30 de agosto de 2015

São Teodoro Studita e o “Sínodo do adultério”

Roberto de Mattei 

Com o nome de “Sínodo do adultério”, entrou para a História da Igreja uma assembleia de bispos que no século IX quis aprovar a prática do segundo casamento após o repúdio da esposa legítima. São Teodoro Studita (759-826) [imagem ao lado] foi um dos que mais vigorosamente se lhe opuseram, sendo por isso perseguido, preso e exilado três vezes. 

Tudo começou em janeiro de 795, quando o imperador romano do Oriente (basileus) Constantino VI (771-797) encerrou sua esposa Maria de Armênia em um convento e iniciou uma união ilícita com Teodota, dama de honra de sua mãe Irene. Poucos meses depois, o imperador fez proclamar Teodota “augusta”, mas não tendo conseguido convencer o patriarca Tarasius (730-806) a celebrar o novo casamento, encontrou finalmente um ministro complacente no egúmeno [responsável por um mosteiro] José, abade do mosteiro de Kathara, na ilha de Itaca, que abençoou oficialmente a união adúltera. 

Nascido em Constantinopla no ano de 759, São Teodoro era então monge no mosteiro de Sakkudion, na Bitinia, cujo abade era seu tio Platão, também venerado como santo. O injusto divórcio produziu  informa ele numa carta  uma profunda comoção em todo o povo cristão: concussus est mundus (... Ep II, n 181, PG, 99, coll 1559-1560CD), o que o levou a protestar energicamente com São Platão em nome da indissolubilidade do vínculo. O imperador deve ser considerado adúltero  escreveu  e, portanto, o egúmeno José deve ser considerado gravemente culposo, por ter abençoado adúlteros e os ter admitido à Eucaristia. “Coroando o adultério” o egúmeno José se opôs ao ensinamento de Cristo e violou a Lei de Deus, asseverou (Ep. I, 32, PG 99, coll. 1015 / 1061C). Para Teodoro, também o patriarca Tarasius deveria ser condenado, pois embora não tivesse endossado o novo casamento, havia se mostrado tolerante, evitando excomungar o imperador e punir o padre José. 

Essa atitude era típica de um setor da Igreja do Oriente, que proclamava a indissolubilidade do matrimônio, mas na prática mostrava uma certa submissão em relação ao poder imperial, semeando confusão nas pessoas e provocando o protesto dos católicos mais fervorosos. Baseando-se nos escritos de São Basílio, Teodoro alegou o direito dos súditos de denunciar os erros do próprio superior (Epist. I, n. 5, PG, 99, coll. 923-924, 925-926D), e os monges de Sakkudion romperam a comunhão com o patriarca, por sua cumplicidade com o divórcio do imperador. Estourou assim a chamada “questão moicheiana” (de moicheia = adultério), que colocou Teodoro em conflito não só com o governo imperial, mas com os próprios patriarcas de Constantinopla. 

Este é um episódio pouco conhecido, sobre o qual o Prof. Dante Gemmiti levantou o véu alguns anos atrás, numa cuidadosa reconstrução histórica baseada em fontes gregas e latinas (Teodoro Studite e la questioni moicheiana, LER, Marigliano 1993), confirmando como no primeiro milênio a disciplina eclesiástica da Igreja do Oriente ainda respeitava o princípio da indissolubilidade do casamento. 

Em setembro de 796, Platão e Teodoro foram presos com certo número de monges do Sakkudion, internados e depois exilados a Tessalônica, aonde chegaram em 25 de março 797. Em Constantinopla, no entanto, o povo julgava Constantino um pecador que continuava a dar escândalo público e, alentado pelo exemplo de Platão e Teodoro, aumentava sua oposição a cada dia. 

O exílio durou pouco porque, na sequência de uma conspiração de palácio, o jovem Constantino foi cegado pela mãe, que assumiu sozinha o governo do império. Irene chamou de volta os exilados, que mudaram para o mosteiro urbano de Studios, juntamente com a maioria da comunidade de monges de Sakkudion. Teodoro e Platão se reconciliaram com o patriarca Tarasio que, após a chegada de Irene ao poder, havia condenado publicamente Constantino e o egúmeno José pelo divórcio imperial. 

O reinado de Irene foi breve. Em 31 de outubro de 802, um de seus ministros, Nicéforo, depois de uma revolta palaciana, proclamou-se imperador. Pouco depois, quando morreu Tarasio, o novo basileus fez eleger Patriarca de Constantinopla um alto oficial imperial também chamado Nicéforo (758-828). Em um sínodo convocado e presidido por ele, em meados do ano 806, Nicéforo reintegrou em seu ofício o egúmeno José, deposto por Tarasio. Teodoro, que se tornara chefe da comunidade monástica de Studios após Platão se retirar para a vida de recluso, protestou energicamente contra a reabilitação do egúmeno José, e quando este último recomeçou a exercer o ministério sacerdotal, rompeu a comunhão com o novo patriarca. 

A reação não tardou. Studios foi ocupado militarmente, Platão, Teodoro e seu irmão José, Arcebispo de Tessalônica, foram presos, condenados e exilados. Em 808 o imperador convocou outro sínodo, que se reuniu em janeiro de 809. Foi essa assembleia sinodal que, em uma carta de 809 ao monge Arsênio, Teodoro definiu como “moechosynodus”, ou seja, o “Sínodo do adultério” (Ep. I, . 38, PG 99, coll. 1041-1042c). O Sínodo dos Bispos reconheceu a legitimidade do segundo casamento de Constantino, confirmou a reabilitação do egúmeno José e anatematizou Teodoro, Platão e seu irmão José, que foi deposto de seu cargo de Arcebispo de Tessalônica. 

Para justificar o divórcio do imperador, o Sínodo utilizava o princípio da “economia dos santos” (tolerância na práxis). Mas para Teodoro nenhum motivo podia justificar a transgressão de uma lei divina. Baseado nos ensinamentos de São Basílio, de São Gregório Nazianzeno e de São João Crisóstomo, ele declarou privada de fundamento bíblico a disciplina da “economia dos santos”, segundo a qual em algumas circunstâncias se podia fazer o mal em nome da tolerância para um mal menor – como neste caso do casamento adúltero do imperador. 

Poucos anos depois, na guerra contra os búlgaros (25 de Julho 811), morreu o imperador Nicéforo, subindo ao trono outro funcionário imperial, Miguel I. O novo basileus chamou Teodoro de volta do exílio, tornando-o um de seus mais escutados conselheiros. Mas a paz durou pouco. No verão de 813, os búlgaros infligiram uma gravíssima derrota a Miguel I em Adrianópolis, e o exército proclamou imperador o chefe dos anatólios, Leão V, conhecido como “o Armênio” (775-820). Quando Leão depôs o patriarca Nicéforo e condenou o culto às imagens, Teodoro assumiu a liderança da resistência contra a iconoclastia. Teodoro de fato se destacou na História da Igreja não somente como adversário do “Sínodo do adultério”, mas também como um dos grandes defensores das imagens sagradas durante a segunda fase da crise iconoclasta.

Assim, no Domingo de Ramos de 815, foi possível assistir a uma procissão dos mil monges de Studios dentro de seu mosteiro, mas bem visíveis, portando os ícones sagrados e cantando solenes aclamações em sua honra. A procissão, contudo, provocou a reação da polícia. Entre 815 e 821, Teodoro foi açoitado, preso e exilado em vários lugares da Ásia Menor. Finalmente pôde voltar a Constantinopla, mas não ao seu próprio mosteiro. Então ele se estabeleceu com seus monges no outro lado do Bósforo, em Prinkipo, onde morreu em 11 de novembro 826. 
São João Batista, por ter condenado o adultério do rei Herodes, teve sua cabeça decapitada pelo rei adúltero, que não aceitou a condenação do santo mártir quando afirmou o “non licet” (“Não te é permitido tomá-la por mulher”, Mt 14, 4).

O “non licet” (Mt 14, 3-11) que São João Batista opôs ao tetrarca Herodes pelo seu adultério, soou várias vezes na História da Igreja. São Teodoro Studita, um simples religioso que ousou desafiar o poder imperial e as hierarquias eclesiásticas da época, pode ser considerado um dos patronos celestes daqueles que, ainda hoje, em face das ameaças de mudança da prática católica sobre o casamento, têm a coragem de repetir um inflexível "non licet"
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Original em italiano: 
Tradução de Hélio Dias Viana

26 de agosto de 2015

Vitória! PME é aprovado definitivamente em São Paulo sem a nefasta "Ideologia de Gênero"

Na Câmara Municipal de São Paulo, os vereadores, por maioria absoluta, aprovaram o “Plano Municipal de Educação” no último dia 25. A absurda “Ideologia de Gênero” não foi inserida no PME (Foto: Roney Domingos/G1).

Edson Carlos de Oliveira

Neste dia 25 de agosto, as famílias paulistanas obtiveram uma grande vitória em defesa do futuro moral de nossas crianças. O plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em maioria absoluta, um substitutivo no qual os termos da Ideologia de Gênero não foram inseridos.

Todas as emendas apresentadas pela Vereadora Juliana Cardoso (PT) — que procurava reintroduzir termos como “Identidade de Gênero”, “nome social ” [para os LGBT, é claro], entre outros — foram reprovadas em bloco junto com outras emendas de diversos vereadores. Depois a Vereador Juliana Cardoso reclamou que a Ideologia de Gênero se tratava de “uma mentira” de grupos católicos que na época da ditadura falavam que “comunista comia criancinhas“. 

Toninho Vespoli (PSOL) afirmou em seu discurso final que tem certeza que professores da rede pública irão ensinar a questão de “gênero”, mesmo que o termo não tenha sido contemplado na redação final. 

Logo após o presidente do plenário ter confirmado o resultado da votação, Marcio Coutinho, representante do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira no local, junto com outros membros da Ação Jovem do Instituto, puxou o brado: “O Brasil é… Terra de Santa Cruz!”. O estandarte do Instituto era facilmente observado ao lado do painel eletrônico de votação (foto acima). Alegramo-nos de ter participado desta batalha e desta vitória, junto a diversas entidades católicas beneméritas, que desde o início da tramitação estiveram mobilizadas e alertas. 

O PME segue agora para aprovação do prefeito Haddad. 

A campanha de envio de e-mails aos vereadores de São Paulo, que o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu, contou com 48.174 mensagens enviadas. Parabéns a todos que colaboraram. 

Plano Estadual de Educação (PEE) – Vigilância! 

Mesmo conseguindo retirar definitivamente o “Gênero” do Plano Municipal da capital não podemos permitir que ele seja incluído no Plano Estadual de São Paulo que está em tramitação! 

Enquanto toda a atenção estava voltada para as votações do Plano Municipal de Educação (PME) de São Paulo a nefasta Ideologia de Gênero foi incluída também no Plano Estadual de Educação (PEE). 

Voluntários da Ação Jovem do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira estiveram presentes em uma audiência pública convocada pela bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo no último dia 12/08 e viram o projeto que eles estão querendo impor para nossas crianças! 

Por este motivo estamos lançando uma nova campanha de envio de e-mails pedindo, desta vez aos Deputados Estaduais que retirem toda e qualquer menção na redação final do PEE à Ideologia de Gênero

“Gênero”, “identidade de gênero”, “transsexualidade”, “orientação sexual”, e “diversidade sexual”, são exemplos destes termos e mesmo a “educação sexual” a qual é reservada à família e não à escola.

Mande agora mesmo, em apenas dois clicks, sua mensagem aos 94 deputados e não permita o ensino da Ideologia de Gênero nas escolas públicas e privadas do estado de São Paulo! [click aqui]
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Com essa ameaça, saiba como proteger seu filho contra o ensino da Ideologia de Gênero nas escolas. 

Mais de 90% dos municípios brasileiros rejeitaram inserir termos da Ideologia de Gênero no texto final dos Programas Municipais de Educação (PME). Mesmo assim, os militantes de gênero afirmam que irão ministrar aulas com o tema para seus alunos. 

Diversos parlamentares já alertaram que não basta ganhar a batalha nas Câmaras, os pais devem estar atentos sobre as matérias que seus filhos recebem nas escolas. 

Para auxiliar os pais, Guilherme Schelb, mestre em Direito Constitucional e Procurador da República, ensina como fazer uma notificação extra-judicial aos diretores de escolas, tanto públicas quanto as particulares, e apresenta um modelo do documento: 

Link para fazer o download do "Modelo de notificação extra-judicial":
www.bit.ly/protegerfamilias



18 de agosto de 2015

Ou o Brasil acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil...


Neste domingo, participei da gigantesca manifestação na Av. Paulista contra esse (des)governo petista-bolivariano.

Certamente umas 800 mil pessoas estiveram presentes. E ninguém recebeu qualquer "bolsa-passeata"... Recurso habitual em manifestações convocadas (à base de lanches, transporte gratuito e dinheiro) pelo PT para conseguir algum magote que aceite apoiar o atual governo. 

Todos participantes na Av. Paulista estavam muito animados, pois percebem que os dias do PT no governo está chegando ao fim. E todos muito convictos de que a solução, a fim de se evitar que o Brasil se transforme numa "Cubazuela", é fechar para sempre esse dinossáurico partido bolivariano. 

Segue uma seleção de fotos que tirei do monumental protesto nesse histórico dia 16 de agosto. [click na primeira imagem para percorrer (com a setinha de seu teclado) a "galeria" de fotos].
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PS: No final, não deixe de assistir um vídeo a respeito da participação de jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira na manifestação — que muitos órgãos da mídia pretenderam menosprezar, mas que a História registrará como um dos marcos da derrubada do atual governo, que afundou nosso País em tantos males próprios do marxismo.




















































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Vídeo a respeito da participação de jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira na manifestação: