26 de fevereiro de 2009

A Marcha Pro-Life, em sua 36ª manifestação em Washington, contou com 300 mil participantes!

Em Washington, 300 mil participam da 36ª Marcha Pela Vida!


Paulo Roberto Campos

Neste ano, a grandiosa Marcha Pro-Life, que desde 1973 se desenrola anualmente na capital americana, tinha que ser especial. E foi. Ela superou todas as expectativas! Realizada no dia 22 de janeiro — a primeira no governo Barack Hussein Obama, presidente claramente pró-aborto —, o comparecimento foi espetacular: mais de 300 mil manifestantes! E grande parte composta por jovens radicalmente contrários a qualquer prática abortiva!

Mas no Brasil a grande mídia “não viu” tal multidão... Agiu como os três macacos abaixo: “não ouviu”, “não viu” e “não falou”. É claro que assim não agiria se fosse uma marcha pró-aborto — ainda que nela comparecesse apenas uma meia dúzia de gatos pingados. Estes seis “gatos” fariam manchete em todos grandes jornais e TVs.
Certa mídia, em relação às reações contra o aborto, age como esses três macacos: “não ouviu”, “não viu” e “não falou”...

Somente hoje publico em meu blog essa notícia, porque foi tão grande o número dos que protestaram contra o aborto na “36ª March for Life” que é preciso ver para crer. Esperava as fotos que meu grande Amigo norte-americano Michael Gorre ficou de enviar. Elas chegaram e são estupendas. Mais abaixo, seguem algumas que selecionei e que seriam interessantes para serem encaminhadas a alguns jornais a fim de abrir os olhos de seus responsáveis... Adiantará? Creio que não! O pior cego é aquele que não quer ver...
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Encerro com um trechinho do manifesto da TFP americana que foi largamente distribuído aos participantes da Pro-Life 2009:
“Ao longo dos anos, o movimento pro-life organizou, protestou e rezou. Desafiou o antipopular movimento abortista e o colocou na defensiva. Trata-se de seguir avante com confiança. Confiamos que nossos propósitos não sejam em vão. Deus nos conduzirá adiante e completará sua obra, se fizermos nossa parte. Redobremos nossos esforços e orações, pois a vitória é assegurada nas palavras do Divino Salvador quando declarou na véspera de sua morte: ‘Confiança, Eu venci o mundo’ (Jo 16,33)”.


PS: Aproveito para insistir no convite para a concentração anti-aborto a ser realizada no dia 28 de março 2009 (sábado) às 10:00 hs., na Praça da Sé. Quem não o leu, por favor, click no link:

http://blogdafamiliacatolica.blogspot.com/2009/02/convite-grande-ato-publico-em-defesa-da.html

Os "pro-lifers" desfilaram durante três horas protestando contra a prática do aborto


Grande parte dos manifestantes era jovem
Pela primeira vez, a Imagem Peregrina Internacional de Nossa Senhora de Fátima presidiu o célebre evento anti-aborto

Apenas nos Estados Unidos, o morticínio de bebês chega a 48 milhões !!!



Animando a Marcha, a fanfarra da TFP norte-americana, sempre presente

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Para assistir a um vídeo da “36ª March for Life” clik em :

http://tfp.org/tfpstudent/index.php?option=com_content&task=view&id=1151

19 de fevereiro de 2009

CONVITE — Grande Ato Público em Defesa da Vida!

Diletos Amigos

No ano passado, na memorável concentração contra o aborto na Praça da Sé, da capital paulista, uma multidão teve voz e vez para proclamar seu SIM à vida e seu NÃO ao aborto no Brasil. Vejam, a tal respeito, notícia em:
http://blogdafamiliacatolica.blogspot.com/2008/03/ato-pblico-contra-o-aborto-lotou-praa.html

Neste ano, vamos novamente nos reunir na mesma Praça, para manifestar nosso NÃO ao Projeto de lei nº 1.135/91. Uma lei assassina que, se aprovada no Congresso Nacional, permitirá a prática do aborto desde a concepção até o momento do parto! Ou seja, o assassinato de bebês no próprio ventre materno.

Vamos dar um BASTA à matança de inocentes no nosso País !

Devemos nos esforçar para comparecer e levar o maior número possível de pessoas. Comecem por convidar seus Amigos hoje mesmo. Um modo muito fácil: mandar já este convite para todos seus endereços de e-mails, pedindo-lhes que façam o mesmo.

Levem todos seus familiares e conhecidos. Os que puderem, podem até organizar caravanas. Deus recompensará seu esforço. Vocês estarão salvando milhões de inocentes, cujo destino, se aprovado o nefando Projeto de Lei, poderá ser a lata de lixo hospitalar.

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O grande evento terá início às 10 horas
do dia 28 de março de 2009 (sábado),
na Praça da Sé, São Paulo, SP.

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Um abraço e até lá!
Paulo Roberto Campos
http://blogdafamiliacatolica.blogspot.com/

11 de fevereiro de 2009

Aborto e o novo inquilino da Casa Branca — dos planos aos atos

Está sendo colocado em prática o plano de Barack Hussein Obama para favorecer a prática do aborto, apesar de ele ter, durante sua campanha eleitoral, camuflado tal plano.

Com efeito, no dia 23 de janeiro p.p. — num dos primeiros atos de governo, pois apenas três dias seguintes à posse —, o novo inquilino da Casa Branca assinou decreto que libera verbas federais para financiamento de organizações que promovem o aborto no mundo inteiro. O que era vetado no governo anterior. Ou seja, falando de modo “curto e grosso”, o governo Obama usará dólar do contribuinte norte-americano para financiar o assassinado de bebês. Tal é o empenho dessa política abortista, que o decreto é assinado apesar da "tsunamica" crise financeira que se abate sobre os EUA. E também apesar de a maioria da população ser contrária ao aborto, o dinheiro do contribuinte — que deveria, portanto, ser utilizado para salvar vidas — será usado para eliminar vidas de seres humanos.

No dia anterior a esta “penada” a favor da prática abortiva, o novo presidente americano assinou o decreto de fechamento da base militar norte-americana de Guantánamo (foto abaixo) e aboliu a utilização de técnicas duras de interrogatórios a presos suspeitos de terrorismo.


Em nome do respeito aos “direitos humanos”, Obama favorece terroristas presos em Guantánamo, alegando ser contra a prática de tortura. Entretanto, ele assina medida que favorece a tortura (a mais cruel e até a morte) de nascituros — abaixo, fotos de alguns “instrumentos de tortura” utilizados para exterminar a vida de bebês por meio do aborto.







Inocentam-se os condenados e condenam-se os inocentes!
Senhor Obama: os terroristas não podem ser torturados, mas os pequeninos seres inocentes e indefesos podem? Não é o direito à vida o mais básico dos “direitos humanos”? E como ficam os direitos de Deus? Não estabeleceu Ele o preceito “NÃO MATARÁS”? Como então destinar dinheiro público para organizações que estimulam a condenação à morte de inocentes?

Paulo Roberto Campos

PS: A seguir um excelente artigo do professor de Teoria Geral do Estado, Cláudio De Cicco, que aprofunda de modo lógico a problemática que acima abordei de modo “curdo e grosso”...



ABRINDO MAL UMA “NOVA ERA”
Cláudio De Cicco*

Li no Catolicanet a notícia: “Desilusão” no Vaticano por decisão pró-abortista de Obama – 26/01/2009 – 11:22. A decisão do Presidente norte-americano Barack Obama de reverter a política de Cidade de México, abrindo o uso de recursos federais norte-americanos para a promoção do aborto no mundo, suscitou a primeira expressão de censura e desilusão do Vaticano."
É de conhecimento geral que a eleição de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos da América foi saudada dentro e fora daquele país como o início de uma "Nova Era" de compreensão e paz para o mundo. Confesso ter compartilhado de uma certa emoção por ver um afrodescendente chegar à suprema magistratura de um país conhecido no passado como racista. Também achei simpático da parte dele convidar para Secretária de Estado sua contendora Hillary Clinton.

