29 de setembro de 2014

Catedral de Campinas é defendida da ação de feministas pró-aborto


Brasília, 29 de Setembro de 2014 (Zenit.org) 
Thácio Siqueira 

Para evitar o que ocorreu em Paris, com a profanação da Catedral de Notre Dame (invadida por feministas radicais), jovens católicos que atuam contra a prática do aborto em nosso País, liderados pelo Prof. Hermes Rodrigues Nery e Flavia Camargo, defenderam a Catedral de Campinas, no dia 27 último. 

Na praça da Catedral, tomada por petistas e integrantes do MST e feministas pró-aborto, realizava-se o evento, por elas mesmas denominadas, "Marcha das Vadias pela Descriminalização do Aborto". Mas a Catedral de Campinas foi preservada por um grupo de “bravos soldados de Cristo", como relata em entrevista a ZENIT (29-9-14) o Prof. Hermes Nery. 




ZENIT: O que aconteceu na Catedral de Campinas nesse fim de semana? 
Prof. Hermes: Fomos avisados na sexta-feira, a noite, por volta das 22 horas, de que haveria uma "Marcha das Vadias pela Descriminalização do Aborto", às nove horas da manhã do dia seguinte, 27 de setembro, diante da Catedral de Campinas. A exemplo do que tem acontecido em outros países, elas poderiam inclusive invadir a Catedral para atos blasfêmicos. Tínhamos uma agenda de compromissos em São Paulo, com a Flavia Camargo, e resolvemos cancelar e ir até a Catedral, com um único objetivo: evitar que elas entrassem na Catedral. Sentimos a necessidade de uma mobilização, em cima da hora, e a urgência em defendermos o templo, que tem sido alvo das feministas, que durante a Jornada Mundial da Juventude fizeram atos sacrílegos. O nosso intuito, portanto, foi de defender a igreja de algum ataque nesse sentido. 


ZENIT: Como reagiram os jovens católicos e pró-vida? 
Prof. Hermes: Conseguimos agregar um pequeno grupo de jovens católicos e pró-vidas, dispostos a ir lá. Graças a Deus, providências foram tomadas nesse sentido, como, por exemplo, o Cônego Álvaro, avisado em tempo da situação, foi firme também nessa iniciativa, de defender o templo de alguma profanação. Fechou a porta principal da Catedral e deixou uma porta lateral aberta para a entrada dos fiéis, cujo fluxo sempre é maior num sábado de manhã. Ficamos lá de sentinela, enquanto um outro pequeno grupo ficou na praça para ver alguma movimentação e avisar de alguma coisa. O próprio Cônego Álvaro circulou pela praça, enquanto conversamos. Ficamos lá o tempo todo, de modo que assim a Catedral foi defendida. 


ZENIT: Qual era o discurso das feministas? O que significa, em um estado laico, uma ameaça de profanação de um templo católico? 
Prof. Hermes: No folheto que elas estavam distribuindo na praça (cheia de petistas com bandeiras pró-Dilma, integrantes do MST e feministas pró-aborto), dizia que "nenhuma religião pode ter a prerrogativa de interferir nas políticas públicas de um Estado laico. Independente de nossas crenças individuais , como cidadãos e cidadãs, não podemos impor nossa fé para outras pessoas". Mas estivemos lá para deixar claro que elas não podem em nome do laicismo serem hostis aos cristãos, e, como fizeram as feministas em Paris, entrarem no templo para o profanarem. 
Elas vieram com a aquela fala já conhecida, cheia de chavões, com decoreba mesmo, fazendo apologia ao laicismo, aos direitos reprodutivos, ao direito de escolha da mulher, com estatísticas exageradas de mortes maternas por aborto, sendo que os dados do SUS não batem com os números apresentados por elas, etc. Ouvimos seus argumentos, mas deixamos claro que lá dentro elas não entrariam, pois estávamos lá para defender o templo católico. Uma delas, que tinha 26 anos, disse: "Idade que minha mãe tinha no ano em que nasci". E acrescentei: " Reflita sobre isso, se ela tivesse me abortado, eu não estaria aqui agora. A vida humana deve ser acolhida, promovida, respeitada, valorizada e amada, desde a concepção!" 


ZENIT: Que tipo de heroísmo nos é pedido nesses tempos em que vivemos? 
Prof. Hermes: Precisamos de uma militância católica que não tenha medo de assumir publicamente a identidade católica e defender o direito à liberdade de expressão e crença religiosa, garantida pela Constituição, e não podemos nos acuar diante de um laicismo agressivo e provocador. Graças à presença desses jovens que lá estiveram, foi possível evitar que o templo fosse profanado, afirmando assim a necessidade que temos, sim, de defendermos nossos princípios e valores, e também nossos espaços de culto. Enquanto batizados, somos chamados a fazer esta defesa. (http://www.zenit.org/pt/articles/catedral-de-campinas-e-defendida-da-acao-de-feministas-pro-aborto)

