No tão badalado “Dia Internacional da Mulher” (8 de março), entre diversos eventos comemorativos, sobretudo por parte de movimentos esquerdistas, ocorreu também uma sessão solene em homenagem às mulheres na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC).
Nesse evento, a jovem deputada estadual Ana Caroline Campagnolo [foto] (PSL-SC) — que vem promovendo eficazes ações contra o ensinamento de “ideologia de gênero” às crianças nas escolas — prestou sua homenagem com um admirável discurso mostrando o verdadeiro e elevado papel das mulheres na família e na sociedade em geral. Ela desmascara a hipocrisia de feministas radicais com base nas próprias declarações dessas feministas badaladas pela mídia esquerdista, que procura promover uma espécie de “luta de classes” entre homens e mulheres. As feministas presentes na ALESC pretenderam interromper o discurso de Ana Campagnolo, mas não conseguiram e tiveram que engolir todas as verdades. Tais feministas — a pretexto de defender “direitos das mulheres” e sendo opostas aos aspectos maternal e delicado próprio ao sexo feminino — em suas manifestações acabam fazendo apologia de uma “revolução feminista” para subverter a ordem harmônica e anti-igualitária estabelecida por Deus na sociedade. Assim, promovem um novo tipo de mulher com as características próprias ao perfil psicológico de “mulher-virago”. Postei abaixo o vídeo com o excelente discurso da Profa. Campagnolo, mas antes lhes conto um episódio pitoresco que se passou com ela. No período anterior à sua eleição para deputada (em outubro de 2018), ela lecionava história em Chapecó (oeste de Santa Catarina) e fora convidada para uma conferência, que ela iniciou sorrindo com estas palavras: “Quando comecei minha luta [contra o falso feminismo], era impensável ver um auditório assim, cheio de gente, quanto mais pessoas cheirosas e que tomam banho, porque sabemos que o público dos eventos de feminismo é um pouco diferente...” PS: Segue também um outro vídeo com Ana Campagnolo — feminina, mas não feminista —, uma entrevista dela à emissora "JovemPan".
Patrono por excelência das Famílias, o glorioso São José, esposo da Santíssima Virgem Maria e pai adotivo do Menino Jesus, é celebrado pela Santa Igreja neste dia 19 de março. Em sua homenagem e para auxílio dos pais e filhos nestes dias nos quais as famílias atravessavam enormes dificuldades — sobretudo de ordem moral e religiosa, mas também de ordem material —, transcrevemos uma bela oração a São José composta pelo Papa São Pio X e depois alguns pensamentos de três grandes santos a respeito do perfeito modelo para os pais.
ORAÇÃO A SÃO JOSÉ
Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência, para a expiação de meus numerosos pecados; de trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações; de trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus; de trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades; de trabalhar sobretudo com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência no sucesso, tão funesta à obra de Deus. Tudo para Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, ó Patriarca São José! Tal será a minha divisa na vida e na morte. Amém.
“Em Nazaré, síntese do mundo, São José manda e o Filho de Deus obedece. Esta obediência nos mostra a humildade do Salvador e a dignidade de José. Que dignidade maior que a de mandar n’Aquele que manda em todos os reis?
(Santo Afonso M. de Ligório)
“Tomei por advogado e senhor o glorioso São José, e muito me recomendei a ele. Claramente vi que desta necessidade, como de outras maiores, referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter”.
(Santa Teresa de Ávila)
“O nome justo, que o Espírito Santo dá a São José, significa: completo em todas as virtudes”.
Por muito tempo o socialismo na Suécia foi apresentado como modelo de sucesso pelos níveis de prosperidade que proporcionava, graças à ação de um Estado forte e protetor, que provia em tudo às necessidades de seus súditos. Fornecia-lhes entre outras coisas saúde e educação grátis, e amparava os trabalhadores com benefícios trabalhistas pioneiros através de uma política laboral sem precedentes.
Sobretudo era louvado o individualismo sueco, fruto de um modus vivendi consumista alentado por um socialismo “light”, fautor dessa prosperidade.
Um dos grandes propulsores desse individualismo foi o Primeiro-Ministro Olof Palmer [foto] com seu programa “A família do futuro: uma política socialista para a família”, lançado em 1972. Visava ele obter uma forma “nova” de família que “libertasse o indivíduo dos laços familiares” para dar-lhe uma independência e autonomia de acordo com o seu direito humano fundamental.
É claro que o cidadão sueco podia ter família. Mas podia também libertar-se das “cargas familiares” que geram dependência, para ter a “liberdade” de escolher só as relações reais que quisesse estabelecer, enquanto o Estado tutelaria e se encarregaria das relações que considerasse “onerosas”.
Assim, segundo esse programa, uma mulher que dependesse economicamente do marido não seria verdadeiramente livre, pois essa relação não seria autenticamente voluntária, porque gerava dependência. Então o Estado deveria intervir para dotar a mulher dos recursos econômicos que lhe dessem maior independência.
Desse modo o Estado geraria as condições econômicas e sociais que oferecessem sustentabilidade aos cidadãos, para tornar “genuinamente autênticas” do ponto de vista socialista as relações entre eles.
O isolacionismo sueco
Ora, esse programa incentivava assim o isolacionismo e o egoísmo, levando cada um a pensar só em si, sem se importar com os outros.
