridades tomem providências sérias e não fiquem mais nesse blábláblá “politicamente correto”, como a repetição do "mantra" de que o “islamismo é uma religião de paz”? Ou ainda disparates como este do primeiro ministro francês Manuel Valls, que em 15 de julho último — no dia seguinte ao terrível atentado terrorista islâmico em Nice, que atropelou centenas de pessoas e matou quase 100 — declarou: “Entramos em uma nova era. E a França terá que conviver com o terrorismo.” 

Ou seja, “conviver com o terrorismo”, significa que deveremos continuar nos levantando da cama todos os dias nos perguntando: “Onde foi hoje o atentado do terrorismo islâmico?”. “Quantos morreram?” — Isto até que acordemos banhados em sangue ou voando pelos ares num dos atentados?!

3 de abril de 2016

COLÔMBIA — manifestações contra o governo por favorecer os terroristas das FARC


Paulo Roberto Campos

Assim como no Brasil e em outras nações vizinhas, o povo colombiano também está acordando. Ontem, 2 de abril, apesar do mau tempo em algumas regiões, os colombianos tomaram as ruas de 22 cidades para protestar contra o governo pró-bolivariano de Juan Manuel Santos. Sobretudo contra sua suicida negociação para estabelecer um “acordo de paz” com o movimento narcoterrorista das FARC, que há seis décadas flagela a Colômbia na tentativa de tomar o poder e implantar um regime marxista. 

Se for aprovado o pseudo “acordo de paz” — tal como aconteceu no Brasil, só que com agravantes muito maiores —, os terroristas entrarão na política para adquirir foro privilegiado e, uma vez empoleirados no governo, não quererão largá-lo, nem serão mais processados pelos crimes cometidos. 


Os colombianos desejam obviamente a paz, mas sabem que para isso é necessário que os terroristas respondam pelos crimes que cometeram, entreguem as armas e sejam encarcerados.

Sabem também que os guerrilheiros comunistas das FARC, não conseguindo tomar o poder por meio das armas, querem mudar o método: conquistá-lo através da política. E isto com o total apoio do atual mandatário da Colômbia, que por sua vez conta com a colaboração de nações vizinhas. Um dos representantes do Brasil para ajudar essa verdadeira farsa é Marco Aurélio Garcia, o grande amigo de Hugo Chávez. Isto é que é golpe!
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PS: Aproveito a ocasião para recomendar uma excelente entrevista do Cel. Plazas sobre o tal “acordo de paz” que o presidente colombiano está entabulando em Cuba com os terroristas das FARC: 

8 de dezembro de 2015

Não se chora pelos mortos da França cantando a “Marselhesa”


Por Mauro Faverzani: Corrispondenza Romana 


Os 129 mortos e mais de 300 feridos em Paris não derramaram sangue pela “Marselhesa”. Não tem nada a ver: é um canto fora de sintonia desde o início. E, se é símbolo de alguma coisa, é daquela Revolução (1789) e de seu período subsequente definido, não por acaso, por “Terror”, que não foi muito diferente do horror causado pelo ISIS. Invocar essas notas não tem cabimento. 

Assim como descabido, mais enjoativo foi ouvir o presidente francês Hollande definir o incidente como um ataque aos “valores da República”. Quais valores? Esses 129 mortos e mais de 300 feridos não derramaram seu sangue por aquele ambiente sufocante e opressivo do secularismo jacobino, imposto a um país considerado filho pródigo do cristianismo. 

De resto, o que se espera de uma terra onde há não só um encontro anual dos muçulmanos da França, mas também nas prateleiras de supermercados é possível encontrar livros que glorificam o uso de armas “para garantir a supremacia de Alá”, bem como a conquista da Europa, como Os 40 Hadith, texto que prevê a morte para os “apóstatas” (ou seja, para os muçulmanos que se convertem a qualquer outra religião), ou como O Caminho do Muçulmano, que prega uma Jihad explicitamente “ofensiva”e “pena de morte”para os “hereges “? 

O que se espera de um país onde 50% da carne bovina, 40% de frango e 95% de cordeiro são abatidas pelo método halal, ou seja, “conforme” a sharia, a lei islâmica, como relatado pelo livro Bon Appetit!, escrito pela jornalista Anne de Loisy e lançado em fevereiro? O que se espera de uma terra que permite formar partidos políticos e concorrer às eleições para que venham ditar leis em terra alheia, promovendo a imposição do véu, o estabelecimento de feriados islâmicos, a língua árabe e a revisão livros didáticos em escolas francesas, como no caso do UDMF, ou União dos Democratas Muçulmanos na França, e do PEJ, ou Partido da Igualdade e Justiça? O que se espera de um país cujos presidiários não islâmicos são forçados, sob a ameaça daqueles muçulmanos, a observarem o Ramadã, apoiado pelo silêncio aterrorizado da policia penitenciária, como relatado em julho do ano passado pelo semanário Minute? Quem semeia ventos, abdicando do seu dever de governar uma Nação e deixando islamizá-la de fato, sem interferência e sem punição, já não pode reclamar por colher tempestade. 

