30 de outubro de 2019

Comunicado: O clamor do povo católico da Amazônia foi desprezado pelos Padres Sinodais

➤  Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Jornalista Nelson Ramos Barreto, 
colaborador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
entregando a petição aos Padres Sinodais em Roma.

No dia 4 de outubro, às vésperas da abertura da Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Amazônica, representantes do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira entregaram oficialmente à Secretaria do Sínodo um “Pedido aos Padres Sinodais: Por uma Amazônia cristã e próspera (não uma imensa ‘favela verde’ dividida em guetos tribais)”

O documento trazia assinaturas de mais de 20 mil moradores da Amazônia brasileira, equatoriana e peruana, coletadas em campanhas públicas nas ruas das principais cidades da Amazônia por jovens voluntários do Instituto durante as férias escolares. 

No entanto, o Documento Final da Assembleia Sinodal simplesmente ignorou as respeitosas solicitações da população amazônica, preferindo atender as demandas da mídia internacional, que promove a psicose ambiental, e a uma minoria de ativistas indígenas levados a Roma pela Rede Eclesial Panamazônica. 

O Documento Final reconhece a influência desse lobby ideológico-publicitário já em seu primeiro parágrafo, em que os Padres Sinodais se felicitam pela “presença notável de pessoas vindas do mundo amazônico, que organizaram ações de apoio em diferentes atividades” e pela “presença massiva dos meios de comunicação internacionais” (Documento Final, nº 1). 
Petição online promovida pelo IPCO 
em apoio aos mais de 20 mil moradores da Amazônia 
que assinaram o “Pedido aos Padres Sinodais: 
Por uma Amazônia cristã e próspera 
(não uma imensa ‘favela verde’ dividida em guetos tribais)”.

Os signatários da petição do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira pediam ao Sínodo que agradecesse a Deus “pela evangelização levada a cabo pelos missionários e pela ação civilizadora dos colonizadores, que trouxeram os benefícios do progresso” (Petição, nº 1). Pelo contrário, os Padres Sinodais denunciaram “a colonização militar, política e cultural” motivada pela “ganância e ambição dos conquistadores” (DF nº 15); consideraram negativa “a influência da civilização ocidental” (DF nº 14); pior ainda, declararam que “frequentemente o anúncio de Cristo foi feito em conluio com poderes que exploravam recursos e populações oprimidas” (DF n° 15), o que é absolutamente contrário à verdade histórica e um insulto aos heróicos missionários, que realizaram uma das maiores epopéias missionárias desde a fundação da Santa Igreja. 

Além disso, os Padres sinodais praticamente renunciaram a converter os nativos ainda pagãos, declarando que “o diálogo ecumênico, inter-religioso e intercultural deve ser assumido como um meio indispensável de evangelização” (DF nº 24) e que a Igreja deve praticar uma “conversão cultural”, limitando o anúncio da Boa Nova a “estar presente, respeitar e reconhecer seus valores, viver e praticar a inculturação e a interculturalidade” (DF n° 41). Os Padres Sinodais são categóricos ao declarar este abandono da missão tradicional: “Rejeitamos uma evangelização de estilo colonialista. Anunciar a Boa Nova de Jesus implica em reconhecer os germes da Palavra já presentes nas culturas. A evangelização que hoje propomos para a Amazônia é o anúncio inculturado que gera processos interculturais” (DF n° 55).

Em vez de ouvir o “grito de angústia diante do perigo de a Amazônia se transformar em uma imensa ‘favela verde’” (Petição IPCO, n. 5), os Padres Sinodais se intrometem indevidamente em assuntos de natureza científica para os quais não têm qualquer mandato divino nem competência técnica (o que representa uma clara manifestação de “clericalismo”). Eles declararam falsamente que o desmatamento “está em quase 17% da floresta amazônica e ameaça a sobrevivência de todo o ecossistema” (DF nº 11); que “a região amazônica é essencial para a distribuição das chuvas nas regiões da América do Sul” (DF nº 6); e que “é urgentemente necessário desenvolver políticas energéticas que reduzam drasticamente as emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases relacionados às mudanças climáticas” (DF nº 77).