Qual foi a consequência disso? Comenta o jornalista Mario Silar: “Passados mais de quarenta anos da aplicação das políticas sociais inspiradas no manifesto, a realidade é que a metade da população sueca vive só, e segundo um estudo da Cruz Vermelha sueca, 40% da população afirma sentir-se só. E no tocante à relação entre homens e mulheres, o ideal de independência não se deteve simplesmente na independência econômica. As mulheres suecas são as melhores clientes dos bancos de esperma existentes”.(1)
Realmente, segundo recentes estatísticas, um de cada dois suecos vive só, e um de cada quatro morre em solidão. É a taxa mais elevada do mundo.
O mais aterrador é que muitos dos anciãos que morrem sós em seus domicílios sem serem reclamados por ninguém, às vezes só são percebidos quando o mau cheiro do corpo em putrefação alerta os vizinhos...
A praga do divórcio e baixa taxa de nascimentos
Ocorreu também que em 1974, para dar mais liberdade aos cidadãos, a lei sobre as separações foi alterada para acelerar a obtenção do divórcio. O que fez com que seu número aumentasse de 20 a 25 mil a cada ano nos últimos 40 anos. Desse modo, 47% dos casamentos no país terminam em divórcio , uma das taxas mais altas do mundo. Outra consequência foi fazer com que a taxa de casamentos se tornasse também uma das mais baixas.
Mas não é só isso. Também em consequência da tendência isolacionista criada, muitos casais não querem ter filhos. O que faz com que a taxa de nascimentos no país seja uma das menores do mundo, apesar de ao nascer um filho um dos pais possa ficar em casa por até um ano, recebendo 80% do salário.
Entretanto, não é a família que deve cuidar da educação dos filhos, mas o Estado sueco, que determina como eles devem ser educados. Promovendo a “teoria de gênero” nas escolas, o Estado determina que as crianças sejam tratadas promiscuamente, sem diferença de sexo, como “criaturas de gênero neutro”, incentivando desse modo os meninos a se “efeminarem” e asmeninas a se “masculinizarem”.
Isso é feito desde a mais tenra idade nas creches estatais, depois nas escolas primárias públicas, secundárias e universidades, tudo dirigido pelo Estado todo-poderoso. Pelo que não incumbe mais aos pais a decisão sobre como educar os filhos, pois eles são “protegidos” pelo Estado. Assim, se um pai discutir em voz alta com o filho, ele pode ser alvo de uma denúncia criminal.
Nesse sentido o Estado é um ditador ferrenho e implacável. Após confessar que a educação de seus filhos incluía leves palmadas, um casal teve que pagar uma multa equivalente a dez mil dólares. Mas não ficou só nisso. Apesar de o tribunal reconhecer que eles “tinham um relacionamento amoroso e muito cuidado com seus filhos”, estes foram separados deles e enviados a um orfanato. Pode ocorrer também que, se uma filha menor quiser abortar até a 18ª semana, ela tem toda a proteção do Estado, não precisando da autorização nem do conhecimento dos pais.
Crescimento dos suicídios e das drogas
Criados desde pequenos numa doutrina ateia e amoral, tutorados por um Estado-patrão que tira todo o incentivo à iniciativa privada, sem o amparo protetor da religião e da família, não encontrando explicação para a sua existência, muitos jovens preferem pôr fim à vida. O suicídio se tornou assim uma das causas mais comuns de morte na Suécia entre pessoas entre 15 e 44 anos de idade.
Igualmente — como consequência dessa orientação ateia e materialista do socialismo e da tutela e controle férreo do Estado na educação desde a infância — a partir dos sete anos as crianças já recebem aulas de educação sexual na escola, tornando a Suécia um dos países menos religiosos do mundo. Segundo pesquisa realizada em 2005 por um instituto da Comissão Europeia, apenas 23% da população diz crer em Deus, 53% afirmam que creem em algum vago ser superior ou força vital, e 23% se declaram ateus. De modo que o Estado sueco dá muito, mas cobra um preço altíssimo, não só em impostos, mas, sobretudo, porque domina a alma e a vida dos suecos, especialmente das crianças.
Como não podia deixar de suceder a uma política socialista que dá plena liberdade a seus cidadãos, a Suécia foi o primeiro país no mundo a liberar o uso de drogas. Mas como isso provocou um aumento acentuado da criminalidade e dos suicídios, o governo foi obrigado a recuar, reprimindo atualmente o tráfico e o uso de drogas.
Fim do “paraíso” sueco?
Com tudo isso, muitos analistas comentam que terminaram os “anos dourados” do socialismo liberal na Suécia. Fala nesse sentido o resultado das eleições gerais de setembro de 2018, quando o bloco no qual estava o partido que governava o país há várias décadas teve uma insignificante vantagem de 40.7% contra 40.2% sobre o bloco do centro-direita.