Quem tem boa memória certamente recordará de um vídeo
postado em março passado nas redes sociais e na Internet, produzido pela Alhayat Media Center, a empresa responsável pela propaganda jihadista. As palavras da canção apresentada eram claras…claríssimas. Ele diziam: “Temos que derrotar a França, devemos humilhá-la! Queremos ver o sofrimento e a morte de milhares. A batalha começou. A vingança será terrível. Nossos soldados estão raivosos. O seu fim será horrível. O Islã prevalecerá, ele responderá com a espada. Quem se opor, nunca mais conhecerá a paz. Viemos para dominar e os nossos inimigos perecerão. Vamos eliminá-los e deixaremos seus corpos apodrecerem.” 

Assim, talvez, tais palavras pareceram um simples spot e foram recebidas com uma certa indiferença. Estavam no ataque a "Charlie Hebdo", e acreditava-se que a França, a custo de seu sangue, já tivesse pago. E não foi assim. As ameaças, os terroristas islâmicos, nunca são lançados por acaso. Em uma entrevista que será publicada na próxima edição da revista mensal "Radici Cristiane", em dezembro, (antes nas casas dos assinantes), a antropóloga Ida Magli é muito clara: não pense que o Ocidente jamais verá desencadear o inferno, o “dia J” da jihad, por uma razão simples: porque “o Ocidente está se matando sozinho,” graças à ação de governantes que, depois de ter jurado lealdade a seu país, mas agindo contra seus interesses, “são perjúrios empregados para nos matar.“ 

Ouve-se também, nos dias atuais, falar-se de um Islã “moderado”, esquecendo-se, como o presidente turco Recep Tayyip Erdogan – considerado, não por acaso e apesar de tudo, para muitos no Ocidente, um líder realmente “moderado” — declarou abertamente, durante uma entrevista em agosto de 2007 a Kanal D Tv: “A expressão ‘Islã moderado’ é torpe e ofensiva. Não existe Islã moderado. Islã é Islã. “ 

Então, não é cantando a Marselhesa ou invocando “valores” não-existentes do laicismo jacobino do Estado que se chora realmente pelos mortos. Nós também derramamos lágrimas. Mas, elas são inúteis, até que se abram os olhos. Enquanto isto, como disse o Padre Guy Pagès, especialista sobre o Islã, não devemos considerar o “Islã como uma religião qualquer” porque, fazendo isso, “escancaramos as nossas portas à guerra da conquista que Allá prescreve aos muçulmanos: “E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Alá” (Alcorão, 2,193). Caso contrário, não adianta chorar.

21 de janeiro de 2015

A extrema gravidade do perigo islâmico

Em Londres, manifestação de muçulmanos na qual propugnam, entre outros absurdos, o que consta em seus cartazes: “Massacre aqueles que insultam o Islã” (“Massacre those who insult Islam”); “Degole aqueles que insultam o Islã” (“Behead those who insult Islam”); “Aniquile aqueles que insultam o Islã” (“Annihilate those who insult Islam”).

Enquanto o Ocidente, indolente frente ao perigo, abre as portas para o mundo maometano, o terrorismo ataca-o e planeja dominá-lo, ao mesmo tempo em que os cristãos são massacrados no Oriente


Paulo Roberto Campos


O mundo inteiro encontra-se chocado com o atentado praticado pelo terrorismo islâmico em Paris no dia 7 de janeiro último, quando dois muçulmanos fortemente armados executaram 12 pessoas, a maioria delas colaboradores do semanário satírico francês “Charlie Hebdo” — um pasquim ateu, que calunia inclusive Igreja Católica, muitas vezes lançando contra ela as mais chulas e obscenas blasfêmias. Por isso mesmo, ao contrário do que incontáveis pessoas bradaram, cada católico poderia dizer: “Je ne suis pas Charlie”.

Esse atentado foi considerado o mais grave ocorrido nos últimos 50 anos na França. Ao se retirarem, os terroristas abateram covardemente um policial à queima-roupa (foto abaixo) — sem saberem, aliás, que o mesmo era de origem muçulmana... —, e ainda gritaram: “Allahu Akbar!” (Alá é Grande!). 
Vídeo de vigilância flagrou o exato momento em que um policial desarmado, já ferido e pedindo clemência, é alvejado covardemente por um dos terroristas islâmicos com um tiro na cabeça.

Nesse mesmo dia, ainda na capital francesa, outro terrorista islâmico assassinou uma policial e feriu outro militar. Esse mesmo homem invadiu no dia seguinte um supermercado judeu e matou quatro pessoas. Mas acabou sendo morto pela polícia, sorte reservada também aos dois terroristas precedentes.