Click na imagem para ampliá-la

Além disso, o Documento Final descreve uma suposta “situação dramática de destruição que afeta a Amazônia”, cuja selva estaria “em uma corrida desenfreada em direção à morte”, levando ao “desaparecimento do território e de seus habitantes, especialmente os povos indígenas” (DF nº 2). Isto resultaria da “apropriação e privatização de recursos naturais” e do que chamam de “megaprojetos não sustentáveis”, ou seja, “hidrelétricas, concessões florestais, monoculturas, estradas, hidrovias, ferrovias e projetos de mineração e petróleo” (DF nº 10), resultantes do atual “modelo econômico de desenvolvimento predatório e ecocida” (DF nº 46) e do “extrativismo predatório que responde à lógica da ganância, típica do paradigma tecnocrático dominante” (DF nº 67). 

Para os Padres Sinodais é necessário, pelo contrário, uma “conversão ecológica individual e comunitária que resguarde uma ecologia integral” (DF nº 73), assumindo “uma vida simples e sóbria” (DF nº 17) e “mudando nossos hábitos alimentares (consumo excessivo de carne e peixe / mariscos) com estilos de vida mais sóbrios” (DF n ° 84).

Ao invés de “repudiar energicamente as ideologias neopagãs” que difundem “um conceito distorcido de respeito à natureza” (Petição IPCO, nº 2), o Documento Final do Sínodo afirma a necessidade de preservar “rios e florestas, que são espaços sagrados, fonte de vida e sabedoria” (DF nº 80) e que a vida das comunidades amazônicas “se reflete em crenças e ritos sobre a ação dos espíritos da divindade, chamados de inúmeras maneiras, com e no território, com a natureza e em relação a ela” (DF n° 14). Da mesma forma, o “bem viver” dos povos indígenas (sic!) seria caracterizado por uma existência “em harmonia consigo mesma, com a natureza, com os seres humanos e com o ser supremo, uma vez que existe uma intercomunicação entre todo o cosmos, onde não há nem excludentes nem excluídos. [...] Esta compreensão da vida é caracterizada pela conectividade e harmonia das relações entre água, território e natureza, vida e cultura comunitária, Deus e as diversas forças espirituais” (DF n° 19). 

Ao invés de “repudiar a utopia comuno-tribalista” da Teologia da Libertação (Petição IPCO nº 3), os Padres Sinodais declaram que “a teologia indígena, a teologia de rosto amazônico e a piedade popular já são riquezas do mundo indígena, de sua cultura e espiritualidade” (DF n° 54) e que “eco-teologia, teologia da criação, teologias indígenas, espiritualidade ecológica” devem ser incluídas nos currículos acadêmicos de formação de um sacerdócio com rosto amazônico (DF n° 108). O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira lamenta que, ao invés de abrirem suas almas ao pedido final à Santíssima Virgem no sentido de preservarem a unidade e vocação católica das nações amazônicas, os Padres Sinodais tenham sido mais sensíveis aos eflúvios preternaturais que emanam da figura de Pachamama, presente na sala de aula sinodal e nas cerimônias idólatras de adoração realizadas em sua homenagem nos jardins do Vaticano e na igreja de Santa Maria em Transpontina. E ao se omitirem de lamentar de maneira clara e inequívoca este episódio sem precedentes, eles simplesmente ignoraram o profundo choque que causou nos fiéis do mundo todo.

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira espera que, na anunciada Exortação Apostólica pós-sinodal, o Papa Francisco rejeite os erros acima denunciados, bem como a verdadeira revolução eclesiológica preconizada pelo Documento Final do Sínodo ao propor a concessão de extensos ministérios eclesiais oficiais e rotativos a leigos de ambos os sexos, abrir às mulheres os ministérios de Leitorado e Acolitado, e autorizar a ordenação sacerdotal de líderes comunitários casados. 




São Paulo, 30 de outubro de 2019 

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

29 de outubro de 2019

“Todos os deuses dos pagãos são demônios”


Em Roma, durante o Sínodo Pan-Amazônico, Deus e a Santíssima Virgem Maria foram substituídos por ídolos pagãos em algumas celebrações 


➤  Paulo Roberto Campos
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 827, Novembro/2019. 

O mundo católico se estarreceu com a “cerimônia” realizada nos jardins do Vaticano, na véspera da abertura do Sínodo Pan-Amazônico, pois se tratou de um ritual indígena de magias para obter curas e outros favores, invocando poderes preternaturais. Muitos a classificaram de “pajelança”, com algumas agravantes: 

Foi realizada na presença do Papa Francisco e de Dom Claudio Hummes, relator-geral do Sínodo e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), além de alguns cardeais, bispos e eclesiásticos. 