27 de setembro de 2014

Eleição presidencial: o Brasil ante o perigo esquerdista e o vácuo político


No próximo dia 5 de outubro o Brasil efetuará a oitava eleição presidencial, após a assim chamada redemocratização. Eleição que, tudo parece indicar, só no segundo turno, a realizar-se três semanas depois, definirá o futuro ocupante do Palácio do Planalto.
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, com o presente comunicado, não pretende imiscuir-se nas disputas partidárias que, em nosso País, são marcadas, de modo preponderante, por divergências de interesse de personalidades ou de clãs políticos, mais do que por desacordos de elevado nível doutrinário.
Entretanto, a presente eleição presidencial traz em seu bojo questões ideológicas inquietantes, muitas vezes afastadas da atenção do público por debates irrelevantes. Sendo diversas dessas questões de vital importância para a Igreja e para a civilização cristã, é compreensível que suscitem indagações no espírito de muitos católicos, sobretudo quando percebem seus valores ameaçados. Acresce-se a isso que tais questões ideológicas estão muitas vezes impregnadas do pensamento doutrinário, da atuação política e da agitação social da “esquerda católica”.
Por tais motivos, pareceu conveniente ao Instituto Plinio Corrêa de Oliveira — entidade civil, composta de leigos católicos(1) — apresentar aqui uma série de reflexões destinadas antes de tudo a seus dedicados simpatizantes, mas também aos católicos e aos eleitores em geral. Reflexões que submete igualmente à atenção dos políticos e dos candidatos engajados no atual pleito.
1. Quadro político e eleitoral conturbado
O presente pleito eleitoral insere-se num quadro político bastante instável e confuso.
Um crescente descontentamento com os rumos dados ao País pelo governo da Presidente Dilma Rousseff levaram, nestes últimos meses, a inequívocas manifestações públicas de desagrado em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e à própria figura da Presidente.
Em junho do ano passado, grandes manifestações realizadas por todo o País tinham feito soar o alarme. Mas o governo preferiu ignorar e até distorcer o sentido profundo das mesmas, ensaiando a convocação de uma Assembleia Constituinte específica que lançasse o País numa obscura reforma política.
Enquanto isso, o Brasil era assombrado por denúncias, cada vez mais arrepiantes, de bilionários esquemas de corrupção, instaurados no coração do Estado e visando a consecução de um projeto de poder, com laivos acentuados de totalitarismo.
Desde então, alastraram-se os fatores de incompreensão e de indignação, nas camadas profundas da população, e foi crescendo o desejo de obter nas eleições o afastamento do PT do poder.
*       *       *
Foi nesse ambiente sócio-político conturbado que se delineou o presente pleito eleitoral. Para ele muitos se voltavam com um misto de esperança e de desconfiança. Esperança de uma real mudança de rumos em relação à marcha desagregadora empreendida pelo governo; e desconfiança de que a presente disputa eleitoral nada mais fosse do que uma repetição de outras eleições, em que os debates sérios a respeito dos rumos do País estiveram ausentes.
A campanha eleitoral dava seus passos iniciais, quando a morte do candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, no brutal e ainda não inteiramente esclarecido acidente aéreo que o vitimou, junto com outras seis pessoas, aportou novo fator de conturbação ao quadro político.
As mudanças abruptas na corrida presidencial, em decorrência de tal acidente, só tornaram mais aguda a distorção que atinge habitualmente as disputas eleitorais no País, máxime para o cargo de Supremo Mandatário da Nação.
2. O mundo político erra o alvo de sua pontaria publicitária
Plinio Corrêa de Oliveira, o intrépido líder católico, cujo pensamento e métodos de ação inspiram o Instituto que leva seu nome, sempre alertou — em inúmeras análises da realidade nacional, seja em artigos para a grande imprensa, seja em manifestos ou em livros de ampla divulgação — para o desacerto gravíssimo entre importantes setores do mundo político e a parte mais preponderante e sadia de nossa opinião pública.
Segundo ele, um equívoco, manuseado por políticos verdadeiramente esquerdistas, por certo capitalismo publicitário, por clérigos progressistas e favorecido ainda por hábeis táticas de propaganda, fez crer a muitos dos que atuam em nossa vida pública que a opinião pública brasileira constitui um imenso caudal a caminhar gradualmente para a extrema-esquerda.
Por tal motivo, para a maioria dos políticos a-ideológicos, a corrida para a esquerda tornou-se sinônimo de corrida para uma popularidade triunfal. Imaginam eles que, quanto mais se colorirem de tintas esquerdistas, tanto mais ganharão terreno na simpatia popular.
Movidos por tal ilusão, até mesmo políticos convictamente centristas (ou até um ou outro direitista) relegaram ao abandono todo o potencial político de que disporiam, caso se opusessem com firmeza à esquerdização dissolvente que vai arruinando o País.
Assim, a parte mais substancial do mundo político pôs sua mira na esquerda, errando o alvo de sua pontaria publicitária que deveria estar no centro, de si conservador. Um centro conservador não adepto de um imobilismo total, mas favorável à manutenção de uma determinada ordem de coisas.
Como também observava Plinio Corrêa de Oliveira, na vida humana — considerada no plano individual como no político — nada é absolutamente estável. Tudo o que vive se move, e por isso nesse grande centro conservador se encontram tendências ora para a direita, ora para a esquerda, tendências essas que, entretanto, não cindem tal imenso bloco majoritário e não o deslocam de sua postura fundamentalmente centrista.
Convém ainda precisar que tal fenômeno de conservantismo brasileiro possui notas mais acentuadamente psicológicas do que ideológicas. É generalizada nele a persuasão de que, diante de um mundo cheio de incertezas e de crises, quaisquer solavancos, reformas ou aventuras poderão ser fatais. E todos nele anseiam, ao contrário, por segurança e estabilidade.
3. Grave distorção: candidatos majoritariamente de esquerda
Como fruto desse desacerto fundamental entre o mundo político e a parte preponderante da opinião pública, o País vive, a cada eleição, um angustiante paradoxo: quase todas as candidaturas de peso tendem para a esquerda (mais ou menos radical) e a imensa maioria da população, centrista e conservadora, não encontra representante de projeção que com ela se identifique.
Tal distorção faz com que muitos não encontrem espaço para expressar as reflexões ansiosas de se comunicarem, os ideais, as sugestões políticas, sociais e econômicas que acalentam no fundo da alma. Abafados assim em suas legítimas aspirações, sem candidatos que as vocalizem e compelidos, por outro lado, pela obrigatoriedade do voto, muitos destes nossos compatriotas buscam uma válvula de escape, algum candidato que possa parecer uma contestação a esse sistema. Isso torna a escolha eleitoral um exercício altamente volúvel, imprevisível, marcado pela impulsividade, pelas reações temperamentais, por uma certa torcida, às quais, na maioria das vezes, estão alheios a observação, a reflexão e o planejamento da ação.
Some-se a esse quadro geral, o fator específico da alta dramaticidade da morte do candidato Eduardo Campos e facilmente se entenderá a presente corrida eleitoral. Uma disputa necessariamente conturbada, marcada muito fortemente por uma nota emotiva, por reações impulsivas, em que o debate sério de temas profundos e de programas de governo(2) foi trocado pelos ataques rasteiros, pelas mentiras deslavadas, pelos truques de propaganda.(3)
4. A esquerda no poder se isola, diante de um público que caminha do desagrado para o ressentimento
A explanação acima ajuda a entender a encruzilhada política que vive o Brasil a poucos dias do primeiro turno da eleição presidencial.
Nestes últimos doze anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) alcançou êxitos eleitorais em boa medida ilusórios. Suas conquistas foram, em ponderável medida, fruto de um eleitorado que acabou por votar na esquerda sem ter uma mentalidade autenticamente progressista ou esquerdista. A isto era ele condicionado por diversos fatores — publicitários, de vantagens e benesses sociais, de pregações religiosas, de calculismo, e até pela ausência de uma mais ampla gama ideológica de candidatos.
Entretanto, os estrategistas da esquerda imaginaram que o êxito de seus jogos publicitários equivalia a um ganho de terreno na opinião pública. Não souberam entender que, ainda que vencido pelo bloqueio de atenção e pela pressão sobre sua capacidade de análise, fruto das mais eficazes técnicas de propaganda, o “homem da rua” não se deixou propriamente convencer. Certa simpatia despreocupada que o levou a votar na esquerda, não era isenta de uma nota de desconfiança.
Dando, pois, aos êxitos eleitorais o alcance que eles não tinham, o PT, apesar de inicialmente ter evitado intervir na economia, se açodou na implementação de sua agenda sócio-política e deu livre curso a seus métodos de ação, tantas vezes autoritários.
Cada dia mais, o PT foi-se mostrando ácido diante das críticas, alimentando o clima odioso do “nós contra eles”. O aparelhamento do Estado; as políticas públicas anti-“discriminatórias”, que deslancharam tensões sociais, antes inexistentes no País; o favorecimento de “movimentos sociais” desrespeitadores da propriedade privada e do Estado de Direito; as propostas de controle da imprensa; o aumento da intervenção estatal na economia; as relações internacionais submissas a interesses ideológicos espúrios; o crescimento abrupto de escândalos de corrupção, etc., tudo isso foi fazendo o Brasil se sentir, pouco a pouco, ludibriado em seus anseios de uma ordem distendida e pacata.
A esquerda no governo foi caindo no isolamento, diante de um público inicialmente desagradado, embora silencioso, depois agastado e, por fim, ressentido e furioso.
Seria por demais exaustivo analisar aqui a gênese dos protestos de junho do ano passado, mas é fato que os mesmos acabaram por se transformar em um imenso transbordar deste descontentamento público, para o qual convergiram insatisfações regionais e nacionais, políticas, sociais, econômicas, culturais, o que deu a tais manifestações um aspecto multifacetado.
Encerrado em sua própria utopia, o governo petista tentou ainda escamotear o sentido de tais protestos e radicalizar seu projeto de poder.
Embora as grandes manifestações tenham naturalmente refluído, o descontentamento com o PT e seu modo de governar foi se multiplicando e dando sinais vivos por toda a parte do território nacional e em todos os segmentos da sociedade.
Chegou-se, assim, à presente disputa eleitoral em que, para muitos, o intuito primordial de uma renovação política era afastar, pelo voto, o PT do poder.
5. Projetos políticos semelhantes
Subitamente um evento de notas trágicas convulsionou a atmosfera política.
A forte carga emocional de uma família, jovem e numerosa, dilacerada por um trágico desparecimento, juntamente com pesquisas que apontavam uma disparada acentuada nas intenções de voto em Marina Silva, fizeram entrever, num desses rompantes típicos de nossa agilidade de espírito, que a candidatura desta última poderia ser a “bala de prata no coração do lulopetismo”, para usar a expressão de um matutino paulista.(4)
Some-se a isso certa nota messiânica, certo utopismo de quimeras suaves ou brilhantes, envolta em linguagem fantasiosa e sedutora, que cria a impressão, ou a ilusão, da possibilidade de uma outra política, distante dos conchavos pouco coerentes e das iniciativas políticas tantas vezes enlameadas e corruptas do atual panorama, e se compreenderá o atual quadro de preferência de voto.(5)
Mas, se bem analisada a situação, o País parece encaminhar-se para uma disputa entre dois projetos políticos esquerdistas,(6) não tão diferentes entre si e, mais grave ainda, que radicalizarão os ânimos e criarão inevitavelmente fissuras no corpo social.
6. Decreto dos Conselhos Populares
Essa radicalização virá, antes de tudo, em decorrência do Decreto presidencial 8243, o qual constitui — como o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira teve oportunidade de alertar(7) — um gravíssimo ataque às instituições vigentes, no que pode ser qualificada de uma tentativa de golpe de Estado incruento.
Devido a manobras legislativas, articuladas pelo Governo Federal, a Câmara não conseguiu derrubar tal Decreto, já comparado a um decreto bolivariano ou bolchevique, que torna obsoletas as instituições do Estado de Direito, criando organismos informais através dos quais minorias militantes condicionarão a sociedade e o governo.
Tal decreto será, sem dúvida, uma das chaves do próximo mandato presidencial e as duas candidatas, que ora ocupam a liderança das pesquisas, veem nele a oportunidade de um “aperfeiçoamento” da democracia, rumo a uma “democracia popular” tão ao gosto dos sistemas totalitários socialistas.
Agrava-se essa perspectiva quando se considera que a própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em seu documento nº 91, “Por uma reforma do Estado, com participação democrática”, endossa a criação de estruturas de participação popular, questiona a democracia representativa e propõe uma nova forma de viver a democracia, tudo em sintonia com o decreto presidencial 8243.
7. Reforma Agrária
Volta de novo ao debate a ideia de incrementar a Reforma Agrária, a velha utopia de esquerda, que ao longo de décadas tem debilitado o direito de propriedade, criando em milhões de hectares de nosso território verdadeiras “favelas rurais” ou unidades mais ou menos coletivizadas, as quais dependem, para sobreviver, das “esmolas” governamentais.
Alguns querem privilegiar a chamada “agricultura familiar” (um termo dúbio e habilmente manipulado) em detrimento do agronegócio, em franco progresso nos seus aspectos essenciais, de sorte a constituir hoje a coluna-mestra, e a salvaguarda honrada e forte da economia nacional.
Volta igualmente ao debate eleitoral o fantasma dos índices de produtividade rural. Reconhecidamente não existem, no Brasil, propriedades rurais particulares improdutivas. Aventar-se a revisão dos índices de produtividade só pode fazer crescer a insegurança jurídica no campo, com a consequente volta de invasões e do arbítrio.
Radicalizar o caminho agro-reformista — além de violar o direito de propriedade, consagrado em dois Mandamentos da Lei de Deus — gerará mais conflitos e injustiças no campo, contra aqueles que incansavelmente labutam pacificamente em toda a imensidão de nosso território. Tais propósitos só podem gerar susto e apreensão.
8. Reforma Urbana
Enquanto desordens de todo o tipo se têm propagado pelo Brasil, como uma erisipela, é fácil perceber que certos mecanismos de agitação e ação política passaram a assestar seu foco sobre os grandes conglomerados urbanos, para aí promoverem movimentos desestabilizadores.
A Reforma Urbana, quiçá ainda mais tempestuosamente esquerdista do que a Reforma Agrária, constitui mais um fantasma acabrunhador a perturbar as horas de trabalho, de lazer e de sono de todos quantos no Brasil possuem imóveis.
Salta aos olhos o contraste entre a ameaça que pesa sobre os cidadãos prestantes que habitam nosso solo urbano, ameaçados de sofrer uma sumária e despótica perseguição legal, e a impressionante liberdade de que gozam os agitadores camuflados pela demagógica qualificação de “sem-teto”, recebidos por autoridades após praticarem seus atos ilegais de desrespeito à propriedade.
Ora, também aqui e acolá na disputa eleitoral parece entrever-se o desígnio da intervenção estatal urbana, sob o pretexto de desenvolver cidades saudáveis, democráticas e seguras. A ameaça à propriedade urbana e as tentativas de forçar despoticamente mudanças nos hábitos comportamentais dos cidadãos parecem entrar na mira de um próximo mandato presidencial.
9. Reservas indígenas e terras quilombolas
Os projetos políticos em pauta contemplam um incentivo à desastrosa — e muitas vezes ignominiosa — política indigenista.
Bafejada por uma corrente ideológica de clérigos e leigos, ligados à Teologia da Libertação, tal política indigenista é crítica da obra colonizadora dos portugueses, bem como da influência civilizadora dos missionários, a exemplo da exercida por São José de Anchieta.
Em vez de estimular a mútua compreensão cristã, que consolide cada vez mais a unidade brasileira, o indigenismo suscita incompreensões, rivalidades e atritos, contrários à miscigenação e ao caráter cristão e cordato de nosso povo.
A política de demarcação de terras indígenas tornou-se indiscriminada, abusiva e baseada numa concepção hipertrofiada dos direitos dos índios. Alguns deles, tantas vezes manipulados por propagandas eficazes e por agitadores políticos ou religiosos, acabam por se engajar em invasões de terras e agressões à propriedade privada, gerando insegurança e fomentando rancores raciais tão alheios à índole do brasileiro.
Cabe ressaltar, que as leis e os projetos políticos em discussão nesta eleição, tão ciosos de impor índices de produtividade aos proprietários rurais, concedem aos índios áreas verdadeiramente latifundiárias, que permanecem inaproveitadas, não cumprindo a tão decantada função social.
Mas a continuação de uma política de demarcação de reservas indígenas parece apontar agora para uma nova perspectiva: a da autonomia de tais reservas. Seria assim reconhecida, aos vários grupos indígenas, uma como que soberania face ao Estado, o que de si caminha para o esfacelamento da unidade e da soberania nacionais.
Como não perceber que a perspectiva de, na prática, ver dilacerada nossa soberania, e atingida essa imensa unidade territorial de que sentimos orgulho, é de molde a agredir a ufania de ser brasileiro que de tantos modos se manifesta, até mesmo em eventos públicos de grande repercussão?
O que aqui fica dito sobre a política indigenista, poderia ser afirmado, de modo similar, a respeito da política de demarcação das terras quilombolas.
10. Aborto
Mais uma vez não há clareza, nem determinação nas propostas políticas de defesa da vida. A consagração da prática do aborto pela legislação — tema candente para milhões de brasileiros e, especificamente, para os católicos — é quase completamente silenciada nos debates eleitorais. Os eleitores podem recear que esse silêncio seja prenúncio, após as eleições, por parte das candidatas que agora lideram as pesquisas, de medidas e propostas que agridam o sentir comum de nossa população, e se choquem com os valores cristãos da grande maioria da mesma.
11. “Casamento” homossexual
Em rota de colisão com os sentimentos e convicções das sociedades constituídas sob o bafejo dos ensinamentos do Evangelho, os ativistas do movimento homossexual tentam consagrar socialmente a prática do homossexualismo, apesar de flagrantemente oposta à Lei natural e à moral revelada.
Segundo afirmam os líderes desse movimento, está em curso, sobretudo nas sociedades ocidentais e cristãs, uma verdadeira revolução moral e religiosa, oposta ao próprio cristianismo. Ela se traduz, entre outras coisas, na legalização do chamado “casamento” homossexual.
Sendo o casamento reconhecido — ao longo da História e em todas as civilizações — como o vínculo permanente que une um homem e uma mulher, com o objetivo comum de gerar uma prole e constituir família, não tem sentido falar-se de “casamento” homossexual.
Não obstante, em nome dos plenos direitos da cidadania, levanta-se outra vez o tema da aprovação do “casamento” homossexual em nosso País, em afronta aos sentimentos e convicções cristãs da forte maioria da sociedade(8).
12. Criminalização da “homofobia”
Em sua auto-proclamada revolução moral e religiosa, os ativistas do movimento homossexual utilizam o termo “homofobia” para tachar, de modo depreciativo, todos aqueles que se manifestam, com argumentos racionais, científicos ou religiosos, contrários às práticas do homossexualismo.
Mas os militantes desta revolução vão mais longe e pretendem criminalizar todos os que se opõem a sua agenda, por exemplo em nome da Lei natural e dos Dez Mandamentos.
Assim, já tramita no País um projeto de criminalização da homofobia, o qual tem sofrido forte rechaço da sociedade. Mas o tema de novo vem à baila nesta campanha eleitoral. Quem não percebe que tal proposta abriria as portas para a perseguição de caráter religioso e para os chamados crimes de opinião?
13. A estranha omissão da CNBB
Face aos rumos para os quais aponta tal quadro eleitoral, é compreensível a perplexidade dos católicos — e de tantos outros que não o sendo reconhecem o papel fundamental da Igreja — ante a quase completa omissão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Era natural que esse organismo episcopal fizesse sentir a influência sobrenatural da Santa Igreja, pela pregação da verdade evangélica, para o bem espiritual, intelectual e moral daqueles que a ela se abrem. Mas, infelizmente, a CNBB vem relegando para segundo plano uma série de temas de primordial importância religiosa e moral no que diz respeito ao bem comum espiritual e temporal do Brasil; e vem tentando modelar a opinião pública a seu gosto em determinados problemas políticos e sócio-econômicos, em incursões em matéria especificamente temporal, revestidas, por vezes, de uma agressividade voltada para a agitação.
14.  O Brasil mediano, o Brasil sensato, o Brasil autêntico anseia por estabilidade e paz
É difícil governar um povo com base numa miragem! Ou seja, criando a ilusão da existência de um espírito progressista — ou esquerdista — nas camadas profundas da população, onde ele, na verdade, não existe. É igualmente difícil governar um povo cordato cortejando minorias muitas vezes radicais.
Se o mundo político não vencer a magia dos velhos mitos e insistir num reformismo festivo, rumo a um esquerdismo cada vez mais radical (baseado em vitórias eleitorais ilusórias), serão cada vez mais raros no público aqueles que o acompanharão.
Nesse caso, qualquer candidato que vier a ocupar o Palácio do Planalto dificilmente escapará ao vácuo terrível do qual o mundo político, já hoje, está custando a escapar.
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A encruzilhada que o País vive neste momento, cabe em boa medida aos nossos homens públicos resolvê-la. Continuarão eles a deixar sem voz e sem vez uma grande maioria centrista e conservadora, não atuando como resolutos mandatários da mesma? Continuarão a privilegiar sentimentos progressistas ou esquerdistas fictícios?
Diante dos múltiplos fatores desestabilizadores que marcam nossa atual conjuntura, em que é contínuo o esforço de certas minorias para suscitar confrontos e dissensões sociais, ao estilo da velha luta de classes, o Brasil mediano, o Brasil sensato, o Brasil autêntico anseia por serenidade, por estabilidade e por paz.
Este Brasil que recusa aventuras e rupturas sócio-políticas, necessitaria de uma candidatura viável que soubesse vocalizar suas aspirações e se comprometesse
  • a ser a alternativa clara e firme ao governo do PT;
  • a fazer cessar as imensas máquinas de corrupção;
  • a tornar a administração pública credível;
  • a cicatrizar as chagas do jogo político-social do “nós contra eles”;
  • a não introduzir qualquer legislação que venha a permitir o aborto;
  • a não modificar a ordenação legal da família, mantendo o matrimônio como união estável entre homem e mulher;
  • a não impor a educação estatal às crianças e a garantir o direito da família de educar seus filhos;
  • a não aprovar programas e reformas educacionais que implantem a anti-natural “ideologia de gênero”;
  • a fazer cessar as agitações e reformas que ameaçam a propriedade urbana;
  • a fazer cessar as múltiplas ameaças contra a propriedade no campo e a dar estabilidade aos produtores rurais, verdadeiro esteio de nossa economia;
  • a rever a chamada política indigenista e a repensar e reformular as demarcações de reservas indígenas e de terras quilombolas;
  • a livrar a economia do dirigismo estatal, a favorecer a iniciativa privada, a diminuir a onerosa carga tributária. 
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Instituto Plinio Corrêa de Oliveira apresenta aqui estas reflexões, como contributo ao que está persuadido serem os mais altos interesses do Brasil e da civilização cristã na presente conjuntura, depositando seu esforço aos pés de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira de nossa Nação.
São Paulo, 24 de setembro de 2014
Festa de Nossa Senhora das Mercês
Adolpho Lindenberg
Presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