Portas abertas para terroristas maometanos

É compreensível que esses crimes brutais choquem a opinião pública mundial — sobretudo a francesa e a do mundo ocidental ex-cristão. O que não se compreende é a longa atonia dessas opiniões públicas diante da grave ameaça islâmica. Atentados do gênero eram previsíveis, uma vez que muitas nações ocidentais, em particular as europeias, escancaram indiscriminadamente suas portas à imigração, facilitando assim a entrada de fanáticos seguidores de Maomé.


Meninas nigerianas raptadas por jihadistas 
(guerrilheiros muçulmanos) para serem 
vendidas com escravas sexuais 
Nos tempos atuais, chegam-nos todos os dias ao conhecimento notícias de cristãos que são perseguidos cruelmente, martirizados e degolados no mundo maometano; que têm suas filhas estupradas, vendidas como escravas sexuais, e suas moradias destruídas.
Martha Mark, a mãe da estudante sequestrada Monica Mark, chorou enquanto exibia foto da filha na casa da família em Chibok (Nigéria). Islâmicos do Boko Haram tinham sequestrado 300 estudantes, entre as quais a menina Monica Mark. 
Chegam-nos também com frequência notícias dramáticas de imagens sacrossantas profanadas, bíblias queimadas e igrejas católicas incendiadas por bárbaros islamitas radicais. Em certos países muçulmanos que seguem a Sharia (lei islâmica) não é permitido sequer ostentar qualquer símbolo católico, como, por exemplo, uma correntinha com a cruz ao pescoço, a medalha de Nossa Senhora ou de algum santo. 


Enquanto muçulmanos agem assim em seus países em relação
Mesquita em Paris
aos cristãos, por que nas nações ocidentais se permite que eles possam usar e abusar de todos os direitos e desfrutar de toda liberdade, inclusive a de construir mesquitas ou “centros culturais”, que frequentemente são lugares para formação de terroristas? Sim, porque neles se ensina o Alcorão, o qual prega o ódio implacável ao Cristianismo. Se não há reciprocidade da parte deles, por que então lhes abrir de par em par as portas? Será que não se percebe a gravidade do perigo islâmico? Não se percebe o quanto tal abertura, em nome do relativismo e de um ecumenismo irenista, representa de terrível ameaça? 

Imagens de Satélite revelam a dimensão dos ataques em Baga. A cidade antes (à esquerda, no dia 2 de janeiro) e depois da invasão (à direita, no dia 7 de janeiro) dos jihadistas do grupo islâmico Boko Haram. “As fotos mostram uma devastação de proporções catastróficas, uma cidade quase desapareceu do mapa num período de quatro dias”, disse Daniel Eyre, pesquisador da “Anistia Internacional”. (Foto: © DigitalGlobe)

Alerta ignorado e recrudescimento do perigo islâmico

Plinio Corrêa de Oliveira previu com muita antecedência a ameaça maometana, tendo enunciado diversas advertências nesse sentido. Como seria diferente a situação atual se as autoridades civis e religiosas da época em que elas foram publicadas tivessem levado em consideração os alertas desse eminente líder católico brasileiro! Entretanto, tragicamente, tais autoridades preferiram ignorá-las…

A título de exemplo, transcrevemos (ver no final deste post) alguns trechos de um desses alertas, publicado em 15 de junho de 1947 nas páginas do semanário “Legionário”, órgão oficioso da arquidiocese de São Paulo. Seu título: “Maomé renasce”.


Jiharistas do Boko Haram
Este post já estava concluído quando tomamos conhecimento de um massacre bem maior do que o perpetrado em Paris no dia 7 de janeiro. Na mesma semana, os terroristas do grupo islâmico Boko Haram assassinaram aproximadamente duas mil pessoas em Baga, cidade estratégica situada ao nordeste da Nigéria (África), a maioria delas crianças, mulheres e idosos que não conseguiram fugir. 

Conforme informou à BBC o chefe do governo local, Musa Alhaji Bukar Kukawa, parte da cidade foi incendiada nesse ataque, obrigando milhares de pessoas a evadirem, tendo muitas delas se afogado ao tentarem cruzar o lago Chade.

Cristãos martirizados no mundo muçulmano

Relata o jornal português “Observador” (edição on-line de 10-1-15): “Desde o fim do ano, mais de 10 mil pessoas abandonaram a região com medo da chegada dos terroristas”. “A carnificina humana levada a cabo pelos fundamentalistas do Boko Haram em Baga é enorme”, declarou à AFP Muhammad Abba Gava, porta-voz dos combatentes civis que tentam frear o avanço dos terroristas do Boko Haram (nome que, na língua local, significa “educação não islâmica é pecado”). Eles tentam implantar a qualquer custo um Califado na região, nos mesmos moldes dos jihadistas do "Estado Islâmico" que guerrilham no Iraque e na Síria. 