Em vez de uma cerimônia religiosa, que poderia ser uma procissão conduzindo uma reprodução da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, tão ligada à conversão dos indígenas, levaram sobre uma canoa, à maneira de um andor utilizado em procissões, uma “adaptação amazônica com traços afros” da imagem que foi denominada pachamama (a “mãe terra”) — divindade cultuada por certas tribos indígenas, sobretudo da região dos Andes, e que mais recentemente está sendo cultuada também por ecologistas radicais; num ato de idolatria, alguns se prosternaram diante da efígie pagã. 



Idolatria na Cidade Eterna 

Antes inimaginável, tal afronta à Santíssima Virgem, destronada e preterida por uma estátua imoral e demoníaca, foi praticada nos jardins do Vaticano. Em seguida ela foi levada sobre os ombros, “em procissão”, à Basílica de São Pedro e a outras igrejas de Roma, enquanto idólatras dançavam e entoavam cânticos fetichistas intercalados com hinos religiosos. Como se essa abominação não bastasse, uma estampa desse ídolo pagão foi colocada no auditório onde se reúnem os padres sinodais. 

No contexto do Sínodo, as ruas próximas ao Vaticano presenciaram também uma paródia da Via Sacra, na manhã do dia 18 de outubro, denominada Via Crucis Amazônica [foto acima]. Exaltou em suas 14 estações equivocados “direitos humanos”, incitou à luta de classes e de raças, e criticou os “abusos da colonização”. Seu encerramento se deu na Praça de São Pedro, com pessoas prosternadas diante da pachamama. Desse evento, sempre com a presença da escultura idolátrica, participaram índios, bispos, sacerdotes e religiosos. Também estiveram presentes Dom Pedro Ricardo Barreto Jimeno, SJ, arcebispo de Huancayo (Peru) e vice-presidente da REPAM. De uma dança dos aborígines, chegou a participar Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho, presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), enquanto os índios cantavam, tocavam seus instrumentos musicais primitivos e incensavam os presentes (com a “fumaça de Satanás”). 

À vista dessas irreverências e profanações, nunca é demais relembrar o que está contido na Sagrada Escritura (Salmos 95, 5): “Omnes dii gentium dæmonia” – todos os deuses dos pagãos são demônios. 

Reações justas e necessárias 

Nos jardins do Vaticano, prosternados cultuando a Pachamama 
As “pajelanças” nos jardins do Vaticano, e também diante do Santíssimo Sacramento em igrejas romanas, provocaram viva indignação e justa reação de movimentos e fiéis católicos do mundo inteiro. 

O site LifeSiteNews organizou um abaixo-assinado pedindo ao Vaticano que a Igreja impeça tais atos e faça respeitar o Primeiro Mandamento da Lei Divina: “Eu sou o Senhor, teu Deus [...]. Não terás outros deuses diante de minha face” (Êxodo 20, 2-3). A petição exigia a remoção das imagens da pachamama e outros objetos sincréticos que foram introduzidos em templos católicos de Roma, pois isso confunde os fiéis e os induz ao erro. 

O cacique da etnia Macuxi, Jonas Marcolino, disse ter tomado conhecimento da referida “pajelança”, e observou que, sem dúvida alguma, tratou-se de um ato pagão com todas as características de rituais indígenas da região amazônica. 

Do clero brasileiro, uma reação enérgica foi do bispo emérito de Marajó (PA), Dom José Luiz Azcona, que se manifestou indignado com as “figuras nuas esculpidas de mulheres indígenas grávidas, que aparecem repetidamente no Sínodo da Amazônia e em eventos organizados pela ‘Amazônia Casa Comum’ e pela REPAM”. Classificou as liturgias sincretistas de “motivo de escândalo para toda a Igreja” (cf. LifeSiteNews, 21-10-19).


As três imagens sendo jogadas no rio Tibre
Refletindo a mesma indignação, nas primeiras horas da manhã de 21 de outubro alguns católicos entraram na igreja de Santa Maria em Traspontina, nas proximidades do Vaticano, e retiraram as três estátuas da pachamama que lá estavam expostas num altar. Caminharam em seguida até a histórica Ponte Sant’Angelo, de onde as lançaram no rio Tibre. Os autores se declararam agredidos em sua fé por aqueles objetos anticatólicos, por isso não poderiam ficar indiferentes. 

