✅ Paulo Roberto Campos
Neste dia 14 comemoramos a passagem dos 100 anos da beatificação da venerabilíssima vidente de Lourdes, Santa Bernadette Soubirous. Beatificada por Pio XI em 14 de junho 1925. Oito anos depois, pelo mesmo Papa, ela foi canonizada.
Nascida em Lourdes, no Moulin de Boly, no dia 7 de janeiro de 1844, foi uma camponesa encantadora, puríssima, pobre, inteligente, discreta, de uma honestidade a toda prova. Falecida em 16 de abril de 1879 como freira no convento das “Irmãs da Caridade” da cidade de Nevers, onde alcançou o ápice da santidade. Tinha 35 anos, mas, apesar dos terríveis sofrimentos de corpo e de alma que padecera, continuava bela como na época de sua adolescência.
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Representação da aparição da Virgem Maria a Bernadette Soubirous (por Virgílio Tojetti, 1877) |
Seu corpo foi exumado em 1908 e encontrado incorrupto. Milagre que pode ser interpretado como Deus selando o dogma da “Imaculada Conceição”, pois assim Nossa Senhora se apresentou. Numa de suas aparições à santa francesa, então com apenas 14 anos, esta perguntou quem era. “Eu sou a Imaculada Conceição” — foi a resposta!
Após duas exumações, dois dias antes da beatificação (12 de Junho de 1925), foi feita uma terceira (e última) exumação do seu corpo a fim de se retirar algumas relíquias. E, como nas vezes anteriores, o corpo continuava incorrupto, muito preservado e sem o mínimo sinal de putrefação. Fato histórico e milagroso registrado no relatório do Dr. Comte:
“Eu queria abrir o lado esquerdo do tórax para retirar algumas costelas e então remover o coração, o qual eu tinha certeza que estaria intacto. Porém, como o tronco estava levemente apoiado no braço esquerdo, haveria dificuldade em ter acesso ao coração. Como a Madre Superiora expressou o desejo de que o coração de Santa Bernadette não fosse retirado, bem como também este era o desejo do Bispo, mudei de ideia de abrir o lado esquerdo do tórax, e apenas retirei duas costelas do lado direito, que estavam mais acessíveis. O que mais me impressionou durante esta exumação foi o perfeito estado de conservação do esqueleto, tecidos fibrosos, musculatura flexível e firme, ligamentos e pele após 46 anos de sua morte. Após tanto tempo, qualquer organismo morto tenderia a desintegrar-se, a se decompor e adquirir uma consistência calcária. Contudo, ao cortar, eu percebi uma consistência quase normal e macia. Naquele momento, eu fiz esta observação a todos os presentes de que eu não via aquilo como um fenômeno natural.”
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Na sepultura no convento de Nevers, corpo incorrupto de Santa Bernadette exposto à veneração pública |
De Santa Bernadette comentou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“Nela vemos bem o espírito da verdadeira contra-revolucionária, católica e santa, que não se importa com as pompas deste mundo; que não dá importância a ser tida em grande ou pequena conta; e que, por causa disso, despreza as honras e louvores mundanos. Para se ter sobranceria, é preciso não ligar para o mundo".
Neste centenário, peçamos a ela essa graça: sermos verdadeiramente contra-revolucionários, no sentido de não compactuarmos com a Revolução gnóstica e igualitária que se alastra em nossos dias destruindo aquelas virtudes sublimes que tanto caracterizaram Santa Bernadette de Lourdes!
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