É claro que isso se deveu em muito grande medida ao problema da imigração, sendo sintomático que nunca se falou tanto em “ordem pública” e “segurança”, e tão pouco em “saúde e educação” — dois ídolos socialistas — em uma campanha eleitoral sueca. Isso ocorre porque, depois que o país abriu indiscriminadamente suas portas à imigração, ocorreu o seguinte: “Na pacata Suécia, cenas de tiroteios entre gangues criminosas e carros incendiados nos subúrbios menos favorecidos, além de denúncias de estupros e ataques esporádicos com granada a delegacias de polícia, trazem a questão da integração e da segregação ao centro do debate político. E alarmam uma parcela da população, tradicionalmente pouco habituada a manchetes policiais: em 2017, a violência entre gangues rivais nos subúrbios suecos, marcados pela segregação e pelo alto índice de desemprego entre imigrantes, deixou 40 vítimas”.(3)
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1.El infernal “paraíso” de lasociedad sueca, Mario Silar, disponível em https://mail.google.com/mail/u/0/h/vlmk7zcaz20d/?&th=159e0dcb52e27076&v=c
2.Cfr.https://top10mais.org/top-10-paises-com-maiores-taxas-de-divorcio-no-mundo/ 3.Claudia Wallin, Suécia: eleições devem confirmar avanço de partido da extrema-direita e anti-imigração, disponível emhttp://br.rfi.fr/europa/20180907-linha-direta-eleicoes-legislativas-que-serao-realizadas-neste-domingo-na-suecia-deve. Ver também Claudia Wallin, Suécia: eleições devem confirmar avanço de partido da extrema-direita e anti-imigração, disponível emhttp://br.rfi.fr/europa/20180907-linha-direta-eleicoes-legislativas-que-serao-realizadas-neste-domingo-na-suecia-deve
A doutrina Católica condena o homossexualismo, que é contrário à ordem natural das coisas e à família. O Catecismo de São Pio X (1910) [foto acima] afirma que o “pecado de impureza contra a natureza" é considerado como daquelas perversidades que "bradam a Deus por vingança” (nº 966). Isto porque, “mais do que outros pecados, apresenta uma assinalada e manifesta malícia, e atrai de modo insigne a ira e a vingança de Deus sobre aqueles que o cometem” (Cardeal Pedro Gasparri, Catechismus catholicus, Tipis Poliglotis Vaticanis, 15ª ed., p. 258). Tendo em vista o atual julgamento no Supremo Tribunal Federal [vide post anterior] — que assim como se condena uma hostilidade de caráter racista, poderá condenar injustamente quem se manifestar contra o homossexualismo, desse modo criminalizado a chamada "homofobia" —, recomendo a audição da gravação de uma entrevista do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira ao SBT, concedida em 29 de outubro de 1992. Aqueles que desejarem o texto da mesma podem obtê-lo no seguinte link: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ENT_921029_homossexualismo.htm
Todos os brasileiros são defendidos pela Lei quando agredidos. Querer criar uma categoria de pessoas cuja prática moral não pode ser discutida não é defender o pluralismo de idéias, mas silenciar, discriminar e perseguir os contrários.
Há mais de 30 anos, Plinio Corrêa de Oliveira dizia que ser católico se tornaria inconstitucional no Brasil por causa do avanço do homossexualismo[i]. Segundo a doutrina católica, a prática do ato homossexual constitui um pecado grave, intrinsecamente desordenado, que “brada aos céus e clama a Deus por vingança”. Tanto as Sagradas Escrituras (a Bíblia) como a Tradição da Igreja condenam claramente essa prática. Nas últimas décadas, entretanto, fez-se um silêncio crescente a respeito da moral natural e da moral católica nessa matéria, ao mesmo tempo em que uma ampla campanha favorável à prática homossexual foi lançada através dos meios de comunicação de massa. Mesmo assim, dentro da sociedade democrática em que vivemos, tanto os defensores da moral católica como os seus opositores podem se manifestar livremente, publicar livros, fazer campanhas públicas e defender suas posições. Essa liberdade, agora, está ameaçada pelo julgamento no STF, que pode considerar inconstitucional ser contra o homossexualismo; equiparando o repúdio à prática homossexual ao crime de racismo e aplicando as mesmas penas, inclusive a pena de prisão. Nesse sentido, o voto do Min. Celso de Mello, relator do processo, foi de grande gravidade, praticamente “criando” um novo tipo penal de “homofobia”. Em uma época em que a esquerda defende que o aborto deixe de ser crime, assim como deseja liberar as drogas, e ataca o que considera como punitivismo (punir em demasia), essa mesma esquerda entra com um processo querendo criminalizar e punir os que são contrários à prática homossexual. Em nome da “não discriminação”, discriminam-se os que defendem publicamente a posição católica nessa matéria. Sobre isso, é preciso esclarecer que a palavra “discriminar” está sofrendo uma mudança de conceito com o propósito de quebrar a resistência da sociedade a essas transformações morais. Toda lei discrimina, tanto a lei de Deus como a lei dos homens, ao separar o lícito do ilícito, o certo do errado, e punir o crime. Toda pena de prisão é uma discriminação contra um ato considerado crime. A palavra, portanto, é neutra. O ato de discriminar se torna censurável, errado, na medida em que ele é usado para perseguir o bem, como está se dando agora.