 "Estamos muito felizes com o que aconteceu no centro da França. Oh, franceses, vocês que seguem a religião da democracia, entre vocês e nós é inimizade é eterna", declarou Aboubakar Shekau, líder do grupo islâmico Boko Haram, também responsável pelo ataque em Baga.




Neste sentido, a agência vaticana FIDES alertou: “A crise no nordeste da Nigéria está se estendendo cada vez mais aos países vizinhos, com ameaças, como as de um vídeo atribuído ao líder do Boko Haram, Aboubakar Shekau [foto à esq.],  contra o Presidente dos Camarões, Paul Biya”. No vídeo ele ameaçou “aumentar a violência nos Camarões se o país não abolir a Constituição e adotar a lei do Islã” (cfr. ACI, 10-1-15). 

Segundo nota distribuída pela “Agência Ecclesia” (12-1-15), “cerca de mil igrejas cristãs na Nigéria foram destruídas nos últimos quatro anos”. De acordo com o Pe. Obasogie, “só entre os meses de agosto e outubro de 2014, foram saqueadas e incendiadas naquele território pelo menos 185 igrejas”. O mesmo sacerdote avalia que “190 mil pessoas tiveram que fugir de suas casas para escaparem à morte e muitas outras já perderam a vida”.

Em entrevista concedida em 12 de janeiro último ao programa Newsday da BBC, o arcebispo da cidade de Jos, Dom Ignatius Kaigama, deplorou que o massacre em Baga “é uma tragédia monumental. Deixou todos na Nigéria muito tristes. Mas parece que estamos desamparados”. Sua lamentação referia-se à falta de apoio internacional para conter essas atrocidades. 
Captura de Baga, na Nigéria, pelo Boko Haram ocasionou quase 2 mil mortes.

Prolongada indolência do mundo ocidental ex-cristão

Logo após os atentados islâmicos em Paris, realizaram-se grandes manifestações em toda a França, e também em outros países. No entanto, para citar apenas o recente massacre em Baga, cabe perguntar: onde ocorreram manifestações públicas de protesto contra a carnificina cometida pelo terror islâmico nessa cidade nigeriana? Em que lugar do mundo algum órgão da mídia com suas vistosas manchetes denunciou o espantoso homicídio coletivo? E quais autoridades mundiais lamentaram esse crime brutal? 

Em 17 de dezembro passado (dia do aniversário do Papa Francisco), centenas de dançarinos de tango bailaram nas proximidades da Basílica de São Pedro [foto abaixo]. A esse respeito, o historiador italiano Roberto de Mattei escreveu em artigo para o diário milanês “Il Foglio”, em 3-1-15: 


“Provavelmente os historiadores de amanhã se lembrarão que em 2014, na Praça de São Pedro, dançava-se tango enquanto os cristãos eram massacrados no Oriente e a Igreja estava à beira de um cisma. Essa atmosfera de leveza e de inconsciência não é nova na História. Em Cartago, recorda Salviano de Marselha, dançava-se e banqueteava-se na véspera da invasão dos Vândalos. E em São Petersburgo — de acordo com o testemunho do jornalista americano John Reed —, enquanto os bolcheviques se apoderavam do poder, os teatros e restaurantes continuavam lotados. O Senhor, como diz a Escritura, cega aqueles que Ele quer perder (Jo 2, 27-41)”. 


Maomé renasce 

Plinio Corrêa de Oliveira 
“Legionário”, 15-6-1947. 


 “Quando estudamos a triste história da queda do Império Romano do Ocidente, custa-nos compreender a curteza de vistas, a displicência e a tranquilidade dos romanos diante do perigo que se avolumava [...]. 
Desta ilusão, vivemos ainda hoje. E, como os romanos, não percebemos que fenômenos novos e extremamente graves se passam nas terras do Corão. 
Falar na possibilidade da ressurreição do mundo maometano pareceria algo de tão irrealizável e anacrônico quanto o retorno aos trajes, aos métodos de guerra e ao mapa político da Idade Média [...]. 
Todas estas nações [maometanas] — estas potências, podemos dizer — se sentem orgulhosas de seu passado, de suas tradições, de sua cultura, e desejam conservá-las com afinco. Ao mesmo tempo, mostram-se ufanas de suas riquezas naturais, de suas possibilidades políticas e militares e do progresso financeiro que estão alcançando. Dia a dia elas se enriquecem [...]. 
Nas suas arcas, o ouro [adquirido pelo alto valor do petróleo] se vai acumulando. Ouro significa possibilidade de comprar armamentos. E armamentos significam prestígio mundial [...]. 
Tudo isto transformou o mundo islâmico, e determinou em todos os povos maometanos, da Índia ao Marrocos, um estremecimento [...]. 

O nervo vital do islamismo revive em todos estes povos, fazendo renascer neles o gosto pela vitória.

A Liga Árabe, uma confederação vastíssima de povos muçulmanos, une todo o mundo maometano. É, às avessas, o que foi na Idade Média a Cristandade. A Liga Árabe age como um vasto bloco, perante as nações não árabes, e fomenta por todo o norte da África a insurreição [...]. 
Será preciso ter muito talento, muita perspicácia, informações excepcionalmente boas, para perceber o que significa este perigo?” 

29 de agosto de 2014

AVANÇO DO ISLÃ E PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA

O fim de um mundo


Revista Catolicismo, Nº 765 (setembro/2014)
Capa da Revista Catolicismo de setembro/2014
Capa da Revista Catolicismo de setembro/2014
A recente e atroz perseguição religiosa contra os cristãos no Iraque é um acontecimento histórico precedido por longa série de defecções do Ocidente em face da investida do Islã no Oriente e de sua invasão progressiva nos países que constituíram outrora a Cristandade

       Juan Miguel Montes

“O fim de um mundo milenar infelizmente chegou” — escreveu, no último dia 8 de agosto no “Corriere della Sera”, o conhecido historiador Andrea Riccardi, referindo-se à imensa tragédia dos cristãos iraquianos e lamentando, porque “faltou da parte de todos uma ideia do que estava para suceder”.
“Da parte de todos”. São palavras claras, que não admitem atenuantes ou isenção de responsabilidade. De fato, trata-se de uma realidade que temos diante de nossos olhos. Até mesmo na Igreja se pensou em outra coisa em todo esse tempo decorrido desde a famosa denúncia do bispo de Esmirna (Izmir, Turquia), Dom Giuseppe Bernardini, quando em sua intervenção no Sínodo de outubro de 1999 deixou claro que em certos âmbitos eclesiásticos havia uma certa miopia em julgar as intenções dos islamitas, infiltrados nas grandes migrações humanas para a Europa, segundo ele, com um programa de “expansão e reconquista”.
O prelado, depois de 16 anos na Turquia, conhecia bem o assunto e seguramente tinha muito presente a erradicação do cristianismo da Anatólia no início do século passado, com o genocídio dos armênios.

Capa da Revista Catolicismo de setembro/2014
Dom Amel Nona, arcebispo caldeu de Mosul, em fuga para Erbil: “Nossos sofrimentos de hoje são um prelúdio daqueles que também vós, europeus e cristãos ocidentais, padecereis no futuro próximo”.

De 1999: impõe-se um sínodo urgente sobre a questão

A fim de evitar à Europa tal tragédia, ele propunha a convocação urgente de “um Sínodo ou simpósio de bispos” para resolver o problema dos muçulmanos nos países cristãos, lembrando a seus confrades reunidos em Roma o que ele tinha ouvido falar de um autorizado expoente muçulmano:“Graças às suas leis democráticas, vos invadiremos; graças às nossas leis religiosas, vos dominaremos”. Diante de um fenômeno em expansão na Europa havia alguns anos, ele concluiu com uma severa advertência: “Nunca se deve dar aos muçulmanos uma igreja católica para o seu culto, porque isso, aos olhos deles, é a prova mais certa de nossa apostasia”. E depois, com um conhecimento preciso da realidade humana, rematou: “Todos sabemos que é preciso distinguir a minoria fanática e violenta da maioria pacífica e honesta, mas esta, mediante uma ordem dada em nome de Alá ou o Corão, marchará sempre compacta e sem hesitação. De resto, a História nos ensina que as minorias sempre conseguem se impor às maiorias derrotistas e silenciosas”.
As palavras do Arcebispo de Izmir, referindo-se especialmente ao perigo da expansão das minoriasCapa da Revista Catolicismo de setembro/2014islâmicas em países de antiga tradição cristã, precediam as nuvens que se adensavam cada vez mais sobre as cabeças das minorias cristãs em terras islâmicas, e que desencadearam em seguida uma tempestade de furor equatorial.

De 1999 aos dias presentes

Àquela advertência seguiram-se, no Ocidente a demolição das Torres Gêmeas (2001), os massacres de Madrid (2004) e de Londres (2005), e no Oriente Médio e na África as atrocidades sem fim contra as comunidades cristãs. Talvez nem sequer o previdente Dom Bernardini podia então imaginar que dois de seus irmãos no sacerdócio, italianos como ele, e missionários na Turquia como ele, seriam brutalmente assassinados naquela terra à qual dedicavam o melhor de suas energias: o padre Andrea Santoro, em 5 de fevereiro de 2006, e o bispo Dom Luigi Padovese, em 3 de junho de 2010.
Quando nos lembramos daquelas palavras de advertência e examinamos a realidade que se desenrola diante de nossos olhos, podemos dizer com o Prof. Riccardi que ninguém em cargos de alta responsabilidade mediu toda a gravidade da situação.
Inúmeras igrejas foram atacadas e destruídas no Iraque nos últimos meses
Inúmeras igrejas foram
atacadas e destruídas no
Iraque nos últimos meses
Certamente o presidente Obama não compreendeu as condições dramáticas em que retirou as tropas norte-americanas do Iraque em 2011, deixando milhões de pessoas abandonadas à mais triste sorte. A administração Obama não parece ter tido a menor noção da força de que estava penetrado o renascimento jihadista da galáxia islâmica. Faça-se agora o que se queira, a sua parte na tragédia já está escrita.
Por outro lado, no âmbito católico, o discurso parecia remoto, quase abstrato; muito menos premente, por exemplo, do que questões como a comunhão administrada ou negada a divorciados recasados. E quando alguém se lembrou do antigo mundo cristão que estava desmoronando no Oriente Médio, todo o raciocínio foi, de imediato, atribuir os males da guerra à desigualdade econômica, à falta de solidariedade em relação aos recém-chegados à Europa, à comercialização de armas, e assim por diante. Já este modo limitado de raciocinar denota que de há muito se vinha perdendo, mesmo entre os próprios católicos do mundo secularizado, a perspectiva correta para enquadrar as questões de fundo religioso, dotadas de uma dinâmica própria e que estiveram muitas vezes na origem, como ainda podem estar, de mudanças imensamente significativas.

Prelúdio do que vai acontecer

Agora é um bispo iraquiano que reproduz quase textualmente as palavras proféticas de Dom
Inúmeras igrejas foram atacadas e destruídas no Iraque nos últimos meses
Católicos rezam em Igreja de Mosul (Iraque)
Bernardini. O que ele diz assusta obviamente os católicos secularizados. Trata-se de Dom Amel Nona, de 47 anos, arcebispo caldeu de Mosul, em fuga para Erbil: “Nossos sofrimentos de hoje são um prelúdio daqueles que também vós, europeus e cristãos ocidentais, padecereis no futuro próximo”. A mensagem é clara, glosa Lorenzo Cremonesi, enviado do “Corriere della Sera”, em extenso artigo de 10 de agosto: “A única maneira de deter o êxodo cristão dos lugares que viram suas origens na época pré-islâmica é responder à violência com a violência, à força com a força. Nona é um homem ferido, triste, mas não resignado. ‘Perdi a minha diocese. O lugar físico de meu apostolado foi ocupado por radicais islâmicos que me querem convertido ou morto. Mas minha comunidade ainda está viva’.”
“Ele está muito contente de encontrar-se com a imprensa ocidental”, acrescenta o enviado do “Corriere”: “Por favor, procurai entender. Vossos princípios liberais e democráticos aqui não valem nada. Precisais repensar nossa realidade no Oriente Médio, porque estais acolhendo em vossos países um número sempre crescente de muçulmanos. Vós também estais em risco. Deveis tomar decisões fortes e corajosas, sob pena de contradizer os vossos princípios. Vós pensais que os homens são todos iguais — prossegue o arcebispo Amel Nona —, mas não é verdade. O Islã não diz que todos os homens são iguais. Vossos valores não são os valores deles. Se não o entenderdes em tempo, tornar-vos-eis vítimas do inimigo que recebestes em vossa casa”.
“Nossos sofrimentos de hoje são um prelúdio daqueles que também vós, europeus e cristãos ocidentais, padecereis no futuro próximo”. Ele parece ressoar as palavras de Winston Churchill após os acordos de Munique e da Baviera, assinados pelo primeiro-ministro britânico Chamberlain com Hitler: “Devíeis escolher entre a vergonha e a guerra; escolhestes a vergonha e agora tereis a guerra”.
Inúmeras igrejas foram atacadas e destruídas no Iraque nos últimos meses
Protestos no mundo inteiro pedem a reação do Ocidente para acabar com a perseguição contra os cristãos no Oriente Médio

O pacifismo desmobiliza as consciências

O fato é que um pacifismo dogmático entrelaçou-se na mente ocidental em geral e especialmente na católica, como a serpente na árvore do Paraíso. Isso faz com que a realidade do pecado e do mal seja implicitamente negada, permitindo ao irenismo de obnubilar a razão, tornando-a depois psicologicamente despreparada para as ocasiões em que é necessário reagir. Portanto, aconteça o que acontecer, para a mentalidade assim plasmada, será sempre errado o recurso às armas e à força, e ela evitará sempre a pergunta elementar: como dialogar com quem atira em você?
Se disser o contrário, você será tido como alguém que deseja repetir o massacre de 1914 em pleno
Inúmeras igrejas foram atacadas e destruídas no Iraque nos últimos meses
Crianças yazidi que fugiram com seus pais para o norte do Iraque
2014. Mas, na realidade, quem se arrisca a cair nas repetições são os que não aprendem as lições da História. Como demonstrou em um brilhante ensaio o historiador Alberto Leoni (A Cruz e o Crescente, Ed. Ares 2009), a luta do Islã contra o Cristianismo não é um episódio ou uma sucessão de muitos episódios históricos isolados, mas um grande continuum de 14 séculos com algumas interrupções de paz. Para alcançar essas interrupções e assegurar a sua máxima duração possível, nada é mais necessário do que não perder a grande perspectiva histórica.



A voz dos bispos na tribulação

Bem diverso do pacifismo irênico é por certo o panorama que tem diante de si quem está fora do circo midiático ocidental e de suas apertadas agendas mais ou menos politicamente corretas. Hoje não deve surpreender que sejam bispos como o já mencionado Dom Nono, ou o arcebispo de Erbil, Dom Warda, ou ainda o patriarca caldeu de Bagdá, Dom Sako, que rompem a unanimidade existente para solicitar a intervenção internacional, a qual para ser eficaz só pode ser armada. Uma guerra, em suma. Guerra defensiva, justa e inevitável. “Guerra por amor à paz”, como ensinou Santo Agostinho e retomou Santo Tomás. Temática e doutrina multissecular que um establishmentocidental em geral, e católico especialmente, quis quase excluir a priori, mesmo como hipótese de escola; como se a humanidade nas últimas décadas tivesse sido completamente regenerada das consequências do pecado.
O maior problema está no fato de que, quando se cede aos mitos não razoáveis, ulteriores dores e sofrimentos se produzem. O despreparo psicológico, o entreguismo, a mitologia do diálogo como fim em si próprio, criam monstros piores do que aqueles que parecem evitar. Um grande clamor em defesa dos cristãos ameaçados, conforme solicitado por Dom Bernardini em 1999, teria podido inibir até mesmo a formação dos dispositivos terroristas e persecutórios islâmicos. Entretanto, aderia-se então à idéia de não criar qualquer tensão com o mundo islâmico no contexto do diálogo inter-religioso. Hoje, a tragédia que se desenrola ao norte do Iraque nos diz quanto os gestos, as palavras e as omissões podem ter grandes e graves consequências.
Alguém poderá dizer que agora podemos estar tranquilos, porque iniciaram-se as medidas tomadas pelas grandes potências do Ocidente para defender os cristãos e os yazidi refugiados nas montanhas. Impedirão elas “o fim de um mundo milenar”? A julgar pelos fatos, esse fim será irreversível para aquela antiquíssima cristiandade do Iraque, talvez também para a da Síria, ameaçando gravemente os milhões de cristãos libaneses.
Isto para nos atermos ao Oriente Médio. No entanto, uma outra pergunta se impõe: não está acontecendo tudo quanto disse hoje Dom Nono e ontem Dom Bernardini, isto é, que estamos noprelúdio do que poderá acontecer no Ocidente devido a uma política migratória imprevidente, se não mesmo suicida? O fato é que hoje se sabe que muitos membros do ISIS, os cabeças do “califado” recém-fundado no Iraque e perpetradores de atrocidades contra os cristãos, bem como e outras minorias, levam em seus bolsos passaportes europeus. Junto com um mapa do mundo todo pintado de verde.
E quem estaria então recriando em 2014 as condições para a reprodução de um 1914 grande e ampliado?
Inúmeras igrejas foram atacadas e destruídas no Iraque nos últimos meses
Igreja católica destruida em Mosul (Iraque) pelos jihadistas muçulmanos

Lágrimas de fogo

Em Mosul (Iraque), os jihadistas muçulmanos mataram milhares de cristãos, há centenas de milhares de refugiados, um verdadeiro genocídio religioso. Apesar de viverem ali há muitos séculos e falarem a língua de Jesus (o aramaico), os cristãos não podem mais permanecer, pois são massacrados.
Na China, as autoridades comunistas se aferram a uma campanha contra a Igreja Católica e instituições cristãs. Desde janeiro o governo demoliu 360 cruzes ou edifícios cristãos, segundo relatório da agência “Asia News”; e na cidade de Ningbo (7,6 milhões de habitantes) a catedral católica, construída em 1872, foi queimada até às cinzas.
Na Nigéria, os muçulmanos do Boko Aram já mataram milhares de cristãos, sem contar os sequestros, as escravizações e as violações, a destruição e o incêndio de igrejas e escolas cristãs. Muitos foram fuzilados dentro dos templos enquanto rezavam.
A indiferença no Ocidente a tudo isso é assombrosa. Autoridades civis e religiosas calam-se como se o assunto não lhes concernisse. A preocupação é promover o aborto, defender as invasões de terras e de casas, perseguir os católicos que, fiéis a sua fé, não podem em consciência aceitar inovações aberrantes, sejam elas impostas por leis iníquas ou por sentenças judiciais, sempre a pretexto de direitos humanos ou de um laicismo totalitário.
Para o escritor francês Gilles Lapouge, “no caso dos cristãos de Mosul, estamos diante de uma das mais violentas crueldades. Surpreende um pouco que esse fato não tenha provocado indignação nas capitais ocidentais.” (“O Estado de S. Paulo”, 24-7-14).
Em artigo intitulado “A indiferença que mata”, o historiador e jornalista italiano Ernesto Galli della Loggia, é bastante claro: Digamos a verdade: a quantos aqui na Europa e no Ocidente importa realmente a enésima matança de cristãos, pela explosão de uma bomba em uma igreja na Nigéria? E, além disso, a quantos importou realmente algo, que cristãos fossem obrigados a fugir de Mosul, em 24 horas, sob pena de morte ou conversão forçada ao Islã? Ninguém. Assim como ninguém jamais levantou um dedo para ajudar as centenas de milhares de cristãos que fugiram ao longo deste ano do Iraque, da Síria, de todo o mundo árabe. Quantas resoluções os países ocidentais apresentaram à ONU sobre seu destino? Quantos milhões de dólares pediram às agências das Nações Unidas para ajudá-los? E já são anos em que o massacre continua, quase diariamente: às dezenas e dezenas cristãos foram queimados vivos ou mortos nas igrejas da Índia, do Paquistão, do Egito, da Nigéria. E sempre no silêncio ou pelo menos na omissão geral. O que, por exemplo, foi feito de concreto para as 276 jovens cristãs sequestrada há algum tempo, também na Nigéria, pela seita jihadista do Boko Haram?” (“Corriere della Sera”, Milão, 28-7-14).
E as autoridades religiosas, mesmo as mais altas, por que se calam? Ou se algo murmuram, é com um som quase inaudível, um sussurro sem consequências. Não são irmãos na fé os que estão sendo martirizados? Não merecem eles todo o nosso apoio?
Em sua famosa “Via Sacra”, Plinio Corrêa de Oliveira exclamava: Quantos são os que realmente veem o pecado e procuram apontá-lo, denunciá-lo, combatê-lo, disputar-lhe passo a passo o terreno, erguer contra ele toda uma cruzada de ideias, de atos, de viva força se necessário for?”
Não, nada disso importa. Os cristãos que morram. O importante, o urgente é procurar aquietar a consciência daqueles que a si mesmos se colocaram numa situação de escândalo público por um pseudo-casamento, pela matança de inocentes antes de nascerem, ou por uma apostasia velada.
Como pode Nossa Senhora não chorar, por assim dizer lágrimas de fogo, sobre o mundo diante desse quadro? E quando suas lágrimas provocarem o castigo vindo do Céu, como será?
Inúmeras igrejas foram atacadas e destruídas no Iraque nos últimos meses
Milicianos islâmicos das forças terroristas ISIS no Iraque

Ameaça maometana

Perigo hoje evidente — basta aludir ao presente massacre de cristãos no Iraque —, a ameaça muçulmana ao Ocidente fora prevista por Plinio Corrêa de Oliveira há sete décadas. Neste sentido, entre seus diversos artigos advertindo para tal perigo, seguem trechos de um deles, intitulado Maomé renasce, publicado no “Legionário” em 15-6-1947.
08“Quando estudamos a triste história da queda do Império Romano do Ocidente, custa-nos compreender a curteza de vistas, a displicência e a tranquilidade dos romanos diante do perigo que se avolumava [...].
Falar na possibilidade da ressurreição do mundo maometano pareceria algo de tão irrealizável e anacrônico quanto o retorno aos trajes, aos métodos de guerra e ao mapa político da Idade Média.
Dessa ilusão, vivemos ainda hoje. E, como os romanos, não percebemos que fenômenos novos e extremamente graves se passam nas terras do Corão. [...]
Todas estas nações maometanas — estas potências, podemos dizer — se sentem orgulhosas de seu passado, de suas tradições, de sua cultura, e desejam conservá-las com afinco. Ao mesmo tempo, mostram-se ufanas de suas riquezas naturais, de suas possibilidades políticas e militares e do progresso financeiro que estão alcançando. Dia a dia elas se enriquecem [...]. Nas suas arcas, o ouro se vai acumulando. Ouro significa possibilidade de comprar armamentos. E armamentos significam prestígio mundial [...].
Tudo isto transformou o mundo islâmico e determinou em todos os povos maometanos, da Índia ao Marrocos, um estremecimento [...]. O nervo vital do islamismo revive em todos estes povos, fazendo renascer neles o gosto pela vitória.
A Liga Árabe, uma confederação vastíssima de povos muçulmanos, une hoje todo o mundo maometano. É, às avessas, do que foi na Idade Média a Cristandade. A Liga Árabe age como um vasto bloco, perante as nações não árabes, e fomenta a insurreição [...].
Será preciso ter muito talento, muita perspicácia, informações excepcionalmente boas, para perceber o que significa este perigo?”