Foram inúmeros nas redes sociais os comentários elogiosos a esse gesto, corajoso e sumamente simbólico. Muitos comparam a bela atitude de seus autores com a cólera de Nosso Senhor Jesus Cristo, expulsando com um chicote os vendilhões que conspurcavam o lugar santo que era o Templo: “Está escrito: A minha casa é casa de oração! Mas vós a fizestes um covil de ladrões” (Lc 19, 45-46). Um jovem católico comentou: “Eu sou da Amazônia (Belém, PA), e digo com toda autoridade: católicos da Amazônia estão comemorando a destruição do ídolo pagão de ‘pachamama’. Na Amazônia, temos apenas uma rainha: Nossa Senhora de Nazaré, o horror dos pagãos”

Indispensável reparação 

Os ídolos expostos num altar a igreja de Sta. Maria em Traspontina
A fim de se abafar as incontáveis reações, alguns prelados tentaram impingir reinterpretações contraditórias para a imagem da pachamama, como sendo apenas um “símbolo da vida, da fertilidade e da mãe terra”. Por exemplo, Paolo Ruffini, Prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, disse numa conferência de imprensa que a imagem poderia, entre outras coisas, ser da Virgem Maria. Ninguém acreditou nem aceitou, pois não se sabe o que é pior: a exaltação de uma imagem nua representando Nossa Senhora (um grave ultraje blasfemo contra Ela) ou a idolatria ao ídolo! O próprio Vaticano desmentiu essa reinterpretação de Paolo Ruffini, mas não conseguiu apresentar outra.

Agindo de modo oposto ao dos grandes missionários Nóbrega e Anchieta, a quem o Brasil católico deve seu glorioso passado, os missionários progressistas adeptos da eco-teologia pleiteiam o abandono da ideia de conversão religiosa dos índios, para que se mantenham no paganismo, com seus costumes primitivos, idolatrando ídolos diabólicos, acreditando em superstições e magias dos espíritos malignos, praticando rituais de feitiçarias, canibalismo, infanticídio etc. 


Devemos nos empenhar para oferecer a Deus e à Virgem Santíssima reparação pelos ultrajes desses rituais pagãos. Melhor ainda, empreender todos os esforços para reduzir ao mais completo fracasso o projeto de manter os indígenas em seus costumes primitivos e nos cultos pagãos. Não podemos também admitir a introdução de práticas e rituais do paganismo aborígine mesclados na liturgia católica.

Diante dessa terrível apostasia de uma igreja nova “com o rosto amazônico”, vem a propósito a indagação contida em artigo de Plinio Corrêa de Oliveira na “Folha de S. Paulo”, em 5 de janeiro de 1975, sob o título Quem ainda é católico na Igreja Católica?: “Uma pergunta que, também a propósito da conduta face ao comunismo e de diversos outros assuntos, pode ser feita: quem ainda é católico apostólico romano dentro desse imenso magma de 600 milhões de pessoas — cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos — habitualmente tidos como membros da única e imperecível Igreja de Deus?”.

Conciliábulo da Pachamama e da Eco-Teologia da Tribalização

Paulo Roberto Campos

Ontem se encerrou o Sínodo Pan-Amazônico, que poderia ser denominado como CONCILIÁBULO da Pachamama e da Eco-Teologia da Tribalização. Haverá hoje em Roma atos de reparação nas igrejas que foram profanadas pelos blasfemos cultos de ídolos? E amanhã tais igrejas serão purificadas? E depois elas serão reconsagradas ao culto do verdadeiro Deus?

Se a idolatrada escultura de madeira era ou não da Pachamama pouco importa, o que importa é que tal escultura foi reverenciada como um ídolo dentro de igrejas católicas, carregada como em procissão religiosa e presente num arremedo de Via Sacra por ruas próximas da Praça de São Pedro. Se alguém tem alguma dúvida, os vídeos e as fotos abundam pela internet. 


Na missa de encerramento de tal Conciliábulo, para não espantar ainda mais os autênticos católicos — já por demais chocados com os cultos idolátricos nas igrejas romanas — os organizadores não levaram as esculturas pagãs da Pachamama. Estas, depois de terem sido jogadas no rio Tibre, recuperadas e levadas para serem adoradas na Igreja de Santa Maria em Traspontina [foto ao lado], foram colocadas no auditório onde se reuniam os padres sinodais. Entretanto, esses organizadores fizeram com que o Papa Francisco levasse em seu báculo, encimado por um Cruz, uma outra imagem pagã [foto abaixo - clik para ampliá-la]. 