O ministro Celso de Mello, embora reconheça o direito dos que seguem a Lei de Deus de “narrarem” passagens da Bíblia contra o homossexualismo, por outro lado também afirma que nenhuma liberdade religiosa ou mesmo liberdade de expressão é absoluta e que nenhum discurso de ódio pode ser tolerado… O termo “discurso de ódio” é suficientemente amplo para poder ser usado contra qualquer pessoa que critique, publicamente, o ato homossexual. Mesmo podendo relatar o que está nas Sagradas Escrituras, os cristãos poderão dizer que o homossexualismo constitui um vício? Poderão eles repudiar uma conduta que consideram intrinsecamente desordenada, como está no Catecismo Católico? A Bíblia, quando afirma taxativamente que os efeminados não herdarão o Reino de Deus (1, Coríntios, 6, 9-10) está apenas narrando um fato? Ou essa afirmação pode ser considerada como uma discriminação a um grupo social? Ficará a circulação da Sagrada Escritura dependendo das interpretações de cada juiz? Assim ocorreu em diversos regimes totalitários, notadamente com os comunistas, que chegaram a proibir ou a censurar a Bíblia por conter trechos que não eram do agrado do regime. Apesar de enaltecer a democracia brasileira, o relator do STF acusava os contrários ao homossexualismo de serem: “cultores da intolerância, cujas mentes sombrias rejeitam o pensamento crítico, …repudiam o direito ao dissenso, …ignoram o sentido democrático da alteridade e do pluralismo de ideias”… que se apresentam como corifeus e epígonos de sectárias doutrinas fundamentalistas. (Grifos nossos). Ora, o que está em jogo é, exatamente, censurar o dissenso a respeito do tema do homossexualismo, impondo uma espécie de dogma laico contra a moral Católica, cujos transgressores estariam sujeitos até mesmo à pena de prisão. Há algo mais radicalmente contrário ao senso crítico e ao pluralismo de idéias do que ameaçar de prisão quem não concorda com a prática homossexual? Todos os brasileiros são defendidos pela Lei quando agredidos. Querer criar uma categoria de pessoas cuja prática moral não pode ser discutida não é defender o pluralismo de idéias, mas silenciar, discriminar e perseguir os contrários. No Direito penal, não há “analogia em prejuízo do réu” (analogia in malam partem), não há “pena e nem crime sem lei anterior que os defina” (Nullum crimen, Nulla poena sine praevia lege). Entretanto, nada disso importou. Usando uma interpretação ampla dos direitos constitucionais, o Ministro relator considerou que a homofobia poderia ser enquadrada no tipo penal de racismo. Na prática, equivale a penalizar uma ação que antes não era penalizada.
Sobre isso, os juristas irão discutir. O fato inconteste, entretanto, é que não foi o Legislativo — a quem cabe criar leis e definir penas — que criminalizou a chamada homofobia, mas terá sido uma decisão de uma corte de justiça, baseada em interpretação subjetiva em matéria penal feita em prejuízo do réu. A prevalecer essa decisão, estaremos diante de uma perseguição religiosa sem paralelo na história moderna. Através de uma simples interpretação, a Moral católica — e a da imensa maioria do Brasil — terá se tornado inconstitucional. O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira não poderia ficar inerte diante da gravidade desse momento. Cabe aos Ministros do Supremo, homens que ocupam uma posição privilegiada e de alta responsabilidade nos destinos de nosso País, cumprir a sua função jurisdicional, dizer o Direito. Que eles não se deixem levar pela sedução de mudar a sociedade através da força do Estado, pois esse não é o papel dos juízes. Que Nossa Senhora Aparecida, invocada pelo ministro Toffoli em sua posse como Presidente do STF, não permita que essa perseguição religiosa seja imposta ao País do Cristo Redentor.
Contrariando o verdadeiro papel do chamado 4º. Poder, que é o de coadjuvar o Estado na procura do “bem comum”, a mídia de esquerda — das poucas armas que restam ao PT — vem reproduzindo com “torcidas”, más interpretações e futricas quaisquer desavenças ou comentários menos felizes provenientes de membros do governo, logo agora que o Brasil começa a reatar-se consigo mesmo. Posto esse princípio fundamental, que é a procura do “bem comum”, passemos à questão do aborto na entrevista concedida pelo general Mourão ao jornal “O Globo” (1º-3-19):
“A questão do aborto também é algo que tem que ser bem discutido, porque você tem aquele aborto no qual a pessoa foi estuprada, ou a pessoa não tem condições de manter aquele filho. Então talvez aí a mulher tivesse que ter a liberdade de chegar e dizer ‘preciso fazer um aborto’. Minha opinião como cidadão, não como membro do governo, é de que se trata de uma decisão da pessoa.”
Palavras sem dúvida censuráveis, das quais “O Globo” — useiro e vezeiro na arte de explorar e distorcer entrevistas (“'Aborto deve ser uma decisão da mulher', diz o vice-presidente”) — se utilizou em detrimento da boa imagem do próprio governo e em benefício da agenda petista e antifamília. Mas isso só foi possível porque o general se descolou do sentimento geral da tropa... A esquerda autêntica tem uma mentalidade, e não um conjunto de opiniões desconexas, pela qual ela sempre defende o aborto, e nunca a propriedade privada ou a família. Nos 13 anos de pesadelo petista, assistimos à investida furiosa a favor da ideologia de gênero, das invasões rurais e urbanas, do aborto e da agenda homossexual. Há, portanto, um nexo profundo entre destruir a família e perseguir a propriedade, como reza a teoria marxista. O caráter marcadamente conservador, familiar e, portanto, de direita, ficou patente nas grandes demonstrações populares que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras a partir de 2015. Ficou patente na campanha presidencial de Jair Bolsonaro a defesa dos valores familiares e da propriedade privada, bem como a orientação da política externa brasileira “sem viés ideológico” esquerdista. Os discursos de posse do Presidente e de Ernesto Araújo foram tomados como uma confirmação do cumprimento das promessas de que o Brasil se livrou da agenda petista, que incluía o aborto. Como o filho pródigo que volta à casa paterna, ou São Paulo a caminho de Damasco, com o novo governo o Brasil livrou-se do despenhadeiro petista para retomar as esperanças de cumprir seu papel conservador, anticomunista e pró-família em âmbito não apenas latino-americano, mas mundial. Segundo o princípio da democracia, o eleitor é o mandante e os representantes eleitos são os mandatários que recebem dele uma procuração específica para executar a sua vontade. No presente caso, a vontade de um povo conservador, antipetista e pró-família. A força das redes sociais conservadoras aí está: vigilante, atuante e disposta a servir o Brasil. Já tivemos um exemplo de quão viva permanece essa reação anticomunista na rejeição da infeliz viagem de uma comissão de Parlamentares do PSL à China vermelha. Não é fazendo concessões à esquerda que se edificará o novo Brasil. General, a tropa é antiabortista!
