19 de outubro de 2025

O ideal da Cruz de Cristo nos conquistadores portugueses


  Plinio Corrêa de Oliveira 

Nesta imagem de azulejos portugueses vemos a Torre de Belém na margem do rio Tejo, em Lisboa. Imaginemos em suas águas uma esquadra de caravelas portuguesas do século XVI. Nas janelas da torre pessoas da corte, tapetes persas adornam os balcões, o estandarte com a Cruz de Cristo tremula no alto da torre e nas caravelas. 

A esquadra zarpa magnífica rumo ao Brasil, ou outros países longínquos, levando homens nos quais a Idade Média ainda palpita, pois partem com a ideia de dilatar a fé e de conquistar povos para Nosso Senhor Jesus Cristo. Na alma deles, a perfeita ideia de Cristo Rei, que morreu na cruz para nos salvar. E, em compensação, vão conquistar para Ele impérios e outros povos. 

Partem também missionários movidos pela adoração a Nosso Senhor, pela dedicação a Nossa Senhora e pelo entusiasmo de salvar esses povos para estabelecerem o Reino de Cristo e de Maria. Essas esperanças reluzem como estrelas e alimentam a coragem a atos de resistência heroica; os altos ideais também cintilam como as estrelas. 

Nas caravelas partem ainda mercadores com o desejo do lucro, mas não como securitários banais de nosso século. Eles querem algo mais alto, querem brilhar nas pompas da Europa renascentista, querem se incluir no rol dos mais altos nobres, mas movidos por uma ideia humana de honra. Sim, são levados por uma ambição terrena, mas em suas almas há apetência de nobreza. 

Eles, no momento do perigo, podem se transformar em homens de virar e romper, capazes de várias habilidades. Alguns podem ser elevados a membros de alguma Ordem de Cavalaria, ou religioso na Ordem, e vão combater maometanos. 

O quadro nos leva a imaginar também que os navegantes, para alcançarem seus objetivos, tomam como patronos grandes heróis como um Godofredo de Bouillon, como Afonso de Albuquerque, ou um Santo Inácio de Loyola, um homem de ferro. 

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9 de setembro de 1979. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.

11 de outubro de 2025

Região de Aparecida do Norte no futuro



✅  Plinio Corrêa de Oliveira 

É bonito imaginar como será a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, quando for instaurado o Reino de Maria, sobre o qual fala São Luís Grignion de Montfort. Que honra, que pompa, que grandeza, que nobreza, que elevação essa basílica deverá ter! 

Podemos imaginar uma grande conjunção de ordens religiosas contemplativas estabelecidas naquela região de Aparecida do Norte, grandes confessores que ali fossem atender confissões para fazer bem às almas, bem como centros especiais de cursos para intensificação da devoção mariana. Enfim, quanta e quanta coisa! 

São desejos que não estão no reino dos sonhos. Estão no reino dos ideais. Nós, que confiamos na Providência Divina, sabemos bem a diferença que há entre um sonho e um ideal. Para o homem que não confia na Providência, todo ideal não é senão um sonho. Para o que confia, muita coisa que parece sonho é um ideal realizável. 

Devemos esperar que Ela realize tais fatos, e fazer tudo para apressar esse dia — dia da constituição naquela localidade de uma ordem de coisas como deve ser, sintoma da remodelação de todas as coisas no Brasil e no mundo, para o cumprimento da promessa de Nossa Senhora em Fátima: ‘Por fim o meu Imaculado Coração triunfará’

É para o triunfo do reinado do Coração Imaculado de Maria — que no Brasil se apresenta sob a devoção a Nossa Senhora Aparecida — que devemos rezar. 
Trecho do rio Paraíba do Sul onde a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada pelos três pescadores, em 1717

5 de outubro de 2025

PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA

 

Em foto do dia 10 de setembro de 1985, quando o Prof. Plinio concedeu uma entrevista sobre o Direito de Propriedade e a Reforma Agrária ao Programa “Mensagem ao Presidente”, da “TV Capital”, de Brasília.

Há 30 anos de seu falecimento, relembrando-o primordialmente enquanto o Contra-Revolucionário por excelência 


✅  Fonte: Editorial da Revista Catolicismo, Nº 898, Outubro/2025 

Catolicismo teve a honra de ser o primeiro órgão a estampar, em sua edição de abril de 1959, o magistral ensaio Revolução e Contra-Revolução, de Plinio Corrêa de Oliveira, posteriormente publicado em formato de livro em português e diversas línguas.

Na edição deste mês, no trigésimo aniversário de falecimento do saudoso autor, poderíamos evocá-lo a diversos títulos. Por exemplo, enquanto alma propulsora de Catolicismo, fundador da TFP brasileira, escritor, intelectual, orador; ou ainda enquanto Cruzado do Século XX ou Profeta do Reino de Maria, títulos de duas obras do professor universitário e historiador italiano Roberto de Mattei. Mas, para o número deste mês, preferimos tratar dele primordialmente enquanto o contra-revolucionário arquetípico. 

Nele tudo era impregnado pela luta contra a Revolução satânica, gnóstica e igualitária. Seu amor a Deus era contra-revolucionário, como o eram sua devoção a Nossa Senhora, suas orações, sua ação, seus pensamentos, suas palavras, seus escritos, sua cosmovisão. Em todos os aspectos de sua vida percebia-se a luta contra-revolucionária, e sob esse ponto de vista seus inimigos o consideravam e o temiam — alguns deles até o admiravam, apesar de adversários... 

Essa característica primordial ele a incutiu na TFP, que fundou em 1960, e nas demais TFPs e movimentos análogos existentes em todos os continentes. Três décadas depois de seu falecimento, seus discípulos seguem seus passos na mesma luta contra a Revolução. Não apenas eles, mas todos aqueles que o têm como polo de pensamento. Ou seja, os que combatem o plano revolucionário de demolir os restos da civilização cristã e implantar em seu lugar uma civilização anárquica, rebelada, diabólica. 

Assim, para expor sobre a personalidade contra-revolucionária de Plinio Corrêa de Oliveira, pedimos um artigo ao nosso colaborador nos Estados Unidos, Sr. John Horvat, vice-presidente da TFP norte-americana e autor do best-seller Return to Order (Retorno à Ordem). 

Como veremos em sua matéria, o triunfo sobre a satânica Revolução dar-se-á com a vitória de Nossa Senhora sobre os revolucionários, com a implantação do Reinado d’Aquela que “esmagará a cabeça da serpente infernal” (Cf. Gn 3, 15). Este foi o objetivo do Prof. Plinio, este é o nosso objetivo! Esta é a missão que ele nos confiou, a qual, com as bênçãos de Deus e de Sua Santíssima Mãe, desejamos cumprir plenamente!