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Notas
1. O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira não representa a Sagrada Hierarquia, não foi fundado por ela, nem por ela é dirigido. Nossa entidade foi fundada e é dirigida por leigos católicos que, inspirados nos ensinamentos da doutrina social tradicional da Igreja, visa tão-só atuar no campo temporal, em favor da civilização cristã, sob a exclusiva responsabilidade de seus integrantes. Sem embargo, ela se sujeita, com filial obediência, à vigilância da Sagrada Hierarquia em tudo quanto diz respeito à Fé, à Moral e à disciplina eclesiástica (cfr. Código de Direito Canônico, cânones 212 §1, 215, 225 §2, 227).
2. Sobre a indefinição de programas dos candidatos, o jornal “Valor”, de 16 de setembro, destacou que o PSB prepara a revisão de programa para 2º turno: “Com vistas a um provável segundo turno, a campanha da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, já prepara mudanças no plano de governo, com um detalhamento maior de propostas” (PSB prepara a revisão de programa para 2º turno).
A candidata Marina Silva já havia realizado diversas erratas em relação ao programa entregue à Justiça Eleitoral.
A “Folha de S. Paulo”, por sua vez, destaca em editorial, do dia 19 de setembro, a respeito dos outros candidatos: “O senador [Aécio Neves] ainda promete finalizar seu programa de governo, mas até hoje, faltando 16 dias para a votação, não avançou além das diretrizes gerais que todo candidato deve, por lei, protocolar ao registrar sua postulação. [...]
“Desconfortável mesmo deveria estar a presidente Dilma Rousseff (PT), que teve atitude bastante distinta. Diante das divergências entre o que defende seu partido e o que pretende seu governo, a mandatária considerou oportuno suspender a divulgação de seu programa. [...]
“Ao eleitor, por óbvio, essa lógica mesquinha de nada serve. Como saber de que maneira Dilma planeja se comportar num eventual segundo mandato se nem aceita assumir compromissos formais?” (Descaso programático).
3. A este respeito são elucidativas as palavras de Antonio Delfim Netto: “O evidente mau uso dos recursos dissipados na propaganda eleitoral `gratuita´ (paga pela sociedade desapercebida) que em lugar de educar o cidadão, deseduca-o em matérias cuja boa compreensão é fundamental para o voto consequente. Exacerba o voluntarismo como solução para nossos graves problemas” (Limite inferior, “Folha de S. Paulo”, 17 de setembro de 2014).
Carlos Heitor Cony ressalta igualmente o vazio da disputa eleitoral: “Finalmente, o clima eleitoral esquentou. Esquentou até demais. A entrada de Marina botou fogo numa disputa que ameaçava a tepidez [...]. Mesmo assim, a disputa nem chega a ser política, mas quase esportiva, o eterno flá-flu, o maniqueísmo em sua forma radical. Dilma e Marina baixaram o nível da campanha” (Flá-flu eleitoral, “Folha de S. Paulo”, 16 de setembro de 2014).
4. O “Estado de S. Paulo”, em Notas & Informações: “É cada vez menor o número dos que duvidam hoje da derrota de Dilma Rousseff nas urnas de outubro. Mas a probabilidade da vitória de Marina Silva poderá resultar em enorme decepção para quem acredita que o voto na ex-senadora é o melhor caminho para livrar o País do lulopetismo. Esta é a conclusão a que têm chegado, nos círculos políticos de Brasília, petistas e não petistas com algum acesso a Lula, a partir da análise de seu comportamento diante de um quadro eleitoral que era impensável pouco tempo atrás.[…]
“Lula, portanto, parou para pensar em si mesmo, entregar os anéis para salvar os dedos e se concentrar em 2018, quando ele próprio poderá tentar, com o prestígio popular que lhe tiver restado, uma volta triunfal ao Palácio do Planalto. E, pelo que dizem ser seus cálculos, a eleição de Marina Silva agora pode ser mais útil a esse objetivo do que a reeleição de Dilma. [...]
“A ser isso verdade, votar em Marina com a intenção de cravar uma bala de prata no coração do lulopetismo seria comprar gato por lebre” (As coisas podem não ser o que parecem, 7 de setembro de 2104).
5. Em editorial, a revista “Isto É” aponta: “[Marina Silva] sem definir propostas ou detalhar planos, surfa na conveniência do discurso generalista que soa simpático às massas, mas que peca na consistência e no leque de alternativas concretas para colocar o País de volta aos trilhos” (O que é a `Nova Política´?, 3 de setembro de 2014).
Por seu turno, Renato Janine Ribeiro, afirma no jornal “Valor”: “Se a terceira candidata [Marina Silva] adquiriu, tão rapidamente, tantas intenções de voto, sobretudo entre os que eram indecisos, é mais pelo desencanto com os dois grandes partidos do que pelo conteúdo de suas propostas” (Quem ganhar perderá, 20, 21 e 22 de setembro de 2014).
6. Tomamos aqui o termo “esquerdista” não apenas como um conjunto de reformas sócio-econômicas visando estabelecer, a prazo curto ou médio, a inteira igualdade entre os homens, mas também tudo quanto corrói, corrompe ou dissolve a moral cristã, fundamento da civilização ocidental. Todas as leis que favorecem o permissivismo omnímodo de nossos dias pode e deve ser tido como genuína expressão da mentalidade e da doutrina esquerdista (cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, O descontentamento da direita e do centro, “Folha de S. Paulo”, 21 de julho de 1978).
7. Cfr. Comunicado do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, Importante passo rumo ao modelo venezuelano22 de junho de 2014.
8. Não deixa de ser significativo deste rechaço o ocorrido quando da apresentação do programa de governo da candidata Marina Silva: “Pressionada pelo pastor evangélico Silas Malafaia, a chapa de Marina retirou o apoio à criminalização da homofobia e ao casamento gay do programa de governo apresentado 24 horas antes. Marina alegou que a inclusão do texto havia sido um equívoco de sua equipe, mas o estrago, sobretudo nas redes sociais, a essa altura já estava feito” (Marina sob fogo cerrado, Mariana Barros e Malu Gaspar, “Veja”, 10 de setembro de 2014).