“A missão providencial do Brasil consiste em crescer dentro de suas próprias fronteiras, em desdobrar aqui os esplendores de uma civilização genuinamente católica. Nossa índole meiga e hospitaleira, a pluralidade das raças que aqui vivem em fraternal harmonia, o concurso providencial dos imigrantes que tão intimamente se inseriram na vida nacional, e mais do que tudo as normas do Santo Evangelho, jamais farão de nossos anseios de grandeza um pretexto para jacobinismos tacanhos, para racismos estultos, para imperialismos criminosos. Se algum dia o Brasil for grande, sê-lo-á para bem do mundo inteiro.
“Explorai, senhores do poder temporal, as riquezas de nossa terra; estruturai segundo as máximas da Igreja, que são a essência da civilização cristã, todas as nossas instituições civis. Deus jamais é tão bem servido, quanto se César se porta como seu filho. E, senhores, em nome dos católicos do Brasil, eu vo-lo afianço, César jamais é tão grande, como quanto é filho de Deus.”*
Nem concessões à esquerda nem atentados contra a família e a propriedade nos afastarão de nossa missão providencial. Pelo contrário, seguindo a lei natural e as vias da Civilização Cristã, se construirá um Brasil autêntico, forte e coeso, para exemplo e edificação de nossas irmãs latino-americanas e o bem do mundo inteiro. O Cristo Redentor e Nossa Senhora Aparecida nos mantenham alertas e fortes na defesa e no fortalecimento dos pilares da civilização, a tradição, a família e a propriedade. ____________ * https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS%20-%201942-09-07%20-20IV%20Congresso%20Eucaristico.htm
Pães, foie
gras, quitutes, licores, a promessa de sucesso é que “são feitos como antes”.
Propaganda que explora “saudades do passado” revela tendências sociais e religiosas do futuro
➤ Luis Dufaur
O marketing ou técnica (nem sempre muito veraz nem leal) para empurrar a venda de algum produto, está obrigado a impressionar os eventuais compradores. Com esse objetivo procura sondar as apetências profundas dos consumidores para atraí-los (ou enganá-los). E as empresas de marketing constataram que no momento presente é ledo engano achar que as apetências profundas do público progridem a uma velocidade vertiginosa para o mais moderno, recusando a tradição, o passado e os gostos antigos que evocam tempos de outrora. Hoje essas empresas estão adaptando suas propagandas ao denominado “marketing da nostalgia”, isto é, procuram apresentar “marcas que apostam no retorno às origens”.
Sorveteria em Buenos Aires empolga clientes
restaurando casas nobres de estilo.
Seus astuciosos “gurus” descobrem que “as lembranças do passado podem funcionar como refúgio e espaço de segurança para muitos”, publicou “La Nación” de Buenos Aires, após ouvir diversos especialistas e analisar novas campanhas publicitárias. Essa nostalgia fala no fundo das cabeças que nos tempos passados “tudo era melhor”, e não leva para o mais ousado e inovador. Ali estaria o segredo das marcas que conseguem se reconectar com seu público-alvo. A Nike relançou seu boom dos anos 80, as Nike Air Max; a Adidas criou a linha Adidas Originais que recupera os clássicos modelos dos anos 70 e 80 do século passado. E quando a Nintendo ressuscitou sua clássica plataforma modelo de 1997, nos EUA, as filas de compradores ficaram intermináveis. A Polaroid prossegue vendendo câmaras de fotos instantâneas que há décadas se dizia perimidas.
Loja de Saumur monta padarias para parecerem
artesanais.
Carolina del Hoyo, diretora de Inovação da multinacional Danone afirma: “Vemos a tendência de retorno dos produtos ou marcas que procuram revalorizar a história ou o conceito que os fizeram únicos”. Esses tipos de produtos, poucas décadas atrás praticamente tinham desaparecido ou era difícil encontrá-los, e ela acrescenta. “Hoje, estão novamente de ‘moda’ e nas prateleiras dos grandes supermercados”. Julia Kaiser, coordenadora de estratégia de Havas Argentina, explica se tratar de uma contra-tendência que recusa o veloz, o industrializado, a necessidade induzida de novidade e da inovação constante.
Westvleteren
XII
é cerveja mais medieval, feita por monges. A corrida é imediata, porque dizem é
a melhor do mundo!
“As pessoas gostam de voltar ao que é familiar. Àquilo que apela ao sentimento muito primitivo e muito humano do conforto caseiro”, acrescenta.
A padaria ‘Le Pain Gascon’ atrai usando um forno
da época de Luis XV, precisamente de 1765.
“La Nación” chama isso de “furor nostálgico”. Por exemplo a empresa de lácteos La Serenísima lançou um iogurte com a receita original de não se sabe qual século e a mensagem do marketing é “voltar a prová-lo por primeira vez” procurando rememorar as impressões que tivemos quando éramos crianças. “Trata-se da valorização do melhor de outros tempos, que nos convida a voltar às nossas origens e comemorar o passado com um olhar hodierno. “Nós procuramos gerar esse impacto em nossos consumidores, especialmente os adultos, convidando-os a reconectar com a marca que os viu nascer e que estava na mesa de todos os dias”, acrescentou Del Hoyo. A empresa argentina Siam relançou uma linha de geladeiras com estética da metade do século passado. Olmos oferece bicicletas tipo retro.
Sorveteiro em Paris verificou que carro antigo
atrai mais que moderno.
E que o sorvete não pode ter nenhum elemento de fábrica
A usina Ledesma vende seu açúcar mais seleto garantindo que não foi processado nem refinado, e a cervejaria Quilmes do grupo AmBev ofereceu a receita original sem conservantes. Foi logo imitada pela competição. Basta sair à rua para encontrar o Fusca (adaptado à modernidade) mas que evoca o modelo original alemão de inícios dos anos 30, quase um século! A Fiat relançou o Fiat 500, a Cinquecento de 1967, e o retro PT Cruiser teve que ceder-lhe a linha na fábrica do México para atender a demanda dos EUA! A Citroën pensa fazer o mesmo com o 2CV, o “deux chevaux”.
Propaganda em jornal espanhol do ‘carro mais amado em todos os tempos’. A versão 500 atualizada percorre as ruas de São Paulo.
O mini-Cooper prolifera pelas ruas de São Paulo, e o Jeep da II Guerra Mundial, bem atualizada, bate recorde de vendas no Brasil.
Feiras com produtos de granja artesanais atraem
até os maiores chefs da França. Essa é em Orthez.
As pessoas sempre procuram coisas genuínas da marca (o “Fusca original”), que tenha história no produtor, que seja clássico, tradicional. Na cerveja é típico. A tida como a melhor do mundo é produzida na Bélgica por monges cistercienses. Esses elaboram uma quantidade limitada para sustentar o convento e só vendem numa data definida do ano. Nessa data a polícia rodoviária belga precisa montar um esquema especial pois todas as estradas que levam à abadia ficam super-lotadas. A essas noções acresce no caso dos alimentos a exigência de comestíveis mais saudáveis. Percorra as prateleiras dos supermercados e conte quantos produtos fazem questão de exibir o selo “tradicional”, original, da fórmula da avó, o lácteo “da fazenda”, e por isso mais saudáveis.
Na França entrei em padarias que garantiam que a farinha vinha de moinhos que moíam o trigo com roda de pedra como na Idade Média. Queijarias que se ufanavam de vender o camembert feito com todos os microorganismos proibidas pela União Europeia; restaurantes que ofereciam a carne ou o frango engordado sem ração. Nas casas de vinhos, licores sem preservantes, aditivos, corantes, aromas, estabilizantes e ainda outros ingredientes químicos.
O “marketing da nostalgia” está se tornando rei em tudo onde ainda não o é, e invade até as farmácias. Desde o slogan “quero meu Brasil de volta” na política até a receita original no supermercado, o tradicional gera empatia e é bem recebido. Para Julia Kaiser, “está estabelecido um acordo tácito por onde o consumidor entende que a receita original é melhor que a receita que veio depois. No imaginário social a sensação é que o que se fazia antes era mais puro e o que se faz agora é mais artificial”. Um estudo da marqueteira planetária Nielsen, constatou que as emoções e a resposta cerebral dos consumidores diante das marcas tradicionais não só aceleram as palpitações do coração, mas agem como disparador de vendas muito eficaz: 23% a mais. Quando a marca argentina Quilmes — a maior cervejaria do país que pertence à AmBev — restaurou a receita original as reações positivas foram instantâneas.
Flagrante numa rua de Paris o queijo camembert
de ‘leite cru’, com todos os
microorganismos
proibidos pela modernidade,
é vendido abundantemente e não é
caro!
“Quando comunicamos que tínhamos retornado à receita original sem conservantes, as vendas e o consumo cresceram no mesmo mês. As repercussões foram muito boas e super-rápidas”, afirmou Giannina Galanti Podesta, diretora da marca. A Disney começou a fazer o remake de seus grandes êxitos de outrora, A Bela e a Fera vendeu entradas por mais de um bilhão de dólares na sua primeira semana de 2017. Diante desse resultado, a megaempresa de entretenimento planejou apostar grosso em seus filmes clássicos refeitos para 2019. Mas, se isto é assim em quase todos os campos da atividade humana, não estará acontecendo o mesmo em matéria de religião? O “marketing da nostalgia” detectou movimentos coletivos, aspirações e desejos da alma humana que procura explorar, mas não foi ele que os criou. Então se isso for assim, não estamos nos aproximando do dia em que os homens preferirão pagar passagem, ainda que muito cara, para visitar a medieval catedral gótica de Paris antes do que entrar na catedral modernosa de Brasília; em que preferirão o canto gregoriano à zoeira religiosa dos templos modernos; então se sentirão mais atraídos pelo Concilio de Trento do que pelo Concílio Vaticano II; e poderão preferir um Papa como São Gregório VII na Cátedra de Pedro ao Papa Francisco?
A série de Marie
Kondo para por ordem em tudo faz furor.
Ela defende que a ordem na casa, na
geladeira, no celular faz bem mentalmente.
Perguntas análogas poderiam se estender por muitas páginas. Uma jovem deputada federal recém-eleita declarou à imprensa que seu herói preferido é Godofredo de Bouillon. Aonde foram parar os Beatles ou os Rolling Stones, esses trisavôs sem continuadores? Só resta que as multidões clamem pela volta de Dom Sebastião, de Santa Joanna d’Arc, de Carlos Magno, de São Luis Rei da França ou de São Domingos de Gusmão inquisidor...
Na entrevista coletiva que concedeu no dia 28 de janeiro aos jornalistas a bordo do avião que o levava de volta a Roma [foto] após a “Jornada Mundial da Juventude” do Panamá, o Papa Francisco afirmou, entre outras coisas que causaram estupefação, ser favorável à educação sexual nas escolas. Eis suas palavras, respondendo ao jornalista Edwin Cabrera Uribe, que lhe perguntara sua opinião sobre o assunto:
“Penso que, nas escolas, é preciso dar educação sexual [...]. É preciso oferecer uma educação sexual objetiva: assim como é, sem colonizações ideológicas. Porque se, nas escolas, se dá uma educação sexual imbuída de colonizações ideológicas, destrói-se a pessoa [...]. O problema está nos responsáveis pela educação, a nível nacional, regional, em cada unidade escolar: que professores escolhem para isso? Que manuais? Já os vi de todas as cores. Há coisas que fazem amadurecer e outras que causam dano [...]. Digo que é preciso haver educação sexual para as crianças. O ideal é que se comece em casa, com os pais. Nem sempre é possível, devido a muitas situações familiares, ou porque não sabem como a fazer. A escola supre isto e deve fazê-lo; caso contrário, fica um vazio que acaba preenchido por qualquer ideologia”.
Tal resposta não poderia evidentemente deixar de causar grande perplexidade em numerosas famílias católicas que lutam para preservar a inocência de suas crianças. Elas conhecem as péssimas condições de imoralidade nas quais os “responsáveis pela educação” sexual nas escolas — mistas em sua imensa maioria — ministrariam suas aulas. Nestas, como já se tem visto, em nome de educação sexual, professores ensinam as coisas mais indecentes, inclusive pornografia, erotizando os pequenos.
Esse danoso ensinamento, ministrado fora do lar e por vezes com distribuição de manuais obscenos com imagens libidinosas, leva com frequência as crianças à iniciação sexual precoce e até mesmo, em certos casos, à prostituição infantil e à gravidez de meninas que sequer chegaram à adolescência. Segundo um relatório de 2018 da OMS (Organização Mundial da Saúde), no Brasil a taxa de gravidez indesejável na adolescência supera a média mundial! Assim sendo, pais e mães de família perguntam: qual é verdadeiramente a posição da Igreja Católica a respeito de tal tipo de educação sexual, que sempre fora reservada aos pais e não às escolas?
Para responder a essa questão, nada melhor do que recorremos ao ensinamento tradicional do Magistério Pontifício. Assim, eis a resposta do Papa Pio XI (1857-1939) [foto ao lado] na Encíclica Divini Illius Magistri:
“Mormente perigoso é, portanto, aquele naturalismo que, em nossos tempos, invade o campo da educação em matéria delicadíssima como é a honestidade dos costumes. Assaz difuso é o erro dos que, com pretensões perigosas e más palavras, promovem a pretendida educação sexual, julgando erradamente poderem precaver os jovens contra os perigos da sensualidade, com meios puramente naturais, tais como uma temerária iniciação e instrução preventiva, indistintamente para todos, e até publicamente, e pior ainda, expondo-os por algum tempo às ocasiões para acostumá-los, como dizem, e quase lhes fortalecer o espírito contra aqueles perigos.
“Estes erram gravemente, não querendo reconhecer a natural fragilidade humana e a lei de que fala o Apóstolo: contrária à lei do espírito (Rom 7, 23), e desprezando até a própria experiência dos fatos, da qual consta que, nomeadamente nos jovens, as culpas contra os bons costumes são efeito, não tanto da ignorância intelectual, quanto e principalmente da fraqueza da vontade, exposta às ocasiões e não sustentada pelos meios da Graça.
“Se, consideradas todas as circunstâncias, alguma instrução individual acerca deste delicadíssimo assunto se torna necessária, quem recebeu de Deus a missão educadora e a graça própria desse estado deve, em tempo oportuno, tomar todas as precauções conhecidíssimas da educação cristã tradicional e suficientemente descritas pelo já citado Antoniano*, quando diz: ‘Tal e tão grande é a nossa miséria e a inclinação para o mal, que muitas vezes até as coisas que se dizem para remédio dos pecados são ocasião e incitamento para o mesmo pecado. Por isso importa sumamente que um bom pai, quando discorre com o filho em matéria tão lúbrica, esteja bem atento, e não desça a particularidades e aos vários modos pelos quais esta hidra infernal envenena uma tão grande parte do mundo; não seja o caso que, em vez de extinguir este fogo, o sopre ou acenda imprudentemente no coração simples e tenro da criança. Geralmente falando, enquanto perdura a infância, bastará usar daqueles remédios que, juntamente com o próprio efeito, inoculam a virtude da castidade e fecham a entrada ao vício’”. (Silvio Antoniano, Dell'educazione cristiana dei figliuoli, lib. II, c. 88).
