29 de março de 2023

Não é diabólico ficar obstinado no erro?


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eproduzo aqui um artigo muito oportuno e esclarecedor do quanto o novo governo petista insiste em tudo aquilo que deu errado em seus 13 anos “governando” o Brasil. “Errar é humano, mas persistir no erro é burrice” (ou petisce...). Inclusive, poder-se-ia dizer que é diabólico ficar obstinado no erro por apego excessivo à uma ideologia falida, ou por “cachaça” — um vício em continuar errando como um turrão. 

O artigo é do jornalista José Roberto Guzzo (colunista em vários periódicos) e foi primeiramente publicado no “O Estado de S. Paulo” de 19 de março de 2023. 

O pró-crime está de volta no governo Lula 

Não existe nenhuma desgraça que oprima tanto e de forma tão direta a população brasileira, sobretudo os mais pobres, quanto o crime. Num país em que o governo diz 24 horas por dia que é “popular”, que cuida dos “menos favorecidos”, etc., etc., essa deveria ser a prioridade das prioridades. Mas o que acontece no mundo das realidades é exatamente o contrário. A noção de “segurança”, para o governo Lula, é fornecer conforto, proteção e apoio aos criminosos, principalmente os que estão nas prisões; é proteger os direitos de quem praticou crimes, e não os direitos de quem sofre diariamente com eles. Num país que teve quase 41 mil assassinatos no ano passado, a preocupação do governo é o bem-estar de quem matou, e não de quem foi morto; defender a vida humana é coisa “de direita”, “fascista” e daí para baixo. 

A última prova desta opção oficial pelos criminosos e pelo crime é a ressurreição do “plano de segurança”, que vigorou no Brasil entre 2007 e 2016 e durante o qual, entre outras calamidades, o número de homicídios aumentou 30%. É um desses casos, medidos numericamente, em que o governo age de maneira concreta em favor do crime. Com a deposição do PT e a eliminação do “plano”, o número de assassinatos começou a cair imediatamente e sem parar até dezembro de 2022; continua sendo um dos mais altos do mundo, mas só nos últimos cinco anos foram 18 mil homicídios a menos, ou 18 mil vidas salvas. Lula anuncia, agora, a retomada do projeto que deu errado — errado para o povo brasileiro, e certo para os criminosos. Suas taras são perfeitamente conhecidas. Soltar gente que está presa, para diminuir a “superpopulação” das penitenciárias. Em vez de dar verbas para a polícia (que, segundo Lula, tem de ser mais “civilizada”), forrar de dinheiro as “ONGs” que se dedicam à proteção de presidiários. Desarmar os cidadãos que têm armas compradas legalmente — e por aí se vai. 

“As cadeias estão cheias de gente inocente no Brasil”, disse Lula ao relançar o “plano”; que o problema do Brasil é a “injustiça” com os presos, e não os assassinatos, roubos e estupros.

27 de março de 2023

A oração mais antiga a Nossa Senhora


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Marcelo Dufaur 


A saudação de São Gabriel à Santíssima Virgem por ocasião da Anunciação, em Nazaré, é a mais antiga e sublime oração a Ela. É aquela que os homens mais rezam e rezarão até o fim do mundo: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto de Vosso ventre, Jesus”. 

Mas qual é a oração mais antiga composta pelos homens a Nossa Senhora? 

De modo inesperado, ela apareceu inscrita num pequeno papiro milenar, de textura frágil, redigida em grego, desenterrado das areias de um deserto do Egito. O mais incrível é que o manuscrito, após quase dois mil anos, foi descoberto de modo legível. Agora é cuidadosamente guardado entre dois vidros para evitar a sua deterioração. 

Seria como se anjos tivessem querido conservar o texto para o revelar nos presentes dias, em que tanto se blasfema contra os mais insignes atributos da Santa Mãe de Deus, a fim de despertar os nossos contemporâneos. 

O papiro desaparecera no século III e foi encontrado num depósito de lixo das ruínas da extinta cidade de Oxirrinco, no norte do Egito, em 1897. Os arqueólogos ingleses Bernard Pyne Grenfell e Arthur Surridge [foto ao lado] recuperaram no local abundante coleção de manuscritos, agora conservados na Coleção John Rylands, da Universidade de Manchester (Inglaterra). Eles só foram dados a conhecer na década de 1930, porém ninguém os havia transcrito corretamente. 


O filólogo espanhol Felipe Hernández Muñoz, do Departamento de Clássicos da Universidade Complutense, foi em dezembro de 2022 à Rylands Collection e efetuou uma transliteração correta do grego e a tradução para o inglês e o latim. Assim, ele nos forneceu uma conscienciosa primeira versão da oração, que tem algo da célebre “Salve Rainha”, mas muito simples. Ei-la:

“Sob vossas / misericordiosas entranhas / nos refugiamos, / Mãe de Deus. Não desprezeis os nossos / pedidos na pressa, / mas do perigo, / livrai-nos, / só vós, santa, / a bem-aventurada”. 

Felipe Hernández explica que a “escrita está cuidada. Tudo em letras maiúsculas e em grego, a língua mais difundida na época. Há rasgões no papiro, mas as letras podem ser adivinhadas sem problemas”. O filólogo também destaca que as primeiras palavras são “sob vossas misericordiosas entranhas” que lembra a “Salve Rainha”. E as palavras “sob vossa proteção” indicam que Maria era invocada como Mãe de Misericórdia, como também na “Salve Rainha”, implorando seus “olhos misericordiosos”

Prof. Felipe Hernández Muñoz com um colaborador, no laboratório da Universidade Complutense.

A oração pede à Virgem que nos liberte do perigo. E um deles era a perseguição contra os cristãos perpetrada pelo Império Romano. 

“Altar dos Apóstolos”.
Visto através da grade de metal,
a relíquia é guardada sob o altar
da Santa Casa de Loreto. 
Por que fomos encontrar nesse velho papiro do ano 250 d.C. a versão mais primitiva que nos recorda a “Salve Rainha”? Grandes santos mariais, como São Luís Maria Grignion de Montfort, ensinam que a devoção a Nossa Senhora começou já em sua vida com a veneração dos próprios Apóstolos que iam até sua casa de Nazaré visitá-la e rezar a Missa num altar, hoje conhecido como “Altar dos Apóstolos”, o qual se conserva na Santa Casa de Loreto (Itália) aos pés da imagem da Virgem. 

Naqueles remotos tempos, devido aos vícios e às fraquezas dos neófitos oriundos do paganismo, a devoção à Mãe de Deus era revelada com discrição e prudência, porque, percebendo a sua excelsa virtude, os ex-pagãos poderiam achar que Ela fosse uma deusa. Com a posterior consolidação do apostolado, essa dificuldade desapareceu e o culto a Nossa Senhora generalizou-se livremente. 

Culto que nos primeiros séculos da Igreja teve sua aprovação magisterial no Concílio Ecumênico de Éfeso, do ano 431. Nele, Ela foi proclamada “Mãe de Deus” (theotokos, em grego). O herói dessa proclamação foi São Cirilo, patriarca de Alexandria. Naquele Concílio, por defender Maria como Mãe de Deus, São Cirilo foi invectivado pelo heresiarca Nestório e seus bispos cúmplices como “monstro, nascido e educado para a destruição da Igreja”. 

Com análogo ódio, os protestantes, estultamente, como de costume, contestaram a origem histórica da devoção a Nossa Senhora, arrancando da Bíblia páginas nas quais Ela é citada. Pior ainda, em nossos tempos, o progressismo dito católico, que tudo subverte, empenha-se em negar com maior furor os mais excelsos atributos da Santíssima Virgem, como o de Medianeira Universal de todas as Graças e seu correspondente título de Advogada nossa. Se Ela é Medianeira Universal, só a Igreja Católica é o único canal que nos leva a Deus por meio d’Ela, Advogada nossa por excelência, em quem podemos confiar com certeza plena. 

Nossa Senhora foi proclamada “Mãe de Deus” (theotokos, em grego) durante o Concílio Ecumênico de Éfeso, do ano 431,
graças a São Cirilo, patriarca de Alexandria

Mas foi nestes nossos tempos de negação empedernida, protestante e/ou progressista, que a Providência Divina fez reaparecer o histórico papiro provando que os celestes atributos da Virgem não são invenção medieval, mas que vêm sendo cultuados há quase dois milênios.

O mais antigo ícone representando
Nossa Senhora se venera no mosteiro
das dominicanas do Monte Mário, em Roma,
e é conhecido como “Advocata”,
 cuja autoria é atribuída ao Apóstolo São Lucas.
“Por muitos anos, esse documento foi deixado de lado. Talvez um dos motivos seja o fato de ser controverso por conter uma oração à Virgem Maria. O texto tem intrigado vários teólogos porque aparece em meados do terceiro século, antes do que qualquer um poderia pensar” — diz o filólogo Felipe Hernández, que traduziu o papiro e confirmou o que tantos intuíam, alguns com amor redobrado, outros com ódio e revolta. 

“Quando Jesus, do alto da Cruz, diz a São João: ‘Eis aí a tua mãe’, indicou que a Virgem não era só mãe espiritual do Apóstolo virgem, o primeiro devoto d´Ela, mas também a Mãe de toda a Igreja e de todos os cristãos — explicou Felipe Hernández, ecoando o ensinamento unânime da Igreja. 

As representações artísticas e muito antigas nos apresentam Nossa Senhora em ícones. O mais antigo ícone representando Nossa Senhora se venera no mosteiro das dominicanas do Monte Mário, em Roma, e é conhecido como “Advocata”, cuja autoria é atribuída ao Apóstolo São Lucas. O culto da Virgem como sendo uma invenção medieval não tem o menor fundamento, pois as imagens anteriores também nos falam de um culto que remonta aos tempos apostólicos.

13 de março de 2023

TRÍDUO CARNAVALESCO


“Sob pretexto de cultuar a alegria, o carnaval trai a alegria” 

✅  Plinio Corrêa de Oliveira

Certos escritores de meia tigela, que se querem dar ares de profundos, de psicólogos, de filósofos ou de qualquer outra coisa em que se lhes possam estatelar o pedantismo e a superficialidade, costumam afirmar que é durante a mascarada carnavalesca que o homem, “tirando a máscara dos preconceitos e das convenções sociais”, mostra a sua verdadeira fisionomia. E o ultra cediço chavão, o pretendido paradoxo encontra sempre, entre certas pessoas graves, o acolhimento devido aos grandes oráculos. 

Ora, nós achamos exatamente o contrário. No carnaval, não só a humanidade não tira máscara alguma, antes, se aferra mais encarniçadamente à máscara que, nestes últimos tempos, não cessa de usar. 

Assim, o carnaval não é um oásis, ou uma trégua; é um auge, um recrudescimento, crise delirante de um estado crônico. 

De fato, o carnaval moderno não passa de uma torpe falsificação, de uma reles intrujice, de uma atroz mistificação. Sob pretexto de cultuar a alegria, o carnaval trai a alegria. 

Em verdade, que é a alegria carnavalesca? Embriaguez de álcool, embriaguez de éter, embriaguez de ritmo, em suma, a completa desordem do sistema nervoso, alucinação de pessoas que desejam fugir de si mesmas, porque em si mesmas morrerão de tédio ou de náusea. 

Para uma humanidade falsificada, idiotizada, brutalizada, que detesta a sua alma e não quer contemplar a sua própria face, só mesmo uma alegria falsificada: o carnaval é inumano [...]. 

Desde que as calamidades são consequências dos pecados, façamos penitência e, muito especialmente, afastemos as causas dos pecados, a fim de que Deus se compadeça de nós.


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Excertos do artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado no “Legionário” de 28 de fevereiro de 1943, Nº 551, p. 2.

12 de março de 2023

PENTECOSTES


Nos primórdios da Santa Igreja, imensas graças para o seu estabelecimento e sua dilatação pelo mundo inteiro. Os Apóstolos movidos pelos dons do Espírito Santo operaram grandes milagres, evangelizaram todos os povos, prepararam o florescimento da Cristandade. 


Fonte: Catolicismo, Nº 867, Março/2023 

Cinquenta dias depois da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, um grandioso acontecimento: o Pentecostes, palavra grega que significa “quinquagésimo dia”. Nessa ocasião o Espírito Santo desceu em forma de línguas de fogo sobre a Santíssima Virgem e os Apóstolos reunidos no Cenáculo — o mesmo recinto onde o Redentor os havia reunido na “Última Ceia” um dia antes de sua Crucifixão no Calvário. 

Convertidos pela graça de Pentecostes, os Apóstolos se transformaram, de pessoas pusilânimes nos dias da Paixão de Jesus, em destemidos heróis da Fé; ficaram com a disposição de dar suas vidas para expandir o cristianismo a todas as nações; operaram grandes milagres; receberam em abundância os dons do Espírito Santo e o dom de falar muitas línguas para ensinar todos os povos. Em poucos dias converteram milhares de judeus e de gentios. 

“O Espírito Santo desce sobre a Virgem
e os Apóstolos”. Iluminura da obra
Les Très Riches Heures du duc de Berry.
Cumpria-se assim o que o Divino Mestre lhes havia ordenado: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos sobre os enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16, 15-18). 

Esse é o assunto da matéria de capa da edição deste mês da revista Catolicismo. Com ela damos prosseguimento à nossa publicação da Semana Santa do ano anterior, reproduzindo trechos da magnífica obra do Pe. Augustin Berthe, sacerdote redentorista francês, falecido no início do século passado. 

É o tema que sugerimos para meditação nesta Quaresma — período penitencial que no rito romano da Igreja Católica se inicia na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Páscoa, ou seja, neste ano, de 22 de fevereiro até 9 de abril. 

Desejando aos nossos leitores uma abençoada Quaresma e uma Santa e Feliz Páscoa, oferecemos-lhes nossas orações para que alcancem a plenitude dos dons do Espírito Santo. Imensa graça que devemos pedir por intercessão de Nossa Senhora, assim como Ela intercedeu pelos Apóstolos no Cenáculo. Peçamos também um “novo Pentecostes” a fim de que se opere a conversão total da humanidade, o reflorescimento da Fé Católica e a restauração da Cristandade até os confins da Terra.

7 de março de 2023

O RETORNO DOS TERRORISTAS DO MST

O comunismo não é perverso e condenável apenas por ser um desastre do ponto de vista político-social e econômico — negando, por exemplo, o sagrado direito de propriedade. Ele é uma ideologia materialista e ateia intrinsecamente má, com uma visão do universo e do homem diametralmente oposta àquela ensinada pela Religião católica, e nega, em consequência, todos os Mandamentos da Lei de Deus. Assim, não se pode ser verdadeiramente católico e comunista ao mesmo tempo. 

Notícias concernentes à seita comunista no Brasil voltaram à pauta do dia com o retorno sinuoso do PT ao governo — “eleição não se ganha, se toma” — e o reinício das invasões e saques perpetrados pelo MST. 

Em recente artigo para a “Gazeta do Povo” (1-3-23), intitulado “Carnaval Vermelho: MST faz guerra para retomar poder político”, o deputado federal Marcel van Hattem (NOVO-RS) denuncia muito bem: 

“O ‘Carnaval Vermelho’ de invasões de terras desencadeado pelo MST é a mais recente consequência violenta da eleição de Lula à Presidência da República. E a promessa já é de intensificação da estratégia de terror empregada pelo braço armado do PT na área rural. 

“O MST, que usa do terror como arma de convencimento político, aliás, nunca foi enquadrado legalmente como aquilo que é: um movimento terrorista. Por quê? Simples: porque o PT obviamente nunca quis e o Centrão sempre acabou se rendendo, apesar de comporem suas bancadas inúmeros produtores rurais e seus representantes. Agora, após quatro anos de paz no campo, prosperidade rural e praticamente sem invasões de terra, vemos a retomada das investidas de quem não quer reforma agrária nenhuma e nem tem vergonha de deixar isso claro ao invadir terras produtivas, contrariando seu próprio discurso de ataque ao direito de propriedade. O MST, na verdade, faz guerra contra quem trabalha honestamente e, como todo ‘movimento social’ nesse país, reivindica também ‘espaço no governo’. Não quer reforma agrária; quer poder político”. 

Desde o dia 27-2-23, aproximadamente 1.700 petistas do MST invadiram três fazendas de cultivo de eucalipto da empresa Suzano Papel e Celulose, nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no sul da Bahia (Cfr. O Estado de S. Paulo, 2-3-23)

Apenas acrescento: o MST não quer Reforma Agrária, ele quer Revolução Agrária. Utiliza para isso a luta de classes da cartilha marxista, jogando empregados contra padrões, sempre “abençoado” e impulsionado pela clerezia de esquerda. 

Vem a propósito reproduzir aqui três pensamentos: 


“O Comunismo foi fundado pelo demônio. Lúcifer é o seu chefe e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus. Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o Criador e seus filhos.”
(Padre Cícero Romão Batista). 





“Em nossos dias o marxismo vai tomando ares de sacristão, e procura inviscerar-se na Igreja para A conquistar. Reconhecendo-se fracassado nos 100 anos em que lutou contra Ela de fora para dentro, procura agora matá-la de dentro para fora.”
(Plinio Corrêa de Oliveira). 





“Governos com políticas agrícolas erradas com pegadas socialistas, que na verdade escondem o comunismo, geram sequelas no prato de comida. E a história está aí para provar, como podemos ver hoje na ‘Venezuela do norte’ e na ‘Venezuela do sul’ — antes chamada Argentina.” 

(Júlio Brissac).

4 de março de 2023

STALIN REVIVE EM PUTIN

Vladimir Putin prestando homenagem a Josef Stalin e a Vladimir Lenin


✅  Paulo Roberto Campos

Amanhã, domingo, 5 de março, é uma data horrorosa que cumpre relembrar, para jamais nos esquecermos do horror que foi a opressão perpetrada pelo regime comunista na URSS: completam-se 70 anos da morte de um homem que representou a verdadeira cara do comunismo: Josef Stalin — ditador da União Soviética de meados da década de 1920 até sua morte em 5 de março de 1953. 

É claro que o comunismo não morreu com a morte do tirano. Hoje o sórdido Stalin revive no sinistro Putin. É claro também que com outra máscara para conseguir — e conseguiu — enganar muitos incautos no mundo ocidental. A máscara de Putin foi desfeita com a sua criminosa, cruel e covarde invasão da Ucrânia. Muitos dos incautos caíram na realidade, abriram os olhos, perceberam que foram enganados e que Putin deseja realmente ser o herdeiro de Stalin, mas parece que outros tantos deles continuam gostando de ser enganados. 

Corre na Rússia uma anedota que bem revela o caráter stalinista do atual autocrata russo: Num sonho, Putin vê Stalin. Aproveita a ocasião para pedir um conselho de como governar a Rússia. Stalin então aconselha “Fuzile todos os democratas e pinte o Kremlin de azul”. Putin pergunta: “Por que azul?”. — “kkkkkkk, eu sabia que você não ia me perguntar sobre a primeira parte...”

Vítima do Holodomor numa rua da cidade de Carcóvia (no leste da Ucrânia). 

Foto feita, em 1932, por Alexander Wienerberger.

Segundo a historiadora Julia Strauss, calcula-se que o comunismo na URSS matou mais ou menos 20 milhões de pessoas. Só o regime stalinista é responsável pelo maior e mais brutal genocídio da História, com mais de 10 milhões de mortos! Apenas na Ucrânia Soviética — devido à coletivização forçada da produção agrícola — Stalin é culpado pelo morticínio de aproximadamente 8 milhões de pessoas entre 1932 e 1933. Tal morticínio é conhecido como “Holodomor” (matar pela fome), mas deve ser chamado de genocídio do povo ucraniano. Quem hoje está pretendendo um novo genocídio daquele heroico povo?


Nos dois mencionados anos, a fome era tanta, que se comiam os cachorros, como hoje na Venezuela, e houve até casos de canibalismo. Morrer de fome numa nação conhecida como “celeiro da Europa”, só mesmo o comunismo pode conseguir — como vem conseguindo agora no “celeiro do petróleo”, que é a Venezuela, e ameaça fazer no “celeiro do mundo”, que é o nosso querido Brasil. Segundo Stalin, “A revolução vitoriosa num país tem por tarefa desenvolver e sustentar a revolução nos outros países”... 

No final deste artigo, transcrevo trecho de um impressionante comentário de Plinio Corrêa de Oliveira, em sua palestra de 13 de janeiro de 1975, sobre a morte do infame Stalin. Ele se baseia num relato da filha mais nova do tirano, Svetlana Alliluyeva [foto], que em 1967 conseguiu fugir da Rússia e chegar aos Estados Unidos. Livre da opressão comunista, ela escreveu sua autobiografia Twenty Letters to a Friend (Vinte cartas a um amigo), da qual reproduzo algumas linhas: 
“A respiração [de Stalin] fazia-se cada vez mais ofegante. Nas últimas doze horas, tornou-se claro que a fome de oxigênio crescia. A face escurecia e se alterava. Gradualmente, seus traços tomavam- se irreconhecíveis, os lábios negros. Na última hora, ou nas últimas duas, ele simplesmente foi se sufocando. A agonia foi espantosa. Um homem era estrangulado sob os olhares de todos. Já no último minuto, de repente, ele abriu os olhos e os voltou para todos aqueles que estavam em torno. Foi um olhar terrível, talvez louco, talvez furibundo e cheio de terror em face da morte e diante dos rostos desconhecidos dos médicos que se inclinavam sobre ele; e seu olhar passeou sobre todos durante uma certa fração de minuto; e, a essa altura — foi uma coisa incompreensível e horrível, que ainda hoje não entendo, mas não posso esquecer —, ele ergueu improvisadamente para o alto o braço esquerdo e com ele apontou para o alto ou talvez nos ameaçou a todos”.


Após a descrição da morte do tirano, o Prof. Plinio faz o seu comentário. Contudo, como ele não o reviu com a intenção de publicá-lo, adaptamos aqui suas palavras à linguagem escrita

“Imaginemos as vastidões do Kremlin. Misteriosa fortaleza-palácio, inteiramente murada, em Moscou. Dentro dela, mais um drama se desenrola: a morte do ditador Stalin. Um homem devasso, que está expirando. 

“A inevitável doença, ou envenenamento, que atinge determinado paroxismo e que produz o estraçalhamento, a dilaceração: a alma está se separando do corpo. Stalin encontra-se impotente, mas seu organismo poderoso luta contra a morte. 

“Mas, apesar dessa reação — uma espécie de fúria selvagem e de poder biológico e psicológico —, a morte vai prostrando o ditador. Ele vai sendo estraçalhado e reagindo com uma impetuosidade, uma força de resistência maior à medida que vai notando que os golpes da morte vão se abatendo sobre ele. 

“Constata-se, porém, que Stalin morre longe da graça de Deus. Nada há que externe a ideia de religião. A vida dele foi de um ateu e de um propugnador do ateísmo. De um homem que, ainda que se às ocultas acreditasse em Deus, de tal maneira ofendeu o Criador, que é de se presumir que tenha caído no pecado de desespero, ou no pecado da negação da existência de Deus. 

“Portanto, morrendo com ódio, desesperado. Sua reação é vã, o ar vai faltando, sua natureza está minada por todos os lados. Em certo momento, o ditador percebe a situação em que se encontra. Ele, que não tinha feito outra coisa na vida a não ser governar pelo terror, impulsionado pela força do ódio, abre os olhos e — talvez sem dar-se bem conta do que estava acontecendo, considerando-se envenenado ou vítima de uma conspiração — fita todos os presentes no local com um olhar terrível; e, sentindo confusamente que estava sendo derrotado, procura ainda reagir. 

“A seguir, levanta o braço num gesto de ameaça — a única coisa que ele sabia fazer. Pouco depois, Deus chama sua alma para julgamento. O braço cai, ele não é senão um cadáver. 

“O homem que passou a vida inteira odiando, e que havia governado com brutalidade, verga, quebra, rui. Sobrevém a placidez do cadáver. 

“Para uma pessoa que sabe interpretar essas cenas com os olhos da fé, uma só coisa constata como epílogo: a vitória de Deus!”.