Recebi de um colega jornalista residente em Viena o artigo abaixo, como uma colaboração para o nosso blog. Trata-se de uma matéria sobre a violência escolar na Áustria, mas tem enorme semelhança com o mesmo problema que enfrentamos no Brasil. A atitude dos jornais daquela nação também não difere dos nossos. Igualmente, a mídia nacional se alarma com o aumento de casos de agressividade entre escolares, mas ela mesma louva quando o Estado retira dos pais o direito de bem educar seus filhos — inclusive aplicando-lhes umas palmadinhas corretivas, indispensáveis para serem bem formados.
Tal mídia, geralmente esquerdista, faz propaganda pela descriminalização da droga e depois "chora" suas tintas de hipocrisia nas páginas de seus jornais lamentando a violência nas escolas. Poderiam esperar outra coisa? Por meio de seus canais de TV "despejam" violência e imoralidade para dentro dos lares. Poderiam esperar outra coisa, senão o aumento da violência entre as crianças? Ou damos um basta nisto, ou a mídia continuará produzindo monstrinhos e neo-bárbaros, quando não assassinos-mirins!
Violência nas escolas secundárias austríacas
Viena, 19 de junho de 2012
Carlos Eduardo Schaffer
Os principais jornais de Viena trazem hoje na primeira página uma notícia que os alarma: o nível de violência nas escolas secundárias da Áustria se mantém elevado. Vinte e nove por cento dos meninos cometem atos de violência. Entre as meninas, 12%. Entretanto, dada sua natureza delicada, elas são as que mais sofrem com as brigas: suas notas diminuem imediatamente.
Um entre quatro meninos com a idade de 15 anos, pelo menos duas vezes por mês, sofre agressão de colegas. Três por cento deles são diagnosticados pelos psicólogos escolares como “extremamente agressivos".
Até mesmo os professores se tornaram mais violentos. Muitos deles fingem não ver as agressões a fim de evitar complicações. 40% dos alunos são constrangidos fisicamente por seus mestres. E esta situação se mantém assim há anos. Na terça-feira passada um aluno de 12 anos, na cidade de Wels, roubou fio elétrico da sala de educação física, passou em torno do pescoço de um colega e saiu puxando-o como um animal. Ao se queixar de dores o colega levado à soga teve o pescoço torcido violentamente, sendo em seguida levado para um hospital. Sofreu uma torção entre o pescoço e a coluna vertebral.
Cada aluno hoje em dia pratica um ato de violência por semestre. Estes dados são revelados por um estudo oficial do governo, denominado “Pisa-2009”.
As escolas menos exigentes em matéria de estudos são as que mais registram casos de violência. Essas escolas, já ao admitir alunos, fazem uma seleção relaxada, e raramente expulsa os maus elementos. São frequentadas por alunos que não têm o desejo de boa formação e, consequentemente, se entregam a outras atividades extra-escolares, entre as quais a violência. O estudo revela que o aluno não aplicado tende a ser briguento.
A polícia de Viena vem se dedicando com mais afinco ao problema. Entre 2009 e 2010 técnicos de diferentes disciplinas e campos de ação, como criminalistas, psicólogos juvenis, conselhos escolares, o Juizado de Menores e o Ministério da Justiça elaboraram um estudo para prevenção da violência nas escolas e normas de intervenção. O estudo já está em uso pelas autoridades.
Sim, os jornais austríacos se alarmam com a violência estudantil ao mesmo tempo em que fecham os olhos para a realidade. Esses mesmos jornais noticiavam festivamente a “Parada homossexual” anualmente realizada em Viena, há apenas cinco dias. Nessa “Parada” até mesmo crianças portavam a bandeira colorida do movimento homossexual. Mas o fato de que hoje até mesmo a inocência seja levada a portar o símbolo do vício não alarma a imprensa. Esses mesmos órgãos dão há anos cobertura para toda espécie de filmes ofensivos à moral cristã e portadores de brutais cenas de violência.
Representantes da “moral do século”, laica e permissiva, esses jornais imaginam utopicamente poderem coexistir a inteira liberdade sexual e a boa ordem social e civil. A decadência dos costumes leva inevitavelmente à violência e à consequente desagregação social. É uma questão de tempo.