Mas no seu discurso de posse ele proclamou: "A sociedade muda, os Estados Unidos tem que mudar com ela." Só agora entendi o sentido da frase barackiana: quando a sociedade muda, é preciso mudar sempre. Será? E se mudar para pior? Obama representaria a mudança sem estar preso a nenhum valor, pois um dos seus atos inaugurais de governo foi revogar o impedimento legal para o financiamento de campanhas abortistas fora dos Estados Unidos, o que vinha sendo reiteradamente reafirmado pelos governos republicanos. Ora, é no mínimo falta de coerência fechar Guantanamo, por motivo humanitários e depois liberar verbas para o financiamento de massacres de inocentes. Afinal, nisto os dois Bush, Ronald Reagan e demais republicanos estavam certos.

Muitos dirão que isto já era esperado, pois Barack Obama nunca escondeu ser abortista. Mas cabe então ponderar se isto foi enfatizado suficientemente por ele em sua hábil campanha, em que os holofotes estavam mais centrados sobre a crise econômica e sobre a situação no Iraque. Seria o caso de supor que os eleitores esqueceram esta questão? Aliás, o que não faltou nesta campanha foi emocionalismo, envolvendo o "Dream" de Martin Luther King, o sorriso aberto de Obama e um apoio total da mídia americana e mundial pró-Barack.

Por acaso, gravei um dos debates entre John McCain e Obama, em que o simpático senador por Illinois não respondia a nenhuma das contundentes perguntas de seu rival. Saía pela tangente e mudava de assunto. No entanto, no dia seguinte a imprensa inteira noticiava a "Vitória de Obama no debate!"

Foi mais incrível ainda o que a mídia americana e internacional fez para boicotar a candidata a vice de McCain, Sarah Palin. Num primeiro momento, sua entrada em liça parecia um golpe na campanha até então tranquila de Obama. A escolha da governadora do Alaska, Sarah Palin, para vice de John McCain, com uma reversão das intenções de voto nas pesquisas, lembrava a força da opinião pública americana, baseada em princípios morais e religiosos. (cfr artigo de Paulo Roberto Campos, na Revista "Catolicismo" nº 694, de Outubro de 2008, pag.19 ).

A candidata era conhecida porque recusou abortar o último dos filhos, mesmo sabendo que nasceria com a síndrome de Down. Mas havia algo “imperdoável” para certos formadores ou deformadores da opinião pública: opunha-se ao aborto em todos os casos; era contra o “casamento” homossexual; era grande defensora de políticas pró-família; era a favor da abstinência sexual antes do matrimônio; defendia o ensino do criacionismo nas escolas. Foi logo taxada de "fundamentalista". Quer dizer, ficou bastante patente para que lado tendiam as simpatias dos magnatas da mídia. E isto, a meu ver, teve enorme peso nas eleições que deram a vitória ao abortista Barack Obama. Mas, algum leitor poderá comentar: o senhor está supondo que o povo norte-americano é composto de débeis mentais, incapazes de discernir e que foram conduzidos pela imprensa falada e escrita para uma direção que eles não queriam. Não é apostar demais na ingenuidade dos americanos?

Respondo dizendo que, se estou enganado, então devo concluir que o povo está num processo de decadência moral, abandonando os princípios morais que fundaram a nação. E nesse caso, cada povo tem o governo que merece. Mas isso não dá a Obama o direito de supor o mesmo sobre outras nações em que uma imensa maioria é contrária a qualquer violação da vida, como é o massacre de crianças, conhecido com o nome de aborto. Isso não autoriza a querer reviver o antigo imperialismo norte-americano, agora sem a justificativa do combate contra o nazismo e o comunismo, mas para ajudar a matar inocentes. No entanto, Barack Obama invocou a benção de Deus sobre os Estados Unidos, no seu discurso como candidato vitorioso. Por que então, logo em seguida, feriu gravemente a vontade divina, patrocinando o aborto? Mau sinal. A menos que retroaja, o novo presidente americano corre o grave risco de passar para a História como o presidente que começou uma “Nova Era” de desgraças para o povo yankee e para o mundo. Deus tal não permita.
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* Cláudio De Cicco é professor de Teoria Geral do Estado na PUC-SP e livre docente em Filosofia do Direito pela USP. É autor do livro “História do Pensamento Jurídico”, São Paulo, Ed. Saraiva, 2009, 4ª Ed.

4 de fevereiro de 2009

CONCEPÇÃO HEDONISTA DA VIDA

Um artigo de autoria do Dr. Ogeni Dal Cin — advogado e filósofo, Membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB-SP — recebi por e-mail e o transcrevo a seguir, pois, creio eu, poderá ser de grande proveito para os leitores deste blog em seus debates em defesa da vida do nascituro inocente e para suas eventuais contentas com abortistas.

Como se verá, o Dr. Ogeni bem explicita a mentalidade hedonista dos partidários do aborto. Mentalidade esta muito em voga na sociedade relativista, que recusa os valores morais e religiosos. O que leva as pessoas, divorciadas de tais valores, a se tornarem egoístas, vivendo somente à busca de prazeres. Como conseqüência: a limitação da natalidade por meio do aborto, pois, ter que cuidar dos filhos tira-lhes o tempo para os prazeres num “paraíso” — bem distante do Paraíso Celeste...

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O ABORTO NO PARAÍSO TERRESTRE

Ogeni Luiz Dal Cin

Reduzido o ser humano a “produtor” e “consumidor”, segundo as exigências do “sistema econômico-financeiro”, a produção representa o princípio da realidade e o consumo, o princípio do prazer. Todo o bem consiste em não perder de vista que viver é produzir e consumir, podendo, esse binômio, ser traduzido juridicamente em deveres (e obrigações) e direitos. Assim, a única e verdadeira crise é a crise de ordem econômico-financeira, a crise ontológica por excelência, pois as demais, apenas epifenomênicas, atingem somente valores que são meros sentimentos subjetivos, de ordem cultural ou religiosa, pouco importando na efetiva conquista do bem-estar.

Neste contexto existencial, perde o sentido maior a discussão a respeito do valor da vida humana como bem ontológico de todos. Com efeito, o sistema internacional, acima do bem e do mal, controla o planeta Terra com a finalidade de propiciar o máximo de produção e de consumo. Ele é o senhor que financia os meios e impõe limitações ao direito de existir de certos seres humanos, sob o sofisma de que é para o bem de todos. Por isso, tem o direito de controlar, livremente e sem constrangimento, o consumo de todos os seres humanos, estabelecendo os que devem ser descartados, antes ou depois de nascer. Nada nem nunca houve algo de tão típico da chamada “consciência burguesa”, hoje também uma das mais altas bandeiras das esquerdas, “filhotas” do marxismo.

Os “abortistas” têm verdadeira ojeriza ao livro da Bíblia, principalmente à concepção de Deus pessoal, Deus da vida, e pela transcendência do paraíso prometido a todos enquanto conquistado na efetiva ação histórica concreta de promoção de toda vida humana. Em nome do empenho de conquistar o paraíso terrestre, sinônimo da felicidade individual e coletiva, fechado exclusivamente no tempo e só para o tempo, os “abortistas” seguem, pregam e impõem a “religião atéia” dos que comandam o “Sistema da Terra”. Apresentam, por isso, como inevitável e normal a doutrina que autoriza a matar os nascituros indesejados, podendo, contudo, chegar aos nascidos improdutivos. Tudo como exigência inquestionável da “Mãe-Terra” que condiciona, assim, a entrada na habitação do paraíso terrestre, sem culpa, sem dor, sem miséria, manifestando o grande poder representado pelos senhores da morte, quer no Brasil, quer no exterior. Esta, a nova consciência humana a ser pregada e difundida pelos “abortistas”. Mesmo não sendo explícita, no início, a ordem é a de cortar qualquer ligação com Deus transcendente, com a consciência moral natural que daí decorre, para relativizar todos os valores fundamentais insertos na ordem jurídica. É que o direito à vida, em última instância, acabará, logicamente, a se reduzir, para os “abortistas”, a uma questão meramente religiosa, isto é, de uma religião de teísmo transcendente, já que a defesa última dos que propugnam pelo aborto, a rigor, também é religiosa em seus pressupostos ontológicos e em sua pregação salvífica. Esta a maior irracionalidade da pretensa racionalidade dos “abortistas”.

O aborto é um sofisma. Não é o direito à vida inerente ao valor do ser humano. Para os “abortistas”, o direito à vida, fora do binômio produtor/consumidor — que por si é garantia de vida —, reduz-se às ligações afetivas entre as pessoas, donde nasce a dor da perda, a única que subjetivamente importa. Assim, o nascituro ainda não é conhecido para possibilitar ligações afetivas mais completas e complexas, tornando menos aguda a sua destruição e destinação para o lixo. A mãe, aconselhada e induzida a matar seu filho nascituro por agentes especializados, e que, com isso, decide pelo abortamento, não verá nada. E, no entanto, ainda que este não deixe vestígio algum de que existia de fato, que era alguém, um ser humano, esta mãe dificilmente conseguirá livrar-se da culpa. Se o nascituro sofre ao ser assassinado, pouco importa, pois ninguém vê sua dor e seu instinto de viver, porque tudo é feito por um profissional da morte a serviço do sistema envolvente — e as ligações afetivas ainda não são tão profundas e amplas. Além disso, outros profissionais da morte se encarregam da limpeza psicológica na mãe e familiares. Tudo no mais absoluto silêncio, na maquinação sigilosa entre quatro paredes, bem longe da mídia. E o Governo brasileiro, como já se manifestou favorável ao direito de matar crianças não nascidas, não só endossa esse modelo de sociedade, mas promete recursos financeiros necessários para as mães executarem seus filhos nascituros, mesmo não existindo, atualmente, verbas para atender a um padrão mínimo da saúde. Espera apenas a autorização legislativa.

Tudo isso porque o direito à vida não é mais um direito do ser, mas é apenas o conjunto das ligações afetivas do ser com a mãe, com seus familiares e seus amigos. Um bom apagador, químico ou psíquico, das ligações afetivas resolve o problema da vida e da morte, viabilizando definitivamente o paraíso terrestre movido pelo impulso do Sistema da Produção e do Consumo, não mais existindo, então, pobres, culpa, dor, angústia, pois nem Deus será mais necessário. E, finalmente, ninguém mais ousará discutir a necessidade da prática do aborto, pois tudo estará sob os olhares bondosos do Estado provedor da felicidade.

19 de janeiro de 2009

Ótimos argumentos contra abortistas

Presidente da associação Pró-Vida de Anápolis, o Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz (foto), ordenado sacerdote em 31 de maio de 1992 (Anápolis -- GO), além de formado engenheiro eletrônico pela UFRJ em 1985, é bacharel em Teologia pelo Institutum Sapientiae (Anápolis), em 1992, e professor de Bioética na Faculdade de Filosofia São Miguel Arcanjo (FAFISMA).
Do site do Padre Lodi (
http://www.providaanapolis.org.br/) copiei o artigo abaixo, de sua autoria, que contém ótima argumentação anti-abortista.


"Cadeia para as mulheres que fazem aborto?"
[a armadilha dos abortistas]

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz - Presidente do Pró-Vida de Anápolis

Durante a campanha eleitoral de 2008, uma candidata a vereadora ofereceu um folheto a uma senhora que passava por uma praça do Rio de Janeiro. A transeunte era Mônica Torres Lopes Sanches, intrépida defensora da vida, mãe de Giovanna, uma menina anencéfala nascida em 25/03/2005. Ao perceber pelo folheto que a candidata defendia o aborto, Mônica deu meia volta e foi manifestar sua discordância. A candidata replicou: "O que pretendemos é apenas descriminar o aborto. Queremos que as pessoas que praticam aborto não sejam mais penalizadas". Quando o assunto da conversa se tornou a morte de (supostamente) muitas gestantes por causa do aborto clandestino, praticado em condições "inseguras", Mônica relatou o caso de uma mulher que, apesar de ter praticado aborto com um "excelente" médico, sofreu terrivelmente com a curetagem e passou muitos anos sem conseguir dar à luz.

A candidata então preparou uma armadilha em forma de pergunta: "Você acha que essa mulher tinha que ser presa?". Mônica respondeu prontamente: "É claro! Ela matou o filho dela!".

Decepcionada porque Mônica não mordera a isca, a candidata recebeu de volta o folheto juntamente com a garantia de que não ganharia o voto daquela eleitora.

O medo de falar em "pena" para o aborto
A estratégia abortista de concentrar a atenção na pena para as mulheres que abortam têm-se mostrado eficiente, sobretudo diante de pessoas pró-vida incautas. Evita-se falar (pelo menos em um primeiro momento) em um direito ao aborto. Fala-se, em vez disso, em evitar o sofrimento imposto pela lei àquelas que praticam esse crime. Apela-se para o sentimento de misericórdia e pede-se que a pena seja excluída da legislação. Em vez de "legalizar" o aborto, fala-se em "descriminar" ou "despenalizar" o aborto.

Essa estratégia funcionou em Portugal. No referendo de 11 de fevereiro de 2007 (dia de Nossa Senhora de Lourdes!), os portugueses foram chamados a decidir sobre o aborto. Na pergunta, em vez de "legalização", falou-se em "despenalização"[1]. Dos portugueses que votaram (menos da metade do eleitorado), a maioria (59,5%) respondeu "sim" ao aborto.

Na Itália, o aborto foi legalizado graças ao Partido Radical (semelhante ao PT no Brasil) em 1978. A horrenda lei 194, promulgada em 22 de maio daquele ano, permite que o aborto seja praticado pelas mais estranhas razões e pretextos, sempre com o financiamento do Estado. O "Movimento per la vita" italiano mordeu a isca dos abortistas. Tem evitado sistematicamente falar em uma "pena" para o aborto. Pretende, "de um lado, um reconhecimento claro e firme do direito à vida; de outro lado, a renúncia, em linha de princípio, ao direito penal para a sua defesa"[2]. Não ousa propor uma revogação da lei. Propõe uma "reforma" que dê à lei instrumentos aptos a garantir o direito à vida do concebido, mas "sem a ameaça penal"[3].

Ora, pretender combater o aborto sem considerá-lo crime e sem punir quem o pratica é algo quase inócuo. Essa atitude não leva em conta a doutrina da Igreja Católica sobre a função da pena.

Para que serve a pena?
"É direito e dever da autoridade pública legítima infligir penas proporcionadas à gravidade do delito. A pena tem como primeiro objetivo reparar a desordem introduzida pela culpa. Quando esta pena é voluntariamente aceita pelo culpado, adquire valor de expiação. A pena tem ainda como objetivo, para além da defesa da ordem pública e da proteção da segurança das pessoas, uma finalidade medicinal, posto que deve, na medida do possível, contribuir para a emenda do culpado" (Catecismo da Igreja Católica, n. 2266. Destaque nosso).

Do texto citado acima, verificamos que:

a) a aplicação de penas aos delitos não é somente um direito, mas um dever do Estado;

b) a pena deve ser proporcional à gravidade do delito (o aborto foi qualificado pelo Concílio Vaticano II como crime "nefando"[4] e pelo Papa João Paulo II como crime "abominável"[5]);

c) o objetivo principal da pena não é prevenir que se cometam novos crimes, mas reparar a desordem introduzida pela culpa.

Essa função retributiva da pena – que é a principal, embora não seja a única – tem sido transcurada por muitos penalistas modernos. Quanto ao aborto, o Catecismo fala explicitamente do dever do Estado de prever sanções penais:

"Como conseqüência do respeito e da proteção que devem ser garantidos ao nascituro, desde o momento da sua concepção, a lei deve prever sanções penais apropriadas para toda a violação deliberada dos seus direitos" (Catecismo, n. 2273).

A gravidade objetiva do crime do aborto
Objetivamente falando, o aborto é o mais covarde de todos os assassinatos. Em relação ao homicídio simples, punido com 6 a 20 anos de reclusão (art. 121, CP), ele tem vários agravantes. Os meios empregados são insidiosos ou cruéis, incluindo envenenamento, tortura ou asfixia (art. 121, §2º, III, CP). O ofendido sempre é absolutamente indefeso (art. 121, §2º, IV, CP). É praticado contra um descendente (art. 61, II, e, CP), contra uma criança (art. 61, II, h, CP), e muitas vezes por um médico que tem por ofício o dever de defender a vida (art. 61, II, g, CP).

No entanto, a pena é extremamente pequena: 1 a 3 anos de detenção para a gestante (art. 124, CP) e 1 a 4 anos de reclusão para o terceiro que provoca aborto nela com o seu consentimento (art. 126, CP). Com uma pena mínima de apenas um ano, quem pratica o crime pode beneficiar-se da suspensão condicional do processo prevista no artigo 89 da Lei dos Juizados Especiais (Lei 9099/1995). Foi o que aconteceu com várias mulheres acusadas de praticarem aborto em Campo Grande (MS), na clínica da Dra. Neide Mota Machado. Aceitando proposta do Ministério Público, o processo ficou suspenso por dois anos, com as seguintes condições: "a) comparecimento pessoal em juízo a cada trinta dias para comprovar endereço ou trabalho; b) comparecimento numa creche durante o primeiro ano para prestar serviços à comunidade, por quatro horas, um dia na semana, cujos trabalhos serão definidos de acordo com sua aptidão; c) não se ausentar da comarca por mais de quinze dias, sem comunicação ao juízo"[6]. Mesmo assim as feministas não se deram por satisfeitas. Invocando a Convenção Internacional contra a Tortura, elas chegaram ao cúmulo de dizer que "a prestação de serviços comunitários em creches pode ser equipara à condição de tortura psicológica (!)"[7].

O deputado Pompeu de Mattos (PDT/RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que havia pedido ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, que as mulheres não fossem indiciadas, resolveu agora apresentar um proposta legislativa para reduzir ainda mais a pena do aborto. É o Projeto de Lei 3673/2008, que pretende reduzir para dois anos de detenção (em vez de três) a pena máxima para a gestante que pratica um aborto. Se convertido em lei, o aborto passará a ser um crime "de menor potencial ofensivo" (!), dispensando até mesmo a realização de um inquérito policial. A proposta de Pompeu serve de preparativo para a descriminalização do aborto.

O aborto do ponto de vista subjetivo
A Igreja pune o crime do aborto com a pena canônica da excomunhão automática (cânon 1398), que atinge os que intervêm materialmente (médicos, enfermeiras, parteiras...) ou moralmente (como o marido ou o pai que ameaçam a gestante, constrangendo-a a abortar). "A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade" (Catecismo, n. 2272). No entanto, segundo o canonista Pe. Jesus Hortal, "a mulher, não raramente, não incorrerá na excomunhão por encontrar-se dentro das circunstâncias atenuantes do cân. 1324 § 1º, 3º e 5º"[8]. Tais circunstâncias são: a posse imperfeita do uso da razão, o forte ímpeto da paixão ou a coação por medo grave. A culpa maior cabe ao aborteiro, que lucra com a morte da criança e o desespero da mãe que o procura.

Uma coisa, porém, é reconhecer a existência de circunstâncias subjetivas que diminuam a culpa e, portanto, a pena a ser aplicada. Outra coisa é excluir da lei qualquer pena para o crime, como pretendem os abortistas. Isso é muito bem explicado em um documento do Pontifício Conselho para a Família, de 13 de maio de 2006:

"Hoje se pretende de qualquer modo banalizar o aborto com o pretexto de que a autoridade não deve penalizar este delito abominável. Estar nessa linha significa reduzir ou negar que o delito, pelo próprio fato de ser delito, requer uma pena. Não é concebível que um delito possa restar impune. Um outro aspecto se refere à seguinte questão: o juiz, quando examina os casos, tem a possibilidade, isto sim, de ver quais são os aspectos agravantes ou atenuantes e dispor conseqüentemente. Banalizar assim o aborto transformaria o delito em direito"[9].

Como não cair na armadilha abortista
Diante de um interlocutor de age com má-fé, convém fazer como fez Jesus muitas vezes com os fariseus: devolver-lhe a pergunta. Essa atitude deixa patente a insensatez da posição abortista e transforma o acusador em acusado.

ARMADILHA ABORTISTA

Você acha que as mulheres que fazem aborto devem ser punidas?


RESPOSTA PRÓ-VIDA

ERRADA: Não, eu não quero que elas sejam punidas. Quero apenas que os abortos não sejam praticados.

CERTA: Pelo que entendi, você quer saber se eu defendo a impunidade de quem mata o próprio filho. É essa a sua pergunta?

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[1] A pergunta foi a seguinte: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?".
[2] CASINI, Carlo. Prospettive di riforma dell'attuale legislazione sull'aborto: il dibattito italiano ed europeo. 2º suppl. al mensile "La Speranza" n. 1 gennaio 1995, Firenze, p. 13.
[3] Cf. CASINI, Carlo. Chiudiamo l'era della 194. Si alla vita, n. 1, gennaio 2008, Roma, p. 13.
[4] Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n. 51.
[5] Discurso no II Encontro Mundial do Papa com as Famílias, Rio de Janeiro, 04 out.1997.
[6] FERREIRA, Marta. Em MS 25 mulheres já foram denunciadas por aborto. Campo Grande News. 14 maio 2008, 18h42min. Disponível em: com.br/canais/view/?canal=8&id=227054>.

[7] VINCENSI, Cheline. CDDH oferece assistência jurídica para mulheres indiciadas na clínica de aborto. Correio do Estado. 20 maio 2008, 17h50min. Disponível em: com.br/?conteudo=noticia_detalhe&idNoticia=8786>.
[8] CÓDIGO de Direito Canônico: promulgado por João Paulo II, Papa. São Paulo, Loyola, 1983. p. 609.
[9] Família e Procriação Humana, n. 23. Destaques do original

15 de janeiro de 2009

Lei iníqua: aborto em casos de estupro — sentença iníqua condena à morte o inocente!

Como é de conhecimento geral, no Brasil o crime do aborto é legal em duas situações: em casos de estupro e quando a gravidez implica risco para a gestante. Mas não é porque não se infringe a lei do País que se deixa de infringir a Lei de Deus. E não é porque uma lei permite o aborto que deixará de ser um assassinato tirar a vida de um inocente. Nem o estuprador é condenado à morte pelo crime que cometeu; entretanto o inocente é punido com a pena capital. Uma aberração, evidentemente, mas própria de uma legislação que “legaliza” o “crime”! Uma legislação manchada de sangue inocente!


A jovem norte-americana Rebecca Kiessling (foto), concebida devido a um estupro, narra de modo impressionante sua situação num relato que acabei de receber por e-mail e apresso-me a transcrevê-lo neste Blog para torná-lo disponível também aos nossos leitores.

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A história de Rebecca Kiessling
(resumo)

Extraído do site: http://www.rebeccakiessling.com/

“Eu fui adotada assim que nasci. Aos 18 anos soube que fui concebida a partir de um estupro brutal sob ameaça de faca por um estuprador em série. Assim como a maior parte das pessoas, eu nunca pensei que o assunto aborto estivesse relacionado à minha vida, mas assim que recebi esta notícia percebi que não só está relacionado à minha vida, mas está ligado à minha própria existência. Era como se eu pudesse ouvir os ecos de todas as pessoas que, da forma mais simpática possível, dizem: “Bem, exceto nos caso de estupro...” ou que dizem com veemência e repulsa: “Especialmente nos casos de estupro!!!”. Existem muitas pessoas assim por aí. Elas sequer me conhecem, mas julgam a minha vida e tão prontamente a descartam só pela forma como fui concebida. Eu senti como se a partir daquele momento tivesse que justificar minha própria existência, tivesse que provar ao mundo que não deveria ter sido abortada e que eu era digna de viver. Também me lembro de me sentir como lixo por causa das pessoas que diziam que minha vida era um lixo, que eu era descartável.

Por favor, entenda que quando você se declara “a favor da livre escolha” ou quando abre a exceção para o estupro, o que isso realmente significa é que você pode olhar nos meus olhos e me dizer “eu acho que sua mãe deveria ter tido a opção de abortar você”. Esta é uma afirmação muito forte. Jamais diria a alguém: “Se eu tivesse tido a chance, você estaria morta agora”. Mas essa é a realidade com a qual eu vivo. Desafio qualquer um a dizer que não é. Não é como se as pessoas dissessem: “Bom, eu sou a favor da livre escolha, menos naquela pequena fresta de oportunidade em 1968/69, para que você, Rebecca, pudesse ter nascido”. Não. Esta é a realidade mais cruel desse tipo de opinião e eu posso afirmar que isso machuca e que é uma maldade. Mas sei que muita gente não quer se comprometer sobre esse assunto. Para eles, é apenas um conceito, um clichê que eles varrem para debaixo do tapete e esquecem. Eu realmente espero que, como filha de um estupro, eu possa ajudar a dar um rosto e uma voz a esta questão.

Diversas vezes me deparei com pessoas que me confrontaram e tentaram se desvencilhar dizendo coisas do tipo: “Bem, você teve sorte!”. Tenha certeza de que minha sobrevivência não tem nada a ver com sorte. O fato de eu estar viva hoje tem a ver com as escolhas feitas pela nossa sociedade: pessoas que lutaram para que o aborto fosse ilegal em Michigan naquela época ─ mesmo em casos de estupro ─, pessoas que brigaram para proteger a minha vida e pessoas que votaram a favor da vida. Eu não tive sorte. Fui protegida. E vocês realmente acham que nossos irmãos e irmãs que estão sendo abortados todos os dias simplesmente são “azarados”?

Apesar de minha mãe biológica ter ficado feliz em me conhecer, ela me contou que foi a duas clínicas de aborto clandestinas e que eu quase fui abortada. Depois do estupro, a polícia indicou um conselheiro que simplesmente disse a ela que a melhor opção era abortar. Minha mãe biológica disse que naquela época não havia centros de apoio a grávidas em risco, mas me garantiu que, se houvesse, ela teria ido até lá pelo menos para receber um pouco mais de orientação. O conselheiro foi quem estabeleceu o contato entre ela e os abortistas clandestinos. Ela disse que a clínica tinha a típica aparência de fundo de quintal, como a gente escuta por aí, e lá “ela poderia ter me abortado de forma segura e legal”: sangue e sujeira na mesa e por todo o chão. Essas condições precárias e o fato de ser ilegal levaram-na a recuar, como acontece com a maioria das mulheres.

Depois ela entrou em contato com um abortista mais caro. Desta vez, se encontraria com alguém à noite no Instituto de Arte de Detroit. Alguém iria se aproximar dela, dizer seu nome, vendá-la, colocá-la no banco de trás de um carro, levá-la e então me abortar... Depois vendá-la novamente e levá-la de volta. E sabe o que eu acho mais lamentável? É que eu sei que existe um monte de gente por aí que me ouviria contar esses detalhes e que responderia com uma balançada de cabeça em desaprovação: “Seria terrível que sua mãe biológica tivesse tido que passar por tudo isso para conseguir abortar você!”. Isso é compaixão?!!! Eu entendo que eles pensem que estão sendo compassivos, mas para mim parece muita frieza de coração, não acha? É sobre a minha vida que eles estão falando de forma tão indiferente e não há nada de compaixão neste tipo de opinião. Minha mãe biológica está bem, a vida dela continuou e ela está se saindo muito bem, mas eu teria morrido e minha vida estaria acabada. A minha aparência não é a mesma de quando eu tinha quatro anos de idade ou quatro dias de vida, ainda no útero da minha mãe, mas ainda assim era inegavelmente eu e eu teria sido morta em um aborto brutal.

De acordo com a pesquisa do Dr. David Reardon, diretor do Instituto Elliot, co-editor do livro Vítimas e vitimados: falando sobre gravidez, aborto e crianças frutos de agressões sexuais, e autor do artigo “Estupro, incesto e aborto: olhando além dos mitos”, a maioria das mulheres que engravidam após uma agressão sexual não querem abortar e de fato ficam em pior estado depois de um aborto. http://www.afterabortion.org/. Sendo assim, a opinião da maioria das pessoas sobre aborto em casos de estupro é fundamentada em falsas premissas: 1) a vítima de estupro quer abortar; 2) ela vai se sentir melhor depois do aborto; e 3) a vida daquela criança não vale o trabalho que dá para suportar uma gravidez. Eu espero que a minha história e as outras postadas neste site ajudem a acabar com este último mito.

Eu queria poder dizer que minha mãe biológica não queria me abortar, mas de fato ela foi convencida a não fazê-lo. Porém, o aspecto nojento e o palavreado sujo deste segundo abortista clandestino, além do receio por sua própria segurança, levaram-na a recuar. Quando ela lhe contou por telefone que não estava interessada neste acordo arriscado, este homem a insultou e a xingou. Para sua surpresa, ele ligou novamente no dia seguinte para tentar convencê-la a me abortar, e mais uma vez ela não quis prosseguir com o plano e ouviu mais uma série de insultos. Depois disso, ela simplesmente não podia mais prosseguir com essa idéia. Minha mãe biológica já estava entrando no segundo trimestre da gestação, quando seria muito mais perigoso e muito mais caro me abortar.

Sou muito grata por minha vida ter sido poupada, mas muitos cristãos bem intencionados me diziam coisas como “olha, Deus realmente quis que você nascesse!” e outros podem dizer “era mesmo pra você estar aqui”. Mas eu sei que Deus quer que toda criança tenha a mesma oportunidade de nascer e não posso me conformar e simplesmente dizer “bem, pelo menos a minha vida foi poupada”. Ou “eu mereci, veja o que eu fiz com a minha vida”. E as outras milhões de crianças não mereciam? Eu não consigo fazer isso. Você consegue? Você consegue simplesmente ficar aí e dizer “pelo menos eu fui desejado... pelo menos estou vivo...” ou simplesmente “sei lá”? Esse é realmente o tipo de pessoa que você quer ser? De coração frio? Uma aparência de compaixão por fora e coração de pedra e vazio por dentro? Você diz que se importa com os direitos das mulheres, mas não está nem aí pra mim porque eu sou um lembrete de algo que você prefere não encarar e que você detesta que outros se importem? Eu não me encaixo na sua agenda?

Na faculdade de direito eu tinha colegas que me diziam coisas como “se você tivesse sido abortada, não estaria aqui hoje e de qualquer forma não saberia a diferença, então por que se importa?”. Acredite ou não, alguns dos principais filósofos pró-aborto usam esse mesmo tipo de argumento: “O feto não sabe o que o atingiu, então não percebe que perdeu a vida”. Sendo assim, acho que se você esfaquear alguém pelas costas enquanto ele estiver dormindo, tudo bem, porque ele não sabe o que o atingiu?! Eu explicava aos meus colegas como a mesma lógica deles justificaria que eu “matasse você hoje, porque você não estaria aqui amanhã e não saberia a diferença de qualquer forma. Então, por que se importa?”. E eles ficavam com o queixo caído. É incrível o que um pouco de lógica pode fazer, quando você pára para pensar – que é o que devemos fazer numa faculdade de direito – e considera o que nós realmente estamos falando: há vidas que não estão aqui hoje porque foram abortadas. É como o velho ditado: “Se uma árvore cai na floresta e não há ninguém por perto para ouvir, será que faz barulho?”. Bem, sim! E se um bebê é abortado e ninguém fica sabendo, tem importância? A resposta é SIM! A vida dele importa. A minha vida importa. A sua vida importa e não deixe ninguém te dizer o contrário!

O mundo é um lugar diferente porque naquela época era ilegal a minha mãe me abortar. A sua vida é diferente porque ela não pôde me abortar legalmente e porque você está sentado aqui lendo as minhas palavras hoje! Mas você não tem que atrair platéias pra que a sua vida tenha importância. Há coisas que fazem falta a todos nós aqui hoje por causa das gerações que foram abortadas e isso importa.

Umas das melhores coisas que eu aprendi é que o estuprador NÃO é meu criador, como algumas pessoas queriam que eu acreditasse. Meu valor e identidade não são determinados por eu ser o “resultado de um estupro”, mas por ser uma filha de Deus. O Salmo 68, 5-6 declara: “Pai dos órfãos... no seu templo santo Deus habita. Dá o Senhor um lar ao sem-família”. E o Salmo 27, 10 nos diz: “Mesmo se pai e mãe me abandonassem, o Senhor me acolheria”. Eu sei que não há nenhum estigma em ser adotado. O Novo Testamento nos diz que é no espírito de adoção que nós somos chamados a ser filhos de Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Sendo assim, Ele deve ter pensado na adoção como símbolo do amor dEle por nós!

E o mais importante é que eu aprendi, poderei ensinar aos meus filhos e ensino aos outros que o seu valor não é medido pelas circunstâncias da sua concepção, seus pais, seus irmãos, seu parceiro, sua casa, suas roupas, sua aparência, seu QI, suas notas, seus índices, seu dinheiro, sua profissão, seus sucessos e fracassos ou pelas suas habilidades ou dificuldades. Essas são as mentiras que são perpetuadas na sociedade. De fato, muitos palestrantes motivacionais falam para suas platéias que se elas fizerem algo importante e atingirem certos padrões sociais, então elas também poderão “ser alguém”. Mas o fato é que ninguém conseguiria atingir todos esses padrões ridículos e muitas pessoas falhariam. Isso significa que elas não são “alguém” ou que elas são “ninguém”? A verdade é que você não tem que provar o seu valor a ninguém e se você quiser realmente saber qual é o seu valor, tudo o que precisa fazer é olhar para a Cruz, pois este é o preço que foi pago pela sua vida! Esse é o valor infinito que Deus colocou na sua vida! Para Ele você vale muito e para mim também. Que tal se juntar a mim para também proclamar o valor dos outros com palavras e ações?

Para aqueles que dizem “bem, eu não acredito em Deus e não acredito na Bíblia, então sou a favor da livre escolha de abortar ou não”, por favor, leia meu artigo “O direito da criança de não ser injustamente morta – uma abordagem da filosofia do direito”. Eu garanto que valerá o seu tempo”.

___________
Pela vida,
Rebecca
http://www.rebeccakiessling.com/

25 de dezembro de 2008

É Natal: a magna festa da Cristandade — a mais importante celebração familiar

Diletos Amigos!


É Natal! Nasceu Jesus, nosso Redentor! Cumpriu-se o prognóstico do profeta Isaías:

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita”. (Isaías, 9, 1-2)


Desejando que a Sagrada Família — o Menino Jesus, sua Mãe Santíssima e São José — esteja sempre presente em seus lares, protegendo todos de sua querida família, envio-lhes de coração meus melhores votos de um Abençoado e Feliz Natal e de Ano Novo repleto de graças, alegrias e realizações.

Em 2009, nuvens pesadas e escuras poderão nos causar terror e aflição, mas tenhamos confiança, sabemos que por detrás das ameaçadoras nuvens brilha o sol. Não apenas o astro, mas o Sol de Justiça e Misericórdia que há 2008 anos, na fria gruta de Belém e em meio a uma noite escura, nasceu para nos salvar — nascido numa simples manjedoura, mas com o Poder Supremo, a ponto de afirmar:

“Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo!”. (São João, 16, 33)

Natal é a festa magna da Cristandade. Natal é também a mais importante celebração familiar. Nos lares, todos se reúnem para relembrar a alegria com o nascimento de nosso Divino Redentor. — Pelo menos deveria ser com esta intenção... e não para mera diversão...

Natal, não nego, é também ocasião de presentes, sobretudo para as crianças, mas eles são oferecidos para relembrar os presentes que os pastorinhos e os Três Reis Magos ofertaram ao Divino Infante na primeira noite de Natal. — Pelo menos deveria ser com esta finalidade... e não para alimentar a ganância do comércio...

Com a sincera vontade de auxiliar na impregnação da atmosfera natalina nos lares dos leitores deste Blog da Família, ofereço-lhes um singelo presente: uma breve história da origem da canção de Natal por excelência — o “STILLE NACHT” (“Noite Feliz”), uma canção composta por Franz Gruber, mas inspirada pelo Céu!

Desejando a todos um jubiloso Natal, envio-lhes cordial abraço,

Paulo Roberto Campos



A NOITE DE NATAL

“Sabia você que, quando você canta “Noite feliz, noite feliz”, sentado ao pé da árvore de Natal, muitas e muitas crianças, no mundo inteiro, estão cantando a mesma canção? Pois é verdade. Meninos e meninas do México, da Inglaterra, do Canadá, da China, entoam a mesma melodia.

São esquimós, nas suas casas de neve, junto das quais os ursos brancos escutam, à beira d’água; são meninos das cidades e dos campos; são os das mais diferentes terras e raças. Todos cantam a mesma música. É verdade que, conforme a língua de cada país, as palavras são diferentes. Noite feliz, em português; Douce nuit, em francês; Notte felice, em italiano; Stille nacht, em alemão; Silent night, em inglês; Noche feliz, em espanhol... Mas, em qualquer dessas línguas, as palavras dizem a mesma coisa e despertam o mesmo suave contentamento.

Pois bem. Saiba agora que muitas canções não representam apenas palavras postas em música. Passaram elas por tantos lábios e alegraram tantos corações, que, com o tempo, como que ganharam vida própria e uma alma. Elas têm a sua história. Como você e eu, nasceram e cresceram. Lutaram e sofreram. Viajaram por terra e pelos mares. De algumas dessas canções, conhecemos tudo. De outras, apenas sabemos que já existiam quando nossos avós eram crianças. A estas últimas chamamos de canções populares, quer dizer, canções do povo, de todos e de ninguém.

“Noite feliz” é uma dessas cantigas que têm vida, que têm alma. Muita gente pensa que ela é uma das canções criadas pelo povo. Mas não é, não. Ela tem a sua história própria. Perdida durante certo tempo, essa história foi mais tarde encontrada e restabelecida por um rei. Assim aconteceu porque não se trata de uma canção qualquer, mas de uma verdadeira canção de Natal, ou mesmo, como foi chamada, de uma “Canção do Céu”.
(Trecho extraído do livro “História de uma canção de Natal”, de Hertha Pauli).

PS-1: A seguir, os inspirados versos de “Noite Feliz”. Primeiro na língua originária, o alemão, depois no nosso bom português. Reunir as crianças de nossas famílias para cantar o “Noite Feliz”, é um dos inesquecíveis presentes de Natal, que será recebido com uma alegria indizível. Se desejarem, ouvir essa sublime canção, click em:
http://www.youtube.com/watch?v=oUb8ySdERKs&feature=related

Ou click em:
http://br.youtube.com/watch?v=4puLybRGSAw&feature=related


PS-2: Os leitores que também desejarem conhecer um pouco mais da encantadora origem da Árvore de Natal, leiam em:
http://blogdafamiliacatolica.blogspot.com/2007/12/tradio-familiar-da-rvore-de-natal.html


STILLE NACHT, HEILIGE NACHT

Stille Nacht! Heilige Nacht!
Alles Schlaeft, einsam wacht
Nur das traute, hochheilige Paar.
Holder Knabe im lockigen Haar,
Schlaf in himmlischer Ruh' -
Schlaf in himmlischer Ruh'!

Stille Nacht! Heilige Nacht!
Hirten erst kundgemacht,
Durch der Engel Halleluja
Toent es laut von fern und nah':
Christ, der Retter, ist da, -
Christ, der Retter, ist da!

Stille Nacht! Heilige Nacht!
Gottes Sohn, o, wie lacht
Lieb' aus deinem goettlichen Mund,
Da uns schlaegt die rettende Stund',
Christ, in deiner Geburt, -
Christ, in deiner Geburt!

NOITE FELIZ!


Noite feliz! Noite feliz!
O Senhor, Deus de amor,
Pobrezinho nasceu em Belém,
Eis na lapa Jesus, nosso bem,
Dorme em paz, ó Jesus!
Dorme em paz, ó Jesus!

Noite feliz! Noite feliz!
Eis que no ar vêm cantar
Aos pastores os anjos dos céus
Anunciando a chegada de Deus,
De Jesus Salvador,
De Jesus Salvador.

Noite feliz! Noite feliz!
Ó Jesus, Deus da luz,
Quão afável é teu coração
Que quiseste nascer nosso irmão,
E a nós todos salvar,
E a nós todos salvar.

10 de dezembro de 2008

Corajoso e belo gesto do Grão-Duque de Luxemburgo

Eutanásia é um eufemismo para morte dita “assistida”, suicídio, assassinato de idosos e/ou doentes, ou mesmo de enfermos de qualquer idade, mesmo de crianças. Entretanto ninguém tem o direito de tirar a vida de um ser humano inocente, seja ele um feto, bebê, criança, adolescente, adulto ou idoso. Seja doente incurável ou não. Ademais ninguém pode tirar a própria vida, ou pedir que se a elimine. Isto seria um ato contrário a Lei de Deus e a Lei natural, além de ser um crime contra a vida humana. Portanto, a eutanásia consiste num gravíssimo pecado.


Contra a eutanásia, recentemente tivemos um bom exemplo vindo do Luxemburgo! Que tal exemplo sirva de lição para todos os nossos governantes. Vejamos:

Escudo do Luxemburgo

O Parlamento do Luxemburgo, por iniciativa de deputados socialistas, aprovou a prática da eutanásia! Como pode um Parlamento aprovar a morte ou o suicídio?!

Felizmente o Grão-Duque Henrique I (foto), que é católico, não sancionou tal ignóbil lei. Direito que lhe compete enquanto Chefe de Estado. Por razões de consciência, no dia 2 de dezembro ele declarou que não assinará a legalização da eutanásia.

O Grão-Duque, por sua corajosa posição em consonância com a doutrina católica e em defesa da vida, merece todo nosso apoio! Entretanto o Primeiro-Ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, pretende alterar a Constituição eliminando o direito de veto que cabe ao Chefe de Estado.

Não podemos permitir que essa manobra — praticamente um golpe de Estado constitucional — prospere. Mas o que nós, brasileiros, podemos fazer? Agir para impedir tal manobra não é da competência dos luxemburgueses?

Sim, a decisão é deles, mas podemos apoiar a posição do Monarca enviando-lhe mensagens de encorajamento. Isso poderá influenciar a opinião pública daquela pequena e simpática nação — de 480 mil habitantes, sendo que 86% são católicos — e, assim, se obter o rechaço à lei da eutanásia.


Henrique I, Grão Duque de Luxemburgo, e a Gran Duquesa Maria Teresa (têm 5 filhos)

Primeiro se aprova a eutanásia em outros países e logo mais parlamentares de esquerda no Brasil vão querer imitar, elaborando projetos de lei a favor da morte pela eutanásia.

Assim sendo, proponho aos leitores deste blog, que enviem mensagens de felicitações, via e-mail, pela bela atitude do Grão-Duque Henrique I. Neste momento crucial, muito lhe ajudará o nosso apoio. Para isso, basta um clik no seguinte link:

http://www.tfp-deutschland.de/lp/support-hvl-3.html


Sua Alteza Real o Grão Duque Henrique I de Luxemburgo

Seu nome completo: Henri Albért Gabriel Félix Marie Guillaume von Nassau-Weilburg y Bourbon-Parma

3 de dezembro de 2008

“O Projeto Matar e o Projeto Tamar: o Aborto”

Diletos Amigos

Recebi o e-mail abaixo, informando o novo endereço do site “Tamar-Matar”. Trata-se de uma das mais marcantes polêmicas em torno da questão da despenalização do aborto e da criminalização de quem venha a destruir um ovinho de tartaruga (Lei 9.605/98). Uma das idéias mais obscurantistas e intolerantes nascidas de mentes abortistas: a liberdade de se matar um ser humano e a severa punição devido à destruição de um simples ovo de tartaruga!!!
No cerne de tal polêmica, o Dr. Cícero Harada defendeu brilhantemente o direito à vida inocente e apontou a gritante incoerência da referida lei. Esse debate deu-se no site da OAB-SP e iniciou-se com seu artigo “O Projeto Matar e o Projeto Tamar: o Aborto”, mas que teve diversos desdobramentos, todos agora reunidos num só endereço:


http://tamarmatar.wordpress.com/

Site realmente muito interessante. Vale a pena conhecê-lo e recomendá-lo a seus Amigos.
Abs
Paulo
___________

Tamar ou Matar: o debate

Há tempos atrás, o Dr. Cicero Harada, Procurador do Estado de São Paulo escreveu um artigo demonstrando o absurdo de que, no Brasil, a destruição de ovos de tartaruga é crime inafiançável enquanto há muita gente desejosa de que a destruição de bebês ainda no ventre de suas mães seja permitida.

Este artigo de Dr. Harada causou frisson no meio feminista. Heleieth Saffioti, bam-bam-bam feminista, subiu nas tamancas e lançou também um artigo respondendo ao Procurador. Só que "deu com os burros n´água", esquivando-se completamente de contra-argumentar.

Bem... A história é interessantíssima e vale a pena mostrá-la. Ela tem outros desdobramentos.

Para não deixar isto cair no esquecimento, produzi uma página na qual há todo o histórico do debate, além de inúmeras outras informações.

Creio que vale a pena se inteirar do assunto. Principalmente porque é demonstrada a completa falta de argumentos dos favoráveis ao aborto. Isto é tão dramático que a apelação rasteira tornou-se a tônica dos pró-aborto, como ficou exaustivamente demonstrado.

Quem tiver curiosidade, é só acessar o site "Tamar-Matar: o debate". http://tamarmatar.wordpress.com/

William Murat

29 de novembro de 2008

No oba! oba! Obama venceu... Mas nem tudo está perdido — "God bless America!"

Paulo Roberto Campos

Há quase um mês da vitória de Barack Hussein Obama, pode-se ficar com a impressão de que ele obteve uma vitória “avassaladora”, tal o bombardeio midiático a seu favor. Com essa impressão ficará quem tenha acompanhado as eleições americanas sem restrições à avalanche de informações veiculadas. Aquele que fizer uma análise fria dos resultados constatará que não foi uma vitória “consagradora”.

O resultado: 53% X 46%. Ou seja, quase metade do eleitorado não foi na onda do “oba-oba” e, apesar de tudo, votou em John McCain. Se apenas 3% dos eleitores de Obama depositassem seu voto em McCain, teríamos um empate.

O suspeitíssimo momento em que o tsunami econômico atingiu os EUA

Por que afirmei “apesar de tudo”? Entre diversos fatores, cito dois:

Muitos analistas acreditam que se não fosse a crise econômica, eclodida praticamente às vésperas das eleições, Obama não ocuparia a Casa Branca em hipótese alguma. Alguns chegam a levantar suspeita sobre o momento da eclosão da crise econômica.

Kenneth Serbin, professor de História na Universidade de San Diego e autor de várias obras, afirma em seu artigo “Uma visão realista do vencedor”, publicado em “O Estado de S. Paulo” de 9-11-08:

“Mais importante do que a cor de Obama, é como ele ganhou. Uma análise do Instituto Gallup afirmou que a disputa entre Barack Obama e John McCain ‘foi extremamente competitiva durante boa parte do ano’, e Obama esteve freqüentemente em ligeira vantagem. McCain passou à sua frente no início de setembro e pareceu ganhar impulso, mas depois da maciça crise do crédito e do colapso das Bolsas, Obama abriu uma vantagem substancial.

O que chamou a atenção foi o relacionamento de Obama com entidades que ajudaram a provocar o pânico financeiro. Nos últimos dez anos, ele foi o segundo maior beneficiário de doações da Fannie Mae e do Freddie Mac, as corporações de crédito financeiro imobiliário que o governo encampou no início da crise. Obama recebeu US$ 126.349 em contribuições de campanha (McCain foi o 62º da lista, com US$ 21.550). O ex-presidente da Fannie Mae foi assessor de Obama até ser obrigado a renunciar ao cargo, em junho.

O deputado Rahm Emanuel, que será o chefe de gabinete de Obama, recebeu US$ 51.750 da Fannie e do Freddie. Emanuel, funcionário do governo do presidente Bill Clinton, com fama de ser democrata da linha-dura, ganhou US$ 16 milhões como executivo de bancos de investimentos que cuidavam de fusões e de aquisições. O próprio New York Times, que é pró-Obama, observou que Emanuel ‘é criticado por ter se mostrado demasiadamente aliado de Wall Street, lembrando que não é absolutamente essa a imagem que os democratas querem cultivar hoje em dia’.”

A suspeitíssima parcialidade da mídia

Sobre o segundo fator não há necessidade de estender-me muito, pois ele ficou evidenciado aos olhos de todos: a hegemonia da mídia “obamalatra”. Sinteticamente, Diogo Mainardi, em sua famosa coluna na “Veja” do dia 5 p.p., escreve:

“O ritmo de samba contaminou até mesmo a imprensa americana. Nas primeiras páginas dos jornais, Barack Obama recebeu 45% de cobertura positiva. John McCain, 6%. O New York Times comportou-se como o jornal de um senador maranhense, aderindo à campanha de seu candidato. Um jornal pode aderir à campanha do candidato que quiser. O que está errado é o empenho em abafar todos os fatos que possam criar-lhe algum tipo de constrangimento. Foi o que ocorreu neste ano nos Estados Unidos. Qualquer pergunta sobre Barack Obama foi caracterizada como uma forma de racismo, ou de asnice, ou de caipirice.”

Se a esses dois fatores somarmos a bilionária campanha democrata e a cerrada exploração da impopularidade do atual governo republicano, poderíamos imaginar que Obama obteria uma vitória esmagadora. Não foi o que aconteceu.

Oba! Oba! Obama salvará os EUA... salvará o planeta...

O mote de campanha do presidente eleito foi “mudança”... Para onde? Para melhor? Para pior? Havia um clima oposto a quem levantasse tal pergunta. Este seria acusado de ser “um estraga festas”. Estragaria aquela empolgação emocional, veiculada “ad nauseam” pela mídia.

Obama arrebatava as massas no momento de seus discursos. Entretanto, quem analisasse serenamente suas palavras, percebia a verborragia, o lengalenga de suas afirmações. Tudo vago, propostas inconsistentes e insípidas. Grande e inédito plano de governo? Grandes idéias? Nada! Mas a grande mídia se encarregava de interpretar tudo favoravelmente ao seu “eleito”, o “escolhido” pelos meios de comunicação esquerdistas para ser o novo “messias”, vindo da África para salvar a América.

Que passado teve esse “redentor” para nele se depositar tamanha esperança? Baseado em que motivos? Em sua carreira, que feitos extraordinários ele realizou para justificar essa auréola messiânica? Que planos prodigiosos revelou ele para o futuro dos Estados Unidos? Quais suas propostas regeneradoras? Nada! Absolutamente nada! Mera propaganda. Bilionária propaganda!


Vitória dos valores familiares na Califórnia, Arizona e Flórida

Nem tudo está perdido! Afinal, apesar da “obamalatria”, não se pode dizer que a maioria dos norte-americanos votou segundo as idéias marxistas e anti-família manifestadas pelo ex-senador Obama, como a de empenhar-se em facilitar ainda mais a prática do aborto nos Estados Unidos, favorecer o “casamento” homossexual, aprovar a manipulação de células-tronco embrionárias.

No mesmo dia 4 de novembro, em que os americanos escolheram seu novo presidente, ocorreram plebiscitos sobre a definição de matrimônio segundo a Constituição, na Califórnia, Arizona e Flórida. Nos três Estados, venceram as emendas constitucionais definindo o casamento como sendo unicamente entre um homem e uma mulher. O mesmo já havia ocorrido em 27 Estados — todos rejeitaram o pseudo-casamento entre pessoas do mesmo sexo. Aliás, uma questão tão óbvia que não se imaginaria que precisasse ser plebiscitada!

Em todo caso, a definição evidente venceu. Na Califórnia por 52,5% dos votos, no Arizona por 56% e na Florida por 62%. Essas vitórias dos valores da instituição familiar comprovam que há uma sadia parcela da opinião pública americana que não abre mão desses valores. Boa parte dela, mesmo tendo votado em Obama — pelas razões expostas —, não é favorável aos projetos defendidos por ele no Senado.

O tão repetido slogan “a mudança chegou” não obteve consentimento da maioria dos norte-americanos. Pelo contrário, ela como que afirmou: “não queremos mudanças que afetem os valores da família tradicionalmente constituída”.

A respeito, transcrevo notícia do “La Gaceta” (Espanha), intitulada “Ganhou o 'Não' ao “matrimônio” homossexual na Califórnia”, do dia 18 p.p.:

“O lobby homossexual sofreu um duro revés nas últimas eleições americanas. A eleição presidencial, com a vitória de Barack Obama, eclipsou as outras votações que se realizaram no mesmo dia. Entre outras, uma das mais importantes, a ocorrida no estado da Califórnia, ‘A Proposição 8’.” Trata-se do referendo a respeito da supressão do direito de pessoas do mesmo sexo contraírem matrimônio.

"Assim foi inserida na Constituição do estado uma nova cláusula na qual se estabelece que 'somente o matrimonio entre um homem e uma mulher é válido e reconhecido na Califórnia'.”

No mesmo sentido noticiou o “La Repubblica” da Itália, no dia 6 p.p., com o seguinte título: “Choque na Califórnia, adeus ao matrimônio homossexual”. O articulista, Arturo Zammpaglione afirma: “malgrado a vitória de Barack Obama e de suas posições reformistas, uma boa parte dos Estados Unidos permanece ancorada nos valores conservadores.”

Perguntar não ofende

Encerro com uma questão que me deixa perplexo. Obama teria sido o eleito se a hierarquia eclesiástica tivesse se empenhado muito mais em pregar os valores morais ensinados pela Igreja Católica? Ou seja, se os bispos e sacerdotes tivessem alertado todos os eleitores católicos, pregando claramente que não se pode votar em candidato que defenda o aborto e/ou o “casamento” homossexual, Obama teria galgado o Poder na nação mais poderosa do Planeta? Uma vez que pergunta não ofende, registro aqui minha indagação.

Deus salve a América!
PS: Antes de postar este artigo, fiz uma releitura e fiquei com certa impressão de que poderia surgir alguém objetando que notou traços de racismo neste texto. Assim sendo, reafirmo que em minha posição não entra nenhuma gota de racismo. Se McCain fosse negro (continuando com seus princípios anti-marxistas) teria meu apoio; se Obama fosse branco (continuando com suas idéias marxistas), não teria meu apoio. Não é a cor da pele que orienta minha opinião, mas a “cor” da ideologia.