Ainda que não se realizem naquelas igrejas romanas os indispensáveis atos de desagravo, particularmente façamos nós, dirigindo nossas súplicas a Deus e à Sua Santa Mãe, gravemente ofendidos por aqueles rituais. Peçamos-Lhes que reduzam ao mais completo fracasso o nefasto projeto de não mais se converter os indígenas, e, pior ainda, de se introduzir nos hábitos da Igreja Católica tais rituais pagãos.

28 de outubro de 2019

São Judas Tadeu


"Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade. Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor" (Mt 10, 1-4). 

Neste dia 28 de outubro a Igreja celebra a festa de São Judas Tadeu – provavelmente irmão de Tiago Menor, de acordo com a Tradição pregou na Mesopotâmia e teria sido martirizado com São Simão, na Pérsia. É autor de uma Epístola, inserida no Novo Testamento, em que vitupera energicamente a soberba e a luxúria, bem como os “falsos profetas”. Não há abundância de dados a respeito da vida desse Santo Apóstolo, não obstante, por seu poder de intercessão, seja objeto de extraordinária devoção popular. 

Esta imagem de São Judas Tadeu — venerada na Basílica San Giovanni di Laterano (obra do escultor Lorenzo Ottoni (1704-1709) — é uma das poucas que o apresenta com traços próprios a um verdadeiro Apóstolo. Normalmente a iconografia apresenta sua fisionomia adulterada e com aparência de uma pessoa mole e sentimental; como um “santinho” e não como o grande e heroico santo que foi.

11 de outubro de 2019

Juramento do povo paulista à Senhora Aparecida

O mérito de uma consagração oficial, em nome da autoridade constituída, adquire perante Deus um grande valor e séria eficácia. É o que se pode afirmar do solene ato oficial, realizado em 1945, de “Juramento do Povo Paulista” a Nossa Senhora Aparecida. Segue a fórmula publicada no “Legionário” (22-7-1945) [foto abaixo], com a manchete: “Revestiu-se de extraordinário brilho a concentração católica no Largo da Sé – Os paulistas juram permanecer fieis à Igreja e repudiar o comunismo”.

Devemos fazer votos para que tal solene consagração seja um dia renovada, não apenas pelos paulistas, mas por todos os brasileiros verdadeiramente devotos da Senhora da Conceição Aparecida, cuja festividade celebramos neste dia 12 de outubro.






“Ó meu Deus! 

Na Vossa presença e diante da Imagem da Virgem Aparecida, neste momento solene, juro fidelidade à minha fé até a morte. 

Juro defender a minha Igreja contra os assaltos dos seus inimigos, sejam eles quais forem. Prometo obediência aos Bispos, ministros da Igreja e responsáveis pelas almas diante de Deus. 

E porque Vos amo e à minha Igreja, repudio, detesto, abomino a doutrina comunista, por ser contrária à minha fé católica. Nunca darei meu nome a seitas condenadas pela minha Igreja. 

Deposito este juramento e esta promessa nas mãos sagradas da Virgem Aparecida, Padroeira do Brasil, a quem amo e consagro o meu coração”.

5 de outubro de 2019

Neopaganismo comuno-tribal na nova prática missionária

Foto: Ricardo Stuckert / ABr
A denúncia feita há 42 anos no livro "Tribalismo Indígena – Ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI",[1] de Plinio Corrêa de Oliveira, está claramente confirmada pela ecologia indigenista projetada pelo Sínodo Pan-Amazônico. Esse livro constituiu uma barreira à propagação das ideias de missionários progressistas que desfiguram o ideal de civilização cristã.

  ➤  Paulo Roberto Campos 
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 826, Outubro/2019

Autodemolição da Igreja! Expressão forte, mas muito apropriada para qualificar os objetivos do Sínodo Pan-Amazônico que se realiza neste mês em Roma. 

Em edições anteriores, Catolicismo publicou importantes comentários sobre as ideias incluídas como temas da assembleia de bispos da região amazônica. São as mesmas ideias impregnadas pelos gases pestíferos da “Teologia da Libertação” com que já trabalhavam muitos missionários, adquiridas durante a formação comuno-estruturalista em seminários, propugnadas hoje pelos eclesiásticos progressistas que defendem uma igreja místico-tribal-ecológica com rosto amazônico e indígena. 

Em artigo intitulado Amazônia, o rosto ecológico de Deus (“O Globo”, 31-8-19), Frei Betto mostra os objetivos: 
“A Igreja tem consciência de que, se agora defende a causa indígena, pela qual há tantos mártires, por outro lado ainda não se libertou da influência do projeto colonizador que vigorou no passado. O Sínodo [da Amazônia] busca justamente implantar uma Igreja pós-colonial e solidária, com rosto amazônico e indígena. Para a Igreja, a região é muito mais do que um lugar geográfico; é também um lugar teológico, no qual transparece a face de Deus criador [...]. Os povos indígenas guardam ainda uma sintonia holística com o Cosmo. Seus sentidos aguçados estabelecem um diálogo permanente com a natureza”. 

Criar uma nova forma de igreja 

Engolfando-se nessas mesmas ideias delirantes, outro “teólogo da libertação”, o ex-frade franciscano Leonardo Boff — coautor da encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, a respeito de questões ecológicas — afirma em entrevista publicada no site da “Unisinos” (6-9-19):[2] 
“Eles [os indígenas] conhecem o ritmo da floresta, sabem como preservá-la. Eles são nossos mestres e doutores, não os cientistas que têm uma visão de fora [...]. Existe o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que há 30 a 40 anos realiza um trabalho sistemático para a proteção dos povos indígenas. O documento do Sínodo Pan-Amazônico faz outro discurso. Não se trata de converter as culturas, mas de fazer a evangelização nas culturas, para que possa surgir uma igreja com rosto indígena. Nesse sentido, pensa-se na ordenação de padres indígenas para criar essa nova forma de igreja que não seja simplesmente a adaptação das igrejas europeias [...]. O Papa Francisco tem uma imensa liberdade interior e coragem para abrir novos caminhos. Eu acredito que serão consagrados verdadeiros presbíteros indígenas. Apoio o Bispo Erwin Kräutler, amigo do Papa, que também defende ordenar as mulheres”. 
Em ambas as declarações, vemos a contestação à ação missionária da Igreja, que tudo fazia para salvar os índios, proporcionando-lhes bens espirituais e materiais e levando-lhes a boa-nova do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nessas declarações, nota-se também a diferença em relação à ação colonizadora europeia para estabelecer a Cristandade, pois visavam à civilização e conversão de nossos irmãos indígenas. Catequizando-os, iam pouco a pouco, entre outros benefícios, extirpando a barbárie, o canibalismo, as superstições, o paganismo e o infanticídio, prática comum em várias tribos. 

Esses dois expoentes da “esquerda católica” promovem o contrário do que buscavam os missionários tradicionais, pois “não se trata de converter”, nem de transmitir aos silvícolas o ensinamento católico. Pelo contrário, nós é que devemos assimilar o que eles, “nossos mestres e doutores”, têm a nos ensinar. Para os missionários “atualizados”, o homem civilizado não é modelo para os selvagens, estes é que devem ser modelos para todo o mundo ocidental e cristão. Ambos apresentam uma visão panteísta da vida selvagem, como que identificando Deus com a própria natureza ecológica. Em suma, os novos missionários não devem mais catequizar os aborígines, mas assumir seus costumes tribais e seus cultos fetichistas.

Não se esboça nisso a criação de uma nova religião? Outro conceito que indica a tendência neste sentido é a proposta de ordenação sacerdotal de índios casados e de mulheres. 

Não menos importantes que essas declarações são as de um dos principais organizadores do Sínodo da Amazônia, D. Pedro Ricardo Barreto Jimeno, SJ, arcebispo de Huancayo (Peru), cuja recente ascensão ao cardinalato e ao cargo de vice-presidente da REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica) revela a extensão dos objetivos do atual Sínodo e o açodamento em realizá-los: 
“Os índios vivem o dia e não fazem planos nem para a próxima semana. Outro ponto é o seu tratamento igualitário. Não há diferenças. Eu aprendo muito com eles e continuo a aprender. Sua cultura, sua sabedoria mostrou uma transcendência que para mim era Deus.” Invertendo a condição dos missionários, sustenta que a Igreja não deveria evangelizar os índios, mas sim aprender com eles: “São os índios que devem nos ensinar tantas coisas.” As lições aprendidas com os indígenas da Amazônia representarão um impulso para uma profunda reforma na Igreja: “Devemos definitivamente apoiar a reforma da Igreja. Agora ou nunca!”. 
Dom Tomás Balduíno, falecido Bispo de Goiás Velho, ostentando
um cocar, prega os “valores evangélicos” que, segundo ele, inspiram
a cultura dos índios.

O pseudo-evangelho de D. Balduíno

“Só temos a aprender com os índios” – diz o Pe. Egydio Schwade,
assessor do CIMI. Os Jíbaros eram temidos porque matavam todos aqueles
que ousassem entrar em seus domínios. E depois, com uma técnica especial,
reduziam a proporções diminutas as cabeças de suas vítimas.
Os neomissionários progressistas, como vemos, estão requentando os erros doutrinários defendidos há décadas por alguns próceres da “esquerda católica” e do indigenismo tribalista, como o antigo bispo de Goiás, D. Tomás Balduíno (1922-2014), um dos fundadores do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e da CPT (Comissão Pastoral da Terra). Entre numerosas apologias da vida tribal e de críticas aos missionários tradicionais, ele declarou:


“Hoje a atividade missionária descobre na cultura indígena valores evangélicos, de tal forma que o índio não só é evangelizado, mas também é capaz de nos evangelizar [...]. A evangelização é capaz de descobrir a presença de Cristo no grupo tribal, o qual vive de maneira mais cristã do que nós, com o nosso batismo e com a nossa prática religiosa. Sem professar o nome de Cristo, os aborígines vivem muito mais na plenitude de vivência anunciada pelo Cristo”.[3] 

A descoberta da América – um crime 

D. Pedro Casaldáliga, Bispo de São Félix do Araguaia,
em trajes episcopais “aggiornati”: por “báculo”, um remo;
por “mitra”, um chapéu de palha; e “estola”.
Para ele, “Anchieta foi até certo ponto transmissor
de um evangelho colonizador. A lgreja deve se penitenciar”.
Ideias extravagantes como essas, renegando o Evangelho, também foram defendidas pelo hoje nonagenário D. Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), um dos criadores das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e propulsor do MST. Ele ficou conhecido por não usar os trajes próprios de prelado: em vez da mitra, chapéu de palha; no lugar do báculo, um remo. Não usa anel de ouro, mas de tucum. Assim se chama uma árvore nativa da Amazônia, com cuja semente se faz o “anel de tucum” — símbolo dos propagadores do Sínodo da Amazônia. Em sua autobiografia, D. Casaldáliga escreveu: 
“Acabei, por fim, de entender, e até de sentir, toda a ganga de superioridade racista, de domínio endeusado e de exploração inumana com que foram descobertos, colonizados, e, muitas vezes, evangelizados os novos mundos. ‘Colonizar’ e ‘civilizar’ já deixaram de ser para mim verbos humanos. Como não o são, aqui onde vivo e sofro, as novas fórmulas colonizadoras de ‘pacificar’ e ‘integrar’ os índios. Imperialismo, colonialismo e capitalismo merecem, no meu ‘credo’, o mesmo anátema. Repugnam-me os monumentos aos descobridores e aos bandeirantes”.[4] 
Na declaração acima, D. Casaldáliga deixa entender que no seu “credo” não há anátema ao comunismo. Além da crítica aos heróicos descobridores e bandeirantes, ele censura severamente a admirável obra evangelizadora de santos e missionários; como, por exemplo, a de São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil: 
“Anchieta foi até certo ponto um transmissor de um evangelho colonizador. A Igreja deve se penitenciar [...]. É evidente que a descoberta da América foi em muitos aspectos um crime colonialista. E que a evangelização tem sido excessivamente vinculada a uma cultura e, por isto mesmo, a um domínio”.[5] 

Sínodo Pan-Amazônico: recauchutagem de ideias retrógadas 

D. Balduíno já faleceu; D. Casaldáliga está muito idoso e doente; mas em pleno século XXI outros adeptos da “Teologia da Libertação” continuam com os mesmos delírios da missiologia comunista. Hoje alguns dos motivadores do Sínodo Pan-Amazônico estão recauchutando o velho projeto de imobilizar o índio na vida tribal, panteísta, comunistoide, igualitária e sem propriedade privada, como o faz o arcebispo peruano D. Pedro Barreto. E apresentam tal “estilo de vida” como modelo para a sociedade, e também para macular o glorioso passado missionário da Igreja. 

Esse projeto foi denunciado por Plinio Corrêa de Oliveira [foto ao lado] há quatro décadas. O Sínodo ora em andamento pretende reanimá-lo, não somente com vistas a manter os silvícolas estagnados no tribalismo primitivista e pagão, mas também para apresentar tal estilo de vida como ideal para a sociedade dita “civilizada”. Exatamente o que o Prof. Plinio refutou cabalmente em 1977, em seu livro Tribalismo Indígena – Ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI. O documento de trabalho (Instrumentum laboris) do Sínodo Pan-Amazônico confirma tais objetivos.

Esse livro foi classificado por alguns como profético e irrefutável. Profético, pois há 42 anos prognosticou precisamente o que hoje está acontecendo; irrefutável porque, seriamente documentado, não deixa margem para réplica. A íntegra dessa obra encontra-se disponível no seguinte link: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Tribalismo_last_corre%C3%A7%C3%A3o.pdf 

Sínodo Pan-Amazônico – os “Estados Gerais” de uma revolução 

No livro Tribalismo Indígena, os novos missionários progressistas são classificados por Plinio Corrêa de Oliveira como “missionários aggiornati” (do italiano giorno, dia), no sentido do missionário modernista da Igreja-Nova, pós-conciliar. Os textos das próximas páginas podem ser aplicados inteiramente aos atuais propugnadores do Sínodo da Amazônia, que se utilizam da questão indígena como pretexto para contestar uma sociedade “austera e hierárquica, fundamentalmente sacral, anti-igualitária e antiliberal”,[6] solidamente fundamentada no magistério tradicional da Santa Igreja Católica. 

Na França de 1789, a convocação da Assembleia dos Estados Gerais (clero, nobreza e povo) pelo Rei Luís XVI precedeu a Revolução Francesa, que derrubou a monarquia e deu início a um estado de coisas caótico, o qual foi se acentuando até os nossos dias. Da mesma forma, deve-se temer que a atual Assembleia Pan-Amazônica — devido às suas gravíssimas consequências para todo o mundo católico — se transforme nos Estados Gerais da Igreja, com vistas a derrubar a sua estrutura monárquica. É o que se poderia deduzir das seguintes palavras do Papa Francisco: “O Vaticano como forma de governo, a Cúria, o que seja, é a última corte europeia de uma monarquia absoluta. A última. As demais já são monarquias constitucionais, a corte se dilui, mas aqui há estruturas de corte que têm que cair”.[7]

____________ 

Notas: 
1. Em janeiro de 1978, sócios e cooperadores da TFP saíram em caravanas de propaganda do livro Tribalismo Indígena – Ideal Comuno-Missionário para o Brasil no Século XXI. Percorreram 2.963 cidades em todos os quadrantes do Brasil. Em nove edições sucessivas, a tiragem alcançou 82 mil exemplares, sem incluir a publicação em Catolicismo (edição de novembro/dezembro de 1977). A mais recente reedição da obra, em 2008, contém o acréscimo de uma segunda parte, na qual os jornalistas Paulo Henrique Chaves e Nelson Ramos Barretto narram visita que fizeram à reserva Raposa-Serra do Sol (Roraima), e o que pesquisaram em Mato Grosso e em Santa Catarina sobre a questão indígena no Brasil. Este acréscimo comemorativo tem por título: 30 anos depois – Ofensiva radical para levar à fragmentação social e política da nação. Confirma inteiramente as teses sustentadas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 1977. 
2. http://www.ihu.unisinos.br/592363-o-futuro-da-humanidade-e-da-terra-esta-ligado-ao-futuro-da-amazonia-entrevista-com-leonardo-boff 
3. Índio ensina ao branco os valores cristãos – entrevista de D. Tomás Balduíno ao semanário “Opinião”, apud “CIC – Centro Informativo Católico”, Vozes, Petrópolis, ano XXV, nº 1279, 22 de fevereiro de 1977. 
4. Yo creo en la justicia y en la esperanza! – Desclée de Brouwer, Bilbao, Espanha, 1976, p. 176. 
5. “De Fato”, Belo Horizonte, ano I, nº 6, setembro de 1976. 
6. Revolução e Contra-Revolução, Artpress, S. Paulo, 4ª edição em português, 1998, Parte II, Cap. II, 1. 
7.https://www.vaticannews.va/es/papa/news/2019-05/papa-francisco-entrevista-televisa-mexico-migrantes-feminicidio.html