26 de setembro de 2014

ÀS VÉSPERAS DAS ELEIÇÕES, UM ALERTA À NAÇÃO

Paulo Roberto Campos 

“Vocês podem escolher o automóvel que bem desejarem, desde que seja um
Ford-T preto”... Às vésperas das próximas eleições, parece que se deseja impor aos eleitores brasileiros uma “opção” análoga à frase acima, atribuída a Henry Ford no início do século passado. Ou seja, “vocês podem escolher o candidato que desejarem, desde que seja alguém bem de esquerda”...

Com o acidente aéreo que matou Eduardo Campos (então candidato à presidência pelo PSB), ocorreu uma comoção nacional e uma reviravolta na disputa eleitoral. Marina Silva, que era a vice, substituiu o candidato vitimado no desastre — aliás, não inteiramente elucidado.

A partir de então, os institutos de pesquisas começaram a apontar para a possibilidade de um segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva, e não mais entre o presidenciável Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). E as duas candidatas passaram a disputar para ver quem vencerá nos ataques recíprocos. Em vez de apresentarem projetos que pudessem sanar os graves problemas nacionais, a disputa resvalou para se saber quem conseguiria fazer a campanha com o nível mais baixo.

E o programa de governo, que deveria ser apresentado aos eleitores? — Ora, o programa! Às favas com ele! Fica-se com a impressão de que o real programa é o aparelhamento do Estado e a consequente perpetuação da esquerda petista no governo do País. Neste sentido, basta lembrar o “Decreto presidencial 8243” — qualificado por muitos analistas políticos como algo semelhante a um golpe de Estado branco e comparado a um decreto bolivariano ou bolchevique. E o estabelecimento de “soviets”, previstos nesse decreto, contam também com a simpatia da candidata Marina Silva.

Estava eu preocupado, com esses problemas girando como fantasmas na cabeça, quando tomei conhecimento de um importante e oportuno manifesto, lançado pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, no dia 24 último. Intitulado Eleição presidencial: o Brasil ante o perigo esquerdista e o vácuo político, ele me ajudou imensamente a esclarecer a situação por que passa o País. Em uma palavra, em vias de sofrer uma verdadeira revolução moral, religiosa, social e econômica de tendência marxista, que o arruinaria.

Assim sendo, prezados leitores, recomendo vivamente a leitura desse manifesto. O que pode ser feito acessando o site do Instituto: http://ipco.org.br/ipco/ou por meio do site da Agência Boa Imprensahttp://www.abim.inf.br/ 

24 de setembro de 2014

A PROPÓSITO DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

Paulo Roberto Campos 

A propósito das próximas eleições, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou um documento intitulado “RECOMENDAÇÕES PARA OS ELEITORES NAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO DE 2014”. 

O documento é fracote e ambíguo, pois os católicos estavam no direito de esperar dos senhores bispos um corajoso pronunciamento. Pronunciamento firme e inequívoco sobre a posição da Igreja a respeito de leis opostas às de Deus, que estão sendo defendidas por candidatos de esquerda. Bem como um enérgico pronunciamento que criticasse posições de candidatos que não se manifestam claramente contrários ao aborto, ao “casamento” homossexual, à eutanásia, à legalização da droga, à educação sexual e distribuição de cartilhas imorais nas escolas, ao ensino da perversa “ideologia de gênero” às crianças, à invasão de propriedades rurais e urbanas, à Reforma Agrária socialista e confiscatória, etc.

Dileto leitor, a respeito leia mais acessando o link abaixo, e assine uma carta aberta de protesto e pedindo um novo documento episcopal que seja firme e inequívoco. Assine e peça a seus amigos que também o façam. Só assim se conseguirá levantar uma reação séria e eficaz contra a eleição de candidatos com projetos que violam as Leis de Deus, projetos contrários aos valores familiares do povo brasileiro. Desse modo, poder-se-á também impedir a eleição de candidatos que não se comprometem em defender energicamente tais valores morais.

23 de setembro de 2014

Agressão da extrema-esquerda contra a Federação Pró-vida


Matthias Von Gersdorff 

Na Alemanha, o serviço de informação “Indymedia”, porta-voz de grupos da esquerda radical, reconhece que estes atacaram a sede da Federação Pró-vida, promotora anual da “Marcha pela Vida”. A marcha deste ano foi no dia 20 de setembro, e percorreu quatro quilômetros do centro da capital alemã. 

Declara “Indymedia”: “Tínhamos motivo para fazer uma visita noturna à sede da Federação. Na noite de 18 para 19 de setembro, atacamos o escritório da Federação, situado na Fahrberlliner Strasse 99, Berlin, pintando palavras nas paredes e quebrando com martelo.” 

As atividades dos defensores da vida inocente vêm sendo objeto de frequentes agressões físicas perpetradas por elementos da esquerda radical. 

Por exemplo, dias atrás, em clara violação do direito de manifestação, um grupo autodenominado “Feministas antifascistas” convocou publicamente seus militantes a participar de “protestos criativos”, isto é, provocar tumultos e distúrbios durante a “Marcha pela vida – 2014”.

“Indymedia” confessa que a cada ano cresce o número de seus militantes que exercem essa ação ilegal junto à “Marcha pela Vida”. Iniciada em 2008 com mil participantes, a Marcha contou em 2013 com cerca de 4.500 pessoas e para este ano anunciaram a vinda de trinta ônibus provenientes de toda a Alemanha. Esta é por certo a razão pela qual aumentam os ataques da esquerda: intimidar para tentar fazer recuar o número dos manifestantes contra o aborto. 

A esquerda, na realidade, não tem outro meio a não ser aterrorizar. Tal como acontece no Brasil com os que propugnam o aborto livre. No entanto, no povo domina a opinião contrária. Assim é que na Alemanha, decorridos 40 anos da introdução gradual da prática abortiva, o debate público, nos últimos anos, vem sendo dominado pelos defensores da vida.

19 de setembro de 2014

Via internet, atentado à moral e aos bons costumes

Exposição nudista com as próprias fotos: péssima e perigosa tendência imoral entre jovens alemães 

Um estudo da Universidade de Merseburg (Alemanha) mostra que cinco moças e nove rapazes, entre 16 e 18 anos, já se fotografaram despidos. O jornal “Saarbrücken Zeitung” publica em artigo que seis por cento desses jovens expõem suas fotos na internet. 

Trata-se de um fenômeno novo. Fotos em posições lascivas são enviadas por meio de telefones celulares antes de encontros amorosos. Elas valem como declaração de amor. 

Além de ofender gravemente a Deus, esse costume representa um perigo não pequeno para o próprio infrator, cujas fotos podem ser enviadas indiscriminadamente às redes sociais, servindo assim até como instrumento de vingança entre namorados após o rompimento. 

Outro grande perigo desse atentado à moral e aos bons costumes está no fato de que, uma vez enviadas a mais de uma pessoa, tais fotos ficam no circuito internet. Quem as apagará?

Essas fotografias podem também ser impressas em papel e utilizadas para intimidar. Chantagistas poderão assim obter vantagens: “Ou paga ou eu as publicarei”. Uma vez divulgadas, as pessoas fotografadas não terão mais controle sobre suas próprias fotos. 

Os jovens não estão se dando conta desse perigo; e as moças são as que mais sofrem com a circulação de suas fotos.

A divulgação de fotos pornográficas pela internet, feita por adultos ou menores de 16 anos, é punida por lei na Alemanha. A punição diz respeito até mesmo às próprias fotos. [Fonte: “Kultur und Medien”, setembro/2014]

8 de setembro de 2014

Números eloquentes

Os números são eloquentes, mas o governo PT, assim como muitos candidatos petistas, insistem em fingir de surdo. O governo sabe, mas finge não perceber o óbvio: que a maioria dos brasileiros é contrária ao aborto, contrária ao “casamento” homossexual e contrária à legalização da maconha. É o que constatou recente pesquisa realizada pelo Instituto Ibope e divulgada no dia 4 último. 

Só lamento que as cifras relativas às pessoas contrárias a práticas tão antinaturais — práticas tão opostas às Leis de Deus — não sejam ainda mais elevadas, mas, em qualquer caso, a maior parte é contra. Ufa! 

Eis um excerto da notícia publicada no “O Estado de S. Paulo” no dia 4 último: 

Ibope: Quase 80% são contra legalizar maconha e aborto 

Daniel Bramatti e José Roberto Toledo 
“A pesquisa Ibope/Estado/TV Globo revela que 79% dos eleitores brasileiros são contra a descriminalização da maconha, e apenas 17% a favor. Um placar semelhante envolve a questão do aborto: 79% são contrários à legalização e 16% favoráveis. A maioria — ainda que por margem não tão larga — também rejeita o casamento homossexual: 53% a 40%”.

4 de setembro de 2014

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL / 1914 – 2014

Paulo Roberto Campos 
Muito se tem falado sobre os 100 anos da Primeira Guerra Mundial, mas pouco de suas reais consequências. Iniciada em 28 de junho de 1914, com o assassinato do herdeiro do Império Áustro-Húngaro, o Arquiduque Francisco Ferdinando (Sarajevo), a hecatombe só encerrou-se em 1918, acarretando no mundo inteiro sérias consequências, profundo desmoronamento de valores morais, graves cicatrizes na Civilização Cristã. 


Naqueles primórdios do século passado, num clima saturado de otimismo, dançavam-se as valsas vienenses nos faustosos salões iluminados pelas recém-inventadas lâmpadas elétricas e exalavam-se os melhores perfumes da Belle Époque. 

Na Paris de 1900, a capital da “douceur de vivre” [doçura de viver], realizou-se a primeira grande exposição universal. Visitantes de todos os quadrantes da Terra lá estiveram, prestando admirados suas homenagens aos surpreendentes progressos que a técnica acabara de descobrir. 

Nascia a era apoteótica da máquina. Despontava a civilização industrial e o mundo mecanizado, nos quais os homens esperavam poder viver plenamente felizes — a tecnologia resolveria todos as dificuldades, a ciência eliminaria as doenças e, quiçá, até a morte. 

Essa concepção de vida é denunciada por Plinio Corrêa de Oliveira em sua magna obra "Revolução e Contra-Revolução":
“Auto-suficiente pela ciência e pela técnica, [o homem] pode ele resolver todos os seus problemas, eliminar a dor, a pobreza, a ignorância, a insegurança, enfim tudo aquilo a que chamamos efeito do pecado original ou atual. [...] Nesse mundo, a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo nada tem a fazer. Pois o homem terá superado o mal pela ciência e terá transformado a terra em um ‘céu’ tecnicamente delicioso. E pelo prolongamento indefinido da vida esperará vencer um dia a morte” (Parte I, Cap. XI, 3). 
Com uma tal mentalidade a entrava a humanidade nessa nova era, que prometia “um paraíso na Terra”. E entrava eufórica, como eufórica ingressara no Titanic — o fabuloso e gigantesco palácio flutuante — os futuros náufragos daquele colosso “insubmergível” que hoje jaz no fundo do oceano.

Como um raio céu sereno, o assassinato do herdeiro do Império Áustro-Húngaro, executado por um anarquista sérvio, foi a centelha da Primeira Guerra Mundial. Teria sido um castigo da Providência? Por quê? Não teria sido pelo fato de a humanidade ter posto mais fé na ciência e na tecnologia do que no Criador de todas as coisas? 


Pior que a própria guerra foram as suas consequências: o continente europeu foi profundamente abalado por um psy-terremoto que fez tremer o magnífico edifício da Civilização Cristã e revolucionar os costumes. Apesar de seu “epicentro” ter ocorrido no Velho Mundo, seus efeitos fizeram-se sentir em todo o orbe. No Brasil, por exemplo — que vivia até então tranquilo, tendo como polo de atração a Europa, particularmente Paris —, uma profunda modificação transformou as mentalidades e os modos de ser. Novos “valores” emergiram, os costumes mais tradicionais foram abalados, tudo em nome da modernidade lançada pelos Estados Unidos — a American way of life —, especialmente do cinema, a grande novidade da época. Hollywood passou a ser o novo polo de atração mundial. 

O mundo saído das trincheiras da guerra de 1914-1918 era completamente outro. A Europa católica foi a grande prejudicada, de modo especial o glorioso Império Áustro-Húngaro. As suaves melodias das valsas vienenses foram abafadas pelos grunhidos do fox trot e os ruídos da jazz band, oriundos da América do Norte. Usando linguagem metafórica, em artigo publicado no “O Legionário” (13-5-1945), Plinio Corrêa de Oliveira assim descreve os efeitos do pós-Guerra:
“É preciso ter vivido em 1920, ou 1925, para compreender o tremendo caos ideológico em que se debatia a humanidade. A Cristandade parecia um imenso prédio em trabalhos finais de demolição. Não havia o que não se fizesse para a destruir. Aqui, especialistas silenciosos e metódicos arrancavam uma a uma as pedras, desconjuntavam as traves, tiravam as portas a seus batentes, e as janelas a suas esquadrias. Essa faina, que faziam com o mutismo, a solércia e a agilidade de conspiradores, progredia com frieza inexorável, sem perda de um instante, sem desperdício de um segundo. [...] Procuravam com o material roubado à Casa de Deus, construir em suas linhas extravagantes e sensuais, a orgulhosa Cidade do Demônio. Tudo isto não é senão alegoria. E não há alegoria, nem imagem, nem descrição que possa retratar a confusão daqueles dias de pós-Guerra”.