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* Cardeal Silvio Antoniano, discípulo do admirável educador que foi São Filipe de Nery, e mestre e secretário das cartas latinas de São Carlos Borromeu, a instancias e sob a inspiração do qual escreveu o tratado Della educazione cristiana dei figliuoli.
A multidão marchava decidida e manifestativa em direção à Suprema Corte dos Estados Unidos, bradando slogans de protesto contra a prática do aborto no país. Era a multitudinária e tradicional March for Life, que se realiza todos os anos na capital americana, sempre no mês de janeiro. Alguns slogans, sob a forma de refrões musicais, eram cantados alegremente por vagalhões esparsos de jovens em movimento.
Nesse contínuo mover-se, a imagem de Nossa Senhora de Fátima, levada num andor, causava surpresa a muitos, e a todos profundo respeito. Diante dela, vinham à mente dos participantes os pedidos da Virgem em Fátima, e também as catástrofes anunciadas caso seus pedidos não fossem atendidos. Milhões de inocentes sacrificados nas clínicas abortistas são um indício inequívoco de que tais pedidos foram negligenciados. Fátima continua sendo um apelo, e hoje é também um desafio.
“Muito obrigado por terem dito sim” — disse uma senhora a um membro da TFP americana (American Society for the Defense of Tradition, Family, and Property). Em seguida se inclinou reverente diante da imagem e continuou a caminhar sobre a neve e sob o vento gélido. O que quis ela dizer? Em seu olhar se encontrava a resposta: a TFP havia dito sim ao chamado de Nossa Senhora, bem como aos sacrifícios daí decorrentes.
Um dos participantes da marcha parou diante da imagem de Nossa Senhora e interpelou os custódios: “Por que esse ar tão solene?”. Um jovem que a acompanhava respondeu simplesmente: “Porque eles são os guardas de Nossa Senhora”.
Alguns protestantes tiveram o mau gosto de comparecer à March for Life a fim de criticar os católicos. Após gritar ataques à Igreja e ao Papa, ofenderam Nossa Senhora em brados. Nesse momento, um jovem começou a recitar em alta voz a Ave Maria. Imediatamente todos em volta uniram suas vozes à dele, com aguerrido ímpeto, revidando a ofensa protestante com a saudação à Mãe de Deus. As vozes aumentaram de volume, e com elas a indignação dos presentes. Ao grupelho ultrajante não restou senão calar e desaparecer na multidão.
Quando se deparou com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, um jovem cuja esposa acabava de dar-lhe o primogênito interrompeu sua caminhada e a fitou com surpresa e agrado. Nesse instante a evocação da Mãe de Deus era completada pela harmonia longínqua de trompetes e tambores, executada pela exímia banda de música da TFP norte-americana [foto ao lado], cujos acordes realçavam na manifestação a convocação dos presentes ao combate. O jovem pai tirou do bolso um rosário, e ali ficou a rezar. Para ele, a Constitution Avenue (a grande avenida central de Washington) se transformara numa catedral.
Um dos participantes, John Moore, percorreu a pé 4.000 km, de São Francisco (Califórnia) até Washington, portando às costas uma cruz de madeira. Sua filha Laura o acompanhou em automóvel, fornecendo-lhe água e alimentos. Em seu trajeto, John Moore foi ajudado por inúmeras pessoas, até mesmo ateus e indiferentes à questão do aborto, mas comovidas com seu esforço.
A marcha superou em número e seriedade os anos anteriores. Meio milhão de participantes demonstravam seu repúdio ao aborto. Os norte-americanos sabem que, além do aborto, outros graves desvios morais ameaçam seu país e o mundo.
Duas pesquisas de opinião recentes — uma da Universidade Marista, e outra do Instituto Gallup — mostram que a maioria dos norte-americanos (75%) deseja restrições à prática do aborto. Mesmo os que se declaram favoráveis ao aborto passam a achar que ele já foi demasiadamente longe. 53% desejariam eliminar toda forma de aborto ou a maior parte dos casos em que é permitido.
Tal como no ano passado, o Presidente Trump, em transmissão direta da Casa Branca, dirigiu palavras acolhedoras aos manifestantes. O Vice-presidente Mike Pence compareceu com sua esposa ao palanque, no início da marcha [foto ao lado, no telão]. Dali saíram numerosos grupos de paroquianos liderados por seus vigários. Grande era o número de batinas entre os jovens sacerdotes. Alguns bispos se destacavam à frente da marcha. O bispo de Toledo, Dom Daniel Thomas, marchava à frente de seus fiéis. Seguiam-se representantes de ordens religiosas masculinas e femininas, seminários, escolas e colégios. Entre os movimentos do exterior, distinguia-se Droit de Naître [foto abaixo]— associação co-irmã do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira — que combate a prática do aborto na França. [Fonte: Revista Catolicismo, Nº 818, Fevereiro/2019].
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destroys claim only ‘thousands’ attended 2